POV ALICE.Fiquei chocada em ouvi-la falar, por alguns minutos não soube o que responder à Lulu. Olhei para minha gatinha, que até então parecia ser apenas isso, uma gatinha como qualquer outra. Mas agora, ouvindo as palavras saindo de sua boca, tudo parecia surreal.— Você… fala? — Foi tudo o que consegui dizer, enquanto sentia meu coração bater mais rápido. Sei que foi uma pergunta sem sentido, já que estou lhe ouvindo falar.Lulu se espreguiçou novamente, como se minhas palavras não fossem novidades alguma. Ela olhou para mim com aquele olhar felino penetrante, que de repente parecia mais cheio de propósito, de significado.— Sim, eu falo. Achei que isso estivesse claro agora. — Sua voz era suave, mas carregava uma nota de impaciência e deboche, como se eu estivesse demorando para entender algo óbvio. — E sim, sou uma guardiã. Estou aqui para protegê-la. — Completou. Meu corpo inteiro ficou tenso e as perguntas surgiram. Proteger-me? De quê? De quem?— Proteger-me de quê? — pergunt
POV ALICE.De repente, Lulu começou a falar e o que saiu de sua boca me deixou muito surpresa.— Sabe, eu gostava da velha você. Se você se visse hoje, iria se rasgar de raiva. Imagina se a antiga Alice seria tão meiga e inocente. Sabe que, às vezes, você me entedia? Ela foi bem cruel com você — falou, me surpreendendo.— Espera, você já me conhecia? Você me conhecia antes de eu perder a memória? E quem foi cruel comigo? — perguntei, nervosa e esperançosa.— Ops, acho que falei demais. Não era para ter falado isso, vou entrar numa encrenca. Esquece o que ouviu — falou.— Não mesmo! Eu estive atrás do meu passado por muito tempo, mas nunca tive nenhuma pista sobre ele. Agora, uma gata falante diz que me conhecia e quer que eu esqueça? Nem pensar! Pode ir falando o que você sabe — ordenei.— Desculpa, querida, mas não estou autorizada a te contar nada. Tenho mais medo de quem nos enviou do que de você. Depois de tudo que ela fez, eu não vou me arriscar — disse Lulu, apreensiva. Notei qu
POV DARIUS.Estava difícil me concentrar na reunião com meus betas. Eu estava a todo momento pensando em Alice. Meu pensamento era seu corpo e o que fizemos, e também a conversa que ela estava tendo com aquela gata folgada.— Alfa… supremo… Darius. — Me chamou Gabriel, me tirando dos meus pensamentos.— O quê? — Perguntei, pois não havia escutado.— O que está lhe deixando distraído, meu amigo? — Perguntou Gabriel, deixando de lado as formalidades. Meus betas sempre foram o que eu tinha de mais próximo de amigo. Antes até que tínhamos mais intimidade, mas com a morte da minha primeira companheira, me afastei.— Estamos te achando diferente e disperso. — Comentou Giovanni. Suspirei.— Estou pensando em Alice. — Comentei, e os dois se entreolharam cúmplices.— Está me dizendo que sua falta de atenção é porque está pensando na sua companheira? — Perguntou Giovanni.— Sim. — Respondi apenas.— Isso é surpreendente. Parece que Alice é realmente a solução, por estar te amolecendo. É bom ter
POV DARIUS.Um mau pressentimento percorreu meu corpo como um choque assim que Necro declarou sua intenção de ajudar. Nada de bom vem dessa besta infernal. Seu tom sempre carregado de sarcasmo e sua presença constante em minha mente eram irritantes, para dizer o mínimo. Por que ele simplesmente não podia me deixar lidar com meus problemas sozinho?— Quem disse que preciso da sua ajuda? E não te quero causando problemas — falei, irritado, esforçando-me para manter o controle enquanto Necro invadia minha mente com tanta facilidade. Esse era mais um lembrete de que sua influência se fortalecia com a aproximação da lua cheia e da minha transformação.— Eu não vou causar problemas. E você precisa de mim, sim. De quem você acha que vêm essas habilidades que te permitem não ser notado e não ser afetado por magia? — ele respondeu com um tom convencido. Era difícil refutar. Necro estava certo. Minhas habilidades vinham dele, e ignorar isso seria tolice. Era graças a ele que eu tinha essas hab
POV ALICE.Amanheceu e, após o café da manhã, acompanhei minha mãe até fora de casa, auxiliei-a a se sentar na varanda para aproveitar um pouco da luz do sol. Sua pele estava pálida e parecia absorver cada raio com gratidão. Conversamos um pouco e era tão bom conversar com minha mãe.Lulu, se aninhou no colo da minha mãe e recebeu um carinho na cabeça. Lulu sabia da fragilidade de minha mãe e da necessidade de vigilância. Não podia esquecer que estava numa alcateia cheia de lobos e que nós duas eramos as únicas humanas aqui. Era reconfortante saber que, enquanto eu estivesse ausente, Lulu estaria ali, mantendo minha mãe acompanhada e protegida.Com um último olhar para ambas, deixei a varanda e caminhei em direção ao escritório de Darius na mansão. Meu coração estava inquieto. A ideia de me encontrar com Agatha, para aprender sobre o mundo sobrenatural e meu papel como Luna, me preenchia com nervosismo e curiosidade. Eu odiava ter que esconder tudo isso da minha mãe, mas sabia que er
POV DARIUS.Após tomar o café da manhã na companhia dos meus pais, de Alice e sua mãe, me levantei para sair, pois tinha muito o que resolver para a missão de hoje à noite. Já estava prestes a sair quando Baltazar falou:— Você não está pensando em sair dessa sala sem se despedir de nossa companheira, não é mesmo? — perguntou Baltazar mentalmente.— O que você quer agora, Baltazar? — perguntei, impaciente.— Quero que a beije. É assim que companheiros fazem. Não vê como sua mãe e seu pai se comportam quando estão juntos? — perguntou. Então, olhei para meus pais e vi que eles estavam se olhando com amor e cumplicidade. Meu pai segurava a mão de minha mãe como se ela fosse uma preciosidade.— Você não pode comparar o que temos com Alice ao que meus pais têm. Eu nem reconheci Alice como minha companheira. Como quer que aja como meus pais? — perguntei, suspirando mentalmente.— Você não reconheceu por ser teimoso. Darius, eu te conheço para saber que já ama Alice — disse Baltazar.— Chega
POV DARIUS.O centro de treinamento da alcateia era um espaço vasto e imponente, projetado para suportar o peso de batalhas intensas de treinamento. O chão era de concreto reforçado, com marcas de lutas passadas espalhadas como cicatrizes. As paredes altas eram revestidas com painéis de amortecimento para evitar que impactos mais severos causassem danos estruturais.Equipamentos modernos misturavam-se a armas tradicionais, como espadas, lanças e escudos. Na área externa ficava um campo gramado onde meus lobos poderiam se exercitar livremente e deixar sua parte lycan dominar. O centro de treinamento era o lugar onde guerreiros eram moldados e onde eu poderia liberar minha fúria sem preocupação de machucar inocentes.Quando cheguei, senti o cheiro de Giovanni e Gabriel, que já estavam à minha espera. Ambos trajavam roupas leves, projetadas para facilitar os movimentos. Seus olhares transmitiam uma mistura de confiança e apreensão. Eles sabiam que o treino seria intenso, mas também conhe
POV DARIUS.Deixei o centro de treinamento com a mente fervendo, a tensão se arrastando pelos meus músculos, cada fibra do meu corpo clamando por algo mais. Necro rosnava em minha mente, insatisfeito, sempre exigindo mais, empurrando-me para a beira da perdição. Eu precisava de algo, alguém, para me ancorar, algo que pudesse me acalmar… Eu precisava de Alice.A corrida até minha casa foi rápida, quase automática. Quando abri a porta, caminhei rapidamente pela sala silenciosa. Alice estava lá, sentada no sofá, uma visão que me fez parar por um instante. Seus olhos deixaram o livro que ela lia, ao me notar, e a surpresa ficou evidente em sua expressão.— Darius! — exclamou, seus olhos arregalaram. — Você está… nu! — disse, constrangida.Eu não respondi. Não conseguia. A urgência dentro de mim dominava tudo. Meu corpo se movia sem controle, um desejo bruto que não podia ser negado. Cada passo que dei em sua direção era carregado de intensidade. Quando parei na frente do sofá, ela me olho