Anne sentia quase como se pudesse machucar os filhos caso se aproximasse. Depois que esse pensamento se formou em sua cabeça, não conseguiu mais controlá-lo, como um cachorro que escapou da coleira. As crianças não entenderiam seus sentimentos, mas como uma mãe que se preocupava com seus filhos, ela não poderia ignorar isso.O carro chegou à porta do escritório e Anne desembarcou. As três crianças, é claro, não queriam deixar a mãe. — Queremos ir ao escritório da mamãe também! — — Se não pudermos, podemos ir para a mansão da vovó! — — Nós ficaremos bem! — Anne estava relutante, mas ainda assim se forçou a dizer: — Não. Vocês só podem ficar com a mamãe no trabalho depois que o ferimento de Charlie sarar. Sejam bonzinhos. — Dito isso, a moça se afastou. Afoita, andava rápido e mantinha as costas retas. Assim que entrou no elevador, sem ninguém por perto, finalmente se soltou e encostou-se na parede, ponderando: ‘Isso deve ser apenas uma coincidência!’. Anne realmente seria a
Anne ligou, mas ninguém atendeu. Diante disso, seu cérebro estava explodindo. Por que seria Cindy? Quem a colocou ao seu lado? Ela não conseguia acreditar que sua assistente, funcionária mais próxima, fosse uma assassina. Imediatamente, a mulher ligou para Anthony: — Descobri que a pessoa que drogou meu pai pode ser Cindy! — — É ela. A investigação da minha parte descobriu que Cindy tinha ido à farmácia para comprar cantaridina. Onde ela está? — Coincidentemente, Anthony acabara de conseguir a informação.— Vim com ela a um hospital para discutir um assunto com o responsável do lugar nos deparamos com uma funcionária da clínica de estética que reconheceu Cindy. Ela me explicou haviam retirado a pinta da desgraçada na clínica. Quando ela disse isso, a assassina já tinha fugido! Ela saiu logo, dizendo que a moça tinha se confundido! Você consegue pegá-la, não consegue? — Anne perguntou.— Consigo. — Anne sentiu-se aliviada ao ouvir a confiança de Anthony, porém, depois de entrar
Anne achava que Bianca podia ter razão. Por que a pianista mataria o próprio pai? Porém, será que só Bianca e Cindy entraram em contato? Poderia haver outra pessoa no meio? Ela não tinha nenhuma prova de que era Bianca além da ligação, e quando Cindy foi encontrada morta, a moça não estava no local, mas no estúdio, com álibi.No fim, a pista parou em Cindy. A perícia disse que o ferimento fatal da moça foi na cabeça, e que precisavam encontrar a arma. Não havia impressão digital de uma segunda pessoa no local.Anne deu seu depoimento e estava prestes a sair. Justo quando a jovem se via prestes a entrar no carro, Bianca se aproximou. — Ouvi dizer que Charlie ficou ferido. Seu maldito azar já causou a morte de sua mãe, agora seu filho será a vítima? Acho difícil não ser um pouco supersticiosa agora, não é? — O aperto de Anne na porta do carro ficou subitamente forte e os nós dos dedos ficaram tão brancos quanto o rosto empalidecido. A moça viu Anthony atrás da pianista, então entro
Tommy, que voltara, há pouco, a Luton, também ouviu falar da morte de Sarah e foi dar uma olhada no cemitério. Àquela altura, o homem até esbarrou com Ron Marwood, mas fingiu não o ver. Além disso, acreditava que os policiais já teriam cuidado dessa parte da investigação. Ainda assim, alguns agentes continuam a buscar pistas pelo lugar. O rapaz julgou que estavam apenas tentando a sorte, provavelmente a mando de Anthony. Já havia tempo que não notavam nenhuma irregularidade, na verdade.Quando voltou para casa, Tommy chamou Lílian e assim que a mulher chegou, viu que ele estava sentado no sofá bebendo um copo de uísque.— Quando você voltou? Terminou o trabalho? — Lílian sentou-se no outro sofá.— Você estava em Santa Nila no dia em que Anne sofreu o acidente de helicóptero? — Tommy a encarou, seus olhos eram afiados.— Acidente de helicóptero? — Lílian foi pega de surpresa. — Eu não fui a lugar nenhum. Se você não acredita em mim, pode usar sua influência toda para procurar em qua
Anne já estava muito familiarizada com a chegada de Anthony e com os sons de seu carro, o Rolls-Royce. Àquela altura, poderia reconhecer até os passos do homem no corredor, e por isso sabia que não era o magnata. Quem apareceu foi Tommy.— O que você tem feito de si, hein? — Tommy sentou-se no sofá e olhou para Anne. — Você está muito mais magra agora. Greve de fome? — Mesmo que Anne não tivesse contado nada, tinha certeza de que Tommy já sabia da morte de sua mãe. — Cuide da sua saúde. A madame Vallois era quem mais se preocupava com você. — O homem concluiu.Anne olhou para baixo, tentando esconder a dor nos olhos. Tommy, comovido, olhou para o rosto pálido da mulher e declarou: — A prioridade é descobrir o assassino agora. Você tem algum suspeito? — Anne esfregou o cabelo bagunçado. — Desconfio de Bianca, mas, se as mortes estão relacionadas, não acho tão possível. Ela é filha dele... — — Tem certeza? — Anne ficou atordoada e olhou para cima, confusa com o tom de Tommy.
Anne nunca pensou em Anthony como uma boa pessoa e sempre pensou que o magnata era um demônio de verdade. No entanto, nunca esperou que o homem apoiasse Bianca tanto assim. Não teria nem mesmo piedade da mãe de seus filhos?— Eu já disse que a pessoa de quem Anthony gostava era Bianca. Não estava brincando. — — Pare com isso! — Anne não aguentava mais ouvir nada, porque só sentia ódio. Suas lágrimas rolaram sem fim.Tommy a abraçou com força. — Chore, apenas chore se isso faz você se sentir melhor. Estarei aqui para ajudá-la. — Anne se entregou ao peito do homem, pois não poderia se importar mais. Diante dos últimos acontecimentos, estava cansada de tudo.— Parece que cheguei na hora errada. — Uma voz fria veio de trás dos dois.Tommy se virou e viu Anthony entrando, cheio de raiva em sua expressão. Anne, que continuava nos braços de Tommy, não o afastou imediatamente. Em vez disso, a moça cerrou os punhos, os olhos eram puro ódio.— Primo, por favor, não entenda mal. Anne e
Anne não tinha como se defender de Anthony, e naquela noite o homem a atacou outra vez. Quando ela acordou, o sol já havia saído e estava tão forte que machucou seus olhos. Gotas de lágrimas rolaram por seu rosto, ao passo que a jovem saiu da cama e foi ao banheiro.Quando tomava banho, a mulher se bateu no vidro ao lado. Os estilhaços caíram no chão e se quebraram em pedaços ainda menores. Anne se agachou e pegou os pedaços, depois os encarou sem expressão. A porta do banheiro se abriu, e Anthony entrou e viu a moça, que segurava os pedaços quebrados e ainda os encarava. O magnata se aproximou, tirou os cacos da mão da jovem e os deixou no chão. — Os empregados vão limpar isso. Você está com fome, não está? O café da manhã está pronto. — Anne foi acompanhada por Anthony até o andar de embaixo. O café da manhã estava intacto, como se estivesse esperando pelos dois. No entanto, já passava das onze da manhã, e o magnata se sentou para que comessem juntos, o que significava que ele
Felizmente, apesar de quente, o mingau já estava ali há algum tempo e já não parecia quente para causar queimaduras. Bianca se virou e viu Anne, então gritou: — Anne, o que você está fazendo?! — — Você matou meu pai e minha mãe! Eu não vou te perdoar! — Anne pegou uma faca e apontou para Bianca.— Meu Deus! — Dorothy surtou e puxou Anne para trás. — Você está louca, Anne?! Nigel é meu pai. Quem mataria o próprio pai? — — Você não é minha irmã biológica! Porque isso você surtou que o papai tenha deixado todos os seus bens para mim! Por isso você o matou! — Anne perdeu o controle sobre suas emoções.Uma leve culpa apareceu nos rostos de Dorothy e Bianca, que não esperavam que Anne soubesse daquilo. Como ela saberia, afinal?Com a faca apontada para as duas, mãe e filha só queriam manter a situação equilibrada. Seria ruim se alguma delas se machucasse.— Anne, não faça nenhuma besteira! Se Anthony souber que você machucou Bianca, você não será perdoada! — Dorothy tentou ameaçá