O bebê do Ceo
O bebê do Ceo
Por: Candy Boss
Prólogo

Bianca Bernardes

Franzindo a testa, apertei meus olhos enquanto forço as pálpebras a se abrirem e ao contrário do que eu esperava, elas tremem diante do meu cansaço de dias exaustivos.

Mais uma noite se foi, e agora preciso levantar para dar início a mais um dia de rotina.

Como é possível passar 7 horas tão depressa?

A sensação que tenho é que deitei a poucos minutos. Me sinto exausta fisicacamente e psicológicamente,  nem sei em qual estágio estou.

Normalmente, estudantes vivem 5 anos se arrastando enquanto intercalam trabalho e estudos e eu não sou diferente.

Assim que coloquei meus pés para fora da cama, me forcei a levantar e bati minha cabeça com força na cama beliche que divido com a minha irmã mais nova e sinto uma fisgada atravessar toda a minha cabeça, o que me fez embrar que preciso abrir os lhos para depois fazer qualquer outra coisa.

Levando minhas mãos até a testa, tentei amenizar a dor que sinto quando ouço Alicia murmurar com a voz preocupada.

         — Você sempre esquece da cama de cima, poxa...

Ela se aproximou de mim e repousou sua mão fria sobre a pequena concussão da minha testa e eu apenas relaxei em seus braços.

Esses poucos momentos de carinho entre eu e ela são tão raros, que eu tento aproveitar cada segundo.

Nossos horários não batem, e por isso nossos momentos são poucos.

           — Não tenho argumentos para defesa.

Ela começou a rir e perguntou.

             — Você tem certeza que está na profissão certa?

Eu dei de ombros e respondi com um sorriso enquanto ainda recebia sua carícia.

             — Acho que acidentes acontecem, e nem sempre precisamos dar desculpas para nos defender.

Se afastando, Alicia murmurou.

               — Você tem razão, mas está atrasada...

Quando ela disse isso, abri meus olhos com força e os arregalei quando ela disse.

                — Ja faz 10 minutos que seu despertador tocou da segunda soneca e...

Para confirmar o que ela disse, tocou mais uma vez e pude ver que era o modo soneca pela terceira vez e droga, estou muito atrasada e me levando com pressa, bati minha cabeça mais uma vez na grade de madeira que sustenta o colchão de cima mas sem tempo para choramingar, logo me direcionei ao banheiro apertando a testa.

Respirando fundo, fiz um coque frouxo no cabelo e fui tirando minha roupa, nem me importando onde cada peça estava sendo jogado.

Estou prestes a me formar em Direito, toda essa correria e cansaço irá valer a pena em breve pois logo estarei advogando e ganhando um bom salário se Deus me ajudar, já que dedicação tenho de sobra.

Já cansei de ver meus pais passando sufoco dentro de casa. Sinto que é meu dever recompensa-los por toda ajuda e apoio que me deram nos últimos anos.

Por ter me dedicado tanto aos estudos, tenho uma entrevista na mais requisitada e importante advocacia do país, inúmeros empresários viajam de todos os estados para contratar a empresa e é lá que eu me vejo no futuro. Sendo uma advogada de renome na empresa mais aclamada do pais.

Todos os alunos com as melhores notas são indicados, e eu fui uma das poucas que conseguiram essa proeza. Confesso que não foi fácil, mas meus pais me ajudaram muito e disseram que eu deveria estudar o máximo possível por mim, para conquistar todos os meus objetivos de vida, mas na realidade, eu faço tudo por eles, por que quero que tenham uma vida melhor e confortável, então eu estou me esforçando para entrar nessa empresa para honra-los.

Quero honrar toda a ajuda e apoio que recebi.

Com um sorriso no rosto, me enrolei na toalha e fui até a pia fazer minha higiene matinal e quando limpei o espelho embaçado, a visão que tive logo me fez murchar. Minha testa está com um galo enorme e vermelho, impossível passar despercebido.

Droga, não tenho tempo.

Eu não tenho tempo nem para lamentar a minha aparência.

Enxuguei a boca e voltei ao quarto para me vestir e minha irmã disse, me dando a impressão de que estava me aguardando.

               — Vou pedir para o papai tirar a cama de cima para você não se machucar mais.

Eu confirmei com um gesto e respondi.

               — Se ele estiver muito cansado, não precisa falar sobre isso, Ali.

Escolhi minhas roupas do dia, passei meu desodorante que por sinal já esta acabando e vesti minha calça social que é dois números maior que o meu e a camisa de manga curta do escritório em que eu faço o estagio remunerado.

Esse escritório é de bairro, mas foi o único que me aceitou por não estar formada ainda, e desde então, completamos quase 5 anos de muito trabalho e aprendizado. Se não fosse pelo senhor Mendes, eu estaria sem emprego até hoje, pois eu trabalho 6 horas por dia e me dedico aos estudos o restante do meu tempo.

Se não fosse por esse emprego, sem dúvidas, estaríamos passando maiores apertos.

               — Se papai estiver cansado, não peça nada a ele. Me promete?

Eu olhei para minha irmã através do reflexo do espelho enquanto escovava meus cabelos castanhos e vi que ela confirmou com um gesto e disse.

                — Prometo, fique tranquila.

Assentindo, juntei minha mochila, pasta com trabalhos e minha sandália de salto médio e depositei um beijo na bochecha da minha irmã antes de atravessar a porta.

Correndo pelo pequeno corredor que já tem suas paredes descascadas e mofadas, encontrei meus pais servindo o café da manhã na pequena cozinha.

A mesa de madeira com as marcas do tempo, já estava posta.

— Bom dia, família.

Murmurei assim que parei em frente à mesa e calçando minhas sandálias, ouvi minha mãe me saudar.

— Oi, querida. sente-se e tome um café.

Eu neguei com um gesto e respondi.

— Estou muito atrasada, mãe, preciso ir.

Meu pai se aproximou de mim com uma pequena garrafa térmica e um pequeno recipiente de plastico e disse.

— Você está cansada, mas logo valerá a pena.

Estendendo os braços, ele prossegue.

— Preparei seu café da manhã para levar pro trabalho.

Minha mãe sorriu e confirmou com um gesto enquanto colocava tudo dentro de uma ecobag preta e me entregou.

— Obrigada, vocês são meus heróis.

Me levantei e beijei a bochecha dos meus pais e saí apressada depois de pegar as três bolsas que estavam sobre a mesa.

E atravessando a porta, comecei a sorrir quando um pensamento atravessou minha cabeça.

" Ninguém tem história para contar sem esses perrengues, e com certeza, quando eu estiver no topo, vou lembrar disso tudo com orgulho."

Fechando a porta atrás de mim, me apressei pela calçada, vendo que o dia de hoje seria parecido com o de ontem. Seco, nublado e com a temperatura agradável.

Soltei o ar lentamente enquanto agradecia mentalmente por ter uma trabalho tão perto de casa, quando coloquei meus pés na faixa de pedestres e fui recepcionada com uma buzina alta em meu ouvido, fazendo-me saltar pelo susto e torcer o meu pé com força ao cair sentada para trás.

Eu realmente sou muito sortuda para essas coisas acontecerem em um único dia.

O que mais falta acontecer?

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