capítulo 5

Igor Carter

Confesso que levou alguns segundos até a ficha cair. A mulher que havia ignorado minhas mensagens e ligações estava realmente na minha empresa. Meu choque foi evidente quando nos vimos, mas assim que entrei na sala de reuniões, ela ficou totalmente insegura.

Parecia tensa demais.

Talvez tenha se lembrado de mim.

Internamente sorriu em triunfo por saber que ela está aqui. Pois lembro de cada segundo daquele dia. Lembro-me até das ligações não atendidas.

Agora, Bianca Bernardes está sentada a alguns metros de distância, olhando para algo entre seus dedos, com toda certeza tentando me evitar e engolindo em seco, cocei a garganta e quebrei o silêncio enquanto tamborilava os dedos em cima da mesa.

— Então você é a aluna que se formou com honras na UNY.

Murmurei enquanto observava ela estremecer em sua cadeira. Era evidente sua agonia e soltando o ar com força, eu logo perguntei, me sentindo cansado pela situação.

— Você fez de propósito?

Nesse momento seus olhos alcançaram os meus e ela negou com a cabeça e disse.

— Não, senhor Carter.

Arqueando a sobrancelha, eu prossegui.

— Já sabia que eu era o Ceo então?

Ela negou com a cabeça e respondeu.

— Não, eu…

Me ajeitando na cadeira, juntei as mãos acima da mesa e perguntei.

— Você já me conhecia? Sabia que era o Herdeiro do grupo Carter?

Ela fez um movimento negativo com a cabeça e trincando o maxilar, senti o gosto amargo da confusão criando situações em minha mente. Nada parecia fazer sentido e ela não estava colaborado para me fazer entender.

— Então por que hoje? Isso foi uma coincidência?

Ela engoliu em seco e confirmou com um movimento lento e eu sorri de lado incrédulo e respondi.

— Não acredito em coincidências, Bianca.

Nesse momento ela me encarou, ajustando a postura, ela respondeu olhando fundo em meus olhos.

— Não importa se acredita ou não, é a verdade.

Jogando a cabeça para tras em uma risada nervosa, desejei por um momento não ter entrado no assunto com quando de repente ouço.

— Já que faz tanta questão de saber, irei dizer.

Nesse momento me ajeitei na cadeira e fiquei em silêncio enquanto aguardava ela falar.

— Eu fiquei esse tempo todo tentando economizar para juntar o dinheiro que você gastou com meus medicamentos. Fiquei com vergonha de atender as suas ligações por que com o emprego que eu tinha não sobrava nada para mim.

Ela pareceu estremecer e prosseguiu sem me olhar no rosto.

— Eu não tinha nem mesmo o direito de adoecer naquela época.

Nesse momento ela se encolheu, parecendo ainda menor do que já é.

— Você o que?

Perguntei sem acreditar no que acabei de ouvir.

— Hoje entendo que foi besteira, mas não parava de me culpar, pensando que você pudesse estar precisando daquele valor…

Negando com a cabeça, eu apertei minhas têmporas e questionei.

— Pensou que eu iria cobrar?

Ela mordeu o lábio e assentiu e negando com um gesto, eu respondi me sentindo cansado de repente.

— Você está liberada. Pode ir para sua sala, Senhorita Bernardes.

Nesse momento, eu me levantei da cadeira e me direcionei até a janela e consegui ouvir o momento em que ela parou de andar e disse.

— Eu sinto muito, Senhor Carter. Pensei errado e queria devolver tudo com juros de uma forma amigável.

Virando em direção a voz tremula, vi quando Bianca depositou um envelope em cima da mesa e disse.

— Eu espero que me desculpe. Naquele tempo tudo era muito difícil mas hoje, estou realizando meu sonho.

Fiquei sem reação ao ouvir aquilo. Ela pareceu tão sincera que de repente aquela sensação ruim de segundos atrás se afastou de mim rapidamente e olhando para o envelope da cor parda, me perguntei se Bianca teria a cara de quem iria arquitetar tudo isso para entrar na minha empresa e se aproveitar de mim ou da minha boa vontade.

— Senhor Carter, sei que não tenho direito, mas peço uma chance de mostrar que sou confiável e apta pata trabalhar na sua equipe.

Engolindo em seco, ajustei minha postura enquanto meus olhos se fixaram no rosto da bela morena a alguns metros de distância.

— Não desejo menos do que isso, Senhorita Bernardes.

Assentindo, ela fez um gesto com a cabeça e saiu andando através do corredor. Me deixando em um estado que nunca havia acontecido antes.

Será que ela realmente passava dificuldades antes?

Sera que ela pensava tão pouco de mim?

Negando com um gesto, peguei meu celular e olhei as mensagens que eu havia enviado para ela, sem antes saber que a encontraria aqui.

" Oi, tudo bem? pensei que tinha apagado meu numero.

" Eu espero que esteja melhor. "

Negando com um gesto, olhei para o envelope em cima da minha mesa e pensei no que eu faria com aquele dinheiro. Um dinheiro que fez eu passar por carrasco. Como ela ousou pensar isso de mim?

Santo Deus.

Apertando minhas têmporas, fechei os olhos por alguns segundos e resolvi pegar aquele envelope e fazer algo que se fosse em outra época, eu mesmo iria duvidar.

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