CAPÍTULO 12

Bella

Eu corria desesperada meus cabelos estavam um ninho, os galhos me arranhavam deixando filetes de sangue, quanto mais eu corria mais perto os barulhos ficavam, adrenalina estava a  mil, o suor escorria por todo meu corpo, à exaustão estava me tomando, ouvi um cavalo relinchar, olhei para trás e tropecei em um galho grosso de árvore,  meu joelho sangrava, por um segundo a dor me fez esquecer o motivo da correria, mas o motivo me alcançou, um Homem alto e forte de Capa Preta e máscara me olhava e apontava uma arma.

- Por favor não me mate!

- Você está em terras proibidas, senhorita.

Uma voz grossa com autoridade me falava, parecia já ter ouvido antes , mas não ligava a pessoa. Ele me olhava intensamente como se lesse a minha mente, meu íntimo.

- Sinto muito.

Seu olhar foi através da máscara, parecia que sentia mesmo, mas ainda assim não foi suficiente para impedir seu dedo foi para o gatilho e no momento em que nossos olhos se cruzaram.

Acordei em um pulo, é a segunda vez que tenho o mesmo sonho com alguns detalhes diferentes. Na porta alguém batia incansavelmente, acordou até a Gleice dorminhoca, papai foi atender  e nós ficamos no corredor espiando o que aconteceu.

###- Senhor Elton do céu, Encontraram o filho de Dona Lurdes muito machucado a beira da Colina.

Elton- Quem aquele trambiqueiro.?

###- É o encontraram variando dizendo monstro... Mostro.. está agorinha na casa da curandeira.

Elton- Vixe e quem o encontrou?

###- O *** que o encontrou, o pior é que viram momentos antes Heitor indo pela Colina, e já temos ele como suspeito, eles nunca se deram bem e se parar para ver, quando um monstro ataca ele nunca esteve presente, e sabemos que o cara é bom de briga.

Elton- Ele é estranho, mas pra mim é um lunático sortudo que o monstro não quiz  matar por algum motivo.

###- seja como for ficaremos de olho se vê algo nos comunique.

Voltamos para o quarto o rosto de Gleice estava indecifrável, a preocupação me corroía o casamento já ia ser na próxima semana, tínhamos a minha parte do dinheiro que não era lá grande coisa pois papai ficava em cima para ver os lucros, e metade do valor da Gleice, teriamos que ter um plano B, caso Heitor seja pego.

Me lembrei que esses dias tive a sensação de ser vigiada na praça, próximo à estrada da Colina, depois aquela vez em que ouvi os gritos da vítima que presencie, mas nenhum ruído do monstro,  e o pior os sonhos que tem me perseguido quase todas as noites ou melhor pesadelos parece tão real, será que é um aviso para eu aceitar meu destino.

Eu cochilei era de amanhã, naquele dia o pai não nos deixou trabalhar, nos levou para comprar o vestido de noiva e fazer nosso enxoval,  minha cabeça estava no monstro e na minha liberdade, o que será de mim.

Gleice não opinava em nada, papai pagava com sorriso no rosto, só espero que ele não gaste muito e deixe um pouco para sua velhice não sei se poderei ajudá-lo é muito ruim viver na incerteza não controlar a própria vida. O dia passou rápido, estava esgotada em fazer compras sendo obrigada. A noite caiu e o sono não me fez companhia, já era madrugada quando os meus olhos cansaram de olhar o teto e imaginar e números possibilidades na vida.

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