POV ALICE.O dia de dar a resposta a Darius chegou. Nos últimos dois dias, tentei seguir minha vida normalmente, mas a toda hora eu lembrava daqueles olhos azuis brilhantes e daquele rosnado feroz que vinha de Darius. Eu sentia calafrios só em lembrar. Devo admitir: aquele homem me causava um certo medo, mas não posso me submeter.A manhã passou rápida. Mamãe estava a todo momento vindo me ver para saber se eu estava bem. Ajudei-a com o almoço e, assim que almoçamos e terminamos de limpar tudo, Luís apareceu. Ouvi a buzina do carro, fui ver quem era e o encontrei encostado no carro, me aguardando com um sorriso acolhedor. Fico pensando como seria se eu me apaixonasse pelo meu melhor amigo e correspondesse a seu sentimento.— O que você faz aqui? Que surpresa! — falei enquanto chegava perto dele.Luís me puxou para um abraço apertado. Eu me entreguei aquele carinho; estava precisando de um pouco de afeto para acalmar um pouco. Eu estava nervosa, pois a qualquer momento Darius poderia a
POV DARIUS.Rosnei quando ouvi a resposta dela. Como essa humana fraca ousa me rejeitar? Aproximei meu rosto do dela, inclinando-me um pouco para ficar na altura daquela baixinha folgada. Ela deu um passo para trás, tentando fugir, mas fui mais rápido e a segurei pela cintura. Podia sentir o cheiro do seu medo. É bom ter medo de mim. Mas também senti seu aroma natural, que me deixava embriagado. Perguntei, bravo e falando entre dentes, se ela ousava me rejeitar.— Vai com calma, Darius. Não assuste nossa companheira e piore ainda mais a situação — disse Baltazar, mentalmente e bastante calmo para quem acabou de ser rejeitado.— Por que você está tão calmo? Alice nos rejeitou mais uma vez! — perguntei mentalmente.— Notei na voz dela uma certa indecisão. Não há firmeza na resposta. Alice está com medo e intimidada por nós — falou Baltazar, confiante.— Sua confiança se baseia nisso? Deixe que cuidarei de tudo. Só peço que não interfira. Agora será do meu jeito — falei. Eu já sabia o qu
POV ALICE.Assim que Darius entrou no carro, senti meu corpo relaxar levemente, mas o tremor nas minhas mãos ainda estava presente. Afastei-me alguns passos, tentando recuperar a respiração que ele parecia ter roubado de mim. Aquele homem… Ele tinha algo em sua presença que era impossível ignorar, algo que me fazia sentir pequena, mesmo quando eu me recusava a abaixar a cabeça.— Alice! — A voz de Luís me chamou, trazendo-me de volta à realidade. Virei-me rapidamente e o vi correndo em minha direção, a preocupação estampada em seus olhos. Sem hesitar, ele me envolveu em um abraço apertado.— Você está bem? O que ele fez com você? — perguntou, afastando-se ligeiramente para me examinar.— Estou bem, Luís. Não se preocupe — respondi, tentando soar convincente.Mas era mentira. Eu não estava bem. Não conseguia tirar da cabeça o olhar intenso de Darius, as palavras que ele havia dito com tanta convicção. Como ele ousava me tratar como se eu fosse algum tipo de posse?— Bem? Você está trem
POV DARIUS.Assim que cheguei em minha mansão, fui direto para meu escritório. Sentei-me em minha cadeira e peguei o documento. Senti o cheiro de Giovanni e Gabriel se aproximando do meu escritório. Antes que batessem na porta, eu rosnei e falei mentalmente com eles.— Entrem logo. — Ordenei. Eles abriram a porta e entraram. Assim que estavam em minha frente, se curvaram em sinal de respeito. Eu estava exalando raiva e dominância, e os dois estavam bastante tensos.— Supremo. — Falaram juntos.— O que querem? — Perguntei, mas já sabendo o que eles queriam: era saber sobre meu encontro com Alice.— Vimos que Vossa Majestade Suprema chegou tenso e ficamos preocupados. — Falou Gabriel. Esses dois são implacáveis e cruéis, mas também são bastante curiosos.— Sério isso? Desde quando meus betas viraram duas fofoqueiras? — Perguntei, e os dois ficaram rígidos, fazendo expressões de pouco amigos, e ouvi até um rosnado vindo dos seus lobos.— Perdão, Supremo Alfa, não foi nossa intenção sermo
POV DARIUS.Baltazar rosnou alto e feroz, usando sua voz de alfa supremo para se comunicar com os lobos de meus betas.— Saiam agora, senão querem morrer dolorosamente. — Ordenou mentalmente, cheio de raiva. Giovanni e Gabriel saíram rapidamente. Como havia mencionado, ninguém discute com Baltazar. Revirei os olhos com seu excesso de raiva.— O que significa isso, Baltazar? — Perguntei.— Cale-se, pois agora você vai me escutar. Você não deixará minha companheira no relento, passando fome e frio, jogada como um saco de lixo na sarjeta. Eu te proíbo! Darius, você não quererá me ter contra ti. — Ameaçou, cheio de raiva. Fiquei surpreso com sua reação, nunca o vi assim.— Quer se acalmar e parar de me ameaçar? Alice não ficará na rua, abandonada à própria sorte. Eu a trarei para cá. Ela não terá escolha. — Comentei e sorri.— Idiota, você não pensa? E aquela mãe intrometida dela? Acha que Alice deixará a mãe na rua? Não, ela a trará junto. Como o gênio planeja lidar com aquela velha intr
POV ALICE.Fiquei olhando para aqueles dois homens como se eles tivessem me dito que o mundo acabaria amanhã. Como assim? Uma ordem de despejo? Meu coração começou a acelerar no peito, e minha mente se encheu de perguntas. Como? Por quê? Eu mal consegui processar.— Despejo? — Minha mãe repetiu com a voz vacilante, dando um passo à frente. — Deve haver algum engano. — Comentou mamãe, tentando parecer firme.O homem de terno mais alto, segurando uma pasta preta, abriu-a com calma, puxando um documento que parecia oficial demais para ser um engano. Ele o estendeu para minha mãe com uma expressão fria e profissional.— Não há engano, senhora Miller. Aqui está a notificação oficial. A propriedade foi adquirida recentemente, e o novo proprietário está reivindicando o terreno. Vocês têm um prazo de 72 horas para desocupar o local. — Falou todo arrogante. O mundo parecia estar caindo sobre minha cabeça.— Adquirida? — perguntei, sentindo minha voz falhar de incredulidade. Minha mãe pegou o p
POV ALICE.— MAMÃE! — gritei, quando vi minha mãe cair no chão, seus olhos se fechando abruptamente. Meu coração disparou e, por um momento, parecia que o mundo inteiro havia parado. Por um instante, congelei, mas logo consegui sair daquele estado. Meu coração martelava contra o peito enquanto eu corria para ela, caindo de joelhos ao seu lado.— Mamãe! — Gritei novamente, minhas mãos tremendo enquanto tentava segurá-la. — Acorde! Por favor! Não me deixe, mamãe! — Falei desesperada.Toquei seu rosto pálido, tentando encontrar algum sinal de vida. Em desespero, procurei sua pulsação, pressionando meus dedos contra o pulso dela. Nada. Meu coração apertou, o desespero me engoliu.— Não, não, não! Isso não está acontecendo! — Meu grito saiu sufocado, minhas mãos tremiam descontroladamente. Eu chorava, meu rosto já molhado pelas lágrimas. Antes que eu pudesse pensar no que fazer, a porta da frente foi aberta com força. Luis entrou correndo, seguido pelo senhor Francisco.— Alice, o que est
POV ALICE.O corredor do hospital parecia interminável, iluminado por luzes brancas que pulsavam em minha visão, fazendo meus olhos doerem. A ansiedade estava me consumindo. O cheiro estéril de álcool e medicamentos me enjoava, mas o nó no meu estômago era pior. Luis ainda estava sentado ao meu lado no banco, sua mão segurando a minha, me ancorando à realidade. Meu mundo estava despedaçando, eu só pensava na minha mãe dentro daquela sala há mais de uma hora. Cada segundo que passava parecia uma eternidade. E a falta de notícia estava me deixando impaciente.— Por que eles não dizem nada? — sussurrei, mais para mim mesma do que para ele. Luís me puxou para mais perto e falou com sua voz baixa e firme:— Eles estão fazendo tudo que podem, Alice. Sua mãe está em boas mãos. — Disse Luís tentando me acalmar.Queria acreditar nele, mas minha mente não conseguia encontrar paz. Antes que pudesse responder, a porta dupla da sala de emergência se abriu, e um homem de jaleco branco caminhou em n