De repente, Laelia entrou no quarto correndo, o rosto pálido de preocupação e raiva. Ao ver a cena caótica, ela imediatamente se posicionou entre Enry e Henrico, seu olhar feroz. — O que está acontecendo aqui? — Laelia exigiu, sua voz cheia de autoridade. — Vocês estão se matando por causa de uma m**da que não vale a pena! Enry, ainda em modo de batalha, rosnou para Laelia. Laelia se virou para Danika, que estava observando, confusa e perplexa. — Está gostando de ver isso? Tudo isso é culpa sua! Você só trouxe caos para a alcateia! Eu vou acabar com você! Danika ficou chocada e não entendeu a acusação de Laelia. — O que? — Danika perguntou, a confusão começando a se misturar com a raiva. — Não tenho culpa das suas frustrações com o Alfa — falou provocando. Laelia, ainda furiosa, rosnou e avançou para Danika. —Você acha que pode simplesmente se esconder atrás disso? — Laelia gritou. — Você é uma peça-chave no que está acontecendo! Danika, agora totalmente consumida p
Enry correu até Danika com o coração acelerado, seu lobo uivando em desespero dentro de sua mente. Ele se ajoelhou ao lado dela, sentindo o calor febril que emanava de seu corpo. O cheiro de suor e a fraqueza que a dominava despertavam um medo primal em Enry, algo que ele não conseguia controlar. Seus instintos gritavam para protegê-la a qualquer custo. Com um rosnado baixo, ele se levantou e, com toda a autoridade de um alfa, gritou para Laelia e Henrico: — Saiam daqui! Agora! E mandem chamar Hilda e o Mago imediatamente! Laelia e Henrico hesitaram por um breve momento, mas o tom inegociável na voz de Enry os fez recuar. Enquanto eles saíam, Enry se abaixou novamente, pegando Danika com todo o cuidado. Ele a colocou na cama, e observou suas próprias feridas superficiais da briga com Henrico já cicatrizando rapidamente. Entretanto, o calor que emanava de Danika apenas crescia, e ele não sabia o que fazer para aliviar sua febre. Hilda foi a primeira a entrar no quarto, seu olhar ca
Dentro do quarto, Enry e Markus continuavam a examinar Danika, que ainda estava inconsciente e lutava contra a febre intensa. A atmosfera estava carregada de preocupação e um senso crescente de urgência. Markus estava concentrado em preparar o plano para a próxima etapa, enquanto Enry se mantinha vigilante ao lado de Danika. Hilda havia conseguido estabilizar um pouco a febre de Danika, mas a situação ainda era crítica. Ela usava técnicas antigas de resfriamento e tratamentos com ervas para tentar aliviar a condição de Danika. O som do ambiente era apenas o murmúrio constante das instruções de Hilda e o som do próprio trabalho de Markus. — A sacerdotisa wiccana que mencionei — Markus disse, seu tom de voz grave e controlado —, tem conhecimentos avançados em magia antiga. Precisamos garantir que Danika possa ser transportada até ela assim que sua condição se estabilizar. Prepararei tudo que for necessário para a viagem, incluindo os recursos financeiros para compensar a sacerdotisa.
Danika abriu os olhos devagar, sentindo seu corpo cansado, mas surpreendentemente mais leve. Quando tentou se mexer, percebeu algo quente e sólido ao seu lado. Virando-se, deparou-se com Enry, adormecido e largado de qualquer jeito ao seu lado lado na cama. Ele havia ficado ali a noite inteira. "Por que ele parece tão confortável?" ela murmurou para si mesma, sentindo um misto de surpresa e uma pontada de vergonha. Mas a estranheza da situação foi interrompida por uma necessidade mais urgente: seu estômago roncava ferozmente. Ela não sabia o que a incomodava mais, se era a fome avassaladora ou o fato de ter que acordar Enry. "Ei, Enry..." ela o chamou suavemente, tocando seu braço. Quando ele não respondeu, ela balançou um pouco mais forte. "Enry, eu estou morrendo de fome." Ele abriu os olhos lentamente, piscando algumas vezes até focar nela. O alívio se misturou à exaustão em seu rosto. "Danika... você está acordada." Ela assentiu, mas antes que pudesse responder, seu estômago
Durante a viagem de quase dez horas, Danika não conseguia desviar os olhos da janela. O horizonte parecia interminável. O medo do que a esperava no destino e o desconforto de estar no ar por tantas horas a mantinham em alerta constante. Seus dedos brincavam nervosamente com a borda do vestido, enquanto todos ao seu redor dormiam, entregues à exaustão. Enry se mexeu ao seu lado, despertando lentamente do sono que o havia tomado. Apenas um olhar foi o suficiente para ele perceber a inquietação de Danika. Seus olhos, sempre intensos, encontraram os dela, analisando-a com uma atenção quase hipnótica. — Não consegue dormir? — perguntou, sua voz rouca pelo sono, mas cheia de uma curiosidade velada. Danika balançou a cabeça, tentando disfarçar o nervosismo que parecia crescer dentro de si. Ela conhecia bem aquele olhar de Enry, sabia o quanto ele era perspicaz, capaz de perceber cada detalhe que ela tentava ocultar. — É só a viagem... — murmurou, sua voz soando pesada. Enry a observav
Enquanto a aeronave pousava suavemente, o ronco suave dos motores e o leve solavanco despertaram Danika de seu sono. Enry ainda a mantinha junto a ele, o calor de seus corpos dissipando a tensão acumulada durante a viagem. A luz fraca do amanhecer iluminava o interior da cabine, anunciando que haviam chegado ao destino. Danika se remexeu levemente, seus olhos se ajustando à luz. A realidade de onde estavam logo voltou, e seu coração acelerou novamente. A lembrança do que haviam compartilhado horas antes a fazia corar, mas o nervosismo por estar se aproximando de algo desconhecido também se misturava com a excitação. — Chegamos — Enry sussurrou em seu ouvido, sua voz firme, mas com um toque de suavidade que apenas ela parecia perceber. Ele a ajudou a se levantar, ajeitando suas roupas de forma casual, como se nada tivesse acontecido. Danika, por outro lado, ainda sentia as sensações do encontro gravadas em sua pele, cada toque e cada palavra ecoando em sua mente. Mas agora, com o
— Então, você é a híbrida — a sacerdotisa disse, sem rodeios, seus olhos fixos em Danika.Danika engoliu em seco. Ela sabia que esse momento chegaria, mas a maneira direta da sacerdotisa a fez sentir como se estivesse nua diante dela, exposta de todas as maneiras.— Sim — respondeu ela, sua voz soando pequena diante da presença da mulher.A sacerdotisa se aproximou, estendendo a mão em direção ao rosto de Danika. Suas unhas longas e finas pareciam quase garras. Quando os dedos da sacerdotisa tocaram a pele de Danika, ela sentiu uma onda de energia percorrer seu corpo, como se algo dentro dela estivesse sendo despertado.— Há um grande poder adormecido em você — murmurou a sacerdotisa. — Sua verdadeira natureza foi escondida por feitiços antigos, mas agora ela está lutando para emergir. Isso será doloroso, e o resultado pode ser... imprevisível.Danika sentiu um nó se formar em seu estômago. O medo do desconhecido a atingia com força, mas ela sabia que não tinha escolha. A sacerdotisa
Enquanto Enry travava sua luta interna, Danika continuava a gritar de dor dentro da cabana. A transformação era implacável. Sua pele queimava, seus ossos se retorciam, e suas memórias começavam a se fragmentar. Ela sentia como se estivesse sendo despedaçada, e a fera dentro dela — essa entidade selvagem e desconhecida — lutava para assumir o controle. A escuridão ameaçava engolir sua mente, e Danika sentia-se à beira de perder a si mesma. — ENRY!!! — O nome dele escapou de seus lábios em um grito, como um pedido desesperado de ajuda. O som de Danika chamando por ele foi a gota d'água. Enry avançou com um rugido, as garras já começando a se formar em suas mãos, o lobo em sua mente clamando por sangue e por proteção. Mas Markus, usando a magia, ergueu uma barreira invisível, impedindo-o de avançar. — NÃO! — gritou Markus, com um brilho intenso nos olhos. — Confie nela! Ela é mais forte do que você imagina! Enry parou, seu corpo em chamas de raiva e desespero. Ele sabia que Marku