Por Milena Eu não sabia ao certo quando comecei a me sentir mal. Tudo começou com uma leve náusea nas manhãs, algo que atribuí ao estresse dos estudos e às noites mal dormidas. Mas, à medida que os dias passavam, a náusea se intensificava, acompanhada de uma fadiga inexplicável que drenava minhas energias e dificultava até as tarefas mais simples.Tentei ignorar os sintomas, focando-me nas aulas e nos trabalhos. No entanto, a preocupação de meus amigos era visível. Letícia, minha amiga mais próxima, insistia constantemente para que eu procurasse ajuda médica.— Milena, isso não é normal. Você precisa ver um médico — Letícia dizia, sua voz carregada de preocupação.— Eu não vejo necessidade, pois possivelmente devo estar com a imunidade baixa e meu corpo não está sabendo lidar com isso. Eu sempre dava a mesma resposta, tentando parecer mais confiante do que realmente estava:— Deve ser apenas estresse. Vai passar.Mas os dias continuavam a passar, e eu não melhorava. A situação
Por Milena A tarde estava cinzenta e a chuva caía fina, criando uma atmosfera melancólica que refletia perfeitamente meu estado de espírito. Escolhi uma lanchonete discreta na cidade para encontrar Lucian. Era um lugar tranquilo, com poucas pessoas, onde poderíamos conversar sem interrupções. Meu coração batia acelerado enquanto eu me dirigia até lá, a ansiedade e o medo se misturando em um turbilhão de emoções.Quando cheguei, Lucian já estava sentado em uma mesa no canto, olhando para a chuva através da janela. Respirei fundo e me aproximei, tentando manter a calma. Ele levantou os olhos ao me ver, mas seu rosto estava impassível, sem um traço de emoção. Era como se visse qualquer pessoa, menos alguém com quem se importasse. Aquilo mexeu comigo.A expectativa de um reencontro caloroso se dissipou no instante em que me deparei com a indiferença nos olhos de Lucian. Era como se ele me visse através de um véu de gelo, sem um traço de calor ou empatia. Engoli em seco e forcei u
Por Donovan O vazio se instalou em meu peito assim que Milena desapareceu na chuva. Precisei de uma força absurda para não me levantar e abraçá-la, ou mesmo agora, vendo-a partir em meio a tempestade lá fora.Por mais indiferente que eu deixei transparecer, a verdade era que meu coração estava desesperado em tê-la ainda mais perto de mim.Eu estava com saudades dela e de como ela me fazia sentir.Me recuso a falar na alegria que meu companheiro lá embaixo sentiu quando meus olhos a alcançaram.Em minhas lembranças ela era linda, mas a vendo pessoalmente ela estava ainda mais incrível, havia algo de diferente e especial nela. Fiquei ali parado, como que petrificado, enquanto a água gelada escorria pelo vidro da janela, um reflexo sombrio da tormenta que rugia dentro de mim. Uma tempestade de emoções tumultuava meu coração, e eu me sentia como se estivesse sendo arrastado por uma correnteza perigosa, sem rumo e sem controle.Parte de mim queria sentir alívio por finalmente ter co
Por Alexander Saí do consultório médico com a sensação familiar de alívio que sempre vinha após uma consulta de rotina. Enquanto aguardava meu motorista na recepção do hospital, deixei meu olhar vagar pela sala movimentada.Foi então que ouvi uma conversa próxima que me pegou de surpresa. Era uma voz feminina, carregada de emoção, falando ao telefone. Curioso, me aproximei discretamente, tentando captar as palavras.— Eu sei, Letícia. Não sei o que fazer. Eu nunca quis isso, mas agora... Eu não posso voltar atrás. Mesmo que ele não queira, eu vou me manter firme — a voz tremia, e eu pude sentir a angústia nas palavras.— Sim amiga, eu não fiz sozinha… Lucian tem tanta responsabilidade quanto eu… mas como vou fazer Letícia… eu já me vi inúmeras vezes ligando e dizendo: Olha aqui professor, nossa noite sem compromisso nos tornou pais! Sim meu querido professor Lucian Donovan, você será papai…Meu coração deu um salto enquanto meu cérebro lutava para processar o significado do que ac
por AlexanderEu sabia que a tarefa que me aguardava seria delicada e complexa. Havia muito em jogo, e qualquer erro poderia arruinar todos os planos que cuidadosamente arquitetei. Milena, a jovem mulher que Lucian engravidou, não sabia de minha existência, e meu aparecimento repentino poderia ser inesperado. Precisava ser sutil e cuidadoso ao abordar o assunto com ela. Respirei fundo antes de entrar no armarinho da faculdade onde ela trabalhava.O ambiente do armarinho era acolhedor, com prateleiras cheias de tecidos coloridos, linhas e botões. Milena estava atrás do balcão, atendendo uma cliente. Ela era ainda mais jovem e bonita do que eu imaginava, com uma aura de determinação e gentileza que não podia ser ignorada. Esperei pacientemente até que ela estivesse disponível, aproveitando o tempo para ensaiar mentalmente as palavras que usaria.— Com licença, você é Milena?- perguntei, quando finalmente tivemos um momento a sós.Ela levantou o olhar, claramente surpresa. — Sim
Por Alexander Ela parece não entender o que estou falando. Seus olhos, grandes e confusos, me observam como se eu tivesse dito algo incompreensível. Dou um gole no meu café, buscando as palavras certas para explicar a situação novamente.— Veja, senhorita Thayler - digo, mantendo meu tom firme e calmo - eu estou lhe propondo algo para um fim maior. O orfanato terá toda ajuda que precisar, mas isso só acontecerá quando você assinar o contrato de casamento.Milena ainda parece perplexa, a boca ligeiramente aberta, como se estivesse tentando formar uma resposta. Sua mão direita tremula levemente enquanto segura a xícara de café. Eu sei que estou pedindo muito, e isso não é algo fácil de digerir. Mas o tempo é essencial, e não podemos nos dar ao luxo de esperar.— Mas... casar com Lucian? - Ela finalmente encontra a voz, a incredulidade evidente - Ele nem sabe disso. Como você pode esperar que eu faça algo assim sem ele saber?— Lucian não precisa saber agora - explico, tentando t
por AlexanderEra hora de colocar a segunda parte do plano em ação. Cada movimento tinha que ser calculado meticulosamente, e cada passo, executado com precisão. Eu não podia me permitir falhas. Com o pretexto de que precisava da assinatura de Lucian em alguns documentos importantes, arrumei minhas coisas e me preparei para ir a Nova York. O motivo oficial da viagem era relacionado à sua recente e bem-sucedida abordagem em nossa filial na cidade, um tema que ele aceitaria sem questionar.Ao chegar a Nova York, fui diretamente ao escritório de Lucian. Ele estava no meio de uma reunião, então esperei pacientemente em seu escritório, analisando os documentos mais uma vez. Entre os papeis que ele precisaria assinar, havia algumas páginas cruciais, disfarçadas entre contratos e relatórios empresariais. A esperança era que ele não desconfiasse de nada e assinasse tudo sem dar muita atenção.Quando ele finalmente entrou, Lu
por DéboraEstou em casa, sentada na sala de estar, após mais uma discussão exaustiva com meu pai sobre dinheiro. Ele acredita que cabe a mim encontrar uma maneira de levantar recursos para reerguer a fortuna da nossa família. Não que eu tenha uma escolha. O incompetente do meu pai perdeu todo o nosso dinheiro com investimentos fraudulentos, e agora estamos falidos. Ninguém sabe disso, é claro, pois mantemos as aparências, afinal, meu pai nos ensinou que aparência sempre fala mais do que a própria verdade em si.Mas a realidade é que meu cartão de crédito já foi bloqueado, e mesmo a contragosto, preciso garantir minha segurança financeira através de Lucian, pois sua fortuna é tudo o que me resta.Meu pai pensa que o peso do mundo está nos meus ombros, mas ele não entende o quanto é difícil manter essa fachada de riqueza e estabilidade.Cada sorriso que forço em eventos sociais, cada roupa de grife que visto é um lembrete do nosso de