Bella
Tudo o que aconteceu no escritório cada palavra, olhar, passava repetidamente em minha memória. Será que o sussurro eu ouvi mesmo, ou é fruto da minha imaginação ? Depois da conversa estranha eu me sentia um pouco mais à vontade por saber que tive a sua permissão para trabalhar aqui e ainda receber por isso, sua presença não me incomoda como antes mas ainda sim.
O vestido que ganhei de dona Graça era perfeito não teria nem ocasião para usa-lo.Hoje pela manhã eu soube que dona Graça e seu José iriam a cidade para as compras, seria a primeira vez que ficaria sozinha em casa com Miguel, apesar de não trocarmos muitas palavras eu sentia uma química, algo nunca sentido antes.Dona Graça deixou instruções do que fazer, depois de tudo pronto faltava apenas o quarto do patrão, e o almoço. Subir com os material de limpeza, a porta estava entre aberta, com cuidado abrir ele não estava provavelmente deve estar no escritório. HaviaBELLAO tempo em que estou aqui o ambiente tem melhorado, não troco muitas palavras com Miguel mas o clima já não é tão pesado. Depois daquele dia que minha cara queimou de vergonha eu o encontrei raras vezes, ele sempre com semblante fechado parecia que algo o preocupava. Naquele mesmo dia à tarde eu ganhei alguns vestidos coloridos, que pode se dizer ser caro mas não foi descontado do meu salário, eu parecia uma criança feliz por ter ganhado um doce, às vezes eu me lembrava de Gleice, como será que ela está? Será que ela conseguiu chegar no seu destino? a saudade sempre me lembrava que eu estava sozinha.Eu não pensei nessa possibilidade, não planejei se algo desse tipo acontecesse. O pior é que eu nem sei onde estou, como Gleice saberia.Passaram-se algumas semanas e eu me senti fazendo parte
Bela.Não sei quando, mas eu cochilei, acordei ainda escuro, não se ouvia nada. Me despedi da lua cheia,e esperei pacientemente pelo sol da Manhã. Me levantei fiz minha higiene matinal,me troquei e me deitei de novo, eu estava exausta, meu corpo não desligava parece que a qualquer momento eu ouviria o grito do sonho, como se tudo fosse real. Por um momento me perdi em pensamentos e só voltei com susto, uma batida na porta, como se minha alma voltasse para o corpo demorei para me levantar e atender a porta. Graça estava estranha me chamou para o desjejum onde só estava o casal de senhores e eu na mesa, o silêncio reinava e pude perceber que o clima estava estranho, percebendo o meu estado de uma noite mal dormida dona Graça se pronunciou.Graça- Querida vejo que não dormiu bem hoje você pode limpar só os quarto irei te dispensar mais cedo hoje.É claro que eu não neguei estava exausta, e o que se passava em mi
BELLAPassou o que parecia horas, achei que nem jantaria naquela tarde, mas Graça veio e bateu em minha porta dizendo:Graça- O jantar está pronto, te apresses antes que escureça.Ela sai sem esperar por minhas respostas, "Será que estava brava comigo? mas porque ninguém me viu no quarto eu não mexi nada deixei tudo como estava." Fui para sala de jantar como se nada tivesse acontecido, o clima parecia normal o jantar estava ótimo uma delícia como sempre eu apenas observava o ambiente eles conversavam entre eles sobre as cidades, queria perguntar sobre Miguel já que a discussão de horas atrás parecia não existido.Após o jantar enquanto lavamos as louças perguntei sobre Miguel, "afinal para ela fazia dois dias que eu não o via".Graça- Ele está nervoso sempre nessa ép
BELLAAcordei disposta a tomar um rumo pra minha vida, juntaria todo dinheiro necessário para alugar uma pensão na cidade vizinha, e arrumar um emprego quem sabe mais para frente não consigo pagar um detetive para encontrar minha irmã. Talvez até encontre um Homem leal para dividir meus sonhos e apresentar para papai. Isso são apenas sonhos, ou melhor meta para minha vida.Sair do quarto antes de dona Graça me chamar e fui para cozinha encontrando-a cuando café, me sentei na mesa olhando a paisagem da janela, o sol estava nascendo dando luz a escuridão da noite... me assustei perdida em minha reflexão, com grito de dona Graça e o copo se quebrando, espalhando pelo chão.Graça- Que susto menina, achei que fosse uma assombração.- Eu também assustei, estava pensando... viajando e voltei das nuvens caindo
Bella.Durante o caminho a cidade Dona Graça estava super empolgada, me tratava como se eu fosse realmente sua filha, me imaginando como Condessa meu penteado a maquiagem e as pessoas esnobe que encontrarei lá, ela viajava na imaginação enquanto eu só me questionavam e faria mesmo companhia, o medo se instalou, não poderei viajar sozinha, sendo como companhia aquele ser desprezível, frio, arrogante, lindo e másculo... Eu acho que já tomei sol de mais na cabeça.A cidade grande não se parece como imaginei, o povo da cara feia e fechada, os vestidos das moças que andavam eram impecáveis, fazia o meu vestido de noiva simples do qual fugi ser um pano de chão, 'imagina essas moças em um baile devem ir como princesas.'O sol não estava muito quente pois brincava de esconde-esconde atrás das inúmeras nuvens que havia hoje.No centro da cidade nada se parecia como povoado de Miguelópolis, eram diversas lojas, padarias, merceari
BellaEstava entretida pensando no menino, "o que será que aconteceu para se machucar assim?" quando Dona Graça me despertou mostrando um cetim azul do céu, rendas e mais rendas... Depois do que vi aqui hoje, nessa cidade no meio de dia, nem consigo imaginar o que vestir para estar em meio à alta sociedade, confiarei em Dona Graça e no bom gosto da costureira. A senhora voltou e descobrir se chamar Lourdes, quando Dona Graça disse que eu acompanharia o conde Miguel ela nos olhou surpresa, o que me fez arquear a sobrancelha.Graça- Peço que por favor faça o seu melhor, é a primeira vez que o meu menino irá acompanhado depois de 3 anos após a pandemia, quero espartilho em todos e bem firmes, e muitos bordados, pedrarias, e renda,.. Poderia me indicar onde comprar roupas de baixo também, digo íntimas.Lurdes- Sim claro senhora lhe indico, aqui está o caderno de modelos e tenho alguns prontos que podem ser ajustados
Bella.O tempo estava corrido mas a curiosidade estava me matando, aquela cidade era estranha não tinha visto nenhuma criança na rua brincando a não ser aquele vulto de antes que passou triscando em mim. Nós sentamos e me demonstrei impaciente, afinal tempo é o que eu tinha de menos, o castelo era muito longe. Dona Lurdes se sentou nos servindo de chá.Lurdes- Bom o menino tem 3 anos e meio, mais ou menos, e ele não mora aqui perto, pelo contrário em uma área afastada a mais pobre, eu o ajudo quando vejo e o escondo aqui.- Desculpa mas não entendi, porque o escondeu? e os pais dele? porque ele está machucado daquela forma?Lurdes- Até onde eu soube sua mãe morreu no parto, e o deixou com o suposto pai, que pagava uma senhora para cuidar, só que o menino cresceu e não se parecia com o 'pai,' trazendo uma desconfiança paterna.- Que absurdo! como desconfia da própria esposa?.Lurdes- O que sei é que o tal pai foi
MiguelGracilda havia deixado comida pronta para o almoço, já que todos foram as cidade grande vizinha as compras. A roupa é o de menos, Bella com qualquer trapo fica linda. "Será que ela sabe se comportar diante da sociedade?" eu preciso ensiná-la.O tempo não passava, o dia parecia não ter fim, nunca imaginei que sentiria falta dos meus empregados, o que me lembra do Heitor, aquele vagabundo disse que tinha problemas a resolver e pedir um tempo, até hoje não me deu notícias, ele tem sorte que sua mãe é Gracilda se nao, o dispensava.Eu não me importo de comer comida fria, ja que eles sairam cedo, mas a falação de Graça faz falta acho que até de Bella, apesar de estar pouco tempo aqui. Gosto de observar minhas presas. E ela é muito transparente,o que torna minha vida mais fácil. Depois de um entediante passeio na colina, voltei e passei um tempo no antigo quarto, imaginando como seria minha vida se o destino não tivesse