Danika ainda estava encostada na parede do chuveiro, a água quente escorrendo sobre sua pele, tentando lavar a confusão que sentia. Enry se afastou dela, o corpo rígido, os ombros tensos como se estivesse lutando contra algo dentro de si. Ele passou a mão pelos cabelos molhados e murmurou, como se estivesse falando mais consigo mesmo do que com ela: “Isso não deveria ter acontecido novamente. Foi um erro.” As palavras dele foram como uma punhalada em seu peito. Um erro? Ela sentiu o rosto esquentar de indignação, a raiva subindo rápido, como uma maré que não podia mais ser contida. Ela o observou enquanto ele se afastava, claramente tentando se distanciar emocionalmente, mas ela não aguentava mais essa máscara de frieza. Danika saiu de onde estava encostada, o coração martelando no peito. "Um erro?" A voz dela saiu alta, reverberando pelo banheiro. Ele parou, mas não se virou para olhá-la. "Você realmente acha que pode simplesmente me usar assim e depois dizer que foi um erro? Co
Enry respirou fundo antes de começar, sua voz carregada de uma sinceridade crua que Danika raramente ouvira dele. “Você não entende o quanto essa situação é complicada para mim. Eu fui criado para liderar minha alcateia, para seguir certas tradições e manter um controle que, até agora, nunca questionara. O fato de você ter sido escolhida como minha companheira... é algo que desafia tudo o que eu conheço.” Danika olhou para ele, seus olhos ainda brilhando com uma mistura de dor e curiosidade. “Então, por que não me conta desde o início? Por que me tratar como um erro? Se há algo maior em jogo, eu preciso saber.” Enry hesitou por um momento, seus olhos desviando para o chão antes de encontrarem novamente os de Danika. “Eu não estava preparado para isso. Eu sempre vi os humanos como uma ameaça, um obstáculo. Mas você... você apareceu e tudo mudou. Eu fui forçado a confrontar sentimentos e responsabilidades que eu nunca quis enfrentar.” Danika cruzou os braços, a frustração ainda vis
A manhã seguinte trouxe um ar gelado e cinzento, refletindo o estado interno de Danika. A conversa com Enry a deixou com mais perguntas do que respostas. Enquanto Danika permanecia em seu quarto, Enry e Henrico estavam ocupados com uma missão crucial. Eles haviam enviado um informante para investigar o vínculo inesperado entre Enry e Danika, na esperança de obter respostas sobre a presença de uma humana como companheira predestinada. No entanto, quando o informante retornou, o clima no castelo era de crescente frustração. Enry e Henrico estavam reunidos em uma sala de reuniões, seus rostos marcados pela tensão. “Você voltou mais cedo do que esperávamos,” Enry comentou, sua voz tensa. “O que você descobriu?” O informante, um homem de aparência cansada e preocupada, se aproximou com um relatório em mãos. “Lamento dizer que não trouxe muitas respostas concretas. A maioria das informações são fragmentadas e antigas. O vínculo entre um Lycan e uma companheira humana nunca foi regist
A noite se estendia silenciosa sobre o castelo, e o céu estava coberto de nuvens que escondiam a luz da lua. Danika estava em seu quarto, olhando para a calça de lã e o sobretudo de lã escura que Enry havia pedido que ela usasse. A combinação de peças era elegante e quente, ideal para a noite fria que se avizinhava.O convite para a noite era vago, mas Enry havia sido claro ao pedir que ela se arrumasse e se preparasse para algo especial. Danika não sabia exatamente o que esperar, mas sentia uma mistura de curiosidade e apreensão. Havia algo de diferente na forma como Enry havia falado, uma expectativa que ela não conseguia identificar.Ela se vestiu com cuidado, ajeitando o sobretudo e conferindo o reflexo no espelho. Seus cabelos loiros estavam soltos, caindo em ondas suaves sobre seus ombros. Olhou para si mesma, a ansiedade crescente à medida que a noite avançava. Havia um mistério que a envolvia, algo que a fazia sentir um frio na espinha, não apenas pelo clima, mas pela expectat
Enry, na forma de lobo, rosnou suavemente, um som que parecia tanto como um sinal de afeto quanto de possessividade. Ele inclinou a cabeça, como se tentasse compreender a reação dela. Danika, atraída pela majestade do lobo, estendeu a mão com cautela e começou a acariciar o rosto negro do lobo. A textura do pelo era macia e quente, e o calor que emanava de Enry era reconfortante, apesar do medo que ela sentia. Quando a mão de Danika tocou o lobo, ele se aproximou ainda mais, pressionando seu rosto contra a palma dela. Os olhos de Enry se fechavam de prazer e uma sensação de contentamento parecia irradiar do lobo. Danika sentiu um calor crescendo em seu peito, a ligação entre eles se aprofundando com cada toque. Ela passou os dedos pelo pelo negro, sentindo a força e a suavidade sob suas mãos. Enry queria mais do que o contato físico. Ele concentrou sua mente, tentando abrir a conexão mental com Danika. Era algo que ele sabia que poderia acontecer entre companheiros, uma forma de com
Enry olhou para Danika adormecida ao seu lado, sua expressão suavizando brevemente. Ela estava serena, seus traços delicados suavizados pelo sono. Por um momento, ele hesitou. Havia algo quase sagrado naquele momento, como se ela confiasse nele de uma maneira que ele não achava que fosse possível. Mas a sensação de desconforto logo voltou. Ele ainda se sentia dividido entre a atração feroz que ela despertava nele e a responsabilidade de mantê-la a salvo em um mundo que ele sabia ser implacável.Ele passou os braços cuidadosamente sob o corpo leve de Danika, levantando-a do chão coberto de neve com facilidade. O calor da pele dela contrastava com o frio da noite, e Enry sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao segurar seu corpo delicado tão perto do seu. Com passos silenciosos, ele caminhou de volta ao castelo, carregando Danika com o máximo de cuidado possível, seus pensamentos em constante conflito.Quando chegaram ao quarto dela, Enry empurrou a porta suavemente com o ombro e entr
Enry despertou ao som suave da respiração de Danika, que ainda estava aninhada contra seu peito. O primeiro lampejo de consciência trouxe a lembrança da noite anterior — a proximidade que ele permitiu, o calor inegável que ela trazia consigo e o desconforto constante de lutar contra seus próprios instintos. Ele sentiu o toque suave da pele dela contra a sua, e uma onda de sensações percorreu seu corpo. O desejo ainda estava lá, latente, ameaçando ultrapassar qualquer barreira que ele tentava impor.Ele suspirou, movendo-se levemente para não a acordar, mas Danika murmurou algo inaudível e se mexeu, apertando-se ainda mais contra ele. Enry congelou. Aquilo estava indo longe demais. Ele precisava sair dali antes que perdesse completamente o controle sobre si mesmo.Com cuidado, ele deslizou para fora dos lençóis, certificando-se de que Danika continuava adormecida. Seus olhos repousaram sobre ela por um instante, e ele não pôde evitar o impulso de tocar suavemente seus cabelos antes de
Danika estava em seu quarto, tinha acabado de despertar e já estava tentando organizar seus pensamentos e se acalmar após a noite turbulenta. Ela estava sentada na beira da cama, o olhar perdido na janela que dava para o jardim. A luz da manhã filtrava-se através das cortinas. Enquanto tentava se distrair, Danika ouviu vozes vindas do jardim. Curiosa, ela se levantou e se aproximou da janela, puxando as cortinas de lado para espiar. A visão do jardim era clara, e Danika imediatamente viu Enry e Vaiolet lá fora. Vaiolet estava falando com Enry com um tom que ela bem conhecia: sedutor e persuasivo. Danika observou Vaiolet se aproximar de Enry, seus movimentos calculados e graciosos. Ela estendeu a mão e tocou o peito de Enry, a expressão no rosto de Vaiolet era uma mistura de desejo e determinação. O coração de Danika começou a bater mais rápido. A cena parecia quase íntima demais. Ela viu Vaiolet inclinando-se, seus lábios se aproximando dos de Enry. Danika sentiu um aperto no pei