Tive que deixar claro que eu precisava de um banho antes de conseguir sair das garras da minha mãe e da minha madrinhas, eu as amos, mas eu estava exausta precisava muito de um banho e de um cochilo antes da cerimônia, quando subir a escada e andei a até o quarto onde eu sabia que ficaria, nem precisei perguntar, tudo tão familiar, me dava até um frio na barriga, meu quarto ficava de frente ao quarto de Marcos, isso era bom na época mas agora seria uma tortura, te que lidar com ele seria uma tortura de qualquer jeito, de verdade eu nunca quis magoa-lo, se eu pudesse de alguma forma mudar as coisas eu mudaria, mas não tinha como mudar e agora eu precisava conviver com as consequencia que era ter magoado o homem que mais amei, quando o vi ali no meu antigo quarto de ferias, parado olhando para o nada, sentir um frio na barriga, aquele quarto quardava tantas lembranças, e nós dois ali naquela situação parecia tão errado. Nós já não éramos os mesmos, eu tinha destruído a nossas lembranças, então ele se virou e me olhou de uma maneira que fez meu coração bater mais forte, por um momento me senti uma menininha boba de novo, ele começou a se aproximar e então me beijou, por um momento só me deixei levar, queria mais dele, queria mais da sua pele sobre a minha, queria que ele trancasse aquele porta e me arrastasse para cama. Estava quase implorando isso quando ele se afastou.
— O prazer foi todo meu. — Ele disse me deixando ali, completamente entregue e com vontade de ter mais, porém não ousei ir atrás dele, apenas fechei a porta e deixei meu corpo se arrastar até o chão. E então cheguei a conclusão que nada, nem mesmo o tempo e os traumas me tiraram o desejo que tenho por ele.
Tomei meu banho e me deitei na cama, a comemoração logo iria começar, e eu sei que terei que lidar com as fofocas dos convidados, eu seria a palhaça do circo e isso era o preço que teria que pagar por falir e ter que voltar para esse lugar.
Acordei assustada com três batidas na porta, olhei pela janela e já era fim de tarde, logo a pequena cerimônia começaria, sentir preguiça de me levantar, queria ficar ali escondida em meu quarto, fingindo que eu tinha três anos e que era férias de verão.
— Estou indo. — Falei enfim, após a batida se tornarem mais fortes, quando abri vi minha irmã, ela havia esticado muito, estava mais alta que eu, seus cabelos cor de avelar caía em cachos em seu ombro, ela tinha os olhos azuis do meu pai, sempre se pareceu com uma boneca de porcelana.
— Mamãe só me deixou acordá-la agora, estava com tanta saudade. — Ela me deu um abraço e eu me senti como um sorvete derretido, eu precisava disso, mas do que ela poderia imaginar.
— Eu te amo tanto. — Eu abracei com mais força, Helena me visitou uma duas vezes em São paulo, mas sempre que ia, ela ia com minha mãe que ficava me criticando, então não tínhamos tempo para nós, minha irmãzinha agora era uma moça, ela tem apenas quatorze anos, mas com certeza ela ganhou na disputa de altura e beleza. — Porque não estava aqui quando cheguei?
— Eu te amo também. — Ela sorriu. — Tive uma festa do pijama ontem a noite na casa da Mari, não queria perder sua chegada, mas tive que pegar carona com Bento, ele que trouxe as alianças, nossa tia queria um especial para a renovação dos votos.
— Minha madrinha quer sempre tudo perfeito, lembro que quase enlouqueci quando ela organizava…. . — Eu deixei as palavras morrerem, não queria usar a palavra casamento em voz alta. Então Helena ficou séria, ela me olhou de forma desconfiada, e me puxou para um sofazinho de dois lugares no quarto.
— Elas querem te juntar com Marcos novamente. — Ela foi de maneira rápida sem respirar, como se precisasse fazer aquela confissão depressa.
— Como assim?! — Que minha mãe e madrinha eram as pessoas que mais sofreram porque o casamento não aconteceu isso era um fato, as duas sempre sonharam em unir a família com nosso casamento, mas depois de tudo, depois de tanta confusão achei que elas haviam desistido disso.
— Foi por isso que mamãe disse que precisaria vender a casa de São paulo, ela sabia que estava sem dinheiro para pagar o aluguel e isso a forçaria voltar. — Isso era claro, ela me fez me sentir culpada, já que fiquei meses sem conseguir pagar o aluguel e pensei que isso prejudicou a renda da família.
— Velhas intrigueiras. — Me levantei furiosa, mas Helena me puxa novamente.
— Não falei para brigar com elas, mas sim para se cuidar, não quero que se machuque achando que tem alguma chance com Marcos, ele vive dizendo que para ele você morreu naquele dia, e não quero te ver criando esperanças infundadas. — Olhei para minha irmã de apenas quatorze anos e comecei achar que trocaram ela por uma velhinha durante os anos que estive fora.
— Está certo, e eu também quero nada com Marcos, eu e ele não temos e nem teremos nada. Mas se nossa mãe me fazer passar algum vexame com essa história, eu me vou embora de novo, sem pensar duas vezes.
— Não vai não, preciso de você aqui, papai precisa se preocupar com você e não comigo.
— Esperta você. — Falei rindo, mas e não a imagem de quando eu cheguei e ele deu as costas sem me comprimentar me fez querer chorar, nem Marcos tinha sido tão frio comigo.
— O que ele fala de mim? — Perguntei segurando o ar, eu sabia que meu pai ainda não tinha me perdoado, que o pouco contato que minha mãe tinha comigo causava briga entre eles.
— Nada, na verdade ele nunca diz nada sobre você, nem de bem nem de mal, mas nossa mãe sempre deixou claro que se ele queria te enterra que fizesse isso sozinho, seu quarto está intocado lá, como esse aqui.
— Acha uma boa ideia eu voltar a morar com vocês? — Ela pareceu pensar e então deu de ombros.
— E onde mais moraria? aqui de frente ao quarto de Marcos? — E a forma que me olhou me deu vontade de chorar, eu realmente era uma fracassada, nem teto eu tinha.
— Sabe que devia ser um pouco concedente e mentir para me animar né? — Ela sorriu.
— Estava com tanta saudade, das suas palavras complicadas Liz. — Ela me dar outro abraço, mas logo ela saiu, me deixando pensativa em como minha mãe e minha madrinha eram duas ardilosas, quando Marcos souber disso ele ficará furioso. Então a lembrança do beijo daquela manhã me atingiu, e por mais que eu saiba que ele fez aquilo apenas para me provocar, não conseguir deixar de pensar
"E se elas não fossem tão malucas assim?”
Logo cerimônia iria acontecer, eu esperava minha mãe para levá-la até meu pai, nossa sala de está estava cheia de convidados, e era minha missão recebelo já que Leila não terminou de se arrumar, e tudo estava correndo bem até que que Liz apareceu na escada, seu sorriso era de orelha a orelha, elas estava belíssima, usava um vestido azul, seu cabelo caia em cascatas, em um penteado um pouco descuidado, Liz sempre teve cabelos negros e cheios como o de sua mãe. Ela estava radiante enquanto falava com alegria com irmãzinha, por um momento parecia ser a minha Liz a que eu amei, mas então seus olhos caíram sobre o prefeito que estava em uma roda com nossos conhecidos, ele bebia e ria, ela arregalou seus grandes olhos castanhos e eu vi seu sorriso se desfazer, tornando uma máscara de raiva e medo, de forma rápida pegou na mão de
Terminei de me arrumar, o vestido azul royal que minha madrinha escolheu para mim, ficou magnífico, ele é frente única, e tem um decote que eu não teria escolhido, ainda mais sabendo em como serei julgada perante a sociedade dessa pequena cidade. Não conseguir deixar de ri, eu realmente estava aqui, me importando o que eles tinham a dizer? Como se eu fosse uma menina de dezesseis anos. Logo Helena chegou toda arrumada, ela usava um vestido cor de rosa, parecia uma fada, ela me olhou sorriu. — Nossa tia quer perturbar o Marcos. — Eu sorri e sim, imaginei como seria seu olhar para mim, como seria flertar com ele. Mas ao mesmo tempo sinto meu coração pesar, eu sabia que não seria tão fácil, e como Helen disse ele tinha declarado minha morte no dia que eu o deixei. E não posso culpá-lo por fazer isso por que a Liz que ele conheceu de fato morreu, e não da forma tão heróica que eles pensam, não morri escolhendo meus sonhos, morri quando me destruíram, quando tiram minha melhor versão de m
Havia algo nostálgico e doloroso enquanto eu caminhava com minha mãe, meu pai ali com seu sorriso cansado, ele não queria aquilo, mas nem em seus sonhos ele diria não para minha mãe, eles eram felizes e tinha algo que eu não conseguir ter, eles tinha amor, tinha comprometimento, os dois se apoiavam e se amavam, eu sempre quis aquilo, uma pequena lasquinha do que eles tinha e eu estaria satisfeito, então olhei para Liz, tão bonita e metida, estava com queixo erguido como se fosse da realeza. Eu sentia meu sangue ferver só de vê-la ali, eu achei que poderia ter isso com ela, realmente acreditei nisso, coloquei todas as minhas fichas em algo que era só uma brincadeira para ela.— Pode me soltar agora. — Minha mãe sussurrou, percebi que eu estava ali diante do meu pai.
Bianca estava linda como sempre e estava mais sem vergonha também, ela praticamente se atirou em Marcos e pior ele não pareceu se importar, eu sabia que os dois tinham ficado próximos na minha ausência, o que eu era óbvio que aconteceria, Bianca sempre se manteve por perto, e por algum motivo Marcos não afastava completamente, os dois tinha uma amizade complicada, nunca entendi, mas quando mais nova tinha um ciúmes louco, já que não entrava na minha cabeça ele não a querer e me querer, Bianca sempre foi linda e sempre teve todos aos seus pés, exceto Marcos, esse sempre se mostrou mais inclinado a mim, mas mesmo assim ele sempre a mantém por perto, ele dizia que ela precisava dele. Nunca me disse o porquê exatamente.— Ela sempre esteve por perto, mas nunca tiveram nada sério. &md
Acordar em uma casa que houve festa na noite anterior é simplesmente uma das piores coisas do mundo, alguns convidados ficaram na casa para dormir, o que significa que a festa continua no outro dia, então antes das seis da manhã me levantei queria tomar café longe de todo mundo, e então sair para cavalgar antes que minha mãe surgirá que eu ensine algum convidado.E só foi eu abrir a porta para me deparar com Liz, ela usava um vestido florido longo, seu cabelo estava amarrado em um nó frouxo, seu rosto ainda estava inchado, e parecia que não tinha dormido o suficiente.— Bom dia! — Falei fechando a porta do meu quarto.— Bom dia! — Ela falou de maneira m
Eu voltaria para minha casa, ou melhor para casa dos meus pais, mas sentia um aperto enorme enquanto arrumava as malas eu sabia que não era bem vinda, não pelo meu pai, a forma como ele fingiu que eu não existia no café era doloroso demais, eu imaginei que comigo aqui amoleceria o coração dele, mas vejo que fez piorar tudo, ele deve me odiar.— Mamãe disse que vamos ficar para o almoço, então não precisa arrumar as coisas com pressa. — Helen diz se encostando no batente da porta. — Conhecendo nossa mãe e minha madrinha, sairemos depois do jantar.— Ou só na próxima semana nunca se sabe quantas desculpas elas podem inventar, e nosso pai agora que está sem trabalhar, não temos desculpas para voltar.— Eu preciso, quero arrumar um emprego, tenho que ajudar nas contas da casa, e quando melhorar a situação alugar um lugar para mim. — Eu ficaria o mínimo de tempo possível na casa dos meus pais. — Não se preocupe com isso agora. — Helen diz se aproximando e me abraçando. — Acabou de chega
Eu estava andando de cavalo quando a vi, uma parte minha sabia que ela estaria ali, seria quase impossível não está, sempre amou jabuticaba, e ela estava linda como sempre por um momento apenas a admirei, era insano imagina como ela mexe comigo. Decidi ir até ela, queria incomodá-la queria que ela sentisse um pouco que fosse do que eu sinto, Liz merece sofrer nem que seja um pouco do que eu sofri, ela tinha que sentir, toda a humilhação, cada olhar de pena que me deram, todos os deboches que eu ouvir. Eu poderia fazer ela pagar, poderia fazê-la achar que está ganhando e então tirar tudo dela, assim como ela fez comigo. — Sério? — Falei me aproximando dela, ela parecia desconfiada, como se não esperasse que eu descesse do cavalo.— Eu fiquei longe durante a festa. — Ela fala abrindo seu sorriso, sim ela tinha se comportado durante a festa, mas logo depois estava aos prantos no quarto.— Leonor devia ter salvado o máximo que podia. — Falei me aproximando, percebi que ela estava um po
É claro que ele queria isso, Marcos queria me tirar do sério, queria me provocar, da maneira dele de ser irritante, ele provoca as pessoas, ele era o encrenqueiro na escola, sempre puxando as trancinhas e tirando sarro das pessoas, ele não tinha mudado nada, e eu cair na dele, devia saber que ele era assim e ignorá-lo para sempre, mas não estava eu aqui perdendo tempo com ele. — O que foi menina? — Minha madrinha perguntou, eu obviamente estava vermelha e entrei pela casa irritada. — Preciso ir para minha casa. — Falei, minha madrinha desceu as escadas. — Me perdoe mas estamos sem carro, pedi para seu pai emprestar o dele para a vizinha, ela estava apenas com um carro e as filhas dela veio para o casamento, não podem ficar sem carro, imagine querer ir na cidade e não poderem ir. — Minha madrinha falou ignorando o fato de isso estar acontecendo comigo, porque ela estava planejando me prender nesse sítio até os fins do meus tempos. — Eu vou de carroça, ou de carona com qualquer pesso