— Leve Aisha até o apartamento dela! — ordenou o Sheik de onde estava; sem surpresa, era o mesmo lugar onde ela olhava. Aisha ainda se recuperava da aproximação repentina e das sensações deixadas por ele. — Farei. Mais alguma coisa? — Samuel perguntou, como sempre, muito prestativo. — Garanta os direitos dela pelo tempo em que exerceu a função de funcionária do banco central. — respondeu ele, ainda no closet. — Vamos, senhorita Al-Rashidi! — pediu o assistente, ainda perto da entrada do quarto. Aisha piscou diversas vezes. Olhou desconfiada para o homem à sua frente; ele estava calmo, não parecia julgá-la, pelo menos não por fora. Ela se abaixou para pegar o lenço que não sabia quando havia caído, colocou-o na cabeça e ao redor do pescoço. Ela apenas dirigiu um último olhar à porta vazia do espaço em que Khalil estava, antes de caminhar até o assistente, passando por ele rapidamente. Samuel a seguiu de perto, sempre em silêncio. Não só pela jovem exalar chateação, mas também
— Que Alá a proteja! Qual é o problema? — perguntou Aaliyah, impaciente. — Não poderei mandar o dinheiro este mês — disse Aisha, revelando apenas parte da verdade. Ela ainda não tinha coragem de contar tudo. Sua mãe suspirou do outro lado da linha. — Aisha... Não se preocupe conosco. Seja lá o que for que você precisa fazer, faça. Não vamos morrer por não receber uma parte do seu salário. — a voz de sua mãe deixava claro que ela não acreditava que aquela fosse toda a verdade. — Mãe, eu sei que a reforma da casa já foi concluída, mas a avó Dania precisa dos remédios. — relembrou Aisha. — Na verdade... — Aaliyah começou, cautelosa. — Diga, mamãe! — Aisha se levantou, alarmada. — Jammil pagou os remédios dela. — pelo tom de voz, ela parecia estar esperando a reação da filha. — O quê? Por quê? — Aisha indignou-se, já imaginando o motivo por trás da boa ação dele. Jammil provavelmente ainda não aceitava o fato de que ela havia fugido para não se casar com ele. — Ela precisava, e n
A viagem parecia mais longa do que da primeira vez. Não era seu plano demorar no caminho; perder tempo seria arriscado. Foram horas longas em que ela não conseguiu sequer dormir, precisaria estar bem desperta para qualquer situação que surgisse ao chegar ao destino. Além disso, a ansiedade que tomava conta de sua mente e corpo não permitia descanso. A viagem também custou mais do que ela havia planejado, o que gerava ainda mais preocupação. Quando o ônibus finalmente parou em seu destino, ela sentiu um grande alívio. — Enfim, em casa. — suspirou, admirando seu lar. Não era exatamente como Abu Dhabi, mas tinha sua própria beleza, e em muitos aspectos era parecida. Aisha não tinha ninguém esperando por ela, pois aconselhara sua mãe a passar mais tempo com a avó até sua chegada. Também não queria que seu pai soubesse de seu retorno tão cedo. Ela pegou um táxi e, dentro dele, verificou o celular. Tudo estava limpo, o que era um bom sinal. Se houvesse chamadas ou mensagens, significari
Ela parecia que desmaiaria a qualquer momento. Sua face estava pálida, o sangue lhe fugiu do rosto. Jammil fez menção de se levantar para ajudá-la caso precisasse, mais Khalil e Hamid já haviam se adiantado. Khalil estava perto, sendo muito cuidadoso. Se bem a conhecia, ela tinha um certo problema com surpresas... Hamid já rodeava a mesa para ficar ao lado da filha muito pálida. — Aisha, você está bem? — seu pai perguntou, muito preocupado. — Eu... — ela tentou pensar em algo coerente para responder. Não estava em condições naquele momento. Seu pai tocou-lhe o ombro, antes de olhar para o Sheik que os observava de perto. — Ela precisa se sentar. Surpresas nem sempre são bem-vindas por ela. — comentou ele, ao pai dela. Hamid concordava com ele, levando a filha para o sofá perto da parede, Aisha não protestou. Khalil ficou onde estava, apenas os observando. Apesar de ser o noivo de Aisha ele ainda tinha que manter certa distância. No entanto, em outros casos é o único que pode ma
Khalil mergulhava nas esmeraldas a sua frente, tão profundo que acreditou que se perderia nelas. Aisha não estava diferente. Diferente dele, ela tinha curiosidade sobre o que lhe trazia aqueles momentos, o que teria dentro dele, quais sentimentos. Ele poderia jurar avistar um grau maior de curiosidade, um tipo de atração. Khalil franziu o cenho retornando ao controle. A atingindo de forma proposital desta vez. Não era pecado. — Seu interesse aumentou consideravelmente. Acho bom que não tenha sido gradativo. — murmurou, percebendo os olhos verdes mudarem o foco para os seus lábios, por meros segundos, antes de voltar aos olhos castanhos. — As coisas não acontecem como queremos, mais podemos tomar a direção para nos sentir no comando. — continuou, parecendo está um pouco mais perto que antes. — E nós vamos tomá-la juntos, Aisha. — ele pressupôs. A alusão ao futuro juntos, fez Aisha acordar para a realidade. Ela percebeu que ele não havia movido um músculo para se aproximar. “Foi co
Logo ela teve que ajudar a mãe a pôr a mesa. Quando tudo estava pronto Aaliyah foi avisar aqueles que estavam no escritório. Aisha sentia nervosismo, mas tentava esconder. Seu pai, Samuel e o Sheik se sentaram a mesa. Jammil preferiu ir para casa, segundo ele, acompanhar os filhos naquele momento. Khalil como bom observador não deixava passar nada, nem mesmo o aparente nervosismo de Aisha. Ela estava com a família mesmo assim não relaxava, aquilo não passou despercebido por ele. A comida foi bem apreciada por ele. A senhora Aaliyah, de fato cozinhava muito bem, parecia estar comendo algo preparado pelo melhor chefe de cozinha dos Emirados Árabes Unidos. A relação de toda família parecia pacífica. A mais velha estava perto da mãe de Aisha, ela não falava muito, parecia ter tomado um calmante de longa duração. Aaliyah era muito suave, Hamid, pulso firme quando queria, coração um tanto mole em relação aos filhos. E o menor, Samir, era muito esperto. Calado ele apenas observava, quando
Aisha não controlava seus pensamentos, sempre pensando em como seria fácil se não fosse desonroso. “Khalil mesmo poderia fazer-me este favor. Ele é homem, já fez isto muitas vezes.” — um arrepio correu por sua espinha. “O que eu estou pensando? Me entregar a ele de bandeja só para ser rejeitada pelo mesmo depois? A diferença seria pouca. Mas a desonra ainda seria da mesma.” — irritou-se consigo mesma. “Ele entenderia tudo. Outros poderiam pensar que o queria antes do casamento, por está ansiosa. Ai não! Isto não! — sentiu seu rosto esquentar, sua vergonha só dobraria. Já era noite. Todos haviam indo para seus quartos, Aisha estava no mesmo quarto que sua avó, antes era seu. A casa tinha apenas três quartos, a família não era grande, e os outros cômodos deveriam ser espaçosos. O sheik já havia feito uma reserva em um hotel assim que chegou, portanto, quando a noite caiu, ele, com seu assistente, foram se recolher no local antes escolhido. Ela não poderia ter ficado mais contente, p
Sempre bonito em qualquer roupa, ele usa o keffiyeh sobre a cabeça, (o pano que os homens usam sobre a cabeça, às vezes com um adorno -parecido com outro pano elástico circular, ou coisa parecida, por cima do primeiro pano para segura-lo no local, sem precisar amarrar o primeiro sozinho.) Vestia uma jaqueta que mais parecia couro, com botões discretos, por cima de uma camisa branca, uma calça escura e sapatos escuros.Ele parecia não querer chamar tanta atenção aquele dia, pois não andava com a roupa mais tradicional, o que era mais parecido com uma bata longa. Ela tinha que reconhecer, ele combinava com tudo e qualquer coisa.Aisha poderia dizer qualquer coisa, mas não podia mentir para si mesma... Se seu prometido fosse realmente alguém diferente do que demostrava a ela, e a todos com quem trabalhavam com ele, ela poderia facilmente cair em uma grande armadilha, a mesma que ela quis preparar para ele._________Dias se passaram. Aisha os achou extremamente chatos, o motivo, não havia