Bella
Eu cochilei e acordei com barulho da janela e uma pessoa passando por ela, eu gritei muito alto até que Gleice tirou o capuz a revelando, mas já era tarde, eu já havia gritado. Pude ouvir os passos de papai, e sem tempo Gleice desatou o nó da capa a deixando no chão, ela se deitou e cobriu, no minuto seguinte papai entrou todo desesperado com sua espingarda, o me que fez outro son sair da minha boca automática no susto.
Elton- O que está acontecendo aqui?
- Desculpa foi apenas um pesadelo.Elton- Não é possível que Gleice ainda dorme.A olhou espantado, desacreditado, graça aos céus Gleice como uma boa atriz se remexeu na cama.
Gleice- Ah pai, essa menina me acorda desde que nasceu, meu corpo já está acostumado com Bella me perturbando
Elton- E essa capa no chão, por que a janela está aberta.?Gleice- ah sei lá, Bela estendeu isso aí na janela no sol da tarde, e oBellaAcordei ansiosa, hoje seria meu último dia em casa eu comecei a passar mal diarreia, vômito, chorei muito, às vezes ria de mim mesmo imaginando cenários impossíveis, eu acho que estava surtando.Durante o café da manhã papai percebeu meu nervosismo.Elton- Tudo bem Bella? você está nervosa?! depois de amanhã você estará tomando café com seu marido, sonhando em construir sua família, Nossa eu me lembro quando você nasceu... foi a nossa alegria, sua mãe estaria orgulhosa de você agora.Gleici descia as escadas ouvindo conversa com sorriso debochado estampado no rosto.Gleice- Se minha mãe estivesse viva ela não permitiria que o Senhor nos obrigasse a tamanha tolice.Elton- Eu não vou discutir hoje, quero curtir minhas meninas, saiba que eu não queria perder vocês para uns marmanjos, mas se eu morrer amanhã, saberei que vocês terão alguém que possa cuidarde vocês quando eu não estiver
Bella...homens corendo ao meu encontro e nem sinal de Gleice.Olhei no arbusto e não havia nada, minha sacola de roupa havia sumido, corri desesperada em mata fechada meus braços arranhavam com os galhos eu não via nada, nenhuma trilha ou algo que me indicasse o caminho a uma videira, nem sei que árvore é essa.Quando parei para tomar fôlego e olhar ao redor de vi perdida meus braços com filetes de sangue, ouvi homens gritando meu nome de longe, o mato estava alto de repente lembrei-me e poderia ter cobras fui mais adiante caminhando e olhando ao redor para ver se via algum sinal de Gleice meu cabelo estava desgrenhado, meu vestido sujo, algo chamou minha atenção um barulho de cavalo no mesmo instante lembrei-me do meu sonho e um pavor me tomou.Tudo bem, no meu sonho eu corria desesperada e um homem me achava e ameaçava e eu sempre acordava, é preciso manter a calma e pensar, b
BellaMeu subconsciente me avisava que estava em movimento, escutava o barulho de cavalo, mas meus olhos não obedeciam, fui carregada como um saco de batata e colocada em um lugar fedido e de superfície dura, escutei barulhos estranhos, o medo já era menor estava era com raiva da ousadia desse infeliz.Aos poucos fui despertando e tendo controle de mim mesmo, quando enfim enxerguei nítido, tive o deslumbre de ver um rato na cela, eu gritei muito,.. muito alto, acho até que o rato se assustou comigo, realmente isso não é um sonho, olhei em volta estava em uma cela escura sendo iluminada apenas por uma tocha de fogo fora dela, a raiva passou dando lugar ao desespero, havião correntes penduradas que se moviam me causando arrepios.E agora o que será de mim?O monstro me capturou! uma crise de choro me tomou me encoli chorei baixinho, se eu tivesse me casado talvez seria menos pior, e agora morrer
BellaAcordei com a porta rangendo, a dor de estômago permanecia ali, já tinha aceitado a morte por inanição, não conseguia me levantar para olhar, e nem queria.***- Boa garota, saiba que eu investiguei, você disse a verdade, como foi honesta comigo lhe darei um fim merecido.Ele pôs outra jarra de água e um pão enrolado no guardanapo no mesmo instante eu ataque a água com gosto estranho e mordi o pão.- Você irá me matar envenenada ótimo terei descanso.Ele nada disse apenas me observava.- Antes de morrer posso ver seu rosto? apenas vejo seus olhos frios como gelo.* na carroça que se debatia**- Não pode, tenha por satisfeita o fim e terá.Terminei minha última refeição, prendi o meu cabelo, e me deitei, esperei por ela a
Bella -A senhora falou com seu patrão?..Graça- Falei, disse que você era uma sobrinha que perdeu a mãe e tinha um pai severo e veio me pedir abrigo, e não pude negar, que eu precisava de alguém para te ajudar com serviços de casa, afinal já sou uma velha.- Não fale isso dona Graça, a senhora está enxuta.Rimos, depois de muito tempo sem saber o que é sorrir, durante um tempo meu único sentimento era medo, pavor, desespero e fome. O que me fez lembrar de Gleice, será que ela teve mais sorte do que eu ? será que o conde de Pensilvânia a encontrou? ele parecia obcecado por ela. Uma lágrima rolou pelo meu rosto a Saudade bateu a preocupação, abracei dona Graça que me acolheu.Graça- Não chore querida, vai ficar tudo bem.- Sinto saudade de tempos que não podem voltar, a senhora lembra minha mãe, ela sempre via o lado bom das coisas, eu tinha herdado isso dela mas depois do en
BellaDepois daquele dia eu evitava até de olhar para os lados, tinha medo e ver Miguel com seus olhos de vidente me decifrando, conseguia me sentir incomodada até mesmo quando Graça estava presente no mesmo ambiente, por mais que eu tenho percebido que o relacionamento deles iam além de empregada e patrão, pois havia um certo carinho e respeito principalmente da parte dele por ela. Mas eu sentia que toda aquela pose de assustador e mal escondia uma ferida grande.A semana passou tranquila, era rara às vezes em que eu via o patrão e preferi assim, porém as poucas vezes que nossos olhares se encontraram era mesma coisa. uma rede elétrica passava por mim era o medo e eu não sei me expressar... curiosidade ?. Era de tarde e preparava um pão doce a pedido de dona Graça, enquanto ela costuravam vestido muito lindo com com bordados um do qual eu nunca teria condições de ter. Com pão quentinho e açúcar cristal por cima quem visse p
BellaTudo o que aconteceu no escritório cada palavra, olhar, passava repetidamente em minha memória. Será que o sussurro eu ouvi mesmo, ou é fruto da minha imaginação ? Depois da conversa estranha eu me sentia um pouco mais à vontade por saber que tive a sua permissão para trabalhar aqui e ainda receber por isso, sua presença não me incomoda como antes mas ainda sim.O vestido que ganhei de dona Graça era perfeito não teria nem ocasião para usa-lo.Hoje pela manhã eu soube que dona Graça e seu José iriam a cidade para as compras, seria a primeira vez que ficaria sozinha em casa com Miguel, apesar de não trocarmos muitas palavras eu sentia uma química, algo nunca sentido antes.Dona Graça deixou instruções do que fazer, depois de tudo pronto faltava apenas o quarto do patrão, e o almoço. Subir com os material de limpeza, a porta estava entre aberta, com cuidado abrir ele não estava provavelmente deve estar no escritório. Havia
BELLAO tempo em que estou aqui o ambiente tem melhorado, não troco muitas palavras com Miguel mas o clima já não é tão pesado. Depois daquele dia que minha cara queimou de vergonha eu o encontrei raras vezes, ele sempre com semblante fechado parecia que algo o preocupava. Naquele mesmo dia à tarde eu ganhei alguns vestidos coloridos, que pode se dizer ser caro mas não foi descontado do meu salário, eu parecia uma criança feliz por ter ganhado um doce, às vezes eu me lembrava de Gleice, como será que ela está? Será que ela conseguiu chegar no seu destino? a saudade sempre me lembrava que eu estava sozinha.Eu não pensei nessa possibilidade, não planejei se algo desse tipo acontecesse. O pior é que eu nem sei onde estou, como Gleice saberia.Passaram-se algumas semanas e eu me senti fazendo parte