Jhonathan LancasterAssim que Camila entrou na minha sala, percebi pela expressão no rosto dela que a discussão seria inevitável.— Camila, já conversamos sobre isso. — Comecei, tentando manter a calma. — Não pode vir à empresa sem avisar e destratar meus funcionários.— Jhonathan, só estava tentando te ver. Não é um crime. — Ela se aproximou, a expressão mudando para algo mais suave, quase sedutor.— Já deixei claro, não quero nada com você. — Disse firmemente, dando um passo para trás.Os olhos dela se encheram de raiva, e antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ela se virou bruscamente e saiu, batendo a porta com força.— Lidar com esse temperamento de Camila é muito complicado, quando ela cisma com uma coisa é difícil. — Murmurei para mim mesmo.O dia passou rapidamente após isso, e quando o expediente terminou, decidi fazer algo que me animava: visitar Maria Fernanda. Chegando lá, fui recebido com sorrisos calorosos.— Maria Fernanda, o que acha de irmos jogar futebol no pa
lAnthonella FagundesO dia com Jhonathan foi bem legal, mas as palavras dele me deixaram muito pensativa. Jhonathan é uma pessoa muito controversa.Quando chegamos em casa, MaFê ainda falava animada sobre o seu dia e eu apenas peguei umas latas de cerveja e me sentei na sala. Minha amiga chegou e, ao ver a cena, sentou ao meu lado e perguntou o que havia acontecido.Antes de começar a explicar para ela, observei se minha filha não estava por perto porque ela é muito curiosa e observadora. Depois que contei tudo a ela, minha amiga abriu uma lata de cerveja e balançou a cabeça.— Complicado, eu não sei nem o que te dizer de verdade. — Minha amiga olhou para mim.— Como posso chegar para ele e jogar essa bomba?— Sabe qual o seu problema, An? Você pensa demais, sempre pensando nos outros, mas ninguém pensa em você.— Mentira! Você sempre pensa em mim.— Se eu não estiver aqui, quem vai? — Nós duas rimos. — Agora é sério, amiga, no momento você vai falar e se ele for o cara que acho que
A segunda-feira chegou e eu só tinha vontade de ficar deitada, mas o trabalho me chamava. Quando saí do meu quarto, Joyce estava penteando o cabelo de Maria Fernanda, que reclamava que ela estava puxando demais.— Pronto, rabugenta, terminei. — Joyce disse para minha filha, que a encarou de cara fechada. — De quem ela puxou esse lado rabugento?— Adivinha?— Não tinha um carinha mais maneiro pra você fazer uma filha, não? — Minha amiga perguntou.— Vocês ‘tão’ falando do meu papai? — Joyce me encarou e eu a encarei de volta.— Mais é curiosa, vem tomar café. — Encerrei o assunto antes que ela começasse com a sessão de perguntas.Na empresa, estava trabalhando quando Jhonathan me chamou para avisar que Afrodite viria conversar comigo, e assenti.Pouco tempo depois, Afrodite chegou à empresa. Jhonathan foi ao seu encontro e a levou para sua sala, me chamando em seguida.— Anthonella, a Afrodite veio conversar com você a respeito da audiência semana que vem. — Tudo bem. — Vamos começa
Hoje foi o dia que precisei levar minha filha para colher o sangue para a realização do exame de paternidade. Estava tranquila esperando a minha vez quando, de repente, Ramón surgiu com Priscila ao seu lado. Os dois ficavam me encarando, e aquilo estava me dando nos nervos.— Amiga, por que esses filhos da puta tiveram que vir hoje? — Joyce me perguntou, encarando-os.— Não faço ideia, só espero que eles não venham aqui.E como pensar ou falar em coisas as atraem, os dois se aproximaram de nós. Joyce já se levantou e eu pedi para ela se manter calma.— Oi, Maria Fernanda. — Ramón se aproximou e minha filha se agarrou em mim.— Quem é você?— Eu sou o…— Ninguém importante, filha. — Ramón ergueu uma sobrancelha e dei de ombros.— Então vai ser assim? — Priscila perguntou.— Vai ser assim como, cadela de guarda?Priscila fechou a cara e ficou me encarando. Ramón se aproximou e minha filha escondeu o rosto no meu braço.— Oh, Nandinha! Por que você não olha pra mim?— ‘Po que’ não ‘quelo
Nova York, 2023Maristela Olivas Estava de volta a Nova York, mas deixar Camila sozinha no Brasil me deixava apreensiva. Ela estava completamente obcecada por Jhonathan e uma pessoa obcecada é capaz de cometer loucuras.— Mãe, por que está com essa cara? É Camila, não é? — Jadeh perguntou, e eu assenti. — O que ela fez agora?— Ainda nada, minha filha, mas não duvido que ela fará. — Minha filha olhou para mim e, se aproximando, me deu um abraço bem apertado.— Mãe, me conta como foi no Brasil? Você tinha me dito que conheceu uma moça legal lá, mas não terminou de me contar.Contei a ela sobre Anthonella e de como ela era uma jovem batalhadora e simpática. Também falei sobre as fotos fofas que vi da filha dela.— Vocês estão conversando aí e nem me chamam. — Chloe, minha filha mais nova, surgiu interrompendo o assunto.As minhas filhas mais novas são muito pé no chão, apesar de toda a fortuna que possuem. Já Camila puxou o lado da minha família. Só espero que ela não se torne cruel co
Rio de Janeiro, 2023Ramón AlmeidaChegar à clínica não foi fácil. Anthonella havia me enfrentado depois que eu falei umas coisas sobre Maria Fernanda. O plano de Priscila era meio arriscado, mas o destino nos pôs frente a frente com Camila, uma patricinha mimada que ao descobrir sobre minha antiga relação com Anthonella se prontificou em nos ajudar. Estava aguardando minha vez quando finalmente a recepcionista me chamou:— Senhor Ramón Almeida, sua vez.Me levantei e segui a enfermeira até a sala de coleta. Priscila estava ao meu lado, seu olhar frio e calculista me deu a confiança que eu precisava. A coleta foi rápida. Sentado na cadeira, a enfermeira explicou o procedimento e, em poucos minutos, havia coletado a amostra necessária.— Pronto, senhor Ramón. Agora só precisamos da amostra da criança para concluir o exame. — A enfermeira sorriu profissionalmente.— Obrigado. — Respondi me levantando.Assim que saímos da sala de coleta, Priscila e eu procuramos Gustavo, o técnico de
Jhonathan LancasterO dia de hoje foi de muito trabalho. Eu estava completamente exausto, mas mesmo assim não deixei de ir à casa de Anthonella. Assim que cheguei, fui recebido por Joyce, que não perdeu tempo em suas brincadeiras habituais.— Daqui a pouco cobrarei hospedagem. — Ela brincou enquanto abria o portão para que eu passasse.— Boa noite, Joyce. Como está? — A cumprimentei, e ela respondeu dizendo que estava tudo bem.Chegando à sala, Maria Fernanda grudou em minhas pernas e me abraçou.— Tio Jo, sabia que ‘tilei’ sangue? Fez um ‘bulaco’ bem aqui. — Ela apontou para o curativo que estava em seu braço.— Doeu muito?— ‘Pa’ cacete! — Ela respondeu e logo foi repreendida por Anthonella. — A dinda disse que isso não é ‘palavão’.— Mesmo que não seja, não quero que você fique repetindo esse tipo de palavra.— Tá bom! Já ‘tendi.’ — Ela respondeu revirando os olhos. — Pode ‘faze’ nada nessa casa.— Eu ouvi isso, Maria Fernanda. — Anthonella gritou da cozinha, e MaFê se desculpou.J
O carro estava silencioso, Anthonella estava ao celular falando algo com Berenice e, quando ela desligou, me virei para ela.— Onde exatamente vamos hoje? — Perguntei para quebrar o silêncio.— Temos uma reunião com um novo fornecedor. Ele tem produtos de alta qualidade e pode ser uma ótima adição para os nossos projetos. — Ela respondeu, olhando rapidamente para mim antes de voltar sua atenção para o tablet novamente.— Ótimo, espero que seja uma boa parceria. Havia me esquecido que pedi para você pesquisar sobre possíveis fornecedores.— Por isso enviei três mensagens para te lembrar, mas acho que você não viu.— Desculpe por isso, meus pais chegaram de surpresa e acabei não verificando minha caixa de e-mail.— Não precisa se desculpar. — Ela sorriu. — Ainda temos tempo antes de irmos para a reunião. Sugiro que tome café.— Só se você me acompanhar.— Tudo bem. — Paramos em uma cafeteria e, após tomarmos café, voltamos para o nosso caminho.Chegamos ao local da reunião e fomos receb