Anne ficou estática com a chegada súbita, pois não esperava que as crianças fossem até a empresa. Por isso, olhou para os trigêmeos em seu colo, com os olhos arregalados, mas, diferentemente de antes. Ela não parecia agradada com a visita, mas sim, chocada.Antes de retribuir, ela se lembrou dos cortes feitos no braço com o estilete e não se atreveu a envolver os filhos, com medo de que eles percebessem.— Mamãe, viemos aqui para te buscar! —— Mas também trouxemos coisas gostosas para comer! —— Você não ficou feliz? —Anne assentiu, fingindo um sorriso:— Claro... Claro que estou... — Qualquer um poderia perceber que os trigêmeos estavam muito mais felizes do que a mãe. Eles ainda se abraçavam a ela, pulando para cima e para baixo.Pouco depois, Anthony entrou no escritório, perguntando.— Você já terminou tudo? Podemos ir embora? —Sem responder, Anne se levantou e tirou as crianças do escritório, com as mãos ainda segurando o embrulho com a guloseima.A ideia de levar u
Sem a proteção das roupas os dois cortes finos feitos pelo estilete foram expostos.Os olhos escuros de Anthony se estreitaram e sua voz soou assustadora:— Que porcaria é essa? —Ao lado dos cortes havia algumas marcas de sangue seco e a área da ferida estava inchada, aparentemente não tendo sido tratada.Anne quis retirar a mão.— Eu acabei me cortando... —— Esbarrou no arame farpado da cerca? — O rosto de Anthony era excepcionalmente assustador. Ele pressionou a fechadura da porta do carro e falou para o motorista: — Vamos para o hospital. —Sem questionar, o homem ligou o motor e partiu.Enquanto isso, dentro da mansão, os trigêmeos subiam a escada para os quartos. Apenas quando chegaram ao topo, se viraram e perceberam que seus pais ainda não tinham entrado.Então, Cloe se agachou, para olhar para fora e perguntou:— Para onde foi o carro do papai? —*— As crianças vão ficar sozinhas. Não quero ir para o hospital. — Anne entrou em pânico, querendo sair do carro.No
— Pelo que ela me disse. Foi uma forma de ela se punir, por ter transado com você — disse Kathryn. Percebendo a expressão atordoada no rosto de Anthony, ela acrescentou: — Senhor Marwood, você deve providenciar um psicólogo para ela, ou isso vai piorar ainda mais. —Frustrado, Anthony lutou para se acalmar.— Não é possível, ela está fingindo para tentar escapar de mim. —— Senhor Marwood, se ela estivesse fingindo não perderia tanto peso. Pode ser tarde demais se você esperar... — disse Kathryn.— Encontre um profissional para ela, então. — Ordenou o magnata.— Farei isso agora mesmo. —Anne foi levada para uma sala onde leu as palavras 'atendimento psicológico' na porta, por isso, sentou-se e perguntou ao homem, antes de qualquer saudação:— Estou aqui por ter algum desequilíbrio mental? —— Cada um de nós pode passar por dificuldades em todos os aspectos da vida, e estou aqui para ajudar a resolver, o que quer que seja. Esses problemas podem ser relacionados ao convívio soci
— Se você não quer que eu me machuque mais, é fácil, não me obrigue a transar com você — disse Anne.Anthony se aproximou dela como uma fera faminta, até que seus lábios descansaram bem perto da orelha dela.— Não só vou abusar de você, como vou fazer isso todas as noites, a partir de agora. Não me deixe encontrar outro corte desses em você. —Anne permaneceu inexpressiva diante da ameaça. O pior que Anthony poderia fazer era mantê-la em uma gaiola, mas ela não se importava mais com sua vida. Então se virou para olhar pela janela e murmurou:— Vamos ver o que acontece, então... —A resposta e o tom dela fizeram o sangue do magnata ferver e ele tentou reprimir sua raiva.— De que adianta me desafiar assim? Você sabe que não vai vencer. —Anne se virou para olhar para ele.— Mesmo que você me mate, vou me sentir grata. —Ele ficou tenso e estreitou os olhos perigosamente. As veias nas costas de suas mãos começaram a mostrar o quão forte ele estava segurava o apoio de braço. No e
Anthony fez o que havia prometido e passou várias noites seguidas com Anne, abusando de seu corpo. Mesmo durante o dia, uma criada foi designada para vigiar Anne, mesmo quando ela estava indo para o trabalho ou voltando para a mansão de Sarah.À noite, Anthony a buscava, onde estivesse, e a levava de volta à Mansão Real.Quando soube disso, Bianca se preparava para uma sessão de fotos e tentava esconder o ferimento no rosto, mas, perdeu a têmpera, jogou o celular no espelho e empurrou todos os produtos para a pele e maquiagem para o chão.— Mas que mundo insano é esse? Quer dizer que Anne está hospedada na Mansão Real e dormindo com Anthony todas as noites. Como isso aconteceu? Eles são um casal ou algo assim? — Bianca gritou, com raiva.Entendendo o que tinha acontecido, Dorothy estreitou os olhos e levou as mãos à cintura.— Isso só está piorando. Não pode continuar assim. Desse jeito, ninguém vai se lembrar de quem é a noiva de Anthony! —— Dos males esse é o menor! — Bianca o
Como a clínica pertencia ao Grupo Arquiduque, o cirurgião sabia muito bem que não deveria desagradar a Anthony, por isso não ousou negar seu pedido da pianista e alterou os horários da agenda, para realizar a cirurgia para retirada da cicatriz.Alguns minutos depois, Bianca estava na sala de procedimento, deitada na maca, sob efeito de anestesia, enquanto o cirurgião trabalhava na cicatriz em seu rosto. Quando ela acordou novamente, já era meio da noite.Ela ainda tentava entender a realidade quando o médico a lembrou:— Você passará a noite aqui, em observação. —— Ah... Sim... Como foi? Deu tudo certo? —— Sim, foi um sucesso. Você verá quando remover o curativo. —Bianca relaxou. Desde que seu rosto tinha sido ferido, Anthony não apenas a ignorou, como ela teve de se apresentar em público e interrompeu as apresentações de piano. Ela sabia que sua prioridade ainda era Anthony, pois não precisaria mais se apresentar se se casasse com o magnata. Então tocaria apenas para Anthony,
Anthony fez um carinho na cabeça de Charlie e disse:— Ela estava bem cansada e ainda dormindo. Não a incomodem, certo? —— Certo! — Os trigêmeos responderam, em uníssono.Em seguida, Anthony os carregou escada abaixo para que tomassem café da manhã, antes de mandá-los brincar.Apenas as dez horas da manhã Anne acordou e sentou-se na cama, sentindo-se confusa. A exaustão que tomava conta de seu corpo a esgotava mais e mais, por mais que dormisse bastante. Ela olhou pela janela sem expressão, desejando poder dormir para sempre.Sem controlar os pensamentos, imaginava que teria muita sorte se acabasse morrendo durante o sono, mas então percebeu que não era algo que uma pessoa azarada como ela deveria esperar.Entretanto, aquela era sua maior possibilidade de alívio, afinal, a felicidade estava muito longe de seu alcance.Sentindo a cabeça menos pesada, levantou as mangas do pijama de seda e removeu o curativo do ferimento. Os cortes tinham começado a cicatrizar, mas a pele ao redo
— Dessa vez ela vai precisar de pontos — disse Kathryn.Em alguns lugares Anne havia cravado as unhas, abrindo novos cortes que não fechariam sem pontos.Mesmo quando Kathryn injetou anestésico no braço de Anne, a jovem permaneceu entorpecida, como se nada daquilo tivesse a ver com ela. Enquanto isso, Anthony a observava com raiva, pensando que deveria ter dito a Kathryn para prosseguir sem a anestesia para punir Anne por desobedecê-lo.Antes de tudo aquilo, ele estava no escritório, mas depois decidiu trabalhar na área comum fora do quarto. Foi nesse momento que ouviu sons vindos de dentro do quarto, mas percebeu que tudo havia caído em silêncio logo depois. Se ele não a tivesse impedido a tempo, o braço de Anne estaria completamente destruído.O pensamento fez o coração de Anthony disparar de medo.— Está feito. — Kathryn tinha dado pontos em vários lugares e aplicou pomada antes de envolver tudo com o curativo. — Você não pode fazer isso de novo, ou correrá o risco de causar al