Imaginando que fosse Anne, Nigel atendeu ansioso ao telefone. Porém, era Sarah. Ela ainda não sabia sobre o desaparecimento da filha. E já que ligava e não mandava mensagem como fazia habitualmente, Nigel julgava que queria saber sobre Anne.— Oi, Sarah. Está tudo bem? — Perguntou com uma voz natural, fingindo despreocupação. — Oi, Nigel... Estou um pouco ansiosa...Qual é o problema com Anne? Ela não atendeu ou retornou minhas ligações. Sabe o que pode estar fazendo agora? — Sarah disse. — Ela pode estar ocupada com o trabalho. — — Mas, não importa a quão ocupada ela esteja, sempre retorna minhas ligações num tempo razoável... — Sarah estava desconfiada. — Algo está errado? — — Está chegando o final do mês e o departamento dela está ocupado. É normal isso acontecer, não se preocupe. — Nigel disse uma mentira inocente. — Tudo bem... — A mulher comprou o que ele disse. Além disso, como algo poderia dar errado? Nigel estava lá para cuidar dela. — Desculpa, eu só estava rea
A porta do quarto foi aberta, fazendo um pouco de luz entrar no quarto e despontando um fio de esperança em Anne. Mas, não importa a quão esperançosa ficou, só de ver Anthony suas pupilas se contraíram de medo e a angústia tomou conta de si, como se o trauma de ter sido violada estivesse profundamente enraizado em sua mente. O magnata carregava o café da manhã na mão e o colocava na mesa de cabeceira, igual fazia com todas as refeições que lhe trazia enquanto era carcereiro dela. Assim que terminou aquela espécie de ritual, Anne olhou para ele e disse: — É proibido você me servir mais que três refeições por dia? — Os olhos escuros de Anthony pareciam perigosos. Mas, ele pareceu impassível diante do atrevimento dela.— Eu vou ter minha vingança. — Disse, como se tivesse uma certeza inabalável. Anne se estremeceu diante daquela resposta. Então, antes de sair do quarto ele falou: — Me ligue se precisar de alguma coisa. — Então jogou um celular na cama. Logo, virou o corpo e foi e
A voz feroz de Anne soou alta nos alto-falantes, dizendo: — Que DROGA! Estou com FOME, ANTHONY! — Mais de uma dúzia de executivos de alto escalão, incluindo Oliver, imediatamente prenderam a respiração. Quem era? Quem se atrevia a falar com tanta arrogância ao presidente do Grupo Arquiduque? — Me dê algo para comer! Você não acha que eu só preciso comer três refeições por dia, né?! Você não sente fome à tarde, não?! Não quer alguns lanches de frutas? Eu gosto de doces, compre-me alguns bolos e chá com leite! Eu quero um cheesecake e chá com leite e açúcar light, você ouviu isso?! Por que você não fala nada!? — A atmosfera na sala de conferências era tensa e arrepiante, com todos os executivos alarmados, imaginando se Anthony ficaria furioso com aquilo. Tentavam manter uma postura séria e neutra, mas era claro como se esforçavam para fazer isso, com medo de se moverem e despertar a raiva do homem. Ninguém sabia quem era a mulher histérica na chamada, mas Oliver soube assim que
— Nigel, você está escondendo algo de mim? Sua esposa e filha estão intimidando Anne e você não quer me contar? — Sarah duvidou. — Anne também é minha filha, Sarah. Eu a amo muito. Não é o que você pensa. Ela trabalha até tarde da noite e tem que ir trabalhar durante o dia. Sempre se sente cansada. Tenho certeza de que vai te ligar assim que o trabalho extra que anda fazendo terminar. — Tudo bem, faltam dois dias. Mas, se não ligar nesse meio tempo vou enlouquecer. — Nigel sabia que ela não aguentaria muito mais, mas agora só podia confortá-la. Ele mesmo se sentia muito ansioso por não saber onde Anne estava, e nem se estava segura. Lembrar disso o fazia se culpar por não cumprir seu papel como pai. — Ei, você viu a foto de uma paisagem noturna que tirei para você? — Sarah perguntou. — Eu vi, ficou linda, Sarah. Obrigado. — — Eu ando tão entediada por aqui, sabe? Não tem ninguém para conversar comigo, ninguém para jogar pôquer... — Sarah suspirou. — Eu... tenho amigos po
— Você não pode deixar isso de lado! — Dorothy disse em voz baixa: —Ainda não encontramos Anne. Seu pai suspeita que isso esteja relacionado a ele... —— Por que você acha isso também?! — Bianca sentiu a cabeça pesada só de ouvir.— Eu só estou pedindo para você ficar alerta. — Dorothy disse e tentou lembrá-la da situação: — Pense nisso, quantas mulheres querem subir na cama de Anthony? Qual família no negócio não deseja casar sua filha com ele? Mesmo depois do casamento, você ainda deve ficar de olho. Você não tem filhos agora e seu único poder de barganha é você mesma. —— Eu não sou uma idiota. Claro, eu sei. Eu fui propositalmente para o Grupo Arquiduque quando voltei do estúdio. Anthony ainda estava ocupado! —— Isso é ótimo. — No entanto, Dorothy achou estranho. — Então o que você quis dizer com Anne ainda estar desaparecida? —— Desde que não seja relacionado a Anthony, não me importa para onde ela foi. Quem sabe quando finalmente a encontrarmos, achemos seu cadáver. — Bian
Anne se contorcia no canto da cama. — Anthony, o jeito que você me trata... Isso significa que temos um laço? —O magnata se postou a poucos centímetros de Anne. Por um momento se sentiu atordoado e fez uma pausa. O rosto ficando cada vez mais estranho. — O que você disse? —— Você está apaixonado por mim? — Ela perguntou diretamente, estendendo a mão e o acariciando, sentindo-se extremamente nervosa.— Você quer morrer? — Os olhos dele eram ameaçadores.— Caso contrário, porque você me trataria desse jeito... — Anne disse com imensa dificuldade. Ela podia sentir o rosto quase se despedaçando enquanto ele a beliscava.— Pare de se humilhar. Foi só porque seu corpo ainda está em condições de me manter satisfeito. — Anthony a soltou friamente, movimento o corpo para ir embora.Anne segurou seu braço. — Você está bravo? Eu não quis dizer isso, não fique assim... —Anthony se virou e olhou para ela com um rosto frio, e ordenou: — Solte. —— Anthony, não fique bravo, sério.
Era impossível Anthony não ter sentido dor no pé, a menos que toda a sua atenção fosse colocada em Anne. O que aquela jovem significava para Anthony, afinal? Não importa que tinha um lado brutal, ou carinhoso, todos eles foram mostrados apenas para uma pessoa, Anne. Kathryn estava curiosa, mas era apenas a médica pessoal de Anthony, o que não significava que podia perguntar sobre sua vida pessoal.Depois de dar seu conselho, a médica-chefe foi embora. Enquanto passava pelo corredor, viu o enorme retrato de Julie. Estava tão jovem e elegante. Olhar para aquele quadro a deixava confusa, no entanto. Todo mundo sabia o quanto o magnata era influente e poderoso na cidade de Luton, mas ele trouxe Anne àquele apartamento da falecida mãe, que ninguém podia entrar, tinha permitido até mesmo ela no local, por conta daquela jovem. Um lugar que ninguém tinha acesso.O que o empresário pensava? Se tivesse algum laço emocional com Anne não teria se envolvido com Bianca, teria? A médica não sabia d
Dorothy quase esbarrou em Nigel quando chegou ao escritório.— Você parece chateado. Aconteceu algo? — Dorothy perguntou, preocupada.— O carro que levou Anne foi encontrado. Estou indo agora lá ver. — Nigel se virou.Dorothy ficou chocada. ‘Foi encontrado?’ Ela se recompôs e imediatamente o seguiu. — Eu vou com você! —Quando chegaram ao lago, Tommy e Lucas ainda estavam lá e explicaram a situação para os dois:— O carro foi recuperado. Foi confirmado como aquele que raptou Anne. As portas do automóvel estavam abertas quando ele apareceu, mas não havia ninguém dentro. — Lucas estava pensativo e sua voz era rouca. — Além disso, a equipe de resgate disse que este não foi o local onde o incidente ocorreu de imediato. Aconteceu rio acima, acabamos de ver. Você gostaria de dar uma olhada? —Nigel olhava para longe, nervoso. Conseguia notar que a corrente do lago era forte e o pessoal ainda estava em ação. Por que Anne estaria no lago? Preocupado com a filha, resolveu seguir Lucas r