✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Após a visita ao Wic, o jantar foi uma refeição cruel e distante. Enquanto estávamos reunidos à mesa, pensava que o meu irmão estaria comendo sozinho pelos próximos doze meses. Meus pensamentos estavam me matando.Chris ignorou minha apatia, mas titia insistia em me fazer perguntas previsíveis. Era uma tortura.Cheguei a agradecer a Deus quando a refeição acabou e ela se recolheu para o quarto.—Pensei que a sua cabeça fosse explodir, senhorita Liza. —Comentou Chris, adentrando a cozinha. —Deixe essas coisas aí, eu posso organizar. Precisa descansar pra manter esse bebê bem e... Ficar bem. Suas advertências eram plausíveis, mas eu precisava de uma distração.—Amanhã titia vai ser internada e eu só a visitarei uma vez por semana. Wictor já deve ter sido transferido á essa hora. —Desliguei a torneira e me virei para ele. —Não tenho nada pra fazer durante todo esse tempo. Eu sinto... Que alguém tirou as minhas pilhas outra vez. Ele ficou em silêncio. Me olhou por
✩。•.─── ❁Chris❁ ───.•。✩Infelizmente, precisava deixar a senhorita Liza sozinha por uma hora. Armei todo o perímetro para que ninguém conseguisse entrar, ou sair, antes que eu voltasse. Ainda era madrugada, os médicos e enfermeiros que internariam a senhora Claire não chegariam tão cedo.Pus a submetralhadora pendurava pela bandoleira e uma jaqueta por cima, saindo em meu carro.Nem preciso dizer que estava dirigindo em alta velocidade....Estava nervoso. Sentia que explodiria a qualquer momento. Paola, aquela miserável, havia conseguido dominar os meus pensamentos de uma maneira covarde. O ódio dentro de mim, não me deixava raciocinar direito.Ao me aproximar da ponte, reduzi a velocidade e estacionei, descendo do carro. A porta ficou aberta enquanto eu corria em direção à ele.Meus passos, em direção á um Enzo desacordado, tiravam minhas esperanças.Os barcos estavam se aproximando. Ouvia o barulho ecoando pelos ares como um lembrete ideal de como era ruim ser eu.Puxei um canive
✩。•.─── ❁Chris❁ ───.•。✩Dirigindo de volta para a casa da senhora Claire Konnor, reavaliava a situação de Enzo enquanto esteve na prisão. Eu tinha dúvidas.—Foi inocentado? —Mantive os olhos no caminho, pois estava em alta velocidade e um vacilo mataria nós dois. —Enzo, você foi inocentado?—Não. —Ele suspirou, passando as mãos pelos cabelos ruivos. —O desembargador fez umas ligações para mim. Eu... —Ele umedeceu os lábios, ansioso, sufocado. —Ele ordenou que eu saísse e que o meu caso fosse arquivado. Mordi a mandíbula, esperando pelo que viria a seguir.—Continua explicando porque eu não quero imaginar por conta própria. Enzo passou as mãos pelas pernas e tombou a cabeça para trás. Eu sentia que estava olhando para mim, mas permaneci atencioso ao caminho. O meu tempo era pouco e a senhorita Liza corria sérios riscos.—Há alguns anos, enquanto trabalhava para o governador, tive a oportunidade de trabalhar uma única noite para o desembargador. Ele precisava fazer uma viagem restrita
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Acordei pelas primeiras horas da manhã, na esperança de que titia finalmente fosse internada. Ela precisava de cuidados e eu não conseguiria dar conta dorecado.Estiquei os braços e joguei as pernas para fora da cama, olhando na direção da janela enquanto estava sentada.Bocejei tranquilamente, sem sentir enjoos. A luz do sol aquecia minha pele e eu fechei os olhos para sentir a intensidade daquilo.Alguém tossiu próximo a porta.Senti minha pressão cair de uma vez aos pés, e abri os olhos. Olhei por cima dos ombros abruptamente, encontrando a figura magrecela e alta de cabelos exageradamente longos e negros.—Minha nossa! —Suspirou, segurando uma pistola pequena. —Você dorme muito, Liza, meu amor!—Paola... —Sussurrei, pestanejando.—Meu docinho, você não sabe que tomar sol de manhã bem cedo ajuda o nosso organismo a produzir melatonina? É! a substância da felicidade. E por falar em
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Paola prendeu meus pulsos às algemas suspensas no teto por correntes de aço.—Agora, nós vamos brincar. Você, com toda certeza, deve ser a única pessoa que sabe dos segredos do seu irmão e eu quero descobrir. —Ela ergueu uma corda trançada para mim, e jogou gasolina por cima. —Liza, meu bem, me diga como funciona a seita Konnor.Engoli.Do que ela estava falando? Por que ela queria que eu respondesse sobre os segredos do meu irmão? Na verdade... Ele ainda tinha segredos comigo?—Paola, eu não sei do que você está falando-Espremi os olhos e encolhi as pernas quando senti as cordas raspando a pele dos meus braços.Fechei as mãos em punhos firmes. O grito que rasgou minha garganta foi inevitável.Ela sorriu, se deliciando com o meu sofrimento.
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Chris não estava esperando pelo soco em sua cara, mas não revidou. Ele não teve coragem.—Senhor, eu sinto muito, mas ainda não fracassei nessa missão. Estou com o senhor agora e recuperarei a senhorita Liza. —Olhou-me, mordendo a mandíbula. —É muito cedo para dizer que eu não estou sendo um bom segurança-—Então por que deixou que a minha irmã fosse capturada pelo inimigo enquanto estava indo salvar o seu namorado? —Rangi os dentes, espremendo os olhos. Ele suspirou e espremeu os lábios.Bufei.Infelizmente, eu o entendia.—Vamos nos concentrar. Você não fez de tudo errado. Vamos encontrar um jeito de trazer Elizabeth para mim, e de preferência viva. A expressão bufante em meu rosto era de ódio puro. Eu estava inquieto perto dele. Era como se fosse socá-lo novamente. Sentia o desespero se transformando em adrenalina quando o notebook alarmou e um ponto vermelho piscou constantemente no centro da tela. Era um alvo. Era onde Elizabeth estava e eu pude sentir
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Eu já havia sobrevoado cidades, mares, montanhas. Não era novidade para mim. A única novidade naquilo tudo era eu estar indo resgatar Elizabeth ao lado de um cara que eu, naquele momento, tive a certeza de que não conhecia.—Senhor Konnor, nós aterrisaremos um pouco distante e seguiremos andando. Tenho a localização de onde a senhorita Liza está e não vai ser difícil chegar até ela. —Disse ele, manobrando para descermos. Apenas acenei positivamente. Em terra firme, as hélices pararam de girar lentamente enquanto descíamos. Chris segurou a submetralhadora firmemente na mão, ajustando-a em punho. Nem preciso dizer que estava presa à bandoleira. Engatilhei o fuzil, também suspenso pela bandoleira, e protegi suas costas.Alguém acenou para nós entre algumas pedras. Era Enzo.Ele avançou os passos em nossa direção, carregando uma mochila e um dispositivo na mão. Até que finalmente se aproximou. —Estamos em território inimigo, senhor. —Disse ele, olhando para mi
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Enzo e eu pulamos sobre os rapazes desconhecidos, cortando a garganta de ambos. Rapidamente, puxamos os corpos para dentro daquela sala e os cobrimos com terra e tijolos que estavam espalhados.—Enzo, precisamos nos apressar. Uma hora ou outra eles vão descobrir a trilha de corpos e vão saber que tem alguma coisa errada. —Alertei, passando a bandoleira do fuzil pela nuca. Enzo concordou.Seguimos sob alerta até nos depararmos com uma sala. Me escondi atrás da parede que dava acesso ao vão, e Enzo ficou atrás de mim. Meu pulso tremeu.Eu senti a urgência.Elizabeth estava pendurada pelas mãos. Havia sangue pelo seu corpo. Eu pude ver suas costas sujas com o vermelho vivo.Mas, onde estava Paola?Olhei para Enzo, na intenção de lhe dar o próximo comando, e quando meus olhos alcançaram o corredor atrás dele, pude ver uma arma apontada para nós.—ENZO, CORRE! —Gritei, puxando-o para o lado. Nos protegemos atrás de alguns pilares, separadamente.Já não tinha mai