Assim que voltei para o meu quarto eu me atirei sobre a cama ainda sem acreditar no que tinha acontecido, abracei meu travesseiro e afundei meu rosto nele rindo sozinha, Kaarl tinha basicamente admitido que gostava de mim, tudo bem que tinha a tal ligação, mas eu não me importava, ele gostava de mim e isso bastava.
Automaticamente me sentindo uma completa idiota corri para frente do espelho e comecei a me arrumar, eu queria poder ser boa como Parvii com aqueles truques de magia que faziam a gente ficar maquiado instantaneamente, porém por mais que eu tentasse um milhão de vezes nunca gostava do resultado, testei um batom mais escuro me senti ridícula, um vermelho talvez? Muito ousado, ok, talvez algo claro... Rosa? Não estava parecendo uma criança, no fim das contas acabei optando pelo brilho labial sem cor de sempre, e um rímel? Eu podia tentar curvar os meus cílios um pouco, quase fiquei cega tentando isso, suspirei eu era um desastre, ouvi algumas batidas na porta d
Larguei a caixa sobre a cômoda e peguei o punhal novamente, porém antes que eu pudesse fazer o corte, Kaarl me puxou para o lado. - Há alguém na porta! Nesse instante antes que ele pudesse desaparecer ou fazer qualquer coisa a porta se abriu e vimos Jarkko entrar enfurecido acompanhado dos ministros, Hermes Marschall e do Embaixador da Magia. - Eu disse! Eu disse a vocês que eles se encontravam as escondidas! Como podem ver foram pegos em flagrante! Marshall se opôs se colocando na frente de Jarkko. - Não seja louco irmão, eles não estão fazendo nada de mais! - Passa da meia noite! Só o fato dela como mulher estar a sós com um homem já constitua crime! Kaarl se afastou de mim se dirigindo ao embaixador. - Senhor embaixador, por favor... Podemos explicar, não há nada entre mim e a senhorita Rasmus, o que há é que ela recebeu um presente da sua falecida mãe e precisava de ajuda com um feitiço! - Não importa! – ber
Quando o dia amanheceu eu sai de fininho da cama, me vesti rapidamente e tentei escapar para o corredor antes que alguém aparecesse, mas mal tive tempo de destrancar a porta do quarto e ele já foi invadido por Parvii e Aila que entraram furiosas comigo. - Como ousa decidir que irá se casar sem nos comunicar? Parvii tinha sangue nos olhos e se sentia traída por ter descoberto pelos outros, eu apenas suspirei, olhando para Aila e esperando que ao menos ela me defendesse, mas ela parecia estar tão ofendida comigo quanto Parvii. - Eu pensei que seriamos as primeiras a ficar sabendo senhorita Anna! Foi um descaso de sua parte! Respirei fundo me sentindo péssima por nem ao menos saber como explicar sem colocar eu e Kaarl em uma situação ainda pior. - Como ficaram sabendo? - Todo castelo está comentando! É um casamento real Anna! Após o casamento você e Kaarl assumiram como rei e rainha de Taika, achou mesmo que isso ficaria escondido por mui
As meninas não tinham mentido o castelo estava de fato um caos, muito movimento e muita conversação sobre o meu casamento, na realidade as pessoas sabiam mais sobre ele do que eu mesma, a noiva, cheguei a me irritar ao ouvir duas meninas falando sobre o tom do vestido que eu usaria, nem mesmo eu sabia se iria me casar ou não, eu precisava encontrar Kaarl e estabelecer algumas regras neste acordo, depois que tudo tinha acontecido eu não o tinha visto mais e era importante deixar claro que apesar de estarmos representando uma farsa teríamos que parecer convincentes. Encontrei Hermes no andar de baixo e caminhei até ele apressada, ele com certeza sabia onde Kaarl estava, ele sempre sabia. - Hermes! - Bom dia senhorita Anna... - Por acaso viu o Kaarl? - Seu noivo? - Por favor, não fique repetindo isso, ainda soa muito estranho e estou tentando me acostumar com a ideia, mas enfim você o viu por aí? - Não senhorita, na realidade não.
Assim que o dia amanheceu algo roubou minha atenção no quarto, olhei para o lado e vi que minha cômoda estava do outro lado e completamente torta, pisquei várias vezes e limpei os olhos tentando entende o que poderia ter acontecido com ela, sai da cama e caminhei até onde ela estava, bem no centro do quarto, olhei de onde ela tinha saído e não acreditei, ela estava literalmente uns três metros de onde ela esteve na noite passada, mas quem a teria movido durante a noite? Conferi a porta do meu quarto e vi que ela estava trancada, então ninguém poderia ter entrado a menos que fosse Aila é claro, pois ela tinha a chave, nesse mesmo instante a porta se destrancou e eu a vi entrar. - Bom dia senhorita Anna! Preparada para a primeira aula de defesa? Só então me lembrei que hoje começaríamos a aprender a lutar, vi que ela não estava com o uniforme habitual o que me fez entender que ela já estava pronta. - Sim, quer dizer acho que sim... – Olhei novamente para ela e
Eu estava muito furiosa, entrei no quarto e bati a porta com força secando minha garrafinha de água em um gole só, não demorou muito para Aila e Parvii entrarem atrás de mim. - Não acredito que o acertou mesmo naquele lugar! - Ele me derrubou, ele não quis nem saber se eu estava aprendendo ou não, me atacou com tudo, eu devia ter feito bem mais que aquilo! Parvii começou a rir sem parar. - Vocês dois darão um excelente casal, já posso imaginar os feitos reais! Eu olhei de canto para ela raivosa. - Quem ele pensa que ele é? - Seu noivo. – Responderam as duas com tom de deboche ainda rindo. - O fato dele ser meu noivo não muda nada, ele sabe que aprender a lutar é importante para mim e foi até lá justamente para atrapalhar! Aila cruzou os braços ficando séria. - Desculpe Anna, eu não quero brigar com você ou discutir, porém não acho que a intenção dele foi totalmente maldosa, na realidade teve algo que ele
Olli viu o corpo de Anna cair desfalecido dentro do circulo e tentou entrar nele para reanima-la, porém foi bloqueado e jogado longe, Parvii correu até onde ele estava caído tendo deixado o livro cair no chão que se fechou completamente se lacrando. - Olli você está bem? - Por que fez isso Parvii? Por que a ajudou? Pensei que era amiga dela! - Eu tentei convencê-la, tentei impedi-la acredite, mas ela estava determinada a encontrar a mãe disse que se eu não quisesse ajudar tudo bem, mas que ela faria do mesmo jeito sozinha! Olli levou as mãos a cabeça vendo o corpo desfalecido de Anna dentro do circulo. - Deus! Como eu vou explicar isso para o nosso pai! Se a Anna não voltar eu juro por Deus Parvii que eu te caço no inferno! Parvii sentiu o impacto daquelas palavras sem saber o que dizer, Anna estava temporariamente morta e não havia nada que eles pudesse fazer agora se não esperar e o pior o único livro que poderia conter alguma inform
Kaarl se ajoelhou perto o circulo com a varinha das herdeiras nas mãos. - Vamos lá varinha estupida, você precisa trazê-la de volta! Faça o que precisa ser feito! Encontre a alma dela! Ele cravou a varinha no chão e logo o sal que estava fechando o circulo se dissipou para os lados e Kaarl conseguiu alcançar o corpo de Anna, ele a deitou em seu colo passando os dedos em seu rosto pálido e sem vida. - Por que foi fazer isso sua maluquinha? O que tinha na cabeça? Marschall chegou no mesmo instante. - O que fez com a minha filha?! Tire as mãos dela agora mesmo! Olli se pôs em frente ao pai defendendo Kaarl. - Ele não fez nada pai, ele tentou impedir, foi ela quem tomou a poção, ela disse que precisava encontrar com Helli e... - O feitiço dos mortos, não, não isso não pode ter acontecido... – Marschall levou as mãos a cabeça completamente louco, ao perceberem o desespero dele algumas pessoas se aproximaram e logo havia muit
Eu não sabia como seria os próximos dias ou como seria ter que encarar Kaarl, na realidade tudo que eu não queria era ter que encontra-lo ou falar com ele ou sobre ele, porém ao mesmo tempo eu precisava contar a alguém sobre o que tinha acontecido no outro mundo. Peguei o livro que tinha acompanhado a varinha e voltei a folheá-lo na página que eu já tinha escrito, porém para minha surpresa ele tinha voltado a ficar em branco, folhei umas duas ou três vezes procurando pela bendita página que eu tinha escrito, mas não tinha nada ali, tudo que eu tinha escrito tinha simplesmente desaparecido como se nunca tivesse sido escrito, fechei o livro assustada e então voltei a abri-lo acreditado ser coisa da minha cabeça, porém novamente ao folheá-lo não achei absolutamente nada, suspirei cansada demais para ficar discutindo com a minha mente e então peguei uma caneta e voltei a escrever, contando tudo que tinha acontecido nos últimos dias, desde a minha ida para o outro mundo até o meu