Alicia PamukGeralmente não me sinto confortável contando sobre minha trajetória na Pamuk, mas a empolgação de Brenda ao me ouvir tirou todo o desconforto. Ela se mostra interessada, mas não pelo que a Pamuk oferece e sim em como me sinto, sendo a mulher que comanda tudo aquilo. Ela quer saber sobre mim. Brenda é um sonho de garota, em poucos minutos de conversa tive uma visão do quanto ela é sonhadora e do quanto se esforça para realizar seus sonhos.Ela cursa medicina, conseguiu um bolsa na mesma faculdade que ingressei, mas as circunstâncias me fizeram abandonar. Ela tem os sonhos da Alicia de anos atrás...Sua alegria é contagiante, não gosto muito de pessoas que falam demais, mas eu ficaria por horas ouvindo essa garota contar sobre sua infância, o quanto Pablo a atormentava e o tanto de coisas que ela deseja fazer quando se formar.Sinto uma alegria estranha ao saber mais sobre ela e sobre toda a família. Um desejo de ter algo assim, um lar cheio de apoio, de amor e de cuidad
Alicia PamukPigarreio, me afastando o mais rápido que posso, buscando não olhar para seu rosto, quase caio ao bater as costas na porta do quarto que, aparentemente, eu não havia fechado direito. — Cuidado! — Sua mão segura firme meu pulso.Sua expressão enigmática me deixa desconcertada e me perco em seus olhos, hipnotizada pelo brilho intenso deles, reparando em seus cílios volumosos. Noto a vermelhidão em suas bochechas atrás da barba por fazer, meus olhos permanecem medindo cada centímetro do seu rosto, parando na boca entreaberta. Meu corpo é traidor o suficiente para reagir com um arrepio intenso.Eu acabei de receber uma chuva de informações sobre Pablo, me fazendo ter a certeza de que eu sequer o conheço de verdade. Não consigo entender o porquê do meu coração parecer uma bateria toda vez que ele está próximo.Pablo abaixa o olhar, passando por mim ao mesmo tempo que me arrasta pelo pulso para dentro do quarto, fechando a porta atrás de si.A mão grande ainda contorna meu b
Pablo RodriguézUm impulso, movido pelo desejo que não consegui controlar. Ver Alicia tão afetada com a minha proximidade é demais para mim e não consegui ver nada na minha frente além dos seus lábios entreabertos, em um pedido silencioso para que eu os tomasse.Sua respiração está ofegante e me embriago do seu gosto e no movimento de sua língua, minha mão se movimenta em busca do que será minha perdição, apertando sua bunda redonda e trazendo seu corpo para junto do meu. Sinto os mamilos entumecidos dos seus seios pressionando meu peitoral, me deixando ainda mais duro, e seu corpo estremece ao sentir minha ereção pressionando o seu ventre.Ela geme em meus lábios, com a respiração entrecortada. Começo a beijar seu rosto e pescoço, mas estou viciado em seus lábios deliciosos e não demoro a voltar para devorá-los. Nossas respirações começam a falhar conforme a intensidade do beijo aumenta e acredito que posso explodir de tesão quando sinto suas unhas arranhando a minha nuca. — Oli
Alicia PamukNão esperava por um domingo como esse, algo assim sequer tinha passado pela minha cabeça. Estar sentada na pequena mesa após me servir da comida, que fiz questão de ajudar a preparar, não que eu tenha ajudado muito, já que Dona Angela parece não confiar muito em mim para me permitir picar a salada sem sua supervisão. Aparentemente, Pablo está tão envergonhado quanto eu, já que fez questão de não olhar na minha direção, sem contar o fato de ele ter ficado pálido ao saber que eu ficaria para o almoço. Brenda não parou de falar enquanto ficamos na cozinha e acabou me confidenciando muitas coisas sobra ela e sua família.Seus avós tinham vindo do México quando o pai deles ainda era criança e depois tiveram mais três filhos. Dois deles estavam em Chicago e o outro vivia em Nova York. Brenda deixou claro que não suporta os tios, pois eles nunca apoiaram o fato de os avós cuidarem dela e de Pablo após a morte do pai deles. Uma atitude um tanto cruel, devo dizer. Percebi que
Pablo RodriguézA chuva não dá trégua, tanto que preciso deixar Alicia em seu prédio pelo estacionamento subterrâneo, para que não se molhe ainda mais e acabe pegando um resfriado.Assim que abro a porta do carro, a bola de pelos se torna uma grande sinfonia de latidos finos e salta de seu colo direto para o chão, colocando as patas minúsculas no meu tênis.— Acho que ele gostou de mim — falo orgulhoso, me abaixando para pegá-lo.Ele ainda está molhado, assim como eu. Aproximo-o do meu rosto e ganho várias lambidas. Sim, ele realmente gostou de mim!Agora, mais de perto, confirmo a cor de seu pelo, é realmente branco e suas manchas são em um tom de marrom, também constato que é um macho. Não está mais com aquela carinha de assustado, e sim com uma carinha de sapeca, como se soubesse que tirou a sorte grande.— Você é uma coisinha muito fofa — digo sacudindo seu corpinho, arrancando alguns latidos finos e muito fofos.— Não balance ele assim — Alicia me repreende.— Ele parece estar
Pablo RodriguézAlicia me fita, arqueando a sobrancelha. — Não gosto do Tony Stark — Morde o lábio e revira os olhos —, prefiro o Capitão América.Dou risada do absurdo que ela acaba de dizer.— Quem, em sã consciência, prefere o Capitão América? — Eu? — Dá de ombros, abrindo as duas mãos.— Deve ser porque o Chris Evans é bonitão — bufo com a constatação.— Não acho o Chris Evans tudo isso, mas não gosto do Tony Stark porque ele não passa de um riquinho mimado e arrogante. — Cruza os braços.Não contenho a gargalhada.Ela acabou de se descrever ao falar do herói da Marvel: riquinha, mimada e arrogante. Talvez não tão arrogante e mimada, mas riquinha, isso ela com toda certeza é. Alicia está com um vinco entre as sobrancelhas, sinal de que está irritada. E por que raios estou achando ela tão linda assim? — Qual é a graça? — Nenhuma. — Levanto as mãos em rendição, ainda rindo, e ela bufa, revirando os olhos.— Me diz qual é a graça, Pablo! — Empina aquele nariz bonito, imponente
Pablo RodriguézAperto as têmporas, na esperança de isso ajudar a diminuir minha dor de cabeça. Tentar não pensar em Alicia é mais difícil do que imaginava, é como se o rosto dela, junto com seu corpo e o gosto de seus lábios estivesse impregnado em mim. Não posso nem fechar os olhos sem enxergá-la.Cheguei em casa e fui direto para o banho, não quis dar espaço para meus avós falarem sobre Alicia , pelo menos não hoje.Eles estão fascinados por ela e, talvez, eu também esteja. Droga!Sorrio, lembrando dela debaixo da chuva fria, resgatando Stark, do seu olhar de ternura e seu cuidado com o filhote. Ele é um cachorrinho muito sortudo.Imagino como ela está lidando com ele agora, acho que o filhote vai dar um pouco de trabalho e, com certeza, vai bagunçar aquele apartamento perfeito. Aquela carinha fofa não me engana. Só não queria que meu coração batesse tão forte quando ela está por perto...Apoio a cabeça em meus braços, buscando uma posição confortável na cama de solteiro, enquan
Alicia PamukAcordei mais cedo do que de costume, com Stark lambendo meu rosto e, já que fiz a besteira de colocá-lo para dormir comigo, agora meus lençóis estão molhados de xixi.Pelo menos consegui dormir a noite toda. Stark tem uma energia e tanto, de nada lembra aquele cãozinho assustado tremendo de frio no meio da pista, o espertinho me acordou para brincar com ele.Maria quase teve um ataque do coração quando abriu a porta da sala e me viu toda descabelada e brincando com o cachorro no tapete imundo, mas também amou a ideia de ter a companhia de Stark enquanto eu estivesse na empresa, até se ofereceu para dar banho no filhotinho. Essa coisa fofa conquistou todo mundo. Aproveitei que ele estava com Maria para tomar banho e me arrumar antes de levá-lo ao veterinário e depois seguir para a empresa.Escolhi um terninho preto para não correr o risco de me sujar, já que tenho que levar Stark no colo e parece que o único banho que ele tomou foi o de chuva, pobrezinho.Termino de me