Mesmo que estivesse com raiva, Ashlynn sorriu. Ela ainda se lembrava de quando obteve excelentes resultados acadêmicos no ensino médio e conseguiu uma oferta de uma faculdade da Ivy League. No entanto, seus pais recusaram-se a pagar as mensalidades porque achavam que mulheres deveriam se casar e ser mães, por isso, não havia necessidade de estudar.Ashlynn sabia que a única maneira de mudar de vida e deixar a pobreza era investir na educação, então começou a trabalhar como varredora de rua para ter uma renda e facilitar nos estudos.A área designada para sua limpeza englobava a frente da sede do clube de pôquer e foi aí que ela encontrou Salvatore.— No que você está pensando? — O homem franziu as sobrancelhas.Tendo a atenção chamada, ela saiu de seus pensamentos e olhou para ele.— Não deixe sua mente vagar, quando estiver comigo — ele ordenou.— Eu só... lembrei da época em que trabalhei de gari, para tentar pagar a faculdade. Foi quando te conheci. Você simplesmente colocou t
Ashlynn amarrou a gravata e disse:— Tudo bem, então. Eu aceito ser sua assistente, mas ninguém no escritório pode saber quem eu sou e você não pode me dar nenhum privilégio. —Corentin ergueu o queixo e falou, com os olhos estreitos:— Qualquer outra mulher mataria para que eu as desse privilégios. Você é a única que não quer que eu faça isso. Mas eu gosto disso. — Ele a beliscou na coxa.Ela escondeu as pernas debaixo do cobertor e murmurou:— De qualquer forma, eu não vou começar hoje. Estou cansada e quero descansar. —— Se você pudesse ir trabalhar hoje, eu começaria a duvidar da minha 'capacidade' — disse maldosamente, antes de se levantar para sair.No dia seguinte, Ashlynn foi ao Grupo Loyd para a entrevista de emprego. Houve várias rodadas de entrevistas e todas foram desafiadoras, pois ela só podia confiar em sua própria habilidade.Inicialmente foi para o departamento de recursos humanos, antes de ir para o departamento de secretariado. Então, a pessoa que a entrevis
Ainda surpresa, Ashlynn recuperou a compostura, recuou e se virou para deixar o escritório, dizendo:— Se isso é tudo, tenhos outras coisas para fazer. —Corentin estudou a forma como ela tentava ser profissional e achou graça, pensando que permitir que ela trabalhasse no Grupo Lloyd tinha sido a decisão correta. Ele percebia a perplexidade dela, por ele agir de forma tão diferente de Salvatore e se vangloriava, afinal, nunca teve medo de ser exposto sobre sua verdadeira identidade, já que não se sentia mais como o bandidinho de sua vida anterior.Quando o telefone na mesa começou a tocar, ele olhou para a tela e atendeu.— Venha jantar aqui em casa esta noite — disse Cory.— Tudo bem. —Quando Ashlynn terminou o expediente, Corentin não estava mais em seu escritório e ela ficou surpresa por ele sair antes do horário. Como seu supervisor havia partido e era hora de voltar para casa, ela não tinha outros motivos para ficar e saiu do prédio, em direção à estação de metrô.O motori
— Vou jantar na casa do velho. Volto para cá depois disso. —Ela assentiu e o Bentley voltou para a rua.Assim que Corentin chegou ao castelo da família Lloyd, notou outro carro estacionado ao longe e estreitou os olhos. Então, respirou fundo e, com o paletó na mão e uma expressão neutra no rosto, entrou na mansão e seguiu na direção do barulho de vozes conversando.Meredith sentava-se perto da mesa de centro com Cory e os dois conversavam. Os olhos da mulher brilharam ao ver Corentin, mas como uma socialite, ela tinha orgulho e não se esqueceu da humilhação que Corentin lhe causara no dia de seu aniversário.— Você é ótimo em chegar exatamente na hora certa, não é? — Cory disse bruscamente. — É tão difícil trazer você aqui para me fazer companhia. É uma coisa boa que Meredith esteja aqui. —Corentin jogou o paletó no sofá e sentou-se, antes de puxar a gravata.— Você sabe que estou sempre ocupado. —— Seja como for, você não pode negligenciar aqueles que são importantes para vo
— O que você acha? — O magnata respondeu, bruscamente.Ashlynn imediatamente pediu às empregadas que trocassem os lençóis e, assim que terminaram, ela voltou para a cama e Corentin a puxou para perto.— Se eu encontrar aquele bicho nojento na cama, de novo, vou cozinhar vivo. —— Você não pode ameaçar uma criaturinha indefesa! — disse ela.— Você é uma criaturinha indefesa? — Ele a prendeu e se recusou a deixá-la se levantar.— Se eu não fosse fraca, você já estaria morto — ela disse, ressentida, sem saber o peso de suas palavras e como isso lembrou a Corentin de como ela mandou Salvatore para a prisão.Foi por causa da traição da mulher que ele amava, que ele se viu em maus lençóis.Percebendo que havia dito a coisa errada, ela mudou de assunto.— Vou voltar a dormir... —— Você pretende me trair, mais uma vez? — Ele perguntou.Se houvesse uma chance, Ashlynn não hesitaria em desmascarar Salvatore na frente de todos.— Se você tentar me trair, não me culpe por não mostrar m
— Você quer que eu arranque sua roupa e te coma aqui mesmo? —Assustada, ela sabia que Salvatore era completamente capaz de tal coisa, por isso, comentou, com a voz fria:— Não me faça odiar você. —O magnata deu um sorriso diabólico, antes de se afastar um pouco:— Não se preocupe. Não importa quantas mulheres eu tenha por aí, você é a única senhora Lloyd. —— Não importa quem eu sou fora do trabalho. — Ela empurrou a mão dele. — Mas, agora, estou trabalhando. Deixe-me ir. —— Seu único trabalho é me agradar. — Ele se recusou a desistir e também não teve vontade de voltar ao trabalho.Mas, o telefone tocou. De canto de olho, Ashlynn viu quem era e, sem mudar a expressão de seu rosto, virou as costas e saiu, dizendo:— Vou deixar você à vontade para atender. Qualquer coisa me chame. —Corentin olhou para a porta fechada e recostou-se na cadeira, antes de apoiar as pernas na mesa do escritório com uma expressão sombria e atender a ligação, com a voz cheia de enfado.— Estou oc
Ao chegar, Anne praticamente pulou do carro, ainda em movimento, e correu em direção ao hospital.— Ei, você não pagou! — O motorista desceu atrás dela e a segurou pelo braço. — Senhorita. Você se esqueceu de pagar. —Saindo do completo transe, Anne se recuperou e percebeu que havia deixado o telefone e a bolsa no escritório.— Não vai me dizer que você achou que a corrida seria de graça. Você está louca? — O motorista questionou, enquanto estudava a expressão atordoada em seu rosto.— Sinto muito. Esqueci a bolsa no escritório. —— O quê? Você só pode estar brincando? Não me venha com essa. Nem que eu tenha que esperar o dia todo, eu só te solto quando alguém aparecer aqui para me pagar. Onde já se viu uma palhaçada dessas! — O motorista se recusava a deixá-la ir.— Eu... eu não tenho ninguém para vir aqui. Todos que eu amo estão mortos... — Ela murmurou com lágrimas nos olhos. — Se o senhor me deixar seu endereço, eu juro que te pagarei, ainda hoje. —— Você é completamente lo
Ao telefone, Ivan continuava a explicar:— Enviei algumas fotos e vídeos de segurança, mas preferi ligar, para deixar a situação mais clara para o senhor. —Anthony não desligou e abriu a tela, acessando a mensagem de Ivan que continha os arquivos mencionados pelo homem de confiança. Abrindo os vídeos em sequência, o magnata viu Lilian entrar na clínica, conversar algo na recepção e, depois, entrar nos corredores e ir direto até o quarto de Bianca.No entanto, apenas o fato de Lilian ter feito contato com Bianca, sem nenhuma outra evidência de que poderiam ter maquinado alguma coisa, podia ser interpretado como uma visita de Lilian a uma amiga. Não adiantaria nada que Anthony a interrogasse. Mas, o homem não se deu por vencido:— Fique de olho nela. Não deixe um único movimento escapar da sua atenção! —— Pode deixar, senhor! —— Além disso, nunca se esqueça de que Lilian é treinada em espionagem e outras coisas. Não deixe que ela perceba que está sendo seguida. —— Sim, senhor!