Anne odiava Bianca? Claro, odiava muito. No entanto, odiava Anthony ainda mais!— Vou continuar investigando esse assunto... — Anthony disse quando Anne o interrompeu abruptamente.— Não precisa mais se incomodar com isso! — — Por que você está fazendo birra? — Anthony franziu a testa, seu olhar penetrante fixo nela.Anne não disse nada, com preguiça de discutir mais. Tudo aquilo era muito patético para a moça.O Rolls-Royce parou em frente ao escritório e Anne saiu do carro. O magnata disse: — Vou levar as crianças para a mansão esta noite. — — Eu não estarei por perto. — Disse Anne e entrou no prédio.O queixo de Anthony quase caiu. Anne estava de volta ao seu escritório, então se sentou e tentou fazer com que tudo parecesse normal. No entanto, a jovem notou sua mão tremendo, a mão mesma que, mais cedo, segurava a faca. Ela ainda estava assustada com algo que fez por raiva e ódio depois de recuperar os sentidos. Mesmo assim, não se arrependia. Se tivesse outra oportunida
Na verdade, se Anne tivesse resistido, Anthony também não poderia fazer nada. Afinal, ainda havia os filhos.A moça permaneceu no escritório, mas não conseguia se concentrar no trabalho. Sua mente estava em branco, e, quando recuperou os sentidos, já era tarde. Não tinha apetite, mas abriu a porta do escritório e saiu.— Senhorita Vallois, você vai almoçar? — Ken foi quem perguntou.Como se Anne não tivesse ouvido, passou direto pelo homem, que sentiu que algo não estava certo. Poderia estar relacionado à morte de Cindy? Anne pegou um táxi e foi até o cemitério. Lá, ajoelhou-se diante das lápides de Nigel e Sarah e chorou alto. De repente, percebeu que não conseguiu encontrar mais a sentido para viver. Não sabia explicar, mas era um pensamento particularmente forte em sua mente. Não conseguia fazer nada bem o suficiente e não tinha condições de criar os filhos. Seus pais foram assassinados, e o assassino caminhava livre bem na sua frente, mas a moça não podia fazer nada... então q
Lucas preparou o almoço para os dois. Preocupou-se, porque Anne estava sem comer há muito tempo, mas, quando saiu da cozinha, encontrou a moça sentada no sofá, com o olhar perdido. Ela manteve a postura o tempo todo?— Anne? — Lucas interveio. A jovem olhou para cima, parecendo confusa. — Hora do almoço. — O rapaz explicou, ao passo que Anne se virou e viu os pratos na mesa. — Vamos. — Ele puxou com gentileza o pulso dela para a mesa de jantar e a ajudou a sentar-se numa cadeira.— Não estou com fome... — Anne disse.— Você ainda precisa comer. — Lucas serviu o prato.— Obrigada... — — De nada. — Anne então abaixou a cabeça e começou a comer lentamente e em silêncio. Lucas viu que a moça ficaria calada o tempo todo, então comeu sua porção sem perguntar nada. Depois de alguns minutos, resolveu quebrar o silêncio e tentar animá-la:— Te falei sobre a Leta? Ela ainda estava falando de você há dois dias. Disse que não via você há muito tempo e estava perguntando se você estava liv
Lucas só pôde observar Anne ser levada, então chutou a porta com raiva. Como poderia resgatá-la? Ela era uma mulher em perigo, essa era a verdade.O Rolls-Royce foi até o apartamento de Julie, então Anne foi empurrada para dentro. A moça, contudo, ficou ali, rígida, como se estivesse pronta para enfrentar a tempestade que estava prestes a acontecer. A figura de Anthony diante da jovem, sua sombra a envolvendo como um demônio.— Quem permitiu que você fosse até lá? Se eu não tivesse ido lá, você teria passado a noite? — Anthony respirava pesadamente, quase como se a tivesse suprimido durante todo o caminho e só liberado ali.— Eu estava comendo lá... — Anne manteve o olhar baixo.— Você estava comendo com Lucas? Você pediu minha permissão? — Anthony a beliscou no rosto e ergueu, expondo-o a seus olhos malignos. — Você não sabe que isso me irrita? Por que você não consegue se comportar? — O rosto de Anne doía sob o aperto, sentia como se os ossos estivessem se quebrando. Ela franzi
Após o telefonema, Anthony puxou Anne para o banheiro e encheu a banheira com água. O homem queria que a jovem tomasse banho, então a ajudou com isso. A jovem, exausta demais para resistir a qualquer coisa, não rejeitou o gesto. Afinal, aquele era o tipo de submissão que Anthony desejava. Mesmo assim, para um maníaco insaciável, sempre faltaria alguma coisa, por isso ele levantou o queixo de Anne e perguntou: — O que você está pensando? — — Posso tomar banho sozinha? — A voz de Anne era quase inaudível.— Onde mais eu não vi? — O olhar de Anthony caiu sobre os chupões em seus ombros, seus dedos ásperos acariciando-os, ao passo que Anne estremeceu como se fosse insuportável. — Por que essas marcas são diferentes? — Anthony perguntou, sem nenhum cuidado em sua voz.Anne sentiu que até a temperatura da água da banheira estava caindo rapidamente, porque provavelmente foi alguma marca deixada por Tommy no escritório. Não conseguiria esconder isso de um demônio com Anthony, então o que
Anne não sabia por que vomitara, já que acabou não comendo tanto pela manhã. De volta ao escritório, ela sentou-se na cadeira e encarou por muito tempo um estilete que tinha numa das gavetas.Minutos depois, o telefone em sua mesa tocou, era uma ligação de Lucas.— Olá. — A moça disse ao atender.— Anne, você está bem? — — Estou no escritório. Não se preocupe, estou bem. — — Você foi levada daquele jeito... seria estranho se eu não estivesse preocupado. — Lucas não contou, contudo, que não dormiu a noite toda, tamanha era a sua preocupação.— Por favor, não fique muito triste… mesmo que eu acabe morta. — Disse Anne, macabra. — O que você está dizendo? Que história é essa, Anne? — Lucas franziu a testa.— Todo mundo vai morrer um dia, não é? — — Você ainda é jovem. É muito cedo. — — Teremos que enfrentar a morte mais cedo ou mais tarde... — Anne soava pessimista.— Você deveria pensar no crescimento das crianças, na fofura delas. Outras pessoas não têm esse luxo. As cria
O olhar destemido de Anne fez Anthony se sentir ainda mais confuso. Era como se, não importando o que fizesse, a moça apenas fosse aceitar. No entanto, isso não o satisfaria. O sádico queria vê-la com medo, como da última vez. A falta de reação o deixava inquieto.— Quero você agora, neste escritório. Não fizemos isso ainda. — Anthony a puxou para cima e sentou-se na cadeira, colocando Anne sobre seu corpo. A moça sabia o que ele queria dizer, seus cílios tremeram em descrença. O maníaco se aproximou de seus lábios e sussurrou. — Implore-me e eu pouparei você. — Anne não faria isso, o pensamento nem sequer passou pela sua cabeça. Tudo o que lhe devolveu foi um olhar vazio.— Então vamos ver quem cede primeiro... — Anthony mordeu os lábios dela agressivamente. O homem apenas esperava que a moça implorasse, mesmo que fosse apenas uma breve frase. Para sua aflição, não houve nenhuma reação.Diante disso, Anthony não se controlaria mais. Havia um guarda-costas plantado lá fora, bloque
— Por que eu não estou conseguindo? Eu não sou assim... — Anne bateu com a mão na própria cabeça, sem conseguir entender a dificuldade para se concentrar.Mesmo que estivesse difícil, ela precisava despachar os documentos. Aquela empresa era o legado de Nigel, o fruto do trabalho, do sangue, do suor e das lágrimas de seu pai.A jovem ainda travava a batalha pessoal quando a porta do escritório foi aberta, sem que batessem, pedindo permissão para entrar. Por isso, Anne pensou, de imediato, que fosse Anthony novamente. Entretanto, quando olhou para cima, viu Bianca, com a expressão arrogante costumeira.A pianista usava um par de óculos escuros e uma máscara facial. Afinal, a cicatriz no rosto não se recuperaria tão rápido.— Parece que você ainda está aqui. Achei que a esta altura você teria morrido nas mãos de Anthony. Que vida resiliente. Não é bom ser tão apegada, você pode trazer infortúnio para outras pessoas. —Bianca mantinha a mesma expressão sarcástica desde o momento em q