Collin*Ele estava ali.A menos de um metro.Transformado, selvagem, pronto para matar.Seu coração disparou, e por um instante tudo pareceu desacelerar. O ar ficou pesado e, então... o caos se instaurou.Maden ergueu o focinho e uivou, convocando os seus. Um rugido profundo ecoou pelo acampamento quando uma onda de lupinos se lançou contra Liam e seus guerreiros. Em segundos, o lugar se tornou um campo de batalha brutal.Collin sentiu um puxão violento. Caius a agarrou pelo braço e a arrastou até a cabana. Antes que pudesse protestar, ele a jogou para dentro, trancando a porta com força.— O que está acontecendo?! — Eve gritou, os olhos arregalados.Collin engoliu em seco.— Liam… Ele chegou.O suspiro aliviado de Eve foi imediato.— Então temos que sair daqui. Agora!Ela correu até a porta e começou a forçá-la, mas Collin continuou imóvel, os pensamentos em turbilhão.— Collin?!— Ele me deu a liberdade… — murmurou, sentindo as palavras pesarem em sua boca.Eve se virou, franzindo o
A noite engoliu a floresta, trazendo consigo um silêncio inquietante.Depois de horas correndo, o grupo finalmente parou às margens de um lago cristalino. A respiração de Collin ainda estava acelerada quando Liam se abaixou, permitindo que ela deslizasse de suas costas. Seu corpo protestou com o movimento brusco, mas a dor no braço já não era tão intensa. A ferida estava se fechando rápido—rápido demais.Ao redor, os guerreiros se espalharam, sempre atentos, prontos para qualquer ataque. Liam, no entanto, não disse uma única palavra. Ele se afastou, subindo para um ponto mais alto da clareira, onde a escuridão o engoliu por completo.Collin franziu o cenho. O que ele estava fazendo?Respirando fundo, ela caminhou até onde Eve e Damon conversavam sob uma árvore.— Fizeram algo com você? — Damon perguntou, passando a mão pelo ventre de Eve com delicadeza.— Não, graças à Deusa. O filhote está bem.Mesmo com o alívio na voz, algo na expressão de Damon permaneceu tenso.Eve franziu o cenh
Liam*Durante aquele maldito mês, ele sonhou com esse momento.Com a pele dela colada à sua.Com a sensação de estar dentro dela até perder a noção de tempo, de espaço, de tudo.Ele precisava dela como um animal sedento precisa de sangue.O gosto de sua boca era um vício insaciável, e ele a beijava com um desespero que beirava a loucura—mordendo, chupando, sugando, como se quisesse devorá-la.Quando Collin agarrou seus ombros, foi o fim da linha para ele.Liam tentou se conter, tentou ser gentil, mas paciência era um luxo que ele não possuía naquele instante.Um mês.Um maldito mês sem ela.Ele se posicionou, e em um único movimento, afundou-se dentro dela.Tão fundo que o corpo dela se arqueou com um gemido desesperado contra seu pescoço.O som rasgou o autocontrole dele em pedaços.Liam segurou suas coxas com força, sentindo a umidade quente a sua volta enquanto começava a se mover. Mas a água os fazia flutuar demais—ele queria algo firme. Queria mais contato. Mais intensidade.Sem
Eve*O fogo crepitava, espalhando sombras dançantes pela clareira. A lua alta no céu parecia observá-la, silenciosa e misteriosa. Eve se sobressaltou ao sentir um peso sobre seus ombros – um casaco quente, carregado do cheiro familiar que ela não sentia há um mês. Seu olhar se ergueu e encontrou o de Damon, que se acomodou ao seu lado com um suspiro contido.Ela o observou de relance, mas algo estava errado. Damon parecia... diferente. Distante.— Esses lupinos... Não reconheço a maioria deles. Não são de Alicerce Azul, são? — Sua voz saiu baixa, mas firme.Damon demorou um instante para responder, o olhar perdido nas chamas.— Alguém está nos ajudando a reunir aliados.— Quem? — Eve estreitou os olhos.— Averina. Eu a conheci na noite da festa em Alicerce Azul. Ficamos amigos. Foi ela quem me contou sobre o sequestro de vocês. — O nome saiu de seus lábios com um peso que fez o estômago de Eve revirar.Ela não gostou. Não gostou do modo como ele pronunciou o nome daquela mulher. Como
O amanhecer encontrou Liam e Collin ainda entre as árvores, os corpos entrelaçados pelo calor da noite anterior.Collin se pôs de pé primeiro, recolhendo o vestido amassado. Tentou fechar o espartilho sozinha, mas logo sentiu a presença dele atrás de si. Liam deslizou as mãos pelo tecido, puxando as tiras devagar.— Você é péssimo nisso — provocou, sentindo os nós frouxos.Ele sorriu contra sua nuca, a voz baixa e rouca.— É porque eu prefiro tirar.Collin revirou os olhos, mas um sorriso escapou.— Para onde vamos?— Para perto do mar.Ela franziu a testa, girando o rosto para encará-lo. Liam ainda estava distraído, os dedos deslizando pelo vestido sem pressa.— O mar? Por quê?— Temos uma aliada lá. Averina.Collin cruzou os braços, sentindo um incômodo inexplicável.— E de onde a conhece?Liam ergueu um canto dos lábios, divertido.— Está com ciúmes?Ela bufou.— Por que você simplesmente não responde?Ele soltou um riso baixo antes de beijá-la, roçando os lábios contra os dela.—
Averina os guiou pelo acampamento. Havia muitos lupinos espalhados pelo lugar, cada um ocupado com suas tarefas. Collin observava tudo com atenção, até que seu olhar pousou em Averina. — Você é da realeza, Averina? — perguntou, analisando-a.Averina sorriu de lado, mantendo o passo firme.— Sim, sou uma princesa.Collin não desviou o olhar.— De onde?Houve um breve silêncio, e então a fêmea respondeu com um brilho travesso nos olhos:— De um lugar bem distante.— Averina gosta de ser misteriosa — Liam comentou, sua voz carregada de diversão.Collin sentiu o calor da mão dele em sua lombar, um toque firme e possessivo.— Gosto de ser um pouco reservada — Averina disse. — Mas talvez logo eu conte para vocês.Collin arqueou a sobrancelha, sem esconder sua desconfiança.— E por que resolveu nos ajudar? Pelo que Liam disse, vocês só se conhecem há um mês.Averina parou abruptamente e girou nos calcanhares, encarando Collin com um sorriso confiante.— Você é desconfiada. Eu entendo. Mas e
Damon*Averina lhes havia cedido uma tenda maior e mais confortável devido à gravidez de Eve. E Damon, por mais que se sentisse perdido ultimamente, agradeceu silenciosamente aos deuses. No mínimo, queria vê-la bem.Foi até Averina para agradecê-la. Ela conversava com alguns lupinos, mas, ao notar sua presença, dispensou os outros.— Averina.Ela virou-se para ele, um sorriso discreto nos lábios.— Damon.Ele assentiu, mantendo o olhar firme.— Obrigado pela tenda. Eve realmente precisava disso.O sorriso dela se alargou.— Não há de quê. Ela está grávida. Precisa de conforto.Ele sorriu de volta, sem realmente sentir o gesto.— Temos um curandeiro, caso ela precise.— Direi a ela.Ele já ia se virar quando sentiu os dedos dela segurarem sua mão. Damon parou. O contato foi breve, mas intencional. Ele voltou o olhar para Averina, que mordia o lábio inferior.— Ah… — Ela hesitou por um instante, mas depois firmou a voz. — Vou beber um pouco na minha tenda. Se quiser…Ela inclinou a cabe
Assim que o dia nasceu, Collin já estava de pé. Não perdeu tempo esperando Liam acordar; foi direto ao encontro de Averina.O acampamento estava movimentado, os lupinos transitando de um lado para o outro, preparando-se para algo grande. Quando Collin encontrou a tenda principal, Averina estava tomando café com outros guerreiros.Ela se aproximou lentamente.— Colen, bom dia.— Bom dia. — Sentou-se ao lado dela sem cerimônia.Averina arqueou as sobrancelhas.— Acordou cedo.— Não gosto de dormir muito.A líder lupina assentiu, levando a xícara aos lábios.— Onde está Liam?— Ainda dormindo. Não quis acordá-lo.Averina apenas fez um gesto de compreensão, mas Collin se ajeitou na cadeira, tensa.— Você falou ontem sobre Maden. Tem algum plano para voltar até lá?Averina pousou a xícara sobre a mesa, o olhar ficando mais afiado.— Sim. Reunir todos os lupinos e partir para cima. Liam me disse que mataram muitos dele. Agora é a hora.O estômago de Collin revirou.— Eu sei, mas… não acha q