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Só mais um dia como qualquer outro

Capítulo 2

Um mês depois…

Ouvi atentamente as novas regras do clube. Kalel, o chefe de todos nós, estava exigindo histórico completo dos nossos dias. Ele também queria nossa ficha médica e criminal.

Como se consegue uma ficha criminal?

Levantei do meu acento e fui até ele, mas o chefe estava sempre rodeado de pessoas.

–Oi, eu não tenho ficha criminal.

Mason me encarou com aquele ar de deboche e riu, Kalel deu um soco no braço dele e me olhou gentilmente.

–Nosso amigo aqui está cuidando disso, dê a ele seus dados.

–Cara, ela precisa mesmo disso? Afinal é por causa dela todo o procedimento.

Sim, é por minha causa. Eu ganhei coragem para revelar o que aconteceu comigo, e Kalel tomou medidas drásticas depois que Hannah foi violentada.

Ela está bem, ou quase isso. Fiquei sabendo que tanto ela quanto Kalel estão recebendo ajuda médica.

–Ela precisa e ponto. –Kalel disse. –Vá com ele, Lara.

Concordei e fui com o policial para o sofá, ele pediu meus dados e depois de muitas perguntas tive que esperar. Minha ficha estava completamente limpa.

–Você furtou alguma coisa? –Ryder sentou ao meu lado.

Olhei pra ele, o irmão mais novo e também muito bonito. Olhos azuis, cabelo preto partido de lado, e uns fios sobre sua testa. Seu corpo é uma tentação, lábios carnudos e um olhar marcante com belas sobrancelhas.

–Não. –Sorri. –Nem mesmo lápis de escola.

–Temos uma santa entre nós. –Ele riu.

–Santa e gata. –Liam disse ao passar por nós.

–Deixa ela em paz. –Kalel disse. –Você já pode ir.

–Obrigada. –Levantei e fugi das garras deles.

Eu ri, se ao menos soubesse o monstro que eu era. Kalel e Mason sabiam, e eles nem quiseram me demitir.

Era grata a isso, ou a essa altura minha mãe e irmã estariam passando fome.

–Ei. –Liam gritou.

Parei e olhei pra trás.

–Vamos ter uma festa privada mais tarde, tá afim? –Ele sorriu.

–Onde?

–No salão central, é aniversário do Ryder.

–Ah, legal. Acho que posso ficar um pouco.

–Vai me conceder uma dança?

–Pode ser. –Ri e voltei a andar.

–É as 2:30. –Ele gritou.

Quem faz festa de aniversário a esse horário? Tinha que ser eles mesmos. Peguei meu celular e direto na discagem rápida chamou o numero dela.

–Lara, oi. –Hannah disse.

–Hoje é aniversário do Ryder, ou vai ser depois de meia noite. Você vem?

–Sim, mais tarde Kalel vem me buscar.

–Ai que bom, eu não encaro uma festa com todos os donos.

–Não seja boba, eles são uns amores.

–Sei. Te vejo mais tarde então.

–Sim, até lá.

–Fechado. –Encerrei a ligação e corri para o camarim.

Enfim, me troquei e fui para a gaiola. Eu sempre amei dançar, e quando junto ballet com outras danças fico me sentindo poderosa.

Sam estava na gaiola ao lado, sua dança era diferente da minha.

–Ei, tem alguém te olhando. –Ela riu.

–Quase todos olham pra gente. –Ri e dei de ombros.

–Os chefes?

–O que? –Segui seu olhar e os quatro irmãos estavam me olhando, mas não era só pra mim. Eles estavam conversando e prestavam atenção nas dançarinas, dei de ombro e me concentrei.

Quando desci da gaiola olhei pra eles, que ainda estavam olhando pra cima e conversando.

Pelo menos eu não era um alvo, eles deviam estar apenas admirando.

Fui para o camarim me trocar, faltava pouco para a festa de Ryder. Coloquei um vestido tomara que caia, não muito curto.

Tirei um pouco da maquiagem e usei um novo batom, soltei o cabelo e sai. Sam me encontrou no caminho e fomos juntas, para o que devia ser a festa do ano.

Eles ocuparam o salão todo, era muitas pessoas e a maioria trabalhava aqui.

–O que eu não daria pra transar com eles. –Sam riu.

–Por que? Nos transamos todos os dias com pessoas diferente, eu acho até que enjoei de sexo.

–Tá legal. –Ela riu, pegou duas bebidas e me entregou uma. –Sexo é sempre bom, quanto mais melhor. Com eles não se trata apenas do sexo, é a fantasia.

Olha pra eles, cara de quem fode muito bem.

–Você é uma depravada.

Olhei para eles do outro lado, eram tudo de bom. Kalel estava conversando com uma mulher loira, mas nada em suas ações demonstrava estar flertando. Alguns minutos depois ele assinou o que ela estava segurando, e ela se foi.

“Lara, pare de tomar conta da vida dos outros.”

Respirei fundo e desviei meu olhar, felizmente havia muito o que olhar por aqui.

–O chefe Kalel está namorando de novo?

–Sim, eles estão juntos.

–Que pena, ele é tão gostoso.

–Eu gosto da Hannah. –Bebi e olhei para outro lado.

–Liam tá vindo pra cá, eu vou vazar. –Ela disse e correu.

–Não se atreva a me deixar sozinha… –Murmurei, mas ela saiu rindo.

–Vim cobrar minha dança. –Ele estendeu a mão.

–Vamos lá. –Peguei sua mão.

Fomos para a pista de dança, ele foi um verdadeiro cavalheiro. Puxou conversa sobre a festa e a quanto tempo eu trabalhava ali.

Antes os mais visados aqui eram Kalel e Lucca, os outros vieram depois. Então os irmãos de Kalel não conheciam todo mundo aqui.

Meia hora depois, Kalel saiu e quando voltou estava junto da Hannah. Ela veio ficar um pouco comigo, então bebemos, conversamos e dançamos.

Ela me deixou com a Sam e foi ficar com Kalel. Eles ocupavam uma mesa grande, com cortina vermelha em um ambiente vip. Na verdade, ali era o ponto de encontro dos chefes, eles sempre estavam nesse espaço bebendo e se divertindo.

Enfim, foi uma festa legal para todos. Eu não fiquei até o final, estava cansada então peguei minhas coisas e fui para a saída. De repente alguém agarrou meu braço e me beijou. Assustada, empurrei ele e fui até um segurança, mas era apenas Liam.

Que droga ele estava pensando para me beijar?

–Ficou louco?

–O que? Você estava gostando.

–Gostando de que?

–Nossa dança e depois…

–Eu não estou interessada. –Furiosa fui pra rua, entrei no meu carro e fui embora.

Que merda ele tinha na cabeça, beijar as pessoas assim. Se ele soubesse como é meu corpo não tentaria nada.

Em casa minha mãe estava acordada, mas fechou a porta do quarto na minha cara e se trancou. Às vezes penso que ela me odeia, eu só não sei o motivo.

Depois da morte do meu pai, e toda nossa família em um ataque da máfia, mamãe mudou completamente. Ela não tem mais vida, ela não liga para suas filhas ou às contas.

Respirei fundo, fui para meu quarto e me deitei. Era no travesseiro que eu me perguntava onde erramos para nossas vidas estarem desse jeito.

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