— Gus, por que está tão irritado? — perguntei, sentando-me na banqueta.Ele estava lendo um livro de receitas e tirou os olhos do livro, me encarando com cara de poucos amigos.— Você e a mamãe inventaram de me inscrever nesse programa, e agora estou aqui aprendendo receitas novas. — Ele soltou uma lufada de ar.— Calma aí, morre. Se quiser, podemos dizer que você desistiu de participar. — Gustavo me encarou de cara feia.— Tá doida! Eu só estou ansioso e a Ana Fernanda não para de me encher o saco. Ela tinha que ser igual ao Anthony.Lembrei-lhe que o Thony só tem dois anos, e ele disse que é por isso mesmo. Como vi que ele estava irritado, resolvi não mexer mais com ele. Levantei-me para sair, mas ele me chamou, perguntando se eu não ia comer. Disse que estava satisfeita, o que era verdade, pois tinha comido muito no shopping.— Senta aqui e experimenta uma receita que estou testando. — Do jeito que ele estava irritado, tinha certeza de que a comida não deveria estar boa. Tia Beatri
Priscila AlmeidaEu estava à espreita, observando a família feliz. Anthonella e Joyce se deram bem na vida, enquanto eu fiquei na merda. Se elas pensam que as coisas vão ficar assim, podem ter certeza de que não vão. Ontem, segui Joyce e sua família, e hoje estou seguindo Anthonella. Por culpa dela e daquela filha insuportável, passei anos na cadeia e perdi o amor da minha vida. Fui rever uma velha amiga, achando que ela poderia me ajudar, mas parece que Camila se regenerou. Aquela vagabunda fodeu comigo e com Ramon, e agora saiu como se nada tivesse acontecido.Revoltada, decidi que iria colocar fogo no bar de Anthonella e Joyce. Estava determinada a fazer com que elas pagassem pelo que eu considerava ser uma injustiça. Com um olhar de ódio, esperei até a noite cair e me esgueirei até o bar.Acendi um pavio improvisado e joguei o coquetel molotov na janela do bar, observando as chamas começarem a tomar conta do lugar. De longe, torcia para que tudo desse certo para mim, mas, rapidame
Maria Fernanda Fagundes Lancaster Estava no treino e notei que o técnico estava me observando atentamente. Após o treino pesado, ele me chamou para uma conversa.— Maria Fernanda, você está indo muito bem. Queria te informar que você foi convocada para participar da Copa América na França. — Ele anunciou com um sorriso.— Sério? — Perguntei, surpresa e animada.— Sim. Durante os treinos fui procurado e me avisaram que você, Clara e Fabi foram convocadas. Parabéns! Fiquei radiante com a notícia. Agradeci ao treinador e me levantei, mas ele me pediu para sentar novamente.— Você entendeu que não é a seleção sub-20.— Não é a sub-20? — Perguntei, incrédula.— Não, é a Seleção Brasileira mesmo. Você tem noção da oportunidade que vocês três estão tendo? Você será goleira reserva, mas mostre que pode ser titular. Faça seu nome e nos deixe orgulhosos.Agradeci a ele mais uma vez e o abracei antes de entrar no carro. Seu Valdo disse que eu estava muito animada para alguém que se cansou no t
11 anos atrás Eu tinha apenas sete anos quando meus pais decidiram me dar a notícia mais importante da minha vida até aquele momento. Aquele ano já havia sido incrível de muitas maneiras, mas nada se comparava à surpresa que eles tinham preparado para mim. E, claro, decidiram fazer isso no lugar mais mágico do mundo: a Disney.Eu me lembro de acordar naquele dia com uma empolgação indescritível. Não era o meu primeiro dia na Disney, mas cada visita parecia a primeira vez. O cheiro de pipoca, o som das risadas e a visão dos castelos e personagens ao redor sempre me enchiam de uma felicidade que eu mal conseguia conter. Mamãe, papai e eu estávamos hospedados em um dos hotéis temáticos. Naquela manhã, eles me acordaram com um sorriso secreto nos rostos, como se estivessem guardando o maior dos segredos. — Pronta para um dia mágico, minha princesa? — Mamãe perguntou, ajudando-me a colocar o vestido da Minnie Mouse que eu amava.— Sim! — respondi, pulando da cama. — Hoje vamos ao Magic
Atualmente…Estava sentada na famosa cafeteria da faculdade com minhas melhores amigas, tentando conter a empolgação. As duas estavam boquiabertas desde que contei sobre minha convocação para a Copa América.— Eu ainda não acredito que você foi convocada para a Copa América, MaFê! — Valentina disse de olhos arregalados.— Nem eu! — Laiane concordou, balançando a cabeça. — Isso é incrível!Sorri, sentindo meu coração inchar de orgulho. Não conseguia acreditar que aquilo realmente estava acontecendo.— Como você vai fazer com as aulas? — Valentina perguntou, voltando à realidade prática da vida universitária. — Não dá para simplesmente abandonar tudo, né?— Ainda não sei exatamente. — admiti. — Meus pais vão conversar com o reitor para explicar a situação. Eles querem garantir que eu não perca nenhum conteúdo importante.— Tenho certeza de que vai dar tudo certo. — Laiane disse, me abraçando. — Vamos sentir sua falta nesse período, mas você vai arrasar na Copa América!Antes que eu pude
O treino hoje foi intenso e, ao final, o treinador nos reuniu para conversar sobre como a dinâmica do grupo mudaria a partir do mês que vem com a minha ausência, a de Clara e a de Fabi. Depois da conversa, as meninas disseram que deveríamos comemorar e topamos. Depois do treino, Pedro Henrique estava à minha espera. — Pensei que já tinha ido embora. — Resolvi ficar te esperando. Seu treino foi intenso, né? — Ele perguntou, e eu assenti. — Vamos tomar um sorvete? Adoro chocolate com pistache. — Que surpresa, eu também! Bom, não vou negar uma ida ao sorvete. É você quem vai pagar, né? — Com toda certeza. Fomos caminhando até a sorveteria mais próxima. Quando chegamos lá, fizemos nossos pedidos e nos sentamos em uma mesa perto da janela. Eu olhava o movimento na rua enquanto Pedro Henrique mexia no celular, aguardando nossos sorvetes. — Então, qual é a próxima aventura? — ele perguntou, sorrindo. — Bem, além da Copa América, preciso conciliar os treinos com a faculdade e as demai
Jhonathan LancasterO sol estava se pondo, tingindo o céu com um tom alaranjado suave, quando me sentei na varanda de nossa casa. O dia tinha sido longo e cheio de reuniões no escritório, mas ali, naquele momento, tudo parecia em paz. Anthonella se aproximou, trazendo duas xícaras de chá. Ela sempre soube como me acalmar, e aquele gesto simples me trouxe um conforto imenso.— Obrigado, meu amor. — sorri, pegando a xícara de suas mãos.— De nada, querido. — ela respondeu, sentando-se ao meu lado.Ficamos em silêncio por alguns minutos, apenas apreciando a vista e a companhia um do outro. Então, Anthonella quebrou o silêncio, falando sobre algo que estava em nossa mente há algum tempo.— Você já conversou com a MaFê sobre a viagem para a França? — ela perguntou.Suspirei, sabendo que era um assunto inevitável.— Sim, conversamos. Ela está tão animada com a oportunidade. — admiti, tentando manter a voz firme. — Mas, sinceramente, não estou pronto para soltar a minha garotinha.Anthonella
Anthonella Fagundes Lancaster O sábado chegou e, com ele, uma correria frenética. Joyce e eu estávamos dando os últimos retoques no bar, e ao vermos que tudo estava pronto, batemos um high five de animação.— Nem acredito que conseguimos reerguer o bar em tempo recorde. — disse Joyce, ajeitando a coluna.— Sim, Marinho conversou com você? Ele e Jhonathan estão estudando estratégias para aumentar ainda mais a segurança do bar. — respondi, com um sorriso de satisfação.— Ele me falou sim. Ainda não acredito que um desocupado colocou fogo no nosso bar.— A gente chama de bar, mas já é um clube, né? — brinquei, olhando para o lugar com carinho. Nós amávamos demais esse espaço, e ter visto ele parcialmente danificado nos feriu.— Verdade. — concordou Joyce. — O amor que colocamos nesse lugar é o que o faz ser tão especial.— Amiga, vou arrumar as crias e me arrumar para retornar. — Joyce anunciou, e eu falei que faria o mesmo.Ao chegar em casa, me deparei com uma zona. Gustavo estava cor