VALERIA— Sério? Achei que tinha te ouvido murmurar alguma coisa — ela se aproximou de mim com dúvidas.— Não, só estava pensando alto. Conseguiu resolver as coisas com seu namorado?Desço os degraus e encontro-a sentada no último, e de repente, ela começa a chorar.Entre soluços, me conta as dificuldades com seu parceiro e seus pais; ser filha do Alfa não é fácil.— Não fique assim, com certeza haverá uma solução. Você não tem ninguém que te apoie? Talvez uma irmã?— Não! Por que você está perguntando se eu tenho uma irmã? — ela pergunta levantando o olhar, defensiva.— Ah… desculpe, foi grosseria minha. Tudo isso está me deixando nervosa e, não, eu não tenho irmã nem ninguém mais.Ela afirma, e eu assinto, embora seja estranho ela reagir assim a uma simples pergunta.— Ah, não! Já está muito tarde, meus pais vão me matar e o Rei deve estar louco te procurando! Vamos, vamos agora!Ela passa da angústia para o pânico e me pega pela mão para me levar de volta ao bosque, quase correndo.
VALERIAEu só tinha ouvido falar deles nas histórias de terror contadas para assustar crianças desobedientes.Eram extremamente raros de se encontrar, e quase ninguém sobrevivia após vê-los.Seres de pura energia sombria e maldade, magia podre e assassina.Seus olhos vermelhos, como dois abismos profundos cheios de chamas, estavam fixos em mim, em um rosto sem forma, me fazendo tremer de medo.Seu corpo era envolto por uma névoa negra, com algo que parecia cabelos longos pendendo por todos os lados enquanto ele avançava em minha direção.Seus braços eram longos demais, desproporcionais, com garras afiadas e enormes que poderiam me atravessar de lado a lado.Eu me arrastei para trás, rastejando no chão, sem sentir minhas pernas. Meu coração batia tão rápido que pensei que fosse parar a qualquer momento.Tentei me levantar várias vezes e falhei. Ele estava sobre mim, e, através da escuridão, vi aterrorizada quando abriu uma boca cheia de dentes tortos e sorriu, fazendo cada pelo do meu
VALERIA"Isso não vai agradar nada ao chefe.""O que você queria que eu fizesse? Que pegasse aquele cadáver nojento ou que esperasse o espectro?!""Essa mulher tem mesmo sorte. Com o rosto tão estragado, nem o espectro quis ela."Eu ouvia a conversa de dois homens, ao que parecia.Meu corpo inteiro estava exausto, como se tivesse passado por um esforço desumano. Eu estava confusa, não me lembrava direito do que havia acontecido.Adele tentou me enganar, nós lutamos, aquela coisa apareceu e depois... o quê?Deitada sobre o ombro de um dos meus captores, era levada a algum lugar desconhecido. Mesmo desperta, fingi estar desmaiada para ouvir fragmentos da conversa deles.— Ponham-na no barco! – disseram antes de me jogarem numa velha embarcação.Percebi que estava sendo levada cada vez para mais longe do Rei e tentei lutar como pude.— Acordou já? Ah, maldit4 mulher!— O que está acontecendo?!— Ela me mordeu! Agora você vai ver quanto isso vai te custar!A última coisa que vi foi um pun
VALERIAA dor era insuportável, como se meus dedos tivessem sido mergulhados em um forno aceso. De fato, eles estavam exatamente assim: queimados e sangrando.— Não é ela! Aquela garota idiota se enganou de novo! Não deveríamos ter confiado que ela faria isso direito! — rugiu o vampiro com raiva, chutando uma cadeira. Após o deslize, ele respirou fundo para se recompor e guardou a pedra na caixa.— Não podemos ficar aqui. O Rei Lycan estava farejando aquela matilha, e é apenas uma questão de tempo até que nos encontre — declarou.— Não sabemos de onde veio essa mulher. Ela parece insignificante. A filha do Alfa morreu sem dar muitas explicações. O espectro apareceu, atraído pelo sangue especial.Respirei aliviada ao perceber que eles não sabiam que eu era a criada pessoal de Aldric. Se soubessem, eu não teria chance de sair viva.Mas o que era esse “sangue especial” de que falavam? Eu não fazia ideia.— Matamos ela?— Não. Curem a mão dela e ganhem algum dinheiro. Vendam-na no leilão
ALDRIC— Estavam procurando uma mulher que pudesse ler o que estava escrito no Altar? Adele testava todas, locais e visitantes, e vocês nem sabiam que havia algo escrito lá?!— Fiz isso para proteger minha família! Você teria feito o mesmo!— Eu teria pedido ajuda, idiota! Os vampiros são as criaturas mais traiçoeiras que existem! Para que diabos servem os Guardiões então?! — rugi quase bestializado, sentindo o peso da gravidade dessa situação.— Você entregou uma relíquia sagrada da nossa raça, enganou mulheres inocentes e estava disposto a deixar que os vampiros acessassem nossos segredos! Você realmente achou que sua família sairia ilesa disso?!O Alfa continuava chorando, dizendo que fez isso por suas filhas, mas minha paciência estava esgotada, e o que mais me preocupava era para onde tinham levado Valeria.— Me diga onde estão os vampiros — perguntei com uma voz mortal.— Não, eu não sei exatamente! Sempre foram muito misteriosos, nunca conheci o chefe. Nos encontramos em uma ca
ALDRICNão sabia quantos poderiam estar no prédio velho, mas entrei rugindo, pronto para cortar cabeças.Muito tarde, cheguei um passo atrasado. Era evidente que eles haviam fugido desse lugar. Já deviam saber que eu os tinha descoberto.Me transformei em humano e caminhei pelos pisos subterrâneos escuros, desesperado, chutando portas e inspecionando tudo.Haviam deixado cadáveres por todos os lados. Os idiotas que ousavam fazer negócios com os vampiros sempre terminavam assim.Meu coração batia com medo, algo que eu não sentia há muito tempo, e mais ainda quando finalmente percebi o cheiro dela.Corri, descendo por uma escada estreita, por um corredor sombrio, até uma cela enorme.Havia muitos cheiros femininos misturados ali, e entre eles o de Valéria. No entanto, não havia sinal dela.Vi um corpo agonizando em um canto sujo e me aproximei.Era uma mulher loira, com uma horrível ferida no estômago. Não havia salvação para ela.Quando me abaixei, percebi que era a filha mais velha da
ALDRICVer Valeria tão ferida e vulnerável fazia meu coração se partir, enquanto uma ira desmedida crescia dentro de mim.“Ele” lutava para sair, para consolá-la, para lamber suas feridas. Eu o sentia cavando em minha mente, tentando se libertar.Estar tão perto de perdê-la reforçou meus medos. Ela poderia desaparecer do meu mundo em um instante, para nunca mais voltar.Olhei ao redor: um punhado de guerreiros, duas mulheres nuas abraçadas, tremendo em um canto, uma escrava mutilada e outra morta.O culpado de tudo era um lobisomem Beta, também nu, exalando cheiro de sexo, medo e podridão.Soltei um rosnado baixo, uma advertência."Ninguém sai daqui, especialmente você, chefe. Tenho o seu cheiro e vou caçá-lo como um animal se der um passo para fora deste lugar", avisei, mostrando os caninos.Ele assentiu imediatamente, com os olhos vermelhos e tremendo de medo. Já não era tão corajoso agora.Afastei-me, levando Valeria um pouco mais distante.Seu pequeno corpo parecia tão frágil, enc
ALDRICEla diz meu nome num sussurro, arrastando aquela língua rosada que agora acaricia o lábio superior.É a primeira vez que me chama pelo nome, e soa como um maldito orgasmo ouvi-la.Ela se cola no meu peito, o corpo dela contra o meu, quase nus, a pele dela fresca e ao mesmo tempo quente.Ela cheira meu peito, acariciando-me com as mãos, descendo com a boca até meus mamilos para lambê-los.Meu pau estremece contra o ventre dela.— Aldric… Nmm...Gemo, tentando me segurar para não perder o controle. Se eu perder a cabeça agora, posso machucá-la. Ela está muito ferida, mas suas carícias, seus beijos, seu cheiro delicioso... tudo está me enlouquecendo.Ela pega uma das minhas mãos e a conduz por trás do vestido, entre as nádegas nuas, sem calcinha. O convite é claro, e eu não sou de pedra.Coloco minhas duas mãos para baixo, subo o tecido até a cintura, aperto com vontade suas nádegas carnudas, sibilando de prazer por realizar minhas fantasias.Me afasto por um segundo e arranco as