O coração de Anne parecia que iria desabar. Anthony era muito poderoso e não havia ninguém além dele que pudesse ter tanta gente para ajudar na busca. Assim, a moça foi levada à força para uma van luxuosa que havia acabado de chegar. A ideia do magnata era que tivessem um lugar confortável para se abrigar ao longo das buscar. O homem sabia que Anne não deixaria aquele lugar, a menos que sua mãe fosse encontrada. Havia comida na mesa e o magnata insistiu:— Anne, coma algo. — A moça, sentada no sofá, olhou para fora do carro com indiferença. — Você quer que eu mesmo alimente você? — Anthony conteve seu temperamento. — Não estou com fome. — Disse Anne fracamente. Anthony definitivamente a teria insistido mais para que a moça comesse, mas agora reprimiu sua inquietação e disse em voz baixa: — Se você a encontrar, como planeja chegar lá? Saco vazio não para em pé. Vai querer que eu a carregue? — Anne não respondeu, seus olhos pareciam vazios. O telefone em sua mão tocou de
A polícia procurou até o anoitecer. Eram seis horas e o céu nas montanhas já havia escurecido, então seria mais difícil procurar Sarah. Anne ficou na frente da van, ansiosa. Se a mulher ainda não pudesse ser encontrada depois de mais uma noite, estaria desaparecida por três dias e duas noites. As ligações para Anthony continuaram chegando. Logo depois de desligar uma chamada de negócios, outra ligação foi recebida. Desta vez, foi de Ivan. — Senhor Marwood, ela foi encontrada, mas não acho que esteja em bom estado. Você deveria vir sozinho! — — Certo. — Anne se virou para olhar para Anthony, que estava se aproximando, e perguntou: — Alguma novidade? — — Eles estão procurando muito devagar. Vou dar uma olhada. — — Eu também irei! Não quero ficar aqui sozinha! — Disse Anne, impotente. Anthony pegou a mão dela e a trouxe de volta para o trailer, colocando-a no sofá. — Está escuro e perigoso. Você pode causar problemas para o trabalho de busca se for lá, então apenas e
— Morrer não é tão ruim, pelo menos posso ver Nigel agora... — Sarah usou todas as suas últimas forças e agarrou a mão de Anthony. — Deixe-me pagar pelos erros que cometi, não... não machuque Anne... — — Mãe! — Anne saiu do carro e correu. No entanto, depois que Sarah disse a última palavra, engoliu em seco, soltou a mão de Anthony e seu braço despencou. — Mãe! — Anne berrou e olhou para Sarah, que estava deitada no chão com os olhos fechados. Suas pernas amoleceram e a jovem se ajoelhou na frente da mulher. — Mãe, estou aqui. Mãe, fale comigo. Vamos levá-la para o hospital. Mãe, fale, Anthony. Por que ela não está falando? Por quê? — Um policial parado não muito atrás explicou, hesitante: — Ela perdeu muito sangue e faleceu… — Antes de terminar de falar, ele ficou tão assustado com a expressão sombria de Anthony que se engasgou, abaixou a cabeça e deu alguns passos para trás. Anne perdeu o controle de suas emoções. — Quem disse isso? Não! É impossível! Minha mãe não vai mo
Anne não conseguia acreditar que a pessoa à sua frente era sua mãe. Sarah estava bem há dois dias, como poderia ser? — MÃE! MÃE! ACORDA! — A moça gritou incontrolavelmente, segurando a cabeça da mulher. Anthony cobriu o rosto de Sarah com o pano branco outra vez, abraçou Anne para impedi-la de ver e levou-a para fora. Assim que saíram, uma policial se aproximou e disse: — Senhor Marwood, o segurança ligou para dizer que viu alguém se aproximando da falecida. Já identificamos o sujeito. — — Por que ele não disse isso antes? — Anthony olhou friamente. — É muito comum que testemunhas lembrem de fatos depois. — — Tragam a pessoa aqui! — Ninguém esperava que a pessoa trazida aqui fosse Ron. Quando Anthony o viu, seus olhos escuros se estreitaram de repente. Anne, que estava sentada na cadeira ao lado, levantou-se, atordoada, enquanto olhava para o homem se aproximando. Como poderia ser justo Ron?Quando Ron viu o magnata, sua expressão não pareceu natural. — Qual é o seu
— Não queria ter nada a ver com ela, só isso! Eu estava andando pelo cemitério pela manhã quando não tinha nada para fazer e a vi. Eu a vi chafurdando na tristeza por causa de outro, então eu fiquei mexido e a provoquei algumas vezes. Discutimos porque eu chutei a taça de vinho que ela ofereceu ao defunto, então ela veio para cima e me arranhou... — A expressão de Ron era sombria quando levantou as mangas, revelando as marcas em seu braço. — Então? — — Ela continuou me importunando e me batendo. Eu a empurrei no chão e fugi. — Alegou Ron. — Você viu mais alguém, então? — Perguntou o policial. — Não! Eu estava com muita raiva na hora, então fui embora... — Ron parou de falar de repente, algo que o investigador percebeu. — Você se lembrou de algo? — Perguntou o policial. A voz de Anthony ficou mais agressiva. — É melhor você contar tudo o que sabe, ou não vou poupá-lo! — — Quando saí, vi alguém visitando o túmulo…— Lembrou Ron. — Algum conhecido? — — Só me virei pa
A tragédia com o pai de Anne ainda se mantinha viva em sua memória, e o assassino continuava foragido. A moça não conseguia acreditar que sua mãe também havia partido. Elas tinham ficado separadas por um dia e agora não podiam mais se ver, pela eternidade. Por que Deus a tratou assim? Por que deveria ser ela a perder o pai e a mãe? A governanta se aproximou e a encarou. — Senhorita, o que é isso? — — As cinzas da minha mãe. — — O que…— A governanta se assustou, duvidando se suas palavras eram verdadeiras. Vendo que Anne parecia arrasada, teve que acreditar. Foi uma notícia inesperada. — Ainda há alguma comida preparada pela minha mãe? Estou com fome. — — Não vi nada pronto, Anne... — Disse a funcionária. — Naquela manhã, ela disse que fez um café da manhã para mim, mas eu saí correndo sem comer... — Lágrimas brotaram dos olhos de Anne, que sentiu como se seu coração estivesse sangrando. Por que não comeu a última refeição feita pela mãe? Não conseguiria mais comer...
A figura alta de Anthony se aproximou, olhando para Anne. — Quanto tempo você vai ficar deitada assim? — — Este é um lugar que você odeia. Por que você está aqui? — Anne perguntou com raiva. Anthony sentou-se ao lado dela e seus olhos pousaram na urna sobre a mesinha de centro. — O que você quer comer? — — Eu só quero que você vá embora. — Anne não queria vê-lo. Anthony se levantou e, em vez de sair, foi até a cozinha, pegou um pouco de comida e colocou ao lado da urna, então ergueu a moça para que a sentasse. — Vá embora! — Anne lutou, mas Anthony pressionou-a contra o encosto, aproximando-se dela com frieza. — Anne, você precisa comer algo! — A respiração de Anne estava fraca, pois não havia comido o dia todo. — Anthony, foi você quem matou minha mãe. Foi você! Você sempre pensou que foi minha mãe quem matou sua mãe. Agora que ela está morta, você deve estar feliz, não é? Pode parar de me incomodar? — Suas lágrimas rolaram. O rosto de Anthony ficou tenso.
Anne o encontrou em uma cafeteria não muito longe da escolinha Apogeu, perto de uma escola pública. Antes de a moça chegar, Lucas já estava lá, porque o rapaz morava mais perto da cafeteria. Ele escolheu um assento próximo à janela, então a jovem poderia ver a paisagem lá fora, o que provavelmente a faria se sentir melhor. Lucas foi muito atencioso, e era notável sua felicidade por ver Anne. Depois de se sentar, a moça perguntou: — Meu rosto está feio? Pareço um vampiro? — — Senhorita Vallois... como você está? Conseguiram alguma notícia de sua mãe? — Lucas perguntou. A última vez que se encontraram, Anne não estava daquele jeito. A jovem reprimia as emoções, mas lágrimas brotaram de seus olhos e seus olhos arderam como se houvesse ácido neles. Depois de algum tempo, a moça se acalmou e disse: — Minha mãe foi morta, nas montanhas, não muito longe do cemitério do meu pai. Quando a encontrei, já era tarde demais. — Lucas ficou chocado, não esperava que fosse isso que a jove