Capítulo 71
TANTO A PLATEIA QUANTO o júri estavam atônitos com a entrada triunfal de Fernando Artêncio, o Presidente do Supremo Tribunal Federal.
— ORDEM NO TRIBUNAL!!! ORDEM NO TRIBUNAL!!!
Demorou um pouco para os ânimos da plateia se acalmar.
— Desculpe, senhor Ministro, mas...
Ele olhou para Rafael e sorriu.
— Eu sou o culpado de tudo isso aqui, minha querida companheira, e o que falarei aqui ficará muito claro quem são os verdadeiros culpados.
— Pela Ordem, meritíssima... não podemos deixá-lo chegar aqui e fazer o que bem entende...
— Silêncio, senhora promotora... ele está arrolado como testemunha do caso, sabe melhor do que ninguém que ele pode sim depor, principalmente se for para provar a inocência de um homem.
Capítulo 72DA MESMA FORMA que a multidão havia se aglomerado ao redor de Rafael, ela se afastou e vislumbrou um dos policiais em vias de fato com uma mulher e o corpo sem vida do Ministro Fernando Artêncio estendido ao lado do palanque da juíza.— Prendam esta mulher – gritou a juíza.Claudia havia se infiltrado entre as pessoas da plateia e esperou a oportunidade perfeita para em menos de dois segundos puxar a arma e dar um tiro à queima-roupa no desgraçado diabólico.— A senhora tem o direito de permanecer em silêncio e tudo o que disser poderá ser usado como provar contra você.— ME PERDOE, FILHO!!!De repente, ela forçou o maxilar e começou a tremer como se tivesse uma convulsão e em menos de dez segundos, seu mundo havia escurecido para sempre.Sandro Palmeira v
Capítulo 73RAFAEL MENDEZ se viu cercado por repórteres e sendo bombardeado com as mesmas perguntas que ouvia repetidamente há semanas, não disse absolutamente nada enquanto irrompia pela multidão de repórteres e curiosos, ele apenas colocou seus óculos escuros, deu seu famoso sorriso sedutor e continuou o curto caminho em direção ao seu Mustang Shelby GT500 prateado.Um coro de vozes gritava cada vez mais alto.— Senhor Mendez, por favor, somente uma pergunta.Ele continuou a caminhar na mesma direção sem olhar para qualquer lado nem dar atenção a ninguém, apertou com força o botão do controle e destravou o carro e entrou o mais rápido que pode, colocou a chave na ignição, respirou fundo enquanto acariciava o volante de madeira como se fosse o corpo da mulher mais sen
EpílogoLUCIANA CONTINUOU SUA CARREIRA na promotoria pública sendo implacável contra tudo e todos e apesar de vez em quando ter uma recaída com Rafael, se casou com ninguém mais que Renato Casagrande.HELEN MORREU POUCOS MESES depois da chegada de sua filha ao centro psiquiátrico, sua alegria em saber que um de seus netos estava vivo, mas jamais soube da morte dele.GISLAINE SE MATOU pouco tempo depois da morte de Helen, ela sentia que todos os laços que tinha na vida se foram para o outro mundo, e era para lá que deveria estar também. Junto com Marcelino.TIAGO ARTÊNCIO passou o resto de sua vida viajando pelo mundo, gastando toda a fortuna de seus pais com ajuda humanitária, morreu com oitenta anos de idade na cidade de Cabul, completamente falido. E jamais viu Lisandra depois que o
PrefácioPOR R. B. SILVAO que o espera no Outro Lado Da Escuridão? Luz branca, anjos cantando? Rafael Mendez com certeza vai rir de você e chamar para um drink.Será um novo camarada.Melhor assim, pois se não for, bem, seu fim será trágico, caro amigo.Rafael Mendez, nosso anti-herói, ou antagonista, como queiram imaginá-lo é um personagem altamente complexo. Quando a história foi se construindo, não saberia como defini-lo, em alguns momentos sentia um ódio tremendo dele, tanta que às vezes queria matá-lo, mas às vezes sentia uma enorme pena.Rafael Mendez vive na corda bamba, completamente cego ao que acontece ao seu redor, nem mesmo sua perspicácia, inteligência e charme foram capazes de livrá-lo de uma perseguição de todos os lados.Ao ler, melhor, de
PrólogoRAFAEL MENDEZ SE VIU cercado por repórteres e sendo bombardeado com as mesmas perguntas que ouvia repetidamente há semanas, não disse absolutamente nada enquanto irrompia pela multidão de repórteres e curiosos, ele apenas colocou seus óculos escuros, deu seu famoso sorriso sedutor e continuou o curto caminho em direção ao seu Mustang Shelby GT500 prateado. Um coro de vozes gritava cada vez mais alto.— Senhor Mendez, por favor, somente uma pergunta.Ele continuou a caminhar na mesma direção sem olhar para qualquer lado nem dar atenção a ninguém, como se o caminho estivesse completamente livre, apertou com força o botão do controle e destravou o carro e entrou o mais rápido que pode, colocou a chave na ignição, respirou fundo enquanto acariciava o volante de madeira como se fos
Capítulo 1CUBA – 30 de dezembro de 1958CAPITÃO GIUSEPPE Ramón Mendez era o segurança particular de Fulgencio Batista Zaldívar há mais de vinte anos, seu braço direito, seu homem de confiança. Participou com ele na Revolta dos Sargentos, e mais de uma vez salvou sua vida durante uma emboscada. Por sua fidelidade e devoção cega jamais foi esquecido por Batista durante todos aqueles anos em que esteve no auge do comando político do país.Logo após a Revolta o próprio Batista nomeou-se como comandante das Forças Armadas de Cuba com o posto de Coronel, era inteligente e após manipular diversos presidentes conseguiu ser eleito democraticamente. Concedeu ao seu guarda o posto de capitão por ser o mais fiel de todos os homens que lutara ao seu lado. E em todos estes momentos Giuse
Capítulo 2RIO DE JANEIRO – 1964O SALÃO DE FESTAS do hotel Copacabana Palace estava lotado, os convidados eram com certeza da mais alta sociedade, além das celebridades mais badaladas do momento, porém, as estrelas da noite eram alta cúpula da nova política recém-implantada com a derrocada de João Goulart.Entre eles estava a família Viana, conhecidos pelos atos heroicos de seu pai, militar, que lutou bravamente na Itália contra os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Recebeu pela sua atuação e pelos seus atos heroicos no campo de batalha diversas medalhas de honra, ascendeu à carreira não somente pela sua capacidade de liderança, mas também pelas manobras políticas.O TENENTE CORONEL VIANA adorava contar para as pessoas o famoso bordão de Getúlio
Capítulo 3GIUSEPPE PEGOU ALGUMAS POUCAS mudas de roupa, abriu o cofre e pegou todas as joias que tinham acumulado, algumas delas herança de seu pai, outras que tirou de famílias como prêmio de guerra.Havia aprendido alguma coisa com seu pai, que além de diplomata, era um italiano judeu, uma combinação pouco comum, mas que ensinou o filho a importância da família e a falta de escrúpulos em fazer o que fosse possível e quase sempre não correto para manter todos seguros e confortáveis, mas para ele não havia nenhum interesse na sua descendência paterna e nem no que ele acreditava.Sua única fé era sua Carmenzita e Batista, mas daquele momento em diante era somente nela.Tudo estava pronto para eles, havia um avião esperando em um hangar clandestino que Batista mantinha em segredo. Segu