NARRADORASigrid afastou-se de seu tormento possessivo.Conversariam depois, mas as ondas de malícia vindas de Morgana estavam se tornando insuportáveis.— Silas, não vamos esquecer que temos uma espectadora. Que vergonha… — Ela se virou para Morgana, lançando-lhe um sorriso torto.Morgana tremeu por um instante, lembrando-se dos ataques dolorosos daquela mulher. A esperança lhe escapava a cada segundo.— Muito bem… Vamos acabar com isso…— Espera! Espera! Eu posso te dar algo em troca, só me deixe viver! Eu vou embora com meus filhos, juro pela Deusa! Todo o feudo será seu, nunca mais me verá! — gritou de repente, jogando toda a dignidade ao chão.— Está falando do Livro do Risorgimento? — Sigrid perguntou com ironia, observando o rosto crispado de Morgana.Será que ela realmente acreditava que o mantinha tão bem escondido?— Eu… eu posso te dar ele…— Minha senhora não precisa de nada seu. Tudo que há nesta mansão já pertence a ela. Posso matá-la agora? — Silas se virou para Sigrid,
NARRADORAHavia uma névoa negra cercando toda a edificação, como uma cúpula gigantesca. Nada podia ser visto além dela.Ela estendeu a mão no ar e nem mesmo seus dedos eram distinguíveis em meio a tanta escuridão.Pensou que esse devia ser o famoso escudo de Alessandre. Então, ele veio…Mas ficou oculto nas sombras da floresta, cada vez mais surpreso, observando, espiando e aprendendo.— Eu o criei para te proteger. Ninguém pôde sentir o seu poder de Selenia — Silas confessou, pegando-a de surpresa.— Foi mesmo você?— Sim, eu sempre vou proteger minha senhora — respondeu ele, inflando o peito. — Você não precisa de mais ninguém.Sigrid sorriu, sentindo o peito se encher de calor.Ela começava a entender por que os olhos de sua mãe brilhavam tanto diante da possessividade primitiva de seu pai.— Uau, meu Silas está tão competente, tão inteligente e confiável — ela murmurou, levando a mão ao rosto dele, acariciando a barba curta.Os olhos dourados de Silas brilharam, visivelmente satis
SIGRIDEu não soube o que dizer nem fazer; uma lágrima silenciosa rolou pelo canto dos meus olhos, que apenas olhavam para o céu.Como eu não percebi antes? Agora parecia tão óbvio.O homem que falava com tanta doçura atrás de mim, que me abraçava e sussurrava palavras de amor em meu ouvido, meu companheiro, era o suposto vilão.O mais temido, o mais cruel e sanguinário.É incrível como os vencedores podem distorcer a história.— ...mas você pode continuar me chamando de Silas. Na verdade, Umbros não é um nome que me soa mais familiar... eu não gosto...— Não! Não diga esse nome! — Girei de repente, cobrindo sua boca com as mãos. — Seu nome é Silas, você é meu Silas! Esse nome... não... não o mencione mais!Eu gritei, tentando não desmoronar, como se simplesmente não pronunciar aquela palavra pudesse impedir o destino, a destruição que ele representava.— Sigrid, o que está acontecendo? Por que você está chorando? — Ele afastou minha mão da sua boca, o rosto tomado por uma preocupação
NARRADORA— Parece estar apaixonado por Sigrid — Alessandre respondeu— Pior ainda, Alessandre, temos uma bomba ambulante. O que vai acontecer quando ela voltar para o seu mundo? — Eles se encararam em silêncio, a resposta era óbvia. — No entanto, por enquanto, Sigrid o controla e precisamos de mais aliados fortes ao nosso lado. Acho que o mais inteligente é usá-lo e mantê-lo por perto. Esse homem deve odiar Lucrecia com todas as suas forças — Alessandre fazia seus próprios cálculos, e Renata também.Se Alessandre levasse a cabeça de Lucrecia Silver à Rainha, como o herói que derrubou a ameaça das bruxas, além de controlar os vampiros e jurar lealdade à coroa, ele poderia ser aceito como o próximo Rei e marido de Renata.— Não podemos atrasar nossos planos. Sigrid pode partir a qualquer momento... Não sei se ela encontrará o caminho... — Amor — Alessandre a interrompeu, a decisão já tomada em sua mente — Lucrecia me convidou para uma de suas "festas privadas" em alguns dias. — Noje
VALERIA— Você está... você está certa, Esther? — pergunto com a voz trêmula.Meu coração b**e apressado, cheio de felicidade.— Muito certa, Luna. Você está grávida.— Por que não consegui sentir o cheiro, nem seu pai? — pergunto preocupada.— É muito recente, talvez por isso, dê mais alguns dias e você deverá perceber suas feromonas.Ela responde e eu aceno com a cabeça, com os olhos turvos de lágrimas.Sou a Luna da matilha “Bosque de Outono”.Há três anos me casei com o homem que amo loucamente, apesar de não sermos pares destinados, meu Alfa Dorian.Fiz de tudo para ser a Luna perfeita, o pilar no qual ele possa se apoiar, no entanto, uma sombra opaca meu casamento e era o tema do herdeiro.Nunca consegui engravidar e admito que não compartilho muito a cama com Dorian, mas sei que suas obrigações como Alfa o mantêm muito ocupado e estressado.— Por favor, não conte a ninguém na matilha. Quero surpreender meu esposo.— Fique tranquila, Luna, não direi nada. Parabéns! — ela sorri pa
VALERIAEle me morde com ferocidade na coxa e me arrasta para debaixo de seu corpo, controlando-me sem piedade.Tento resistir, pedir ajuda, minhas mãos sobre meu ventre, tentando proteger meu filhote, mas suas garras, como armas mortais, perfuram minha pele, destroçando todo meu pequeno corpo vulnerável.Preciso levantar os braços por instinto quando suas garras afiadas se dirigem ao meu rosto, e grito em agonia por causa de uma ferida profunda que atravessa minha bochecha desde a testa.Ao deixar minha barriga exposta, ele investiu contra nosso filho.— NÃO! O filhote, não! Por favor, Dorian, MEU FILHO NÃO!As lágrimas caíam incessantemente dos meus olhos enquanto eu o suplicava, mas seus caninos devoravam minha carne, e suas garras procuravam, friamente, nas profundezas das minhas entranhas, arrancar a vida que eu carregava.Não sei quanto tempo durou essa agonia; soluçava, implorando enquanto ainda conseguia falar.A dor em todo meu corpo era insuportável, mas a da minha alma, que
VALERIAOuço gritos estridentes, vidros quebrando, um rugido animal, rosnados de Alfa, luta e disputa.Algo quente espirra em meu rosto e braços, minhas garras destroçam e meus caninos rasgam.Não consigo parar, não posso, a raiva me consome por dentro e grita por libertação.Não sei o que estou fazendo, não tenho consciência de mim mesma, só sei que, quando recupero o controle do meu corpo, a primeira coisa que vejo são minhas mãos cobertas de sangue.Estou de joelhos no chão, ao meu redor tudo é vermelho, destroços e partes do que um dia foi um poderoso Alfa, Dorian.O que eu fiz? O que fiz, por Deus?!Olho para a cabeça arrancada a um metro de mim.Seus olhos amarelados ainda me encaram com pânico, e sinto como meu estômago revira.Vomito ao lado, sem conseguir evitar, enojada por toda essa cena cheia de morte e violência.Fui eu quem fez isso? Aqui não há ninguém mais.Olho ao meu redor, não sei onde foi parar Sophia, só sei que alguém foi jogado pela janela de vidro, que está est
VALERIASua atitude gritava "sou o dono de tudo aqui, o senhor absoluto."Imediatamente baixei a cabeça, tremendo. Não importava que eu não tivesse uma loba interior, o poder que emanava daquele homem parecia sufocar, estrangular a alma, e ele estava até um pouco distante de mim.Era um Lycan, a espécie superior dos lobos, a maior evolução, e eu estava quase certa de que ele era o mais poderoso de todos, Aldric Thorne, o Rei Lycan.— Sasha, trate de tirar o lixo e certifique-se de que minha próxima criada pessoal não seja uma vadia intrigante, ou ela perderá mais do que a cabeça — sua voz rouca, intimidadora, fria, ecoou, e então passos se afastando.— Isso é um desastre, já é a quinta em dois meses, não sei o que essas meninas têm na cabeça, eu sempre as aviso.A Governanta, a senhora que administra o castelo, se aproxima e tira um pequeno frasco das mãos da vítima.— Outra que tenta dar um afrodisíaco ao Rei, idiota. Vou chamar um servo para levá-la, e sua primeira tarefa será limpa