Anne achava que Bianca podia ter razão. Por que a pianista mataria o próprio pai? Porém, será que só Bianca e Cindy entraram em contato? Poderia haver outra pessoa no meio? Ela não tinha nenhuma prova de que era Bianca além da ligação, e quando Cindy foi encontrada morta, a moça não estava no local, mas no estúdio, com álibi.No fim, a pista parou em Cindy. A perícia disse que o ferimento fatal da moça foi na cabeça, e que precisavam encontrar a arma. Não havia impressão digital de uma segunda pessoa no local.Anne deu seu depoimento e estava prestes a sair. Justo quando a jovem se via prestes a entrar no carro, Bianca se aproximou. — Ouvi dizer que Charlie ficou ferido. Seu maldito azar já causou a morte de sua mãe, agora seu filho será a vítima? Acho difícil não ser um pouco supersticiosa agora, não é? — O aperto de Anne na porta do carro ficou subitamente forte e os nós dos dedos ficaram tão brancos quanto o rosto empalidecido. A moça viu Anthony atrás da pianista, então entro
Tommy, que voltara, há pouco, a Luton, também ouviu falar da morte de Sarah e foi dar uma olhada no cemitério. Àquela altura, o homem até esbarrou com Ron Marwood, mas fingiu não o ver. Além disso, acreditava que os policiais já teriam cuidado dessa parte da investigação. Ainda assim, alguns agentes continuam a buscar pistas pelo lugar. O rapaz julgou que estavam apenas tentando a sorte, provavelmente a mando de Anthony. Já havia tempo que não notavam nenhuma irregularidade, na verdade.Quando voltou para casa, Tommy chamou Lílian e assim que a mulher chegou, viu que ele estava sentado no sofá bebendo um copo de uísque.— Quando você voltou? Terminou o trabalho? — Lílian sentou-se no outro sofá.— Você estava em Santa Nila no dia em que Anne sofreu o acidente de helicóptero? — Tommy a encarou, seus olhos eram afiados.— Acidente de helicóptero? — Lílian foi pega de surpresa. — Eu não fui a lugar nenhum. Se você não acredita em mim, pode usar sua influência toda para procurar em qua
Anne já estava muito familiarizada com a chegada de Anthony e com os sons de seu carro, o Rolls-Royce. Àquela altura, poderia reconhecer até os passos do homem no corredor, e por isso sabia que não era o magnata. Quem apareceu foi Tommy.— O que você tem feito de si, hein? — Tommy sentou-se no sofá e olhou para Anne. — Você está muito mais magra agora. Greve de fome? — Mesmo que Anne não tivesse contado nada, tinha certeza de que Tommy já sabia da morte de sua mãe. — Cuide da sua saúde. A madame Vallois era quem mais se preocupava com você. — O homem concluiu.Anne olhou para baixo, tentando esconder a dor nos olhos. Tommy, comovido, olhou para o rosto pálido da mulher e declarou: — A prioridade é descobrir o assassino agora. Você tem algum suspeito? — Anne esfregou o cabelo bagunçado. — Desconfio de Bianca, mas, se as mortes estão relacionadas, não acho tão possível. Ela é filha dele... — — Tem certeza? — Anne ficou atordoada e olhou para cima, confusa com o tom de Tommy.
Anne nunca pensou em Anthony como uma boa pessoa e sempre pensou que o magnata era um demônio de verdade. No entanto, nunca esperou que o homem apoiasse Bianca tanto assim. Não teria nem mesmo piedade da mãe de seus filhos?— Eu já disse que a pessoa de quem Anthony gostava era Bianca. Não estava brincando. — — Pare com isso! — Anne não aguentava mais ouvir nada, porque só sentia ódio. Suas lágrimas rolaram sem fim.Tommy a abraçou com força. — Chore, apenas chore se isso faz você se sentir melhor. Estarei aqui para ajudá-la. — Anne se entregou ao peito do homem, pois não poderia se importar mais. Diante dos últimos acontecimentos, estava cansada de tudo.— Parece que cheguei na hora errada. — Uma voz fria veio de trás dos dois.Tommy se virou e viu Anthony entrando, cheio de raiva em sua expressão. Anne, que continuava nos braços de Tommy, não o afastou imediatamente. Em vez disso, a moça cerrou os punhos, os olhos eram puro ódio.— Primo, por favor, não entenda mal. Anne e
Anne não tinha como se defender de Anthony, e naquela noite o homem a atacou outra vez. Quando ela acordou, o sol já havia saído e estava tão forte que machucou seus olhos. Gotas de lágrimas rolaram por seu rosto, ao passo que a jovem saiu da cama e foi ao banheiro.Quando tomava banho, a mulher se bateu no vidro ao lado. Os estilhaços caíram no chão e se quebraram em pedaços ainda menores. Anne se agachou e pegou os pedaços, depois os encarou sem expressão. A porta do banheiro se abriu, e Anthony entrou e viu a moça, que segurava os pedaços quebrados e ainda os encarava. O magnata se aproximou, tirou os cacos da mão da jovem e os deixou no chão. — Os empregados vão limpar isso. Você está com fome, não está? O café da manhã está pronto. — Anne foi acompanhada por Anthony até o andar de embaixo. O café da manhã estava intacto, como se estivesse esperando pelos dois. No entanto, já passava das onze da manhã, e o magnata se sentou para que comessem juntos, o que significava que ele
Felizmente, apesar de quente, o mingau já estava ali há algum tempo e já não parecia quente para causar queimaduras. Bianca se virou e viu Anne, então gritou: — Anne, o que você está fazendo?! — — Você matou meu pai e minha mãe! Eu não vou te perdoar! — Anne pegou uma faca e apontou para Bianca.— Meu Deus! — Dorothy surtou e puxou Anne para trás. — Você está louca, Anne?! Nigel é meu pai. Quem mataria o próprio pai? — — Você não é minha irmã biológica! Porque isso você surtou que o papai tenha deixado todos os seus bens para mim! Por isso você o matou! — Anne perdeu o controle sobre suas emoções.Uma leve culpa apareceu nos rostos de Dorothy e Bianca, que não esperavam que Anne soubesse daquilo. Como ela saberia, afinal?Com a faca apontada para as duas, mãe e filha só queriam manter a situação equilibrada. Seria ruim se alguma delas se machucasse.— Anne, não faça nenhuma besteira! Se Anthony souber que você machucou Bianca, você não será perdoada! — Dorothy tentou ameaçá
Anne odiava Bianca? Claro, odiava muito. No entanto, odiava Anthony ainda mais!— Vou continuar investigando esse assunto... — Anthony disse quando Anne o interrompeu abruptamente.— Não precisa mais se incomodar com isso! — — Por que você está fazendo birra? — Anthony franziu a testa, seu olhar penetrante fixo nela.Anne não disse nada, com preguiça de discutir mais. Tudo aquilo era muito patético para a moça.O Rolls-Royce parou em frente ao escritório e Anne saiu do carro. O magnata disse: — Vou levar as crianças para a mansão esta noite. — — Eu não estarei por perto. — Disse Anne e entrou no prédio.O queixo de Anthony quase caiu. Anne estava de volta ao seu escritório, então se sentou e tentou fazer com que tudo parecesse normal. No entanto, a jovem notou sua mão tremendo, a mão mesma que, mais cedo, segurava a faca. Ela ainda estava assustada com algo que fez por raiva e ódio depois de recuperar os sentidos. Mesmo assim, não se arrependia. Se tivesse outra oportunida
Na verdade, se Anne tivesse resistido, Anthony também não poderia fazer nada. Afinal, ainda havia os filhos.A moça permaneceu no escritório, mas não conseguia se concentrar no trabalho. Sua mente estava em branco, e, quando recuperou os sentidos, já era tarde. Não tinha apetite, mas abriu a porta do escritório e saiu.— Senhorita Vallois, você vai almoçar? — Ken foi quem perguntou.Como se Anne não tivesse ouvido, passou direto pelo homem, que sentiu que algo não estava certo. Poderia estar relacionado à morte de Cindy? Anne pegou um táxi e foi até o cemitério. Lá, ajoelhou-se diante das lápides de Nigel e Sarah e chorou alto. De repente, percebeu que não conseguiu encontrar mais a sentido para viver. Não sabia explicar, mas era um pensamento particularmente forte em sua mente. Não conseguia fazer nada bem o suficiente e não tinha condições de criar os filhos. Seus pais foram assassinados, e o assassino caminhava livre bem na sua frente, mas a moça não podia fazer nada... então q