Kaarl atravessou a passagem e chegou a Naantali, olhou tudo em volta pensando em como poderia haver dois mundos tão diferentes a apenas um lago de distancia, arrumou as roupas ainda se sentindo estranho, na cidade de Taika muitas pessoas vestiam aquele tipo de roupas na verdade não era algo tão estranho ou tão anormal, porém Kaarl sempre havia se vestido com as vestimentas obrigatórias da escola, túnicas ou então seus trajes de gala de príncipe, calças mais justas de montaria para quando ia caçar ou se aventurar de cavalo, jeans era algo que não fazia parte do seu guarda roupas, o suéter lhe tinha caído feito uma luva assim como o cachecol que Aila tinha conseguido para combinar com o blazer, olhando assim ele parecia de fato um cidadão de Naantali, percebeu que estava sendo observado por algumas garotas, pelo olhar delas não era bem a palavra “esquisito” que elas usariam para descrevê-lo, isso era bom, quem sabe assim Anna não tivesse vergonha dele.
Ele parou diant
Eu ri alto me distraindo com aquilo e então vi uma garota bem conhecida de minha escola encostar o carro do outro lado da rua, droga! Pensei era nada mais nada menos que Suzan Koskinen, uma patricinha da minha sala que se achava melhor que todo mundo e que tinha ajudado a espalhar as histórias sobre mim. - O que foi? Perguntou Kaarl vendo minha reação assim que a garota nos olhou e pareceu fazer menção de vir em nossa direção. - Uma garota da minha escola, se acha melhor que qualquer um, vamos entrar rápido, não quero que ela te veja... A menina vinha em nossa direção, Kaarl me segurou pelo braço. - Ela já me viu, aliás, já nos viu... Sim ele tinha razão, vi ela acenar para a gente e ergui o braço bem mais contida do que a saudação dela. - Anna! Há quanto tempo, sua vó disse que está em um colégio interno, é verdade? E como é lá? Onde fica? É na Finlândia? Droga era por isso que eu queria entrar o que eu iria dizer a el
Chegamos a Taika e eu me deparei com o castelo completamente refeito, sem nenhuma sombra do ataque da rainha ele estava impecável e as pessoas pareciam animadas e não abatidas como a ultima recordação que eu tinha delas, pôr algum motivo muito bizarro eles estavam felizes por terem resistido a um ataque da rainha com apenas dez mortos, fiquei me perguntando quantos mortos seriam suficientes para eles entenderem que tinham sido derrotados. - Não consigo entender por que estão tão felizes e animados... - E chorar resolveria de que? O lado sul já chorou tanto por seus mortos que hoje quando conseguimos resistir com uma contabilidade tão baixa, comemoramos! - Então as festividades de Juhannus não serão canceladas? - Mas é claro que não, não podemos nos abater Anna, temos que seguir em frente. - E o que pensam as famílias dos mortos? - Que devemos seguir em frente! Como eu disse Anna, o lado Sul já chorou muito, eles não querem mais ter que
Algum tempo depois as meninas saíram e eu voltei a ficar sozinha comecei a desfazer a mochila de roupas e encontrei o presente dado por minha tia, à caixa de madeira trancada me cativava e me prendia a atenção como se exigisse que eu a abrisse, porém eu não queria fazer aquilo sozinha, eu sabia que não era certo encontrar com Kaarl não com tudo isso acontecendo, mas eu precisava, eu precisava ir até ele. Abri meu livro de feitiços sobre a cama e ergui a perna pronunciando as palavras mágicas, me tele transportando para o quarto dele, assim que cheguei vi que o quarto estava vazio, sentei-me na cama e alisei os travesseiros com cuidado, aquele lugar tinha o cheiro dele e aquilo preenchia meus pulmões me trazendo uma paz incontrolável, eu apenas queria saber se isso acontecia por que eu me sentia bem com ele ou se de fato era apenas por que estávamos ligados um ao outro, talvez houvesse uma forma de quebrar essa ligação, se pudesse ser quebrada seria muito melhor. Ouvi
Assim que voltei para o meu quarto eu me atirei sobre a cama ainda sem acreditar no que tinha acontecido, abracei meu travesseiro e afundei meu rosto nele rindo sozinha, Kaarl tinha basicamente admitido que gostava de mim, tudo bem que tinha a tal ligação, mas eu não me importava, ele gostava de mim e isso bastava. Automaticamente me sentindo uma completa idiota corri para frente do espelho e comecei a me arrumar, eu queria poder ser boa como Parvii com aqueles truques de magia que faziam a gente ficar maquiado instantaneamente, porém por mais que eu tentasse um milhão de vezes nunca gostava do resultado, testei um batom mais escuro me senti ridícula, um vermelho talvez? Muito ousado, ok, talvez algo claro... Rosa? Não estava parecendo uma criança, no fim das contas acabei optando pelo brilho labial sem cor de sempre, e um rímel? Eu podia tentar curvar os meus cílios um pouco, quase fiquei cega tentando isso, suspirei eu era um desastre, ouvi algumas batidas na porta d
Larguei a caixa sobre a cômoda e peguei o punhal novamente, porém antes que eu pudesse fazer o corte, Kaarl me puxou para o lado. - Há alguém na porta! Nesse instante antes que ele pudesse desaparecer ou fazer qualquer coisa a porta se abriu e vimos Jarkko entrar enfurecido acompanhado dos ministros, Hermes Marschall e do Embaixador da Magia. - Eu disse! Eu disse a vocês que eles se encontravam as escondidas! Como podem ver foram pegos em flagrante! Marshall se opôs se colocando na frente de Jarkko. - Não seja louco irmão, eles não estão fazendo nada de mais! - Passa da meia noite! Só o fato dela como mulher estar a sós com um homem já constitua crime! Kaarl se afastou de mim se dirigindo ao embaixador. - Senhor embaixador, por favor... Podemos explicar, não há nada entre mim e a senhorita Rasmus, o que há é que ela recebeu um presente da sua falecida mãe e precisava de ajuda com um feitiço! - Não importa! – ber
Quando o dia amanheceu eu sai de fininho da cama, me vesti rapidamente e tentei escapar para o corredor antes que alguém aparecesse, mas mal tive tempo de destrancar a porta do quarto e ele já foi invadido por Parvii e Aila que entraram furiosas comigo. - Como ousa decidir que irá se casar sem nos comunicar? Parvii tinha sangue nos olhos e se sentia traída por ter descoberto pelos outros, eu apenas suspirei, olhando para Aila e esperando que ao menos ela me defendesse, mas ela parecia estar tão ofendida comigo quanto Parvii. - Eu pensei que seriamos as primeiras a ficar sabendo senhorita Anna! Foi um descaso de sua parte! Respirei fundo me sentindo péssima por nem ao menos saber como explicar sem colocar eu e Kaarl em uma situação ainda pior. - Como ficaram sabendo? - Todo castelo está comentando! É um casamento real Anna! Após o casamento você e Kaarl assumiram como rei e rainha de Taika, achou mesmo que isso ficaria escondido por mui
As meninas não tinham mentido o castelo estava de fato um caos, muito movimento e muita conversação sobre o meu casamento, na realidade as pessoas sabiam mais sobre ele do que eu mesma, a noiva, cheguei a me irritar ao ouvir duas meninas falando sobre o tom do vestido que eu usaria, nem mesmo eu sabia se iria me casar ou não, eu precisava encontrar Kaarl e estabelecer algumas regras neste acordo, depois que tudo tinha acontecido eu não o tinha visto mais e era importante deixar claro que apesar de estarmos representando uma farsa teríamos que parecer convincentes. Encontrei Hermes no andar de baixo e caminhei até ele apressada, ele com certeza sabia onde Kaarl estava, ele sempre sabia. - Hermes! - Bom dia senhorita Anna... - Por acaso viu o Kaarl? - Seu noivo? - Por favor, não fique repetindo isso, ainda soa muito estranho e estou tentando me acostumar com a ideia, mas enfim você o viu por aí? - Não senhorita, na realidade não.
Assim que o dia amanheceu algo roubou minha atenção no quarto, olhei para o lado e vi que minha cômoda estava do outro lado e completamente torta, pisquei várias vezes e limpei os olhos tentando entende o que poderia ter acontecido com ela, sai da cama e caminhei até onde ela estava, bem no centro do quarto, olhei de onde ela tinha saído e não acreditei, ela estava literalmente uns três metros de onde ela esteve na noite passada, mas quem a teria movido durante a noite? Conferi a porta do meu quarto e vi que ela estava trancada, então ninguém poderia ter entrado a menos que fosse Aila é claro, pois ela tinha a chave, nesse mesmo instante a porta se destrancou e eu a vi entrar. - Bom dia senhorita Anna! Preparada para a primeira aula de defesa? Só então me lembrei que hoje começaríamos a aprender a lutar, vi que ela não estava com o uniforme habitual o que me fez entender que ela já estava pronta. - Sim, quer dizer acho que sim... – Olhei novamente para ela e