✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Estar prestes a ter uma revelação sobre o seu destino é como estar sentado a mesa com uma cartomante. No entato, eu estava com um júri cheio nas costas e um juiz furioso em minha frente. E, antes que eu me esqueça, o FBI queria o meu cu no fim da festa.O juiz Pietro Menezes ordenou que os membros do júri fossem para a sala de deliberação para decidirem. Eu me recolhi ao lado de Romano para a maldita salinha na parte de dentro do tribunal. Os demais deixaram o tribunal pelas portas da frente para aguardarem a decisão.Enquanto seguia atrás de Romano, não ousei olhar para as pessoas que estavam assistindo. Eu não queria ver Elizabeth e fraquejar. Eu não queria vê-la naquela manhã.Se eu fosse culpado, não queria vê-la depois de uma notícia dessas....Reclinei as costas em minha cadeira, encarando o maldito quadro feio.—Eu não entendo. Eles... Eles estavam com uma cara péssima quando saíram pra sala de deliberação. Malditos! Romano andava de um lado para o o
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Eu preferia que me carregassem num caixão, a vê-lo ser sentenciado a um reformatório somente para ser julgado quando obtivesse a maioridade penal. Uma agonia se espalhou pelo meu corpo e não pude me conter. Apesar de todo esforço, não consegui.Seu olhar para mim, antes de sair de volta ao prédio do FBI, doeu em meu coração. Sentia que toda a dor sairia pelas lágrimas. Eu sabia que, depois que o levassem para sua cela, transfeririam ele para o instituto de merda.—Minha querida, precisa se acalmar. Você... Vai acabar passando mal outra vez. Tem que se acalmar-—Cala a boca, titia! —Gritei, escapando de seus braços.Wictor foi levado e o tribunal virou um caos.Corri para fora e estiquei as mãos para a frente, abrindo as portas de madeira.O ar ainda parecia sufocante.As cores turvas em minha visão me deixavam confusa. Era um olhar de aquarela.Seguia chorando e correndo desesperadamente pelos corredores, até finalmente encontrar o lado de fora. Barulho de carr
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Eles me levaram novamente ao prédio do FBI. Voltei para minha cela. Quieto.Calado.Apático.—Senhor Wictor, o instituto irá cuidar de você e eu lhe visitarei toda semana, já que sou o seu advogado. Não irão permitir visitas durante esse tempo, mas... Se você se comportar, poderão abrir uma excessão em dois ou três meses. —Romano me dizia palavras de conforto enquanto minhas algemas eram removidas pelo agente no vão da porta. Recuei, tendo os tornozelos igualmente livres.—Ânimo, rapaz! Eu consigo reverter a sua situação e tirar você de lá muito antes disso!Ele sorria, mas eu sentia o quanto estava nervoso naquele momento.Alisei os pulsos, reclamando todas as horas com as algemas e andei em direção à cama de cimento. —Você não tem outros casos pra resolver? —Virei a cabeça para ele, relaxando os olhos. —O quê? Quinhentos mil euros pra você é alguma coisa? Porque, em condições normais, isso não compra nem um carro pra mim. Eu estava machucado e estava sof
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Chris me ajudou com tudo. Usando o telefone residencial de titia, ligamos para o médico da família após consultarmos a agenda dela. Ele pareceu esperançoso, até ver o quadro dela.Alzheimer foi seu diagnóstico.Esperando uma enfermeira terminar de aprontá-la, o médico conversava comigo enquanto Chris ficava de braços cruzados. Estava ao lado da porta de entrada, observando tudo como um cão fiel.—Por que ela não pode ficar, doutor? Titia tem minha guarda temporária... —Reclamei, estreitando as sobrancelhas para ele.—A sua tia vai piorar, senhorita Konnor. É uma doença que evolui muito rapidamente e, em alguns meses, sua tia, sequer, irá lhe reconhecer. —E pra aonde o senhor indica que ela vá?—Eu tenho uma clínica para pacientes assim. Sua tia poderá ficar em um dos melhores quartos com todos os cuidados de uma equipe super preparada exclusivamente para ela. Não posso permitir que uma pessoa com o estado mental no qual a sua tia se encontra, possa ser responsá
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Um dia depois e titia permanecia dispersa.Acordei com um cheiro insuportável de gás vindo da cozinha. Estava prestes a adentrar ao cômodo, quando fui surpreendida com um pano em meu nariz, cobrindo parte do meu rosto.—Sinto muito, senhorita Liza. Não pode inalar isso. —Disse Chris, tirando-me daquele ambiente. Totalmente rendida, fui conduzida até a sala, onde ele finalmente me libertou daquele pano e andou pela sala, abrindo as janelas.Bufei.—Você não pode me surpreender desse jeito, sabia disso?!! —Cruzei os braços, olhando-o em completo estado de fúria.Ele me olhou calmamente, abrindo a última janela.—E a senhorita não pode inalar gás de cozinha. Pode causar má formação no bebê do senhor Konnor.Bebê do senhor Konnor?!—Chris, essa criança também me pertence. Não sei se percebeu, mas quem está gerando esse filho sou eu. Então, não se refira á ele como se fosse apenas do "senhor Konnor". —Reclamei, sentando-me na poltrona, ao lado de uma das janelas gig
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Titia assinou a papelada da minha emancipação e eu assinei como sua testemunha de sua doença. Parte de mim, sentia culpa por estar fazendo aquilo, mas a outra parte se sentia orgulhosa por conseguir se virar sozinha no meio de tantas decisões difíceis.Retornando para a sala com os papeis assinados, entreguei-os para Romano.—Aqui estão seus papeis. Tudo assinado. —Estiquei o braço para ele, entregando-o. —Agora, me diga qual notícia boa você tem pra me dar. —Me sentei de frente para ele, cruzando as pernas na poltrona.Ele abriu sua maleta de couro preto novamente e guardou os papeis importantes. Suspirou, arqueando as sobrancelhas ao me olhar novamente.—O senhor Wictor Konnor poderá receber uma última visita antes de ir para o instituto. A senhorita poderá visitá-lo e o seu amigo também. —Passou os olhos por Chris, desviando novamente.Eu podia ver que Romano o temia.—Quando? —Ergui o queixo para ele, pronta para para ver o Wic a qualquer momento.—Hoje a t
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Eu o olhei uma última vez depois que o nosso tempo foi anunciado: estava acabando.Me abracei ao seu tronco e afundei a cabeça em seu macacão laranja até que acabasse.—Vai ficar tudo bem, eu volto logo. Não se preocupe. Estarei lá quando menos esperar. —Disse, deslizando a mão sobre meus cabelos. —Vou estar lá quando precisar de mim.Guardei suas palavras no fundo do coração e enterrei meus medos, plantando nossa despedida....Deixá-lo não foi tarefa fácil. A detetive Gemma precisou conversar bastante comigo para que eu o soltasse. Algo em mim, estava morto.O caminho de volta para a casa de titia foi silencioso e desolador. A tarde estava indo embora atrás de nós. Era como se escapássemos daquele dia para que nunca acabasse.Mas, acabou.—Senhorita Liza, eu vou arrumar algumas coisas no jardim. Se importa de ajudar a sua tia a entrar? —Chris passou os olhos por mim, batendo a porta do carro.—Tudo bem, Chris. Vou ver alguma coisa no livro de receitas dela e
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Após a visita ao Wic, o jantar foi uma refeição cruel e distante. Enquanto estávamos reunidos à mesa, pensava que o meu irmão estaria comendo sozinho pelos próximos doze meses. Meus pensamentos estavam me matando.Chris ignorou minha apatia, mas titia insistia em me fazer perguntas previsíveis. Era uma tortura.Cheguei a agradecer a Deus quando a refeição acabou e ela se recolheu para o quarto.—Pensei que a sua cabeça fosse explodir, senhorita Liza. —Comentou Chris, adentrando a cozinha. —Deixe essas coisas aí, eu posso organizar. Precisa descansar pra manter esse bebê bem e... Ficar bem. Suas advertências eram plausíveis, mas eu precisava de uma distração.—Amanhã titia vai ser internada e eu só a visitarei uma vez por semana. Wictor já deve ter sido transferido á essa hora. —Desliguei a torneira e me virei para ele. —Não tenho nada pra fazer durante todo esse tempo. Eu sinto... Que alguém tirou as minhas pilhas outra vez. Ele ficou em silêncio. Me olhou por