Anne começou a hesitar por causa do que sua mãe disse. Sarah tinha razão. Afinal, por que seu pai deveria ser expulso da família e sofrer tanto? Qual foi o problema que fez Nigel evitar falar sobre sua família e preferir dizer que era órfão?— Sinto que a aparição desse homem foi muito estranha. — Disse Anne.— Por quê? Você mesmo disse que poderia ser porque algo aconteceu com seu pai. Talvez tenham se arrependido, isso é muito normal. — — O próprio Corentin disse que não se lembra de nada quando papai deixou a família, então como ele teria algum carinho por ele? Na verdade, ele veio sozinho para ver papai... É estranho. —— Ele pode não ter muito carinho pelo seu pai, já que não o conhecia. Porém, ele não disse que o próprio pai não permitia que ninguém da família sequer o mencionasse? Normal uma pessoa ficar curiosa sobre alguém condenado assim! — Anne não disse nada, porque o motivo também fazia sentido. Não importava o que acontecesse, ele era sua família, afinal. Por algum
— Você não quer saber quem é Corentin? — — Você o conhece? — Anne ficou atordoada.— Eu posso investigar. — Anne entendeu o que Anthony quis dizer: ele não conhecia Corentin. No entanto, com o poder do magnata, não deveria ter problemas para descobrir qualquer coisa sobre o homem. Na verdade, com certeza já tinha investigado tudo, do contrário não teria perguntado. Anne se sentou bem ao lado dele e perguntou: — O que você descobriu? — — Eu te conto depois que chegarmos. — Sentada no carro, ela percebeu que não seguiam em direção à Mansão Real. O veículo parou no estacionamento do velho apartamento e Anne e Anthony desceram do carro. A moça virou a cabeça para trás e ficou reflexiva por algum tempo. Seu pai comprara um apartamento naquele lugar para presenteá-la, mas antes que ela pudesse se mudar para ele, o homem enfrentou um acidente...— No que você está pensando? — Anthony perguntou, encarando a moça.Anne não estava com vontade de conversar sobre seus pensamentos com
— O senhor Faye é considerado um segredo da família Lloyd. Não há muito tempo, fiquei sabendo de algumas coisas do exterior, rumores sobre a forma como Corentin faz negócio. Não tem nada a ver com senhor Faye, mas é bom ficar de olho. Mais investigações serão necessárias, se quiser saber mais. — Explicou Anthony.Anne olhou para Nigel na foto e perguntou: — Esse casal... essas pessoas são meus avós? — — Exato. — — Olhando para a idade do meu pai, Corentin já deveria ter nascido, certo? – Perguntou Anne.— O pai do senhor Faye teve duas esposas. — Anne ficou um pouco chocada no início, mas depois entendeu. Corentin e seu pai eram meios-irmãos que compartilhavam o mesmo pai, assim como ela e Bianca. Porém, o importante era que podia ter certeza era que Corentin era de fato seu tio.— Como não há mais nada, posso voltar agora? — Perguntou Anne.— Você acha que ainda pode sair depois de vir aqui? — Anthony a encarou, seu olhar indicava aquele perigo lascivo usual.Anne o provo
Assim que ela tirou as roupas, ouviu a voz fria e severa de Anthony. — Você não tem permissão para sair! — Anne franziu a testa e fez o possível para se acalmar. — Eu já disse que não quero fazer isso. — A moça foi sucinta.— Eu não vou tocar em você! Apenas durma aqui! — A voz de Anthony era fria e inflexível.Anne olhou para ele confusa. Quando Anthony se virou, viu as gotas de água no chão que se arrastavam atrás dela e sua expressão parecia ruim. — Limpe o chão! — Berrou, tentando manter a postura.— Eu não quero. Se você quiser limpar, faça você mesmo. — Anne segurou o pijama nos braços, passou por ele e foi ao banheiro. A moça até trancou a porta, deixando Anthony com uma expressão de mais incredulidade que o normal.Quando Anne saiu do chuveiro, depois de tomar banho, as manchas de água no chão já haviam sumido. O magnata, afinal, acabou mesmo limpando tudo?A moça encontrou Anthony de pijama e sentado no sofá da sala, encarando sua chegada com um olhar frio. Havia
O sorriso no rosto de Anne era tão radiante que Anthony não conseguia tirar os olhos dele.— Vocês já tomaram café da manhã? — A moça perguntou aos trigêmeos.— Mamãe ainda não comeu! Mamãe já comeu? — Chloe perguntou.— Adivinhou! Ainda não. — Anne sorriu.— A senhorita chegou na hora certa. As crianças podem comer com a mãe. — Hayden disse.— Vamos, vamos comer. — Anthony pegou Chloe no colo.Anne segurou os dois filhos em cada mão e todos se dirigiram para a sala de jantar. A jovem notou, então, que Bianca não estava presente. De fato, a pianista talvez tivesse partido na noite anterior, tal como Anthony dissera.O café da manhã na Mansão Real foi suntuoso, ocupando metade da mesa. Parecia até um buffet. No entanto, não era a primeira vez que Anne comia naquele palácio, já estava até acostumada. Olhando para os trigêmeos saboreando a refeição com muito apetite, Anne ficou bastante satisfeita.— Mamãe, você saiu com papai ontem à noite? — Chloe perguntou, com os olhos bem abe
A empregada parada na entrada da sala de jantar tinha um brilho nos olhos. Foi ela quem foi subornada por Bianca. A noiva de Anthony, contudo, deixou o número de Dorothy, para o caso de o suborno ser descoberto. Desse jeito, a culpa cairia, mais uma vez, sobre a mãe da pianista, deixando-a protegida. Assim que Dorothy recebeu a notícia, deixou Bianca avisada. A jovem ficou com tanta raiva que jogou a tigela de mingau no chão. — Anne, puta! Eu vou te matar! Não vai parar de se atirar no meu noivo?! — — Não fique com raiva. Não vale a pena se irritar por causa desse tipo de pessoa! — Dorothy sentiu pena da filha.— Liguei para Anthony ontem à noite e ele disse que estava ocupado! Achei que ele estivesse mesmo ocupado, mas agora sei que estava com Anne! Ela até devia estar ao lado quando liguei! Desgraçada, deve estar rindo de mim! — Bianca surtou de vez e jogou todas as outras xícaras, pratos e colheres no chão, espalhando estilhaços pelo lugar.— Não, não, não! Ela é apenas uma
Ashlynn voltou a si e percebeu que não se feriu, apenas perdeu o equilíbrio porque se assustou. Em seguida, a moça se agachou para pegar os papéis espalhados pelo chão, já que a senhorita Vallois ainda esperava por ela.— Está tudo bem? — Um homem com voz baixa disse enquanto a ajudava a pegar os contratos.— Sim! — Ashlynn se sentia bem, então ela não queria culpar ninguém. O homem deu a ela os contratos que havia conseguido juntar. A moça percebeu que a mão do desconhecido era grande e que ele usava tinha um relógio de pulso valioso. Pegando os contratos, ergueu os olhos e disse: — Obrigada... Ah! — Ela gritou e se sentou no chão, porque os contratos caíram de suas mãos mais uma vez. No entanto, a moça não poderia se importar menos com os documentos voando pelo concreto, porque foi como se sua alma a tivesse abandonado enquanto olhava para o homem à sua frente. Seu rosto empalideceu e a jovem tremia toda. Corentin ficou intrigado. — O que você tem? — — Não... Isso é impossíve
— Chichi, você está com fome? — Ashlynn correu para alimentar o cachorrinho assim que chegou em casa. Ela só podia dar a Chichi uma refeição pela manhã e outra à noite, por causa de seu trabalho, o que a fazia se sentir um pouco mal, mesmo que fosse quantidade o suficiente para um animal daquele tamanho.'Querida, por que você está agindo assim comigo? Você está satisfeita agora que estou morto? Ashlynn, olhe para mim... Estou coberto de sangue. Você pode tocar, verá que é sangue mesmo. Ashlynn, você me mandou para a prisão. Eu vou assombrá-la mesmo quando eu estiver morto! Ashlynn!'— AAAAAH! — Ashlynn acordou do pesadelo suando muito e tremendo de medo. — Não é minha culpa... Não fui eu, não... não... — — Au! — O cachorrinho soltou um único latido.Ashlynn tinha tanto medo, que cobriu a cabeça com as mãos. Por fim, voltou a si depois de ouvir um outro latido do poodle. A moça ergueu a cabeça para o cachorro e passou o olho pelo quarto alugado, acalmando-se, aos poucos. Ela disse