✩。•.─── ❁Chris❁ ───.•。✩Levei o garoto para uma casinha abandonada e o amarrei ao aquecedor.—Por mais que consiga se soltar, eu vou matar você. Então.. É bom que, ainda que se solte, permaneça sentado e quieto. —Encarei seu rosto assombrado e me sentei numa cadeira de madeira, de frente para ele. —As vezes, Menezes Júnior, eu costumo ser estúpido. E... As pessoas não gostam muito disso.—O-Olha, o meu pai tem muito dinheiro e poder! Ele... Ele pode fazer o que você quiser-—E ele vai! —Arqueei as sobrancelhas, mantendo a mão no gatilho da submetralhadora. —Ele já está fazendo. Vamos torcer pra que o sei papai seja um homem bonzinho e que goste de você o suficiente pra ser obediente.—O que acontece se ele não obedecer você? —Gaguejou, tendo a voz trêmula.—Entrego você em pedaços pra ele, dentro do próprio tribunal. Minhas palavras lhe afetaram. Eu sabia que ele havia ficado perturbado, mas ignorei seus sentimentos. Aquele não era o meu trabalho. Eu não era seu psicólogo.Os olhos
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Falei com o Chris ao telefone. Ele parecia calmo, mas quando falei sobre o irmão do juiz, seu tom de voz mudou. No entanto, não me preocupei. Ele me disse que saberia o que fazer e eu optei por acreditar em suas palavras.Cerca de quarenta minutos se passou. Esperar era uma tortura.Encarei um quadro bizarro de um barco navegando sobre livros. Aquela pintura imbecil estava me deixando enjoada.Talvez não fosse a pintura.As portas de madeira se abriram novamente e o oficial avisou que já poderíamos entrar. Gemma olhou para mim, e me acompanhou. Titia Claire também chegou. Ela parecia apreensiva, mas se conteve e sentou-se ao meu lado.Wictor e o senhor Romano voltaram. Ele estava algemado nas mãos e nos tornozelos. Encarou-me com o queixo erguido, mas logo, abaixou a cabeça e seus cabelos loiros caíram em frente á sua face, cobrindo metade dela.O juiz ainda não havia voltado e todos nos perguntávamos o que havia acontecido.Alguém esperava no lado de fora, c
✩。•.─── ❁Chris❁ ───.•。✩Voltando para o cativeiro no meio da mata, encarava todo o caminho a minha frente. O motoboy era desconhecido, a pessoa a quem paguei para lhe entregar a caixa, também era.Sob ameaça, todo mundo guarda um segredo.Quando parei o carro ao lado da casinha abandonada, encarei a madeira podre como sendo as paredes da minha vida naquele momento. Meu destino era cruel e eu era estúpido demais para perceber.Andei pelo solo irregular, pisando em algumas raízes, e adentrei à casa, encontrando o rapaz deitado no chão com os pés amarrados. Ele me olhava com tristeza e desesperança enquanto suas costas estavam sobre uma poça de sangue vermelho e brilhante. No entanto, suas mãos não sangravam desde a minha saída.—Você acredita em algum ser celestial, Juninho? —Provoquei, puxando a cadeira de madeira para a frente dele. Suas mãos amputadas estavam ponteadas e ele estava anestesiado com morfina. Prossegui, sabendo que ele não me responderia. —Se acredita, então reze para q
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Eu olhava para aquele tirano safado e, apesar de saber que seu filho não era o culpado, me sentia satisfeito por estar no comando.Eu era um monstro por isso?Romano virou-se para mim, e pôs a mão em meu ombro.—Comece a andar, rapaz. Acelere seus passos. Vamos. Você voltará para sua cela e aguardaremos até amanhã novamente pra darmos continuidade ao seu julgamento. Prometo. —Disse ele com determinação.Me permiti ser conduzido por meu advogado enquanto andávamos por um corredor enorme. Não sentia que carregava mais motivos para abaixar a cabeça e encarei cada rosto que me olhou com rispidez.É verdade o que dizem sobre o quanto a dor muda um homem. Eu era uma pessoa mudada....✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩O balbucio de pessoas a minha volta me despertou de um sono perturbador. Sentia a dormência formigando pelas mãos e pelos pés, como se fossem comer a carne.Suspirei, abrindo os olhos.Titia estava segurando minha mão e a detetive Gemma havia desaparecido dos me
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Eu estava deitada no quarto que titia disponibilizou para mim. Apesar do aquecedor estar ligado, sentia frio nas mãos. E por mais que eu e o Wictor não estivéssemos juntos, eu não podia evitar pensar nele a todo minuto.Uma luz invadiu as janelas da frente e eu me levantei, cruzando o ambiente. Olhei pelo vidro, avistando o Audi. Chris havia estacionado enquanto os portões se fechavam. Abri a janela, colocando o tronco um pouco para fora e apoiei as mãos na madeira branca.Ele parou ao lado da porta do carro e me olhou com serenidade. Sabia que ele não era boa pessoa, mas não entendi aquela atitude naquele momento.Os faróis se desligaram, mas a iluminação do jardim continuou clareando um Chris parado com as mãos para dentro dos bolsos da calça olhando fixamente em direção á minha janela.Recuei.Ergui os braços para o alto e puxei a janela para baixo, me afastando.Esse esquisito. O que ele fez agora...?Atravessei o quarto e fui até a porta. Meu sobretudo est
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Eu não estava pronto para o que vinha, mas precisava acreditar que o coração do juiz Pietro Menezes amoleceria com um incentivo de Chris. Segurei a ansiedade e, com a saída de Gemma, deixei que a toalha branca caísse em volta dos meus pés, e puxei o macacão laranja, vestindo-me na sequência.A câmera acendeu novamente, vendo-me vestido e deitado balançando o pé com desdém.Eu sabia que sairia na manhã seguinte....✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Após aquela conversa estranhamente confortável no jardim, Chris e eu adentramos à casa de titia. Ele se recolheu ao seu quarto e eu passei pela cozinha, na tentativa de comer algo.Se amanhã as coisas derem certo... Eu mal vou conseguir acreditar.Meus pensamentos fluíam enquanto eu estava sentada a mesa, diante de um prato com pipoca doce e folhas de hortelã.Estava delicioso.Ouvi passos se aproximando no corredor e me preparei para ver titia fazendo seus chás da madrugada. Me surpreendi ao ver um Chris vestindo calças larg
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Romano e eu fomos para a salinha reservada, onde ficamos aguardando a hora do meu caso. —Farão uma revisão antes, mas nada como ontem. Não se preocupe. Não será tão cansativo hoje. O promotor fará a revisão de acusação. Eu farei a revisão de defesa e o juiz Menezes fará a revisão sobre o certo e o errado. Na verdade, o promotor e eu faremos discursos de manipulação, mas isso não pode ser apresentado dessa forma. Depois disso, o júri vai pra sala de deliberação e quando finalmente tiverem a decisão, será anunciada ao juiz. Me sentei.Mordi a mandíbula, encarando um quadro feio com uma pintura envelhecida pelo tempo. Quem pintaria aquilo? Pior! Quem compraria algo como aquilo?—Wictor! Está me ouvindo?Sobressaltei, arqueando as sobrancelhas para ele.—Hm? —O olhei diretamente.—Você precisa estar com a cabeça no lugar hoje, entendeu? Eles têm dúvidas sobre você e o que aconteceu ontem. Entendeu? Está entendendo o que está acontecendo? Foi bom? Foi! Mas, isso
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Estar prestes a ter uma revelação sobre o seu destino é como estar sentado a mesa com uma cartomante. No entato, eu estava com um júri cheio nas costas e um juiz furioso em minha frente. E, antes que eu me esqueça, o FBI queria o meu cu no fim da festa.O juiz Pietro Menezes ordenou que os membros do júri fossem para a sala de deliberação para decidirem. Eu me recolhi ao lado de Romano para a maldita salinha na parte de dentro do tribunal. Os demais deixaram o tribunal pelas portas da frente para aguardarem a decisão.Enquanto seguia atrás de Romano, não ousei olhar para as pessoas que estavam assistindo. Eu não queria ver Elizabeth e fraquejar. Eu não queria vê-la naquela manhã.Se eu fosse culpado, não queria vê-la depois de uma notícia dessas....Reclinei as costas em minha cadeira, encarando o maldito quadro feio.—Eu não entendo. Eles... Eles estavam com uma cara péssima quando saíram pra sala de deliberação. Malditos! Romano andava de um lado para o o