Patrick e ElenaA verdade é que desde que ele a beijou naquele dia na piscina e todas as outras vezes durante a semana, Elena tinha uma constante sensação de inquietação. Não se lembrava de ter dado uns amassos em um cara sem chegar aos finalmente. Não que ela vivesse fazendo isso, mas teve seus momentos na faculdade e claro... teve Felipe.Patrick sentou-se e ela aproveitou para sentar no seu colo, enroscando as mãos em seus cabelos sedosos. O gemido rouco dele quando ela enfiou a língua na sua boca foi tão estimulante que ela sentiu sua calcinha ficar molhada no ato.Ele não perdeu muito tempo e levou as mãos até a bunda de Elena, massageando um pouco antes de espalmá-las nas suas costas e trazê-la mais para perto. O sinal evidente da excitação dele roçava contra as coxas dela, deixando-a ofegante.Com as mãos um pouco trêmulas, Elena levantou mais a barra do seu vestido e se acomodou melhor no colo de Patrick. Em seguida, tirou a primeira peça do terno dele, logo depois o colete e
Sempre que Marco tinha algum medo quando pequeno, ele procurava seu pai. Fosse por algum inseto que o deixasse apavorado, por um suposto monstro embaixo da cama, criaturas noturnas que o visitavam durante a noite ou o medo irracional que muitas crianças têm de perder os pais por algum motivo.Sentado no banco de trás de uma limusine alugada, ele voltou a ser uma criança. Estava com medo. Na verdade, estava apavorado. Queria, com todas as suas forças, que não tivesse cometido um erro tão grande. E novamente ele precisava do seu pai para lhe dizer que tudo ficaria bem, que não existia nada a temer e que quando ele acordasse na manhã seguinte, o medo da noite anterior não seria nada além de uma lembrança.Quando ele entrou na mansão dos seus pais, viu James Hardy e Eduardo sentados na sala, cada um com uma dose de uísque na mão, parecendo muito compenetrados em uma conversa. O que James está fazendo aqui a essa hora?— Marco. — Eduardo sorriu ao ver o filho parado nas portas duplas da sa
— Filho, poderia trazer Charlotte aqui?Marco enrugou a testa e encarou o pai.— Pra quê? — perguntou desconfiado com o pedido. — Pai, eu te amo, mas eu juro por Deus que se o senhor acha que eu vou deixá-lo dizer poucas e boas pra ela...Eduardo sorriu.— Eu tenho muita coisa pra falar pra ela, sim. Mas, acredite, ela vai querer ouvir.— Do que está falando?— De algumas coisas que James descobriu pra mim.Marco deixou o copo no console central da sala e se inclinou para frente, colocando os cotovelos nos joelhos.— Pode me contar. — ele exigiu.— Acho melhor esperar até que ela esteja aqui. Não quero me repetir.Marco se entristeceu. Talvez ela nunca mais queira me ver, pensou.— Eu não acho que ela queira vir aqui, pai. Ela me pediu pra ficar longe.— E você pretende fazer isso?— Não! Mas não sei como me aproximar depois das merdas que fiz com ela. — Marco não resistiu e voltou a pegar o copo, virando o resto do líquido que havia deixado. — A última vez que nos falamos, ela pareci
Patrick e Elena— O que você disse?Elena tinha os olhos no chão. Sua mente voava de volta há dez anos, ao garoto que ela tanto amou, e que partiu seu coração ao ir embora desse mundo sem dizer adeus. É claro que não tinha sido culpa dele, mas isso não a impedia de se sentir traída pela vida por lhe tirar algo que ela conhecia havia pouco tempo, mas que amava como se estivesse com ela há séculos.— Sua história... — Elena pigarreou. — Ela meio que me lembrou de um cara que eu conheci.Patrick suspirou com alívio. Por um minuto, achou que seu segredo tivesse sido descoberto. Era aterrorizante, mas reconfortante ao mesmo tempo. Talvez tudo desse errado se Elena soubesse quem ele era de verdade, mas talvez houvesse a chance de tudo ficar bem. O sentimento inquietante que ele sentiu lhe deixou tonto.— Gostaria de compartilhar? — ele perguntou quase com um sussurro.Elena olhou surpresa para ele. Por que aquele homem estava interessado em qualquer coisa sobre o seu passado? Não era como s
— Charlotte, tem uma ligação na linha 2 pra você. — Fiona disse pelo interfone.Finalmente depois de duas semanas, Charlotte tinha conseguido concretizar a mudança do depósito no Brooklin para um andar alugado em um prédio. Não era um dos arranha-céus mais imponentes da cidade, mas era na Quinta Avenida e com certeza ali ela tinha muito mais espaço para si e seu pessoal.Com a ajuda de uma nova amiga, Elena Pacheco, foi muito mais fácil dividir a empresa por departamentos. Cada um dos seus novos empregados cuidaria de um setor e ela poderia ter um pouco mais de tranquilidade. Elena só não aceitou o cargo de diretora financeira porque disse que sua estadia em Nova Iorque não era permanente e que em breve voltaria ao Brasil.Charlotte não acreditava muito nisso. Desde a noite do jantar em que soube que Marco era seu sócio e não Patrick, ela já os tinha visto juntos algumas vezes e o sentimento que ela via entre os dois não era coisa da sua cabeça. Para Charlotte, estava mais do que na c
Passava um pouco das três da tarde quando Marco chegou ao prédio onde Charlotte tinha alugado uma área para a Glitz Fashion Company. Ele achava que ela merecia estar em um lugar melhor, talvez em algum dos seus prédios, mas ficou receoso de se meter nisso e acabar de uma vez por todas com as poucas chances que ainda tinha de se entender com ela.Ele adotou sua melhor postura de homens de negócios e passou pelo hall como se mandasse ali. Pegou um elevador vazio e apertou o botão do décimo quinto andar. Contou exatamente um minuto e meio antes que as portas duplas se abrissem e revelassem um lugar que mostrava moda em toda parte.— Boa tarde, senhorita... Louise. — ele disse, inspecionando o crachá da bela morena à sua frente na recepção. Por sorte a assistente de Charlotte, Fiona, não estava. Ela o reconheceria. — Estou aqui para ver Charlotte McKeena.— Seu nome, por favor, senhor? Preciso anunciá-lo.— Patrick Matarazzo.— Só um minuto.Marco aguardou apenas vinte segundos, antes de
Charlotte não queria admitir, mas a visão das costas de Marco, musculosa e escultural, fez com que ela precisasse mesmo de algo gelado. E não era vinho. Talvez um banho, um banho bem frio. Mas mesmo assim, ela abriu a geladeira e pegou uma garrafa de Stella Artois, se perguntando se ele costumava beber aquilo ou comprara apenas porque sabia que ela estaria ali naquela noite.— O que você está preparando? — perguntou, sem querer parecer mal-educada. Afinal, ele estava cozinhando para ela.— Ensopado de frutos do mar. Lembro que você gostava. — ele apoiou a colher na panela e se virou. — Acertei no menu?Não havia motivo para negar. Então Charlotte sorriu e fez que sim.Enquanto ela dava um gole na cerveja, Marco se permitiu observá-la. A forma como sua garganta se movia para engolir. A cabeça levemente para trás. Os olhos fechados por causa do álcool. Sem poder controlar, seu corpo reagiu na hora. Seu pau endureceu em um minuto e começou a pressionar o tecido da calça jeans.Porra, ela
— Desculpe por acordar você, Loretta. — Charlotte disse quando a governanta da casa dos seus pais abriu a porta para que ela entrasse. — Sei que é tarde, ou cedo, dependendo do ponto de vista, mas eu preciso ver meus pais.A mulher sorriu. Ela tinha ouvido a discussão que Charlotte tivera com os pais, onde a garota decretou que nunca mais colocaria os pés nessa casa e que não queria mais ouvir falar deles. Tinha cortado ligações por motivos fortes, supôs a governanta, e se agora estava de volta, algo muito grave deveria ter acontecido.— Não se preocupe, senhorita Charlotte. Estou aqui para isso.Charlotte sorriu de volta para a mulher e entrou. Loretta perguntou se ela precisava de alguma coisa, e quando negou, a governanta voltou aos seus aposentos. Era estranho estar ali novamente, fazia algum tempo que tinha cortado ligações com os pais, mas Charlotte sabia que era necessário um último enfrentamento. Nem que fosse apenas para dizer na cara deles a espécie nojenta de pais que eram.