Quando anoiteceu, Tayler desceu as escadas para desejar boa noite à Antonella como sempre fazia antes que ela pegasse no sono. Assim que ajudou sua manta sobre o pequeno corpo, colocou um sobretudo, cachecol e luvas para ir até lá fora. Abriu a caixa de correspondência e tirou de lá o envelope que estava decorado com algumas linhas coloridas revelando o convite para a exposição de Clince. Ele olhou por tudo e no final estava a data, daqui a dois dias. - O que é isso? - Megan perguntou com as mãos no bolso do moletom que estava por cima de mais dois. Ele lhe estendeu o objeto para poder ver melhor. - Ah alguns meses Antony teve a ideia de expor os quadros que estavam no quarto do apartamento, ele conseguiu a galeria e aí está o convite. - Você vai, não é, seria incrível pegar alguns dias de folga e viajarmos para Conthe, eu posso ver com Ayla para nos hospedamos por lá. - Falou animada. - É, faça isso, meu amor. - Falou, puxando ela para dentro, longe do frio. - O que foi, não est
Até o horário do almoço todos já estavam com as malas prontas e pronto para viajarem. Tayler não tinha comprado as passagens e teve a ideia de irem de carro, todos juntos e parando em um hotel para dormir, já que demoraria cerca de um dia. Antonella colocou os fones, cinto, deitou um pouco do banco e ficou vidrada na rua, enquanto Megan e Tayler conversavam e tentavam puxar assunto com ela. Mal tinha anoitecido e uma chuva forte começou a cair pela estrada, eles já estavam próximos da pousada que Tayler tinha em mente, mas era impossível chegar até lá sem colocar a vida de alguém em risco, então decidiu parar em uma pousada qualquer na beira da estrada. O lugar não era luxuoso, mas parecia aconchegante do lado de fora. Tayler desceu em meio a friagem e a chuva e tocou a campainha. Segundos depois uma mulher não muito alta e um pouco gordinha atendeu a porta, Tayler pensou a conhecer de algum lugar. - Pois não? - Perguntou sorridente. - Nós queremos dois quartos para passar a noite.
Antonella aproveitou que ainda não tinha ninguém no quarto quando Tayler lhe deu boa noite e desceu, passeando pela pousada e evitando ter que subir e dormir com um desconhecido já que ela não conseguia dormir pensando naquela cartinha, mas para sua total infelicidade Tayler saiu do quarto para beber água. - O que faz acordada mocinha? - Questionou fazendo uma cara de bravo para ela. - Não estou com sono. - Sentou na poltrona da sala. - Por acaso alguma coisa está te afligindo? Ela balançou a cabeça em um sim sem olhar para cima. - Você pode conversar comigo, eu estou aqui para te ouvir. - Por que nós nunca doamos dinheiro para os orfanatos ou fazemos alguma coisa para melhorar a vida deles? - Começou. - Deve ser ruim não ter os pais. - Abaixou o tom de voz um pouco triste. - Eu sempre deixo uma parte do nosso dinheiro para as ONGs, porque eu nunca me coloquei no lugar dessas crianças e talvez isso seja um erro que podemos começar a corrigir. Aconteceu alguma coisa específica pa
Na manhã seguinte, assim que Antonella acordara com os gritinhos de felicidade do garoto ao lado, ela levantou irritada já que estava cansada ainda é parecia ser cedo demais para se acordar em um dia de férias. - Nós conseguimos. - Correu para perto bagunçando seu cabelo liso e preto amarrados com um laço. - Nós vamos conseguir realizar os pedidos das crianças garota dos fones de ouvido. - Agachou perto do seu corpo deitado a abraçando inocentemente. Normalmente ela teria se queixado por ele fazer aquilo, odiava que tocassem em seu cabelo loiro e ondulado herdados predominantemente pelos genes de Tayler, mas parecia que ela já o conhecia há anos, mesmo que até aquele momento nem mesmo soubesse seu nome. A garota sorriu lembrando da conversa que tivera com Tayler na noite anterior, era difícil para ela se abrir e se sentia feliz por seu pai ter cumprido oque dissera, ele realmente era um ótimo homem e ela o amava ainda mais agora. Assim que se afastou, ele saiu correndo do quarto, de
Tayler dirigiu por cerca de uma hora até que chegasse no seu hotel, já que a casa que Megan comprara fora dada de presente para Ayla e John, que viviam com mais espaço e qualidade de vida agora com o filho. Tayler não teria problema em se hospedar na própria casa se não estivesse alugada, assim como a de Antony que agora havia se mudado para a casa da esposa. Conseguiu facilmente subir sem ser barrado já que era o dono, acomodando as malas pelos quartos. Megan pulou em cima de Ayla em um abraço caloroso, de saudade e felicidade em estar ali de novo, já que fazia anos que não se viam. Logo em seguida, foi em direção a Matheo que também era um dos convidados ali. Antonella segurava o papel que recebera com todas as forças, ainda se lamentando que só o veria no ano que vem se com toda a sorte do mundo seu pai resolvesse viajar para Conthe e parar por lá. - Onde está Noah? - Megan perguntou primeiro. - A última vez que o vimos, Antonella e Noah tinham apenas seis anos. - Lembrou. A gar
Antonella desceu as escadas em um vestido preto até o joelho e de alça fina, juntamente com um sapato dourado brilhante e de salto baixo e grosso. O cabelo estava preso em um rabo e uma pequena trança junto, já que estava sendo obrigada a se vestir para uma festa de gala, assim como os pais que usavam vestidos caros e brilhantes e Ayla e John que pareciam da alta sociedade. Ela esperou impaciente querendo acabar logo com aquela tortura e poder voltar para suas roupas comuns. Durante todo o trajeto, na parte da frente do carro, Ayla estava histérica ligando várias vezes para o filho que não conseguia atender por algum motivo que ela nem mesmo sabia. Seus dedos digitavam várias mensagens por minuto, preocupada se chegaria a tempo para a exposição. Quando estavam próximos, o menino retornou uma das chamadas, não era possível ouvir claramente sua voz, mas o pouco que Antonella entendeu demonstrava que o menino era alguém calmo e paciente ao explicar com toda a tranquilidade que o sinal es
- Se comporte e não dê trabalho para a tia Ayla, tudo bem? - Megan disse para Antonella antes de se despedir do resto do pessoal. Os dois dias que deveriam ficar ali e retornar para casa tinham passado rápido, e naquela manhã quando Antonella já estava desistindo de pedir para Deus que deixasse ela ficar naquela cidade agora que tinha conseguido um amigo e ficado ainda mais próximo dele e que se sentia bem ao seu lado, seus pais vieram até o quarto e dissera que eles precisavam ficar graças ao trabalho. Ela sorriu como nunca, feliz pela notícia, sentindo seus pedidos de quinze anos começarem a se realizar. Eles disseram ser melhor não levá-la já que seria uma viagem rápida e para resolver as pendências na cidade, então era melhor e ficasse e aproveitasse que tinha companhia, deixando ela sob os cuidados de Ayla, enquanto os vizinhos aproveitavam os dias para esvaziar a casa ao lado. Tayler descobrira que não era um pai tão super protetor já que se sentia preocupado com a aproximação
Antonella acordara com a casa cheia dos presentes que começava a ser preparado por ordem alfabética para entregar as crianças naquela tarde, já que o natal seria no dia seguinte. A véspera estava um dia frio e com neve fraca pelas portas e janelas. Estava difícil sair pela cidade, mas por sorte a entrada do hotel ainda não tinha sido fechada pela neve. Ela se agasalhou como deveria descendo para arrumar tudo, Noah estava empenhado em acabar com aquilo logo para poderem sair o mais rápido possível e assim foi feito. Enquanto todos estavam ocupados, ela deixou um pouco a sala lembrando do pedido especial que lera naquela carta, não era nenhum daqueles presentes e sendo assim aquela menininha não teria seu sonho realizado. Lembrou do que o pai dissera, ele estava sempre ali e com certeza não se importaria dela usar uma grande quantia do cartão sem limite, que recebera dele, para comprar as comidas e pedir que enviasse diretamente para o orfanato quando estivesse próximo da ceia de Natal.