— Obrigada. - Livia agradeceu a xícara de chá que lhe foi servida, — Mas a senhora sabe que não precisa disso. Estou aqui para lhe proteger. Não estou aqui para uma visita. - Deixou clara a situação em que se encontravam, não queria parecer tão amiga ou se distrair numa missão importante como aquela.Durante muito tempo, as mulheres nas alcateias nunca eram visadas como guerreiras ou como um suporte para uma luta, uma guerra, eram dadas apenas como companheiras de seus marcados e a mãe das gerações. Mas naquela geração as garotas não iriam ficar para trás, elas entrariam lado a lado no meio de qualquer briga, luta ou batalha para defender quem fosse preciso, não era a toa que tinham uma Alpha forte o suficiente para matar uma alcateia inteira só com suas patas. Foram treinadas desde cedo para se tornarem lobas lutadoras, tal como Mika que ganhou o apelido de Arma de Guerra, nenhum garoto conseguir ganha-la numa luta. E iria levar isso consigo também.— Eu não quero me distrair. - Cont
Durante a noite, Aurora não conseguiu dormir, Adrian não foi embora e optou por dormir ao lado da irmã. Livia também não foi, seria bem pior se voltasse sozinha para casa. Made havia montado uma grande tenda para Aurora no centro de seu convém para que a proteção de sua Alpha estivesse sob as mãos de seus aprendizes, mas não contava que seus Betas viriam, e mais a Livia que não largaria o osso, também não contava com Roger que não iria sair daquele lugar até a lua terminasse, afinal, ele tinha que ser parado por Aurora, ou todos teriam que parar a Romero. Quando amanheceu, Livia acordou primeiro se despedindo do marido que apesar de insistir para levá-la até a sua casa pelo menos, obedeceu à esposa como um grande lobo obediente que é, ficando ao lado da Alpha. Voltou para casa sozinha e depois de se arrumar para o colégio, escutou a voz de Mika no andar debaixo. Como membro da Família Costas, era escandalosa. Desdeu as escadas encarando sua mãe brigar por alguma coisa e foi embora sum
— Bom dia flor do dia - Livia sentou em frente à rosada com um sorriso gigante no rosto, Aurora e encarou de volta, os olhos estavam vermelhos assim como os lábios de tanto mordê-los para prender seus gemidos de dor e sofrimento… ou era de desejo? — Você não parece ótima, trouxe um batom para esconder essas mordidas. - Aurora quis rir. — Ainda bem que te fiz rir assim vai se distrair.— Eu não consigo pensar em nada a não ser sair desse lugar e ir atrás de alguma coisa. - Bradou entre os dentes sabendo que isso soaria forte demais para Livia escutar sozinha. — Me desculpa. Eu não estou bem.— É a lua meu bem. Mas eu trouxe comida. Sanduiche, do jeito que você gosta. E vou ficar com você até o Adrian voltar. - Aurora assentiu. Sanduiche de fato estava gostoso e as fofocas da Livia era uma das melhores, mas enquanto estava ali ouvindo a garota falar três assuntos ao mesmo tempo, sentiu o cheiro de Mika e ela estava com Roger, tentou entrar na mente do seu padrinho ao menos para saber o
— É não começa você também - Adrian gritou para Mika no canto se controlando a todo custo. Não queria e nem sentir qualquer raio da lua cheia. Roger estava longe, mas parecia que não era o suficiente para os dois. — Aurora, o choque não vai parar.Adrian tentava acalmar a todo custo sua irmã mais nova, mas sabia que a dor da lua cheia e toda essa intensidade não iriam durar. O grito de Aurora estava começando a lhe deixar meio tonto, nervoso, estressado e desesperado, tudo ao mesmo tempo. O sangue fervendo da rosada mal conseguia ficar no corpo, enchiam seus olhos com um brilho sem igual. Mostrando quem era a verdadeira Alpha. De certa forma, segurar aquela mulher ficou ainda pior quando as nuvens no céu se prepararam para mostrar a convidada da noite.Aurora gritou mais alto puxando as correntes e nem o choque foi capaz de fazê-la parar, as emendas abriram um pouco assustando metade do pessoal. As bruxas não iriam parar aquela mulher, nem mesmo com seus feitiços bons e uma barreira e
— Você está escutando isso? - Yoshi comentou olhando para o marido do outro lado da sala — Parece um uivo, um uivo do Adrian.— Como você sabe que é do Adrian? - Riki virou de repente com os olhos bem arregalados. — Ele se casou, não está mais disponível.— Nem eu estou disponível porque também sou casado. - Riki cruzou os braços se aproximando — Qual o seu problema? Acha que eu posso te trocar assim no estalar de dedos?— Eu não sei o que se passa na sua cabeça, ainda mais perto de homens que te deixam nervoso. - Yoshi quis muito ri, e abaixou os olhos colocando as mãos grandes na cintura. — Qual é a graça?— A graça é que você tá excitado e está todo mundo sentindo, principalmente eu. É noite de lua cheia e estamos tentando lidar com o fato de que o Jin… - apontou para o moreno que já tinha os olhos vermelhos querendo descontroladamente se desamarrar. — Tá surtando de vez. Então só um surtando é melhor do que dois.Riki cruzou os braços dando os ombros e novamente todos escutaram o
Mika ainda se olhava no espero sabendo que a calmaria não iria durar. A mãe terminava de secar seus cabelos vermelhos com um sorriso mínimo no rosto. Conseguiu assistir pelo espelho o sol chegar ao céu com destreza clareando toda a cidade com sua gloria. Um domingo que jamais seria esquecido. Fechou os olhos azuis lembrando perfeitamente do momento em que viu o rosto do seu amado aparecer diante de seus olhos para lhe salvar de um perigo. Aquele abraço, aquele beijo em seu rosto, o cuidado, o carinho.Céus…Não via a hora de estar finalmente nos braços daquele homem e ser amada e ser tocada e devorada por aquelas mãos grandes. O cheiro dele pareceu não ter saído de seu corpo mesmo depois de um banho longo de banheira. E não iria sair, não ia mesmo.— O que vai querer para o café? - Mika abriu os olhos ao escutar a voz de sua mãe, encarou-a pelo espelho com um sorriso mínimo. — É só falar.— Não quero nada, mãe. Não quero nada. - Levantou da penteadeira caminhando pelo quarto e parou d
Longe dali Adrian chegou à casa de sua esposa com um sorriso mais largo que podia expor, adentrou sabendo que o sogro não estava presente, mas a sogra andava de um lado para outro para preparar o casamento da sua única filha louca que não gostava de nada.— Adrian - O ruivo segurou a esposa que voou em seus braços cheia de carinho. O beijou de todas as formas que podia antes de voltar para o chão. — Fico feliz que tenha chegado. Sabia que vinha, em algum momento você viria. Mamãe está escolhendo a cor das cortinas para nosso casamento, chegue aqui e diga a ela como quer.Virou o marido de frente para sua mãe na esperança dos dois se entenderem.— As cortinas deveriam ser brancas, como todo casamento normal. - Adrian disse e a mulher se surpreendeu. — E ela disse que queria que fosse debaixo daquelas arvores do bosque ao leste. Então a decoração deveria ser feita de troncos de arvores. E também precisamos de um tapete vermelho.— Espera o que? - A dona da casa sorriu deixando de lado o
Quando Jin acordou naquela segunda-feira, tudo que desejou foi Aurora ao seu lado. Queria ter acordado ao lado dela e sentir seu cheiro, vê-la sorrir ao saber que ele esteve ali ao seu lado até o fim, mas infelizmente foi arrastado para fora por Adrian e Yan que simplesmente decidiram que um dia inteiro era o limite para ele ficar deitado com a rosada. E para que não houvesse confusão com os Betas de sua querida, resolveu levantar sem questionar, sem brigar e pronto.Desceu as escadas da casa grande ouvindo as risadas de sua mãe que logo o avistou e correu para abraçar o filho mais novo. Sabia que devia ser mais aberta com o pequeno Iakisamoto… Mas, né. Era seu filho e ponto final.Não chamou ninguém para acompanhá-lo, não estava tão frio e sua moto estava lhe chamando, fazia tempo que não andava de moto e agora não surtaria do nada para cair no meio da estrada como na noite da chuva, sua mãe também não iria lhe perguntar. O ronco do motor era uma das coisas que mais gostava, atravess