O silêncio do chalé foi quebrado pelo som seco de um galho se partindo do lado de fora.Isabela prendeu a respiração, o coração martelando no peito.Leonardo estava ao lado da porta, arma em punho, completamente imóvel. Seus olhos analisavam cada detalhe, ouvindo cada ruído com a atenção de alguém que já tinha estado naquela situação antes.Camila apareceu no corredor, também alerta.— Tem alguém lá fora. — Ela sussurrou.Isabela se encolheu sob o lençol, os músculos tensos. O calor do momento que acabara de viver com Leonardo desaparecera por completo.Agora, tudo que restava era medo.Leonardo se aproximou da porta e, com um movimento rápido, abriu uma pequena fresta.A escuridão do lado de fora era espessa.Nada.Mas ele sabia que havia alguém ali.O instinto de sobrevivência que desenvolvera ao longo dos anos gritava em seu peito.Sem hesitar, ele saiu, os passos silenciosos como um predador à espreita.Camila veio logo atrás, com uma pistola escondida no cós da calça.Isabela seg
O som do tiro rasgou a noite, deixando o ar pesado.Leonardo sentiu o estômago revirar.— Isabela! — Ele disparou em direção ao chalé, deixando o invasor desacordado no chão.Camila xingou e correu atrás dele.A porta estava entreaberta, e a luz fraca da lareira piscava lá dentro.Leonardo entrou com a arma erguida, os olhos varrendo o ambiente.E então viu.Isabela estava de pé no meio da sala, a respiração acelerada, segurando uma arma tremendo em suas mãos.A alguns metros dela, um homem jazia no chão, gemendo de dor, segurando o ombro ensanguentado.Ela havia acertado o tiro.Mas seu rosto estava pálido, e seus olhos arregalados denunciavam o choque.— Isabela. — Leonardo murmurou, abaixando a arma e se aproximando devagar.Ela piscou, como se só agora percebesse a presença dele.— Ele entrou… Ele… Ele ia me pegar! — A voz dela saiu engasgada.Leonardo ignorou o homem ferido e segurou as mãos dela, retirando lentamente a arma de seus dedos trêmulos.— Acabou. Você está segura.Mas
O silêncio dentro do chalé era sufocante.Isabela sentia o olhar de Leonardo queimando sobre ela, mas não conseguia encará-lo.Seu coração batia acelerado. O que aquele homem quis dizer?Ela era a chave? O que isso significava?— Você sabia de algo? — A voz de Leonardo cortou o silêncio, baixa, mas carregada de tensão.Isabela arregalou os olhos, sentindo o estômago revirar.— Não! Claro que não!Leonardo analisou cada detalhe de sua expressão. Ele queria acreditar. Precisava acreditar.Mas sua mente treinada não aceitava mistérios sem respostas.Camila, sempre cética, cruzou os braços.— Isso não faz sentido. O ouro foi perdido há anos. Como ela pode estar ligada a isso?Isabela engoliu em seco.— Meu pai…Os olhos de Leonardo se estreitaram.— O que tem ele?Ela hesitou, sentindo o peso do momento.— Meu pai morreu quando eu era criança. Mas… antes disso, ele sempre dizia que nossa família tinha um segredo importante. Algo que um dia mudaria minha vida.Leonardo trocou um olhar com
A noite avançava lentamente, mas ninguém dentro do chalé conseguia dormir.Isabela estava sentada na beira da cama, abraçando os próprios joelhos, a mente girando com as últimas revelações.Minha mãe desapareceu há três anos.Meu pai falava sobre um segredo.E agora dizem que eu sou a chave para encontrar um ouro perdido?Parecia coisa de filme. Mas era sua vida.E Leonardo...Ela olhou para ele.Ele estava de pé na varanda, camisa aberta, deixando à mostra seu peito definido. A brisa da noite bagunçava seus cabelos escuros, e o brilho da lua destacava sua expressão séria.Ele estava pensando. Planejando.E aquilo a deixava nervosa.Ela se levantou e foi até ele.— Você acha que minha mãe está viva?Leonardo suspirou, sem olhá-la.— Não sei. Mas se o inimigo mencionou seu nome, significa que alguém tem informações sobre ela.Isabela sentiu um arrepio.— E se ela estiver em perigo?Leonardo virou o rosto para encará-la.— Então vamos encontrá-la antes que seja tarde.A determinação em
A estrada até a cidade natal de Isabela parecia infinita.O vento frio entrava pelas frestas do carro, e a tensão entre eles era palpável.Leonardo dirigia em silêncio, os olhos fixos na estrada, o maxilar travado. Camila estava no banco de trás, analisando informações em seu laptop.Isabela, ao lado de Leonardo, segurava as próprias mãos para tentar conter o nervosismo.Voltar àquela cidade significava enfrentar memórias que ela enterrou há anos.Mas agora, não havia mais escolha.Ela respirou fundo e olhou para Leonardo.— O que estamos procurando exatamente?Ele desviou o olhar da estrada por um segundo, seus olhos escuros analisando-a.— Qualquer coisa que nos leve à sua mãe.Isabela assentiu, mas seu coração batia forte.— E se… e se ela não quiser ser encontrada?Leonardo não respondeu de imediato.Então, apertou o volante e disse:— Então vamos descobrir por quê.A ChegadaQuando finalmente chegaram à cidade, Isabela sentiu um arrepio.Tudo parecia igual.As ruas de paralelepíp
O ar dentro do banco parecia mais pesado do que o normal.Isabela sentia o coração acelerado enquanto seguia o senhor de cabelos grisalhos por um corredor estreito e mal iluminado.Leonardo e Camila vinham logo atrás, atentos a qualquer movimento suspeito.O silêncio era denso, interrompido apenas pelo eco dos passos no chão de azulejo frio.Quando finalmente chegaram a uma pequena sala nos fundos, o homem fechou a porta com pressa. Suas mãos tremiam levemente ao trancar a fechadura.— Vocês não deveriam estar aqui.Leonardo cruzou os braços, impaciente.— Então por que nos chamou?O homem respirou fundo e olhou diretamente para Isabela, seu olhar carregado de algo entre medo e urgência.— Porque… sua mãe esteve aqui.O mundo de Isabela parou.O chão pareceu desaparecer sob seus pés.— O quê?Camila e Leonardo se entreolharam, alarmados.— Ela está viva? — Isabela sussurrou, sentindo a voz falhar.O homem hesitou antes de responder:— Há três anos, sua mãe veio até este banco. Ela ret
O silêncio na pequena sala parecia denso, sufocante. O nome Ricardo Vasconcellos pairava no ar como uma maldição.Isabela sentia um nó se formar em sua garganta. O olhar de Leonardo estava sombrio, perdido em memórias que ela não conhecia.O senhor do banco passou a mão na testa suada e olhou para a porta, como se esperasse que alguém arrombasse a qualquer momento.— Vocês não deviam ter vindo aqui. Esse nome não deve ser dito.Isabela respirou fundo, tentando manter a calma.— Quem é esse homem?Leonardo fechou os punhos.— Alguém que eu pensei ter deixado para trás.Camila cruzou os braços e os olhos analisando a reação de Leonardo.— Mas, pelo visto, ele ainda não te deixou.Ele não respondeu. Apenas desviou o olhar, cerrando o maxilar.O homem do banco se inclinou para a frente, os olhos cheios de medo.— Se vocês querem encontrar sua mãe, precisam sair da cidade. Agora.Isabela trocou um olhar com Leonardo.— Mas para onde?O senhor hesitou.— Ela mencionou um esconderijo… no sít
O estampido do tiro cortou o silêncio da noite.Isabela congelou. Seu coração martelava no peito enquanto o som ecoava entre as árvores.— Abaixem-se! — Leonardo ordenou, sacando a arma.Camila se jogou para trás, puxando Isabela junto. O vidro lateral explodiu com outro disparo, espalhando cacos pelo banco.— Estamos cercados! — Camila gritou.Leonardo olhou ao redor, calculando a situação. A estrada era estreita, ladeada por árvores densas. Com o caminho bloqueado e atiradores escondidos, estavam vulneráveis.— Temos que sair do carro. — Ele disse, sua voz firme, mas urgente.Isabela sentia seu corpo tremer. Isso era real. Muito real.Leonardo abriu a porta e se moveu rápido, mantendo-se abaixado. Camila fez o mesmo, puxando Isabela pelo braço.— Corre! — sussurrou.Os três se esgueiraram para trás do carro enquanto mais tiros eram disparados. A madeira das árvores estalava, atingida pelas balas.— Quantos são? — Isabela sussurrou, sentindo a adrenalina percorrer seu corpo.Camila o