Embora a pessoa não tenha se apresentado, Anne já sabia quem era. Só poderia ser Dorothy. Conhecia o número de Bianca e sabia que outra pessoa tão cruel não poderia ser além de alguma das duas, que tinham um ranço especial por Sarah. Era um dos motivos dela ter rejeitado as ligações ao ver o número desconhecido. Então, decidiu apagar a mensagem de texto para evitar conflitos e ligou para a babá para se certificar de que os filhos estavam sendo bem cuidados. Conversou um pouco com os trigêmeos, explicando que estava em uma viagem de negócios e que não havia desaparecido como da última vez. As crianças foram compreensivas e concordaram em esperar pelo seu retorno.À noite, Nigel reservou o quarto ao lado de Sarah e sugeriu que Anne descansasse um pouco lá. No entanto, a jovem insistiu em ficar com a mãe e disse a ele que descansasse no quarto. Mas, embora houvesse um sofá na sala, o homem era alto demais para dormir confortavelmente ali. Mesmo assim passou a noite no quarto, enquanto An
Sarah ainda permanecia inconsciente, incapaz de fornecer qualquer resposta a Anne. A jovem continuou a permanecer no hospital nos dias seguintes, dedicando-se inteiramente à vigilância de Sarah. No entanto, Nigel não havia retornado desde a última vez que partiu, o que a deixava preocupada e ansiosa. Ela segurou o celular, ponderando se deveria fazer uma ligação para ele, mas logo percebeu que seria inútil, já que se Nigel pudesse voltar, já o teria feito. Isso significava que algo havia acontecido para ele demorar tanto, algo que estava com dificuldade de resolver.Para ser franca, ela já esperava por essa reação, porque sabia que Bianca e Dorothy não aceitariam a situação como estava. As tensões e conflitos entre elas eram evidentes, especialmente considerando a relação passada entre Dorothy e Nigel. Anne sabia que a presença de Sarah no hospital era motivo suficiente para desencadear um surto de Dorothy. Enquanto estava imersa em seus pensamentos, a porta do quarto se abriu abrup
Era uma situação desesperadora em que Anne se encontrava. Ela se viu sem recursos financeiros e sem o apoio imediato de Nigel ou Lucas. Não restava outra opção senão recorrer a Anthony, mesmo sabendo das consequências terríveis que isso poderia acarretar.Após ponderar sobre suas opções, Anne decidiu ligar para Bianca. Ela sabia que não seria uma conversa fácil, ainda mais depois da briga que teve com Dorothy. No entanto, estava disposta a fazer qualquer coisa para ajudar sua mãe, mesmo que tivesse que pedir ajuda à sua inimiga.Bianca ficou surpresa ao receber a ligação de Anne. Ela estava curiosa para saber qual era o motivo do contato e até mesmo cogitou a possibilidade de Anne estar ligando para implorar por misericórdia. Então, atendeu a ligação:— Quem é? —Bianca disse com um toque de sarcasmo.— Sou eu. Anne. — Respondeu. — Bianca, eu gostaria de te pedir um empréstimo de dinheiro, se puder. —A resposta de Anne pegou Bianca de surpresa. Ela não conseguia acreditar que est
No mínimo, Anne havia resolvido o problema financeiro ao pedir dinheiro emprestado a Bianca, e agora não precisava implorar a Anthony por ajuda. Além disso, não precisaria se preocupar com Bianca reclamando com ele, já que era apenas um empréstimo. Planejava pagar de volta assim que possível, também.À noite, a enfermeira pessoal que Nigel havia providenciado entrou no quarto, permitindo que Anne descansasse no quarto ao lado do de Sarah. Como Nigel havia mencionado, era impossível saber quando Sarah acordaria, então a jovem sabia que precisava descansar para manter suas forças.Embora seu pai tenha deixado claro que se importava com ela e não a abandonou, Anne sabia que ele teve que partir por outras razões. No entanto, não podia ignorar o fato de que tanto Dorothy quanto Bianca desejavam a morte de Sarah. A jovem estava determinada a não permitir que isso acontecesse. O que a deixava confusa era como Sarah foi atropelada por um carro, considerando que ela sempre foi cuidadosa ao at
Anne observou atentamente Anthony enquanto sorria e envolvia os braços em volta do pescoço dele. Ela estava consciente de que sua presença ali era algo perigoso e delicado.— Estava com saudades de mim? — Perguntou ela.O olhar de Anthony escureceu intensamente enquanto ele respondia:— Sinto falta do seu corpo. —— As portas aqui não podem ser trancadas, então alguém pode entrar... — Anne tentou alertá-lo, preocupada com a falta de segurança no local. — Eles não vão. — Anthony disse, confiante.Ela tentou manter o controle da situação, lembrando-o de suas obrigações: — Apenas se controle. Ainda preciso sair amanhã... —— Cale-se — ele ordenou, antes de selar seus lábios ansiosamente. —Anne não ofereceu resistência e permitiu que ele se entregasse aos seus desejos. Felizmente, o magnata eventualmente parou e adormeceu com o braço ao redor da cintura dela.Finalmente encontrando um momento de pausa, Anne não conseguiu voltar a dormir e observou o rosto de Anthony na escurid
Anne se aconchegou no colo de Anthony e murmurou com a voz sonolenta: — Estou cansada, então me acorde quando estivermos lá. —O magnata apenas olhou para ela com uma expressão indecifrável e não disse nada. Passou a mão pelos cabelos dela suavemente. Gostando do toque, a jovem se sentiu relaxada e logo adormeceu. Mas, antes de dormir, surpreendeu-se por conseguir relaxar em um helicóptero barulhento e balançante. Provavelmente porque não tinha dormido bem na noite anterior.Depois de meia hora de voo, o helicóptero pousou no último andar do Grupo Arquiduque, onde havia um gigantesco letreiro ‘H’. Anne acordou com o solavanco e esfregou os olhos.— Chegamos — disse Anthony, ajudando-a a sair.Anne desceu pelo elevador com ele e assim que a porta do elevador se abriu, viu Bianca saindo de um carro e se assustou. Conseguia sentir o cheiro doce do perfume da pianista e o brilho dos seus acessórios caros. Imediatamente apertou o botão do elevador e subiu para o andar de cima.— O qu
— Sem chance! — Charlie queria mais. — Amarrem-no! — Ele gritou para os irmãos, empolgado.Então, Chloe foi procurar a corda às pressas. Ela voltou com um rolo de barbante e começou a enrolar o fio em torno de Tommy. Enquanto isso, vendo como as crianças estavam se divertindo, Anne não tentou ajudá-lo e apenas sorriu e balançou a cabeça, verificando a localização de Anthony pelo aplicativo do celular. Depois foi para a cozinha ajudar a babá a terminar a janta.Quando a comida estava quase pronta, Anne saiu e disse aos trigêmeos, que ainda cercavam Tommy:— Vão lavar as mãos para poder comer! Para já! —— Eba! Vamos, gente! — disse Chloe, soltando o barbante.— Indo! — Disse Charlie, pulando de cima de Tommy.— Nham, nham! — Disse Chris, largando a espada de brinquedo.Os três jogaram os brinquedos como se não fossem nada e ignoraram Tommy, correndo ao banheiro. O homem lentamente removeu o barbante, se levantou e se espreguiçou. Estava todo suado e amassado.Anne olhou para ele
Dois dias atrás, quando Anne ainda estava em Santa Nila, conversava com o pai, pelo telefone:— Voltarei amanhã ou depois de amanhã. A enfermeira vai manter contato comigo — disse ela.— Sinto muito, Anne, mas estou ocupado agora, então não consigo ir para lá. —— Eu sei... Concentre-se no que você precisa fazer. Eu posso lidar com isso. — Anne fez uma pausa antes de perguntar: — Pai, você está mesmo bem? —— Sim, não se preocupe querida. — Nigel não queria contar à filha a verdade, Dorothy o havia obrigado a não se envolver.Anne não tentou descobrir mais, porque sabia que o pai estava em uma posição difícil e, enquanto permanecesse casado com Dorothy, ainda deveria tratá-la como família. Dois dias depois, já em Luton, a jovem ligou para Anthony e tinha a intenção de sair com ele: — Você quer vir jantar comigo? —— Estou ocupado — Anthony recusou.— Venha, por favor? Preparei um jantar à luz de velas. Eu cozinhei — disse ela. — Além disso, você não quer passar a noite aqui?