Eu tinha certeza absoluta que era isso, não estava enganada. Tudo se encaixava. Até mesmo o carregador de malas que representava Patrício, pois no dia em que nos conhecemos eu havia dito que ele era isso para mim.
Estava sentada ao lado de Charlie e Patrício enrolada em uma manta. Charlie contava a história, mas eu não ouvia mais. Só queria sair dali e pensar.
Pensar, apenas isso!
Olho desesperada para Patrício, o único que eu sabia que iria entender o que eu queria. Patrício me olha infeliz e depois fala.
– A história não era para ser de terror?
Isso desperta todos da história que Charlie estava contando.
– Ah é cara, eu esqueci. - Charlie diz com um sorriso sem humor. - Alguém ai tem uma boa história de terror?
– Sai Patrício. - Grito empurrando o garoto para o lado. - Não sabe que existe um espaço pessoal que deve ser respeitado? - Completo indignada.– Eu não tenho culpa de que por algum motivo neste mundo eu tenha que ficar no seu lado enquanto vamos para a roça neste ônibus infernal. - Ele resmunga se acomodando novamente em seu banco ao meu lado.Hoje era quinta-feira. Faltavam uma semana e dois dias, mais ou menos, para voltarmos a nossa realidade já que as férias logo acabariam e tinhas escola.Por algum motivo me sentia meio tristonha com isso, afinal eu gostava realmente de ficar naquele Acampamento mesmo sendo infeliz com algumas coisas e alguns acontecimentos.Desde sábado as coisas pareciam ter ficado cada vez mais tensas entre mim e Charlie, isso ainda me perturbava como no dia de sua história qu
– Nome de guerreiro forte! - Falou o velho passando por nós e ficando ao lado de sua mulher. - Que tem a liberdade em seu nome.– Este é Patrício. - Jane apresentou o menino atrás de mim com um tom de adocicado que me fez ficar mais enjoada ainda.Patrício fez o mesmo o movimento de Charlie.– Nome de rei! - Comentou o velho.– E está é a Angelica. - Jane me apresentou com desdém.Eu sorri simpática para os velhos que me olharam de cima a baixo me avaliando. Era só o que me faltava mesmo dois velhos me avaliando. Eles tinham que saber que quem teve a ideia de vir ajudar eles foi eu e não o Rei, o Guerreiro ou a lunática. Quando eu ia falar para eles pararem de me avaliar a Sra. Felix fala:– Seu nome significa bondade... - Ela
– Eu não acredito que estou fazendo isso... - Eu repetia sem parar.Era noite de quinta feira ainda. Havia recém-acabado de pintar uma parte do celeiro e havia subido para o banheiro para poder tomar um banho e me vestir adequadamente contra os mosquitos que existiam nesta casa maldita com cheiro de mofo.Eu estava no quarto designado para os hospedes, ou seja, eu e os outros três dividiríamos o quarto por quatro dias, com muita certeza que isso não daria certo afinal estamos falando de quatro pessoas com muitos problemas pessoas que me deixavam atordoadas.Isso começa pelo fato de Charlie estar apaixonado por mim, ou por eu ter entendido isso, o que me perturbava muito e ainda ele tinha ciúmes da minha relação com Patrício que por sua vez eu o odiava e vice versa, mas nossa relação estava começando ficar mel
– Eu estou apaixonado por você. - Sentencia por fim Charlie.– Então temos um problema... - Eu digo tirando uma mecha solta do meu cabelo para o lado. - Eu não estou apaixonada por você.Eu vejo os olhos de Charlie se arregalar rapidamente, mas voltarem ao normal rapidamente.Eu posso ter sido dura com ele afinal. Eu posso ter sido fria ou até mesmo ter um emocional de uma pedra na cabeça dele, mas na verdade eu estava livrando ele de um problema que me atormenta e não queria que isso se tornasse um fardo para ele também.Por mais que eu tenha sido dura e fria ao falar aquilo para ele na lata, eu sabia que estava protegendo-o do mal que eu posso causar, do mal que eu carrego nas costas. E por mais que eu não estivesse apaixonada por ele, eu não queria o seu mal.Não de mais
– Será que eu vou ter que ir ai te ensinar como se pinta menina? – Falou bravo o velho vindo em minha direção. – Qual a dificuldade de levar a mão para cima e para baixo?– Desculpe Senhor Felix, eu estou meio distraída hoje. – Respondo por fim.Era verdade. Naquela sexta feira de manhã eu estava distraída. Não prestava a atenção em nada, sendo que mais cedo eu coloquei a blusa no lugar da saia e a saia no lugar da blusa. Se Patrício não houvesse me alertado nem iria perceber.No café da manhã um silêncio foi restaurado como um muro mágico entre as pessoas ali presentes. Patrício sentou-se ao meu lado e toda hora me dava sorrisos confiantes, outros preocupados. Charlie não havia decido para o café da manhã quando eu havia chegado, ele ap
Ele me olha e ri. Eu perdi a paciência e acidentalmente meu joelho dá um chute entre suas pernas fazendo-o se curvar de dor e praguejar tudo que é nome que vinha enquanto eu andava para longe dele... Só que antes de sair eu disse:– Eu avisei docinho!A festa já havia perdido o encantamento que não tinha antes. Aquilo estava um porre e eu queria para a casa dos velhinhos, pelo menos lá eu tinha uma chance de sair viva e não intoxicada pela fumaça de cigarro, pelas bebidas alcoólicas vencidas e minha dignidade não se perderia tão facilmente.Andei pela casa procurando um canto que não estivesse cheio ou sendo ocupado até que encontrei um na frente da casa, embaixo de uma arvore que era mais dos vizinhos do que do próprio terreno. Andei até lá empurrando idiotas que vinham atrás de mim ou cruzavam meu caminho e sentei-me na grama, emba
– Quero a bebida mais forte que você tiver. – Respondo encontrando uma resposta para meus dilemas pessoais.A música estava alta e não dava para entender a letra. Escutava-se apenas barulho. As pessoas iam e vinham se agarrando uma nas outras para não cair, outras para se pegar mesmo. Naquele local não tinha nenhum santo mais. E os mais sóbrios se aproveitavam dos mais bêbados fazendo brincadeiras de mau gosto. O local fechado fedia a fumaça de cigarro e se houvesse um acidente ali, provavelmente todos morreriam.O barman me serviu um copo pequeno com uma bebida vermelha que eu não sabia o nome, afinal sempre fui péssima para nomes de bebidas e quem sempre pedia as minhas eram meus amigos ou meu namorado. Assim que tomei um gole pequeno da bebida quase vomitei de tão ardido que era, além do cheiro ruim claro. O cara do meu lado riu.
Que ótimo! O desgraçado foge e me deixa aqui.– Tiffany, não é? – O cara pergunta.– Devam?– Na verdade é Sr. Carmicall. – Ele falou arrumando sua jaqueta.– Angelica! – Digo.– Bem, Angelica... Acho que você é única em condições em me responder o que eu quero.– Eu discordo.– Como?– Eu não faço a mínima ideia de quem seja quem você esteja procurando. Não quero saber e tenho raiva de quem sabe. Agora se me der licença, tenho pessoas para procurar. – Disse me virando e tentando procurar alguns dos amigos da onça que me deixaram naquela casa com o policial e pessoas dormindo no chão.
Último capítulo