Enquanto pensava a respeito, a porta do escritório foi aberta sem sequer bater. Anne olhou para cima, viu a pessoa que entrou e suspirou. Claro que era Anthony. — Papai! — Os trigêmeos gritaram. — Papai está aqui para nos buscar? — Chloe perguntou. — Não quero voltar ainda. Quero brincar! — Charlie não ficou feliz e caiu no sofá, recusando-se a sair. Anthony o pegou do sofá e se sentou. — Você pode brincar em casa, não? — — Mamãe vai voltar com a gente? — Charlie piscou seus olhos grandes. — Isso depende se sua mãe está disposta ou não. — Disse Anthony. Os trigêmeos olharam para a mãe com expectativa, ao passo que Anne se sentiu muito pressionada. 'Anthony fez isso de propósito?'. Ela não poderia recusar, poderia? As crianças ficariam tristes e desapontadas. — Eu vou, eu vou. — Ela tinha um sorriso forçado no rosto. — Sim! — Os trigêmeos pularam entusiasmados. Charlie e Chris correram na frente. Chloe pegou a mão de sua mãe e abriu a porta com a outra mão. Ashlyn
— Por que não se casam, se já têm filhos? — — Você não entende? Os três filhos foram um acidente! O verdadeiro amor do senhor Marwood é Bianca! — A concordância foi unânime. — Pobre senhorita Vallois. Ela tem três filhos com Anthony, mas não pode ser a senhora Marwood. — O senhor Walker balançou a cabeça e suspirou. — Mesmo assim, ela deve ter muitos privilégios, não deve? O senhor Marwood tem muita influência em Luton, tudo que se pode ter com dinheiro. — — Isso não vai acontecer. A mãe da senhorita Vallois uma vez interveio no relacionamento dos pais do senhor Marwood, ela... — O senhor Walker continuaria a fofocar, mas foi interrompido por Ashlynn. — Senhor Walker, você não estava de saída? Já terminou o expediente. — O senhor Walker parecia exasperado. — Ah, sim! Sim! Estou indo! Estou indo! Vamos. — ***Na hora do jantar, na mansão real, Anne e Anthony jantavam com seus três filhos, e todos pareciam uma família feliz. — Iremos ver o mar, amanhã. — Avisou
Anne ficou um pouco surpresa, mas imaginou que fosse alugado. De qualquer maneira, seria a primeira vez que ela viajaria em um iate, um luxo comum para pessoas com muito dinheiro. Com toda certeza não era algo que uma pessoa com a renda como a da moça costumasse viver. — Mamãe, vamos logo para o barco! — Charlie gritou. Anne sorriu e estava prestes a acompanhar os filhos, quando seu telefone tocou. A moça imaginou que seria uma ligação do trabalho, mas a ligação era da doutora Brown. 'Meu Deus! O que será que aconteceu?'. A moça, então, se afastou para atender a chamada. — Alô?! — — Senhorita Vallois, sua mãe caiu na enfermaria, enquanto visitava seu pai... Ela sofreu um ferimento na cabeça. — — O quê?! — Anne levantou seu coração. — Não se preocupe, já foi resolvido. Se trata apenas uma leve concussão e ela precisa descansar um pouco. — — Vou aí ver isso agora! — Anne desligou o telefone e olhou para Anthony. Olhando para os trigêmeos, a moça não suportou dizer que es
Sarah pensou por um momento e depois disse em voz alta: — Dorothy me bateu! Ela queria me matar! — — Sim, eu vi nas câmeras de vigilância. Ela disse que esbarrou em você, mas que foi por acidente. Você acha que foi mesmo de propósito? Não ficou muito óbvio nas imagens da câmera... — Anne explicou a situação. — Por acidente?! Meu cu! — Sarah duvidava muito. — Eu entendo a frustração, mas não temos provas. — Anne franziu a testa. — A propósito, você não disse que ia sair com as crianças para ver o mar? O que está fazendo aqui? — Sarah se lembrou e perguntou. — Eu não fui, porque soube que você estava ferida. — — Onde estão as crianças?! — Sarah perguntou, afoita. — Elas foram com o pai, ué. — — Era isso que as putas queriam! Fizeram isso para você largar seus filhos lá! Anne, me esqueça e vá ficar com as crianças! É uma oportunidade muito rara! — — Mas não posso deixar você sozinha, mãe. Nem me sentiria segura para isso, considerando que Dorothy e Bianca estão por
— Onde está Anne? — Tommy perguntou. Lílian não sabia o que ele iria fazer, então disse: — Parece que ela ia sair de iate com Anthony hoje, mas algo aconteceu com Sarah no hospital e ela voltou sozinha. — Tommy franziu a testa, desligou o computador e se levantou. — Vou dar uma saída. — Era óbvio o que ele iria fazer, já que não tinha intenção de encobrir nada. Lílian ficou ali sentada, imóvel, com os olhos frios como os de uma assassina. Tommy estava obcecado em se aproximar de Anne, mas não era assim no começo. Anne fazia companhia a Sarah na enfermaria quando alguém bateu na porta. Antes que a moça atendesse, a porta se abriu e Tommy entrou, carregando uma cesta de flores, uma cena já bastante familiar. O homem havia feito algo parecido quando foi visitar Nigel. — Senhora Vallois, como você se sente? Ouvi dizer que você se feriu, então vim aqui para uma visita. — Explicou o recém-chegado. Sarah achou a ação muito estranha, já que o relacionamento deles nunca foi tão
Anthony, parado junto à grade de proteção do iate, de frente para o mar, quase esmagou o telefone. 'Que mulher intragável!', pensou. De repente, sentiu algo cutucar sua perna, então abaixou a cabeça e viu Chloe o encarando com olhos de cachorrinho. — A mamãe não vem? Que tal voltarmos? Não me sinto bem sem mamãe. — Ela parecia mais do que triste. O coração de Anthony se suavizou. — Mamãe virá. — Anne precisava aparecer, mesmo que isso significasse que o pai das crianças precisaria ir até lá para buscá-la no colo.— Vá, papai! — Chloe cerrou os punhos pequenos. Anthony mostrou um sorriso gentil, mas rígido. Aquela não seria uma tarefa difícil, de qualquer modo. *** Anne pegou algumas roupas e voltou para o hospital. A moça logo adormeceu no sofá do quarto da mãe. No meio da noite, alguém entrou no recinto, a sombra parada na frente da jovem por um tempo, até que se abaixou para pegá-la e saiu. Depois que a porta se fechou, Sarah levantou a cabeça, parecendo bastante surpres
Antes que ela tivesse tempo de repreender Anthony, os trigêmeos pularam em seus braços. — Mamãe veio mesmo! — — Achei que papai estivesse mentindo! — disse Charlie. — Eu acertei! Mamãe queria nos surpreender, então ela veio enquanto estávamos dormindo! — Chris disse. Anne olhou para Anthony, sabendo que não poderia dizer que queria ir embora, porque decepcionaria muito as crianças. O magnata acenou para seus guarda-costas, que entenderam e desceram do convés. Pouco tempo depois, o café da manhã foi servido. — Que tal fazer uma refeição? — Disse Anthony. — Sim! Mamãe, anda logo! Você deve estar com fome! — Disse Charlie. Diante dos três filhos e o possessivo Anthony, Anne não teve escolha senão aceitar a situação. As três crianças, alheias ao problema, ficaram tão felizes em ver sua mãe que a cercaram enquanto a moça comia. — Querem comer o quê? — Anne perguntou aos filhos. — Não, comemos muito, mais cedo! — Chloe balançou a cabeça. Anne enfiou a comida na boca. Só
Anne ficou chocada e gritou: — Você não o impediu?! Mesmo que não pudesse impedi-lo, você poderia pelo menos ter me acordado! — — Por que eu iria acordar você? Você gostaria de estar com as crianças, não é? Aposto que eles ficaram muito felizes em ver você! — Argumentou Sarah. — Como eu poderia te deixar aí sozinha? Se Dorothy e Bianca mexerem com você, não vou ter tempo de te ajudar! — Explicou Anne. Levaria pelo menos meia hora, mesmo que fosse de helicóptero. — Os guarda-costas de Anthony estão guardando na porta. — — Na porta do seu quarto?! — — Isso mesmo! De início, não tive certeza, mas quando perguntei à doutora Brown, ela disse que era para impedir a entrada de outras pessoas além de médicos e enfermeiras. Parece que Anthony queria fazer você se sentir à vontade. Enfim, agora pode ficar tranquila e se divertir. — Sarah parecia estar de bom humor. Anne ficou surpresa, aquilo era mesmo uma ótima notícia. Mas por que Anthony insistia em não explicar essas coisa