O castelo estava impecável, cada minúsculo centímetro parecia ter sido coberto por magia, eu vi os casais apaixonados dançando, de um lado os rapazes muito bem vestidos e do outro lado moças com seus vestidos exuberantes, suspirei tentando não tropeçar na saia do vestido, postura pensei, postura...
Hermes me deu a mão no alto da escada.
- Está deslumbrante senhorita Rasmus.
- Sabe que eu estou aqui por livre e espontânea obrigação não é?
Ele sorriu e voltou a abaixar a cabeça antes de me anunciar.
- Senhorita Anna Elizabeth Rasmus, futura Herdeira de Taika.
Eu não era mais a desconhecida de Naantali, Finlândia, agora eu tinha um titulo ali, gostaria tanto que meus avós pudessem estar presentes na festa, vi Kaarl se aproximar das escadas ele estendeu o braço para mim que o enlacei no meu sorrindo.
- E seu companheiro, O Príncipe Kaarl Sipinpoika, Herdeiro da coroa negra.
Desci as escadas com graça, por um milagre não tro
Kaarl chamou Marschall para uma conversa no escritório, ele precisava tirar a limpo o que Anna tinha falado e sabia que tinha algo acontecendo, pois também já tinha percebido a forma como ele observava Anna de longe. - Senhor príncipe? Recebi seu recado... Marschall disse assim que entrou, Kaarl se levantou e caminhou até Marschall. - Eu estava vendo aqui que você foi professor em Taika, aliás, um professor tão bom que conseguiu que alguns alunos superassem suas dificuldades e batessem seus próprios recordes, isso é impressionante... Porém é mais impressionante ainda que um professor tão célebre tenha se afastado sem nenhum motivo aparente da escola. - Eu tive meus motivos, o embaixador Heikkinen foi quem me afastou e preencheu minha ficha de demissão, eu precisava cuidar de minha mulher que estava grávida, sabe o quando Kauane foi doente, não foi fácil para ela ter nosso filho. - Ou será que foi por que você não suportou ser professor de Hell
Kaarl deve ter ficado mais uns quinze ou vinte minutos no cemitério, trocou a água dos vasos de flores de Tiina e limpou a sua lápide, sentou-se com as mãos na cabeça e pensou, que bom seria se pudesse tê-la ali para lhe aconselhar da melhor forma, Anna era de outra época que ele, desejava coisas que ele não podia dar, com Tiina era tudo tão mais fácil, ela vivia no tempo dele, compreendia sua forma de ver as coisas, com Anna tudo parecia tão desconexo, suspirou olhando para o quadro pendurado na parede. “Você me entenderia, tenho certeza que entenderia”. Depois de algum tempo decidiu que era preciso ter uma conversa com ela, sentia que de fato Marschall poderia estar vencendo sua teoria de que a ligação falava por ele, ele precisava tomar as rédeas da situação, ele não amava Anna, mas as vezes parecia que aquilo era tão certo, esquecer-se de tudo e simplesmente viver o momento, ah se Hermes o ouvisse, certamente lhe bateria tanto na cabeça que ele desistiri
Acordei mole no dia seguinte, meu corpo parecia fraco e cansado, me olhei no espelho sem vontade para me arrumar ou trocar de roupas, me arrastei para o andar de baixo e vi meu tio se exercitando pronto para sair para uma caminhada. - Não quer vir comigo Anna? Faria bem para você uma caminhada! Olhei para fora e vi o vento roubar as últimas folhas da arvore, enrolei meus braços contra o corpo, totalmente rabugenta. - Nem nos seus sonhos! Minha tia preparou meu café e me olhou sorridente. - Seu tio já saiu? - Já... Onde está a vovó? - Ela e seu avô foram até o mercado, ela queria comprar ingredientes suficientes para fazer o chocolate quente para você levar. – Ela espiou para os lados. – O que significa que temos um longo tempo de solidão para conversarmos. - Conversarmos? - Não acha mesmo que vai se escapar dessa conversa entre mulheres, vamos eu estive em Taika recentemente e posso dizer que os rapazes de lá mu
Kaarl atravessou a passagem e chegou a Naantali, olhou tudo em volta pensando em como poderia haver dois mundos tão diferentes a apenas um lago de distancia, arrumou as roupas ainda se sentindo estranho, na cidade de Taika muitas pessoas vestiam aquele tipo de roupas na verdade não era algo tão estranho ou tão anormal, porém Kaarl sempre havia se vestido com as vestimentas obrigatórias da escola, túnicas ou então seus trajes de gala de príncipe, calças mais justas de montaria para quando ia caçar ou se aventurar de cavalo, jeans era algo que não fazia parte do seu guarda roupas, o suéter lhe tinha caído feito uma luva assim como o cachecol que Aila tinha conseguido para combinar com o blazer, olhando assim ele parecia de fato um cidadão de Naantali, percebeu que estava sendo observado por algumas garotas, pelo olhar delas não era bem a palavra “esquisito” que elas usariam para descrevê-lo, isso era bom, quem sabe assim Anna não tivesse vergonha dele. Ele parou diant
Eu ri alto me distraindo com aquilo e então vi uma garota bem conhecida de minha escola encostar o carro do outro lado da rua, droga! Pensei era nada mais nada menos que Suzan Koskinen, uma patricinha da minha sala que se achava melhor que todo mundo e que tinha ajudado a espalhar as histórias sobre mim. - O que foi? Perguntou Kaarl vendo minha reação assim que a garota nos olhou e pareceu fazer menção de vir em nossa direção. - Uma garota da minha escola, se acha melhor que qualquer um, vamos entrar rápido, não quero que ela te veja... A menina vinha em nossa direção, Kaarl me segurou pelo braço. - Ela já me viu, aliás, já nos viu... Sim ele tinha razão, vi ela acenar para a gente e ergui o braço bem mais contida do que a saudação dela. - Anna! Há quanto tempo, sua vó disse que está em um colégio interno, é verdade? E como é lá? Onde fica? É na Finlândia? Droga era por isso que eu queria entrar o que eu iria dizer a el
Chegamos a Taika e eu me deparei com o castelo completamente refeito, sem nenhuma sombra do ataque da rainha ele estava impecável e as pessoas pareciam animadas e não abatidas como a ultima recordação que eu tinha delas, pôr algum motivo muito bizarro eles estavam felizes por terem resistido a um ataque da rainha com apenas dez mortos, fiquei me perguntando quantos mortos seriam suficientes para eles entenderem que tinham sido derrotados. - Não consigo entender por que estão tão felizes e animados... - E chorar resolveria de que? O lado sul já chorou tanto por seus mortos que hoje quando conseguimos resistir com uma contabilidade tão baixa, comemoramos! - Então as festividades de Juhannus não serão canceladas? - Mas é claro que não, não podemos nos abater Anna, temos que seguir em frente. - E o que pensam as famílias dos mortos? - Que devemos seguir em frente! Como eu disse Anna, o lado Sul já chorou muito, eles não querem mais ter que
Algum tempo depois as meninas saíram e eu voltei a ficar sozinha comecei a desfazer a mochila de roupas e encontrei o presente dado por minha tia, à caixa de madeira trancada me cativava e me prendia a atenção como se exigisse que eu a abrisse, porém eu não queria fazer aquilo sozinha, eu sabia que não era certo encontrar com Kaarl não com tudo isso acontecendo, mas eu precisava, eu precisava ir até ele. Abri meu livro de feitiços sobre a cama e ergui a perna pronunciando as palavras mágicas, me tele transportando para o quarto dele, assim que cheguei vi que o quarto estava vazio, sentei-me na cama e alisei os travesseiros com cuidado, aquele lugar tinha o cheiro dele e aquilo preenchia meus pulmões me trazendo uma paz incontrolável, eu apenas queria saber se isso acontecia por que eu me sentia bem com ele ou se de fato era apenas por que estávamos ligados um ao outro, talvez houvesse uma forma de quebrar essa ligação, se pudesse ser quebrada seria muito melhor. Ouvi
Assim que voltei para o meu quarto eu me atirei sobre a cama ainda sem acreditar no que tinha acontecido, abracei meu travesseiro e afundei meu rosto nele rindo sozinha, Kaarl tinha basicamente admitido que gostava de mim, tudo bem que tinha a tal ligação, mas eu não me importava, ele gostava de mim e isso bastava. Automaticamente me sentindo uma completa idiota corri para frente do espelho e comecei a me arrumar, eu queria poder ser boa como Parvii com aqueles truques de magia que faziam a gente ficar maquiado instantaneamente, porém por mais que eu tentasse um milhão de vezes nunca gostava do resultado, testei um batom mais escuro me senti ridícula, um vermelho talvez? Muito ousado, ok, talvez algo claro... Rosa? Não estava parecendo uma criança, no fim das contas acabei optando pelo brilho labial sem cor de sempre, e um rímel? Eu podia tentar curvar os meus cílios um pouco, quase fiquei cega tentando isso, suspirei eu era um desastre, ouvi algumas batidas na porta d