Capitulo 05

Tive que deixar claro que eu precisava de um banho antes de conseguir sair das garras da minha mãe e da minha madrinhas, eu as amos, mas eu estava exausta precisava muito de um banho e de um cochilo antes da cerimônia, quando subir a escada e andei a até o quarto onde eu sabia que ficaria, nem precisei perguntar, tudo tão familiar, me dava até um frio na barriga, meu quarto ficava de frente ao quarto de Marcos, isso era bom na época mas agora seria uma tortura, te que lidar com ele seria uma tortura de qualquer jeito, de verdade eu nunca quis magoa-lo, se eu pudesse de alguma forma mudar as coisas eu mudaria, mas não tinha como mudar e agora eu precisava conviver com as consequencia que era ter magoado o homem que mais amei, quando o vi ali no meu antigo quarto de ferias, parado olhando para o nada, sentir um frio na barriga, aquele quarto quardava tantas lembranças, e nós dois ali naquela situação parecia tão errado. Nós já não éramos os mesmos, eu tinha destruído a nossas lembranças, então ele se virou e me olhou de uma maneira que fez meu coração bater mais forte, por um momento me senti uma menininha boba de novo, ele começou a se aproximar e então me beijou, por um momento só me deixei levar, queria mais dele, queria mais da sua pele sobre a minha, queria que ele trancasse aquele porta e me arrastasse para cama. Estava quase implorando isso quando ele se afastou. 

— O prazer foi todo meu. — Ele disse me deixando ali, completamente entregue e com vontade de ter mais, porém não ousei ir atrás dele, apenas fechei a porta e deixei meu corpo se arrastar até o chão. E então cheguei a conclusão que nada, nem mesmo o tempo e os traumas me tiraram o desejo que tenho por ele.

Tomei meu banho e me deitei na cama, a comemoração logo iria começar, e eu sei que terei que lidar com as fofocas dos convidados, eu seria a palhaça do circo e isso era o preço que teria que pagar por falir e ter que voltar para esse lugar. 

Acordei assustada com três batidas na porta, olhei pela janela e já era fim de tarde, logo a pequena cerimônia começaria, sentir preguiça de me levantar, queria ficar ali escondida em meu quarto, fingindo que eu tinha três anos e que era férias de verão. 

— Estou indo. — Falei enfim, após a batida se tornarem mais fortes, quando abri vi minha irmã, ela havia esticado muito, estava mais alta que eu, seus cabelos cor de avelar caía em cachos em seu ombro, ela tinha os olhos azuis do meu pai, sempre se pareceu com uma boneca de porcelana.

—  Mamãe só me deixou acordá-la agora, estava com tanta saudade. — Ela me deu um abraço e eu me senti como um sorvete derretido, eu precisava disso, mas do que ela poderia imaginar.

— Eu te amo tanto. — Eu abracei com mais força, Helena me visitou uma duas vezes em São paulo, mas sempre que ia, ela ia com minha mãe que ficava me criticando, então não tínhamos tempo para nós, minha irmãzinha agora era uma moça, ela tem apenas quatorze anos, mas com certeza ela ganhou na disputa de altura e beleza. — Porque não estava aqui quando cheguei?

— Eu te amo também. — Ela sorriu. — Tive uma festa do pijama ontem a noite na casa da Mari, não queria perder sua chegada, mas tive que pegar carona com Bento, ele que trouxe as alianças, nossa tia queria um especial para a renovação dos votos.

— Minha madrinha quer sempre tudo perfeito, lembro que quase enlouqueci quando ela organizava…. . — Eu deixei as palavras morrerem, não queria usar a palavra casamento em voz alta. Então Helena ficou séria, ela me olhou de forma desconfiada, e me puxou para um sofazinho de dois lugares no quarto. 

— Elas querem te juntar com Marcos novamente. — Ela foi de maneira rápida sem respirar, como se precisasse fazer aquela confissão depressa. 

— Como assim?! — Que minha mãe e madrinha eram as pessoas que mais sofreram porque o casamento não aconteceu isso era um fato, as duas sempre sonharam em unir a família com nosso casamento, mas depois de tudo, depois de tanta confusão achei que elas haviam desistido disso. 

— Foi por isso que mamãe disse que precisaria vender a casa de São paulo, ela sabia que estava sem dinheiro para pagar o aluguel e isso a forçaria voltar. — Isso era claro, ela me fez me sentir culpada, já que fiquei meses sem conseguir pagar o aluguel e pensei que isso prejudicou a renda da família. 

— Velhas intrigueiras. — Me levantei furiosa, mas Helena me puxa novamente. 

— Não falei para brigar com elas, mas sim para se cuidar, não quero que se machuque achando que tem alguma chance com Marcos, ele vive dizendo que para ele você morreu naquele dia, e não quero te ver criando esperanças infundadas. — Olhei para minha irmã de apenas quatorze anos e comecei achar que trocaram ela por uma velhinha durante os anos que estive fora. 

— Está certo, e eu também quero nada com Marcos, eu e ele não temos e nem teremos nada. Mas se nossa mãe me fazer passar algum vexame com essa história, eu me vou embora de novo, sem pensar duas vezes.

— Não vai não, preciso de você aqui, papai precisa se preocupar com você e não comigo. 

— Esperta você. — Falei rindo, mas e não a imagem de quando eu cheguei e ele deu as costas sem me comprimentar me fez querer chorar, nem Marcos tinha sido tão frio comigo.

— O que ele fala de mim? — Perguntei segurando o ar, eu sabia que meu pai ainda não tinha me perdoado, que o pouco contato que minha mãe tinha comigo causava briga entre eles. 

— Nada, na verdade ele nunca diz nada sobre você, nem de bem nem de mal, mas nossa mãe sempre deixou claro que se ele queria te enterra que fizesse isso sozinho, seu quarto está intocado lá, como esse aqui.

— Acha uma boa ideia eu voltar a morar com vocês? — Ela pareceu pensar e então deu de ombros.

— E onde mais moraria? aqui de frente ao quarto de Marcos? — E a forma que me olhou me deu vontade de chorar, eu realmente era uma fracassada, nem teto eu tinha. 

— Sabe que devia ser um pouco concedente e mentir para me animar né? — Ela sorriu.

— Estava com tanta saudade, das suas palavras complicadas Liz. — Ela me dar outro abraço, mas logo ela saiu, me deixando pensativa em como minha mãe e minha madrinha eram duas ardilosas, quando Marcos souber disso ele ficará furioso. Então a lembrança do beijo daquela manhã me atingiu, e por mais que eu saiba que ele fez aquilo apenas para me provocar, não conseguir deixar de pensar 

"E se elas não fossem tão malucas assim?”

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