A empregada parada na entrada da sala de jantar tinha um brilho nos olhos. Foi ela quem foi subornada por Bianca. A noiva de Anthony, contudo, deixou o número de Dorothy, para o caso de o suborno ser descoberto. Desse jeito, a culpa cairia, mais uma vez, sobre a mãe da pianista, deixando-a protegida. Assim que Dorothy recebeu a notícia, deixou Bianca avisada. A jovem ficou com tanta raiva que jogou a tigela de mingau no chão. — Anne, puta! Eu vou te matar! Não vai parar de se atirar no meu noivo?! — — Não fique com raiva. Não vale a pena se irritar por causa desse tipo de pessoa! — Dorothy sentiu pena da filha.— Liguei para Anthony ontem à noite e ele disse que estava ocupado! Achei que ele estivesse mesmo ocupado, mas agora sei que estava com Anne! Ela até devia estar ao lado quando liguei! Desgraçada, deve estar rindo de mim! — Bianca surtou de vez e jogou todas as outras xícaras, pratos e colheres no chão, espalhando estilhaços pelo lugar.— Não, não, não! Ela é apenas uma
Ashlynn voltou a si e percebeu que não se feriu, apenas perdeu o equilíbrio porque se assustou. Em seguida, a moça se agachou para pegar os papéis espalhados pelo chão, já que a senhorita Vallois ainda esperava por ela.— Está tudo bem? — Um homem com voz baixa disse enquanto a ajudava a pegar os contratos.— Sim! — Ashlynn se sentia bem, então ela não queria culpar ninguém. O homem deu a ela os contratos que havia conseguido juntar. A moça percebeu que a mão do desconhecido era grande e que ele usava tinha um relógio de pulso valioso. Pegando os contratos, ergueu os olhos e disse: — Obrigada... Ah! — Ela gritou e se sentou no chão, porque os contratos caíram de suas mãos mais uma vez. No entanto, a moça não poderia se importar menos com os documentos voando pelo concreto, porque foi como se sua alma a tivesse abandonado enquanto olhava para o homem à sua frente. Seu rosto empalideceu e a jovem tremia toda. Corentin ficou intrigado. — O que você tem? — — Não... Isso é impossíve
— Chichi, você está com fome? — Ashlynn correu para alimentar o cachorrinho assim que chegou em casa. Ela só podia dar a Chichi uma refeição pela manhã e outra à noite, por causa de seu trabalho, o que a fazia se sentir um pouco mal, mesmo que fosse quantidade o suficiente para um animal daquele tamanho.'Querida, por que você está agindo assim comigo? Você está satisfeita agora que estou morto? Ashlynn, olhe para mim... Estou coberto de sangue. Você pode tocar, verá que é sangue mesmo. Ashlynn, você me mandou para a prisão. Eu vou assombrá-la mesmo quando eu estiver morto! Ashlynn!'— AAAAAH! — Ashlynn acordou do pesadelo suando muito e tremendo de medo. — Não é minha culpa... Não fui eu, não... não... — — Au! — O cachorrinho soltou um único latido.Ashlynn tinha tanto medo, que cobriu a cabeça com as mãos. Por fim, voltou a si depois de ouvir um outro latido do poodle. A moça ergueu a cabeça para o cachorro e passou o olho pelo quarto alugado, acalmando-se, aos poucos. Ela disse
Ela tinha apenas dezesseis anos na época. Mesmo morando em um lugar onde as pessoas eram ariscas e muito desconfiadas, a moça ainda era gentil e ingênua. Por muito tempo depois, ela ainda se arrependeu de ter conhecido Salvatore. A moça nunca imaginaria que aquele jovem, jogado na chuva, nascera com o sangue do diabo.Depois de tirar suas dúvidas, Ashlynn voltou para Luton. Ela continuaria apenas trabalhando, tratando o incidente como um pequeno episódio de sua vida que não tinha nada a ver com ela. O policial também garantiu, afinal, que era apenas alguém parecido.No dia seguinte, quando ela foi trabalhar, Ken lhe pediu que entregasse documentos a Anne em sua sala. A moça reuniu tudo e foi até a sala, então bateu à porta e entrou. Logo de cara, viu que havia um convidado com sua patroa. Ashlynn ficou mais uma vez chocada ao ver o rosto do homem, seu coração quase parou.Corentin acenou com a cabeça. Percebendo a interação deles, Anne perguntou: — Vocês se conhecem? — Ashlynn p
O homem era o futuro chefe da família Lloyd, o único herdeiro. Corentin começou a administrar os negócios da família Lloyd ainda jovem, desde a adolescência, e depois estudou no exterior. Quando voltou para casa, o rapaz continuou no comando da família, e sempre foi excelente em todos os aspectos. Mesmo que ele não fosse o herdeiro legítimo da família Lloyd, suas conquistas ainda eram admiráveis. A vida dele era muito diferente da de Salvatore e era impossível para eles serem a mesma pessoa. Assim, Ashlynn ficou mais uma vez surpresa por testemunhar a existência de duas pessoas tão parecidas. Pensar na possibilidade de que seu falecido marido estivesse de volta a assustou como nunca. Anne estava trabalhando em seu escritório quando alguém bateu na porta. De repente, a moça viu os trigêmeos entrarem correndo. — Mamãe! — Surpresa, ela se levantou para receber os filhos. — Por que vocês estão aqui? — Perguntou enquanto os trigêmeos se jogaram em seus braços. — Vocês vieram sozi
Enquanto pensava a respeito, a porta do escritório foi aberta sem sequer bater. Anne olhou para cima, viu a pessoa que entrou e suspirou. Claro que era Anthony. — Papai! — Os trigêmeos gritaram. — Papai está aqui para nos buscar? — Chloe perguntou. — Não quero voltar ainda. Quero brincar! — Charlie não ficou feliz e caiu no sofá, recusando-se a sair. Anthony o pegou do sofá e se sentou. — Você pode brincar em casa, não? — — Mamãe vai voltar com a gente? — Charlie piscou seus olhos grandes. — Isso depende se sua mãe está disposta ou não. — Disse Anthony. Os trigêmeos olharam para a mãe com expectativa, ao passo que Anne se sentiu muito pressionada. 'Anthony fez isso de propósito?'. Ela não poderia recusar, poderia? As crianças ficariam tristes e desapontadas. — Eu vou, eu vou. — Ela tinha um sorriso forçado no rosto. — Sim! — Os trigêmeos pularam entusiasmados. Charlie e Chris correram na frente. Chloe pegou a mão de sua mãe e abriu a porta com a outra mão. Ashlyn
— Por que não se casam, se já têm filhos? — — Você não entende? Os três filhos foram um acidente! O verdadeiro amor do senhor Marwood é Bianca! — A concordância foi unânime. — Pobre senhorita Vallois. Ela tem três filhos com Anthony, mas não pode ser a senhora Marwood. — O senhor Walker balançou a cabeça e suspirou. — Mesmo assim, ela deve ter muitos privilégios, não deve? O senhor Marwood tem muita influência em Luton, tudo que se pode ter com dinheiro. — — Isso não vai acontecer. A mãe da senhorita Vallois uma vez interveio no relacionamento dos pais do senhor Marwood, ela... — O senhor Walker continuaria a fofocar, mas foi interrompido por Ashlynn. — Senhor Walker, você não estava de saída? Já terminou o expediente. — O senhor Walker parecia exasperado. — Ah, sim! Sim! Estou indo! Estou indo! Vamos. — ***Na hora do jantar, na mansão real, Anne e Anthony jantavam com seus três filhos, e todos pareciam uma família feliz. — Iremos ver o mar, amanhã. — Avisou
Anne ficou um pouco surpresa, mas imaginou que fosse alugado. De qualquer maneira, seria a primeira vez que ela viajaria em um iate, um luxo comum para pessoas com muito dinheiro. Com toda certeza não era algo que uma pessoa com a renda como a da moça costumasse viver. — Mamãe, vamos logo para o barco! — Charlie gritou. Anne sorriu e estava prestes a acompanhar os filhos, quando seu telefone tocou. A moça imaginou que seria uma ligação do trabalho, mas a ligação era da doutora Brown. 'Meu Deus! O que será que aconteceu?'. A moça, então, se afastou para atender a chamada. — Alô?! — — Senhorita Vallois, sua mãe caiu na enfermaria, enquanto visitava seu pai... Ela sofreu um ferimento na cabeça. — — O quê?! — Anne levantou seu coração. — Não se preocupe, já foi resolvido. Se trata apenas uma leve concussão e ela precisa descansar um pouco. — — Vou aí ver isso agora! — Anne desligou o telefone e olhou para Anthony. Olhando para os trigêmeos, a moça não suportou dizer que es