✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩O promotor encarou Elizabeth com determinação e estufou o peito, prosseguindo.—Você sempre estava com o seu irmão?—Não. —Respondeu abruptamente. —Como eu disse, papai sempre sumia com ele.—Isso é tudo, por enquanto, meritíssimo. —Disse o promotor, retornando ao seu lugar.Elizabeth pôde voltar e se sentar nas cadeiras para assistir ao julgamento. Romano olhou para mim, e manteve o tom de voz em um cochicho.—Wictor, você vai precisar falar. É bom que explique as coisas de acordo com a sua visão dos fatos. Você sabe o que dizer para não se complicar. A gente já falou sobre isso, lembra?Eu estava com tanto medo que sentia as algemas tremendo pelas mãos.—O réu gostaria de testemunhar? —Perguntou o juíz Pietro, mantendo um olhar claramente amedrontado.Será que a missão de Chris, para com ele, havia dado certo?Foram meus pensamentos enquanto me levantava indo em direção à cadeira onde Elizabeth havia se sentado. Passei os olhos pelo juíz, mantendo a postura
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Vincenzo Romano se levantou e eu também depois que o juíz ordenou para ouvir o resumo do que houve até aquele momento.—Todos estamos reunidos aqui para uma decisão importante. O destino de um cidadão, seja ele nato, ou não, está sendo decidido no dia de hoje. Quero que os membros deste júri se lembrem sobre o que é certo e o que é errado. Sabemos que quando cometemos erros graves, precisamos ser punidos e que não há nada que possa impedir uma pessoa de ser corrigida. Mas, também sabemos que, quando somos uma pessoa correta, basta apenas um dia ruim para estarmos no lugar do réu. Em outras palavras, o seu destino pode mudar de uma hora para outra. Então, analisem as provas que foram apresentadas nesse tribunal. Vejam e revejam com cautela absolutamente tudo o que foi apresentado aqui, antes de tomarem a decisão.Eu sentia o medo quebrando os meus ossos.Não, não era o medo. Eram minhas pernas tremendo disfarçadamente.—Agora, o júri seguirá para a sala de deli
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Meu olhar passou rapidamente pelos bancos, esperando que a decisão fosse levada numa porcaria de um envelope até o juiz Pietro Menezes. —Precisa se conter, Wictor. —Romano pôs a mão sobre minhas algemas e sorriu minimamente. Ele parecia confiante, mas eu sabia que ele temia perder a primeira causa de sua vida. O primeiro fracasso em sua carreira. E seria justamente em uma repercusão mundial.—Você acha que tem como eu ficar tranquilo? Estou prestes a ser dado como inocente ou culpado e tudo isso decidido por gente que nunca esteve comigo. Tem noção de como estou preocupado? —Chiei com a voz claramente ansiosa. Aquela espera era como uma tortura. Cheguei a pensar que o meu coração sairia pela boca.Romano e eu nos levantamos sob ordens do juiz. —Por que a gente vai sair, Romano? —Perguntei, estreitando as sobrancelhas enquanto olhava em volta.—Porque, se você quiser, pode ir para a sala onde estávamos e aguardar o retorno dessa secção sem tanta ansiedade. E
✩。•.─── ❁Chris❁ ───.•。✩Levei o garoto para uma casinha abandonada e o amarrei ao aquecedor.—Por mais que consiga se soltar, eu vou matar você. Então.. É bom que, ainda que se solte, permaneça sentado e quieto. —Encarei seu rosto assombrado e me sentei numa cadeira de madeira, de frente para ele. —As vezes, Menezes Júnior, eu costumo ser estúpido. E... As pessoas não gostam muito disso.—O-Olha, o meu pai tem muito dinheiro e poder! Ele... Ele pode fazer o que você quiser-—E ele vai! —Arqueei as sobrancelhas, mantendo a mão no gatilho da submetralhadora. —Ele já está fazendo. Vamos torcer pra que o sei papai seja um homem bonzinho e que goste de você o suficiente pra ser obediente.—O que acontece se ele não obedecer você? —Gaguejou, tendo a voz trêmula.—Entrego você em pedaços pra ele, dentro do próprio tribunal. Minhas palavras lhe afetaram. Eu sabia que ele havia ficado perturbado, mas ignorei seus sentimentos. Aquele não era o meu trabalho. Eu não era seu psicólogo.Os olhos
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Falei com o Chris ao telefone. Ele parecia calmo, mas quando falei sobre o irmão do juiz, seu tom de voz mudou. No entanto, não me preocupei. Ele me disse que saberia o que fazer e eu optei por acreditar em suas palavras.Cerca de quarenta minutos se passou. Esperar era uma tortura.Encarei um quadro bizarro de um barco navegando sobre livros. Aquela pintura imbecil estava me deixando enjoada.Talvez não fosse a pintura.As portas de madeira se abriram novamente e o oficial avisou que já poderíamos entrar. Gemma olhou para mim, e me acompanhou. Titia Claire também chegou. Ela parecia apreensiva, mas se conteve e sentou-se ao meu lado.Wictor e o senhor Romano voltaram. Ele estava algemado nas mãos e nos tornozelos. Encarou-me com o queixo erguido, mas logo, abaixou a cabeça e seus cabelos loiros caíram em frente á sua face, cobrindo metade dela.O juiz ainda não havia voltado e todos nos perguntávamos o que havia acontecido.Alguém esperava no lado de fora, c
✩。•.─── ❁Chris❁ ───.•。✩Voltando para o cativeiro no meio da mata, encarava todo o caminho a minha frente. O motoboy era desconhecido, a pessoa a quem paguei para lhe entregar a caixa, também era.Sob ameaça, todo mundo guarda um segredo.Quando parei o carro ao lado da casinha abandonada, encarei a madeira podre como sendo as paredes da minha vida naquele momento. Meu destino era cruel e eu era estúpido demais para perceber.Andei pelo solo irregular, pisando em algumas raízes, e adentrei à casa, encontrando o rapaz deitado no chão com os pés amarrados. Ele me olhava com tristeza e desesperança enquanto suas costas estavam sobre uma poça de sangue vermelho e brilhante. No entanto, suas mãos não sangravam desde a minha saída.—Você acredita em algum ser celestial, Juninho? —Provoquei, puxando a cadeira de madeira para a frente dele. Suas mãos amputadas estavam ponteadas e ele estava anestesiado com morfina. Prossegui, sabendo que ele não me responderia. —Se acredita, então reze para q
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Eu olhava para aquele tirano safado e, apesar de saber que seu filho não era o culpado, me sentia satisfeito por estar no comando.Eu era um monstro por isso?Romano virou-se para mim, e pôs a mão em meu ombro.—Comece a andar, rapaz. Acelere seus passos. Vamos. Você voltará para sua cela e aguardaremos até amanhã novamente pra darmos continuidade ao seu julgamento. Prometo. —Disse ele com determinação.Me permiti ser conduzido por meu advogado enquanto andávamos por um corredor enorme. Não sentia que carregava mais motivos para abaixar a cabeça e encarei cada rosto que me olhou com rispidez.É verdade o que dizem sobre o quanto a dor muda um homem. Eu era uma pessoa mudada....✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩O balbucio de pessoas a minha volta me despertou de um sono perturbador. Sentia a dormência formigando pelas mãos e pelos pés, como se fossem comer a carne.Suspirei, abrindo os olhos.Titia estava segurando minha mão e a detetive Gemma havia desaparecido dos me
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Eu estava deitada no quarto que titia disponibilizou para mim. Apesar do aquecedor estar ligado, sentia frio nas mãos. E por mais que eu e o Wictor não estivéssemos juntos, eu não podia evitar pensar nele a todo minuto.Uma luz invadiu as janelas da frente e eu me levantei, cruzando o ambiente. Olhei pelo vidro, avistando o Audi. Chris havia estacionado enquanto os portões se fechavam. Abri a janela, colocando o tronco um pouco para fora e apoiei as mãos na madeira branca.Ele parou ao lado da porta do carro e me olhou com serenidade. Sabia que ele não era boa pessoa, mas não entendi aquela atitude naquele momento.Os faróis se desligaram, mas a iluminação do jardim continuou clareando um Chris parado com as mãos para dentro dos bolsos da calça olhando fixamente em direção á minha janela.Recuei.Ergui os braços para o alto e puxei a janela para baixo, me afastando.Esse esquisito. O que ele fez agora...?Atravessei o quarto e fui até a porta. Meu sobretudo est