Anne foi ao banheiro enquanto falava ao celular e ficou sem palavras quando ouviu que Sarah estava jogando vinte-e-um.— Com quem você está jogando? — Perguntou.— Tem uma sala de jogos no hotel, então fui dar uma olhada. Por coincidência tinha um grupo com poucas pessoas, então me juntei a eles. —— Você nem os conhece. Não tem medo de ser enganada de novo, como da última vez? —— Eu não vou, então não se preocupe com isso... Espere! 21! Vinte-e-um! Anne, ligo de volta quando terminar. Aqui é muito diferente. —Sem esperar que a filha respondesse, Sarah desligou. Anne olhou para o telefone, sentindo-se impotente. Isso era uma benção disfarçada, certo? Pelo menos a mãe poderia se divertir um pouco e não se sentir miserável enquanto estivesse em Santa Nila. Caso contrário, a jovem ficaria em constante preocupação com a mãe.De repente, alguém pousou a mão no ombro de Anne e era pesada que definitivamente a jovem sabia que não se tratava de alguém aleatório.— Para quem você ligou
Anne contou tudo à governanta e estava pronta para pagar seu salário. Afinal, Sarah nunca mais voltaria. No entanto, sabia que a mãe queria que a jovem saísse de seu pequeno bairro e fosse morar na mansão, que estaria vazia, de qualquer maneira. A jovem sabia disso, mas ainda tinha seus três filhos pequenos, e ficar no pequeno bairro poderia facilmente esconder suas identidades. Não seria assim se eles ficassem na mansão de Sarah. Mesmo o apartamento que Nigel comprou para ela não parecia seguro.De repente, ouviu o som de um motor de carro se aproximando da garagem e desligando. Anne ficou surpresa e se perguntou quem poderia ser. Não muito tempo depois, irradiando arrogância, Dorothy e Bianca entraram na mansão.Anne franziu a testa, parecendo aborrecida:— O que vocês estão fazendo aqui? —— Tragam nossas coisas! — Dorothy instruiu o motorista, que carregava várias malas. Então, anunciou: — A partir de hoje, este é o nosso hotel, e podemos vir e ficar quando quisermos. —— Esta
Percebendo que não tinha mais o que fazer, Anne conteve sua raiva e se acalmou, então voltou para a escadaria e disse: — Vou levar algumas roupas comigo. —— Eu permiti que você fizesse isso? — O olhar de Bianca era cruel. — A partir de agora, tudo nesta mansão é meu, até o ar que você respira! Tire essa mulher daqui! — A última frase foi para o motorista, que deu um passo à frente e quis agarrar Anne.— Não me toque! Eu posso sair sozinha! — A jovem sacudiu a mão do motorista. Então, saiu acompanhada pela governanta.Enquanto saia, ouviu Dorothy levantar a voz de propósito, dizendo: — É por isso que é excelente ter um genro poderoso como Anthony! —A funcionária da mansão ficou preocupada e perguntou:— Nós não vamos mesmo chamar a polícia? Por que tivemos apenas que obedecer e sair de nosso lugar de direito? —— Não podemos. Mas elas vão embora por conta própria mais cedo ou mais tarde... — Anne disse enquanto olhava para a mansão.A governanta estava confusa. Elas realmen
A recepcionista do hotel foi imediatamente verificar o quarto. Nigel continuava falando com a recepcionista enquanto confortava Sarah. Quando chegou ao quarto de Sarah, descobriu que a porta estava ligeiramente aberta com a corrente da porta de segurança ainda presa. Entretanto, podia-se ver que alguém realmente tinha tentado abrir a porta.Sarah, que estava escondida no banheiro, só saiu quando eles garantiram que ela estava segura. Depois disso, a equipe do hotel veio e verificou em todos os lugares e pediu desculpas a Sarah, dizendo que um hóspede provavelmente havia entrado por engano em seu quarto. Tal desculpa era ridícula.Nigel, que estava ao telefone, ouviu e disse a Sarah: — Passe o telefone para a recepcionista. —A mulher fez o que ele disse e deixou que Nigel conversasse com a funcionária do hotel. Ela não sabia o que Nigel havia dito, mas a jovem parecia mais humilde e continuou se desculpando ao celular. Sarah achou Nigel muito atraente.Pouco tempo depois, a recep
— Você não está ocupado? — Sarah perguntou. — Ainda não — Nigel respondeu. Então a mulher andou pelo quarto, girando a câmera do celular, para mostrar a suíte. — Você vê isso? É muito melhor do que o meu quarto. — — De fato. — — Eu moro sozinha e não preciso de um lugar tão grande. — — Mas, é grande e confortável, desfrute. — Sarah voltou a câmera para seu rosto. — Como posso agradecer? Nem sei quanto tempo vou ficar aqui, nem o que fazer a seguir... — — Não se preocupe, você pode ficar o tempo que quiser e não precisa me agradecer. Fiz isso por Anne. — disse Nigel. Sarah não falou mais nada, apenas conversou um pouco sobre o atendimento no hotel e encerrou a videochamada. Ela não iria continuar conversando com Nigel como uma desesperada por atenção, afinal, o homem tinha que voltar trabalhar. Sarah supôs que avançar devagar seria melhor para o relacionamento deles. Depois que se acalmou, foi para a rua para comprar roupas. A localização do hotel não ficava lon
— A pele de Anne estava enrugada quando nasceu. A princípio, pensei: por que dei à luz uma coisinha tão feia? Quanto maior era, mais bonita ficava. Felizmente não a joguei fora — Sarah disse com um sorriso, lembrando-se do rosto de Anne com um olhar satisfeito e feliz. Ao lado dela, Nigel ouvia com prazer. — Eu a dei à luz, mas não tinha confiança para sustentá-la financeiramente. Entreguei-a ao meu irmão e à minha cunhada e paguei-lhes as despesas de subsistência em particular. Mas depois descobri que meu irmão era não era um bom pai, e intimidava minha cunhada, então eu só podia dar mais dinheiro, esperando que tratassem Anne melhor... — Sarah contava à Nigel sobre a infância de Anne. — Você teve suas dificuldades. — — Muitas vezes me pergunto, se eu tivesse contado antes a você sobre a existência da nossa filha, minha vida seria diferente? — Riu de si mesma. — Olhando para seu rosto fofo e terno, me sinto mal por ela não ter tido um pai que a ame por tanto tempo. Quando foi m
Sarah caminhou em direção ao hotel e o corpo rígido de Nigel relaxou quando a viu sair, lentamente. Fitou a lua pendurada no céu e as estrelas espalhadas nele, que indicavam que o tempo seria claro no dia seguinte. No entanto, o humor de Nigel não era tão esperançoso como a promessa de um dia novo. Se sentiu hesitante e distraído... e não podia dizer a Sarah que depois de abandoná-la e reatar com Dorothy, a única vez que viu que seu sacrifício valer a pena foi quando Bianca nasceu. Se não fosse por ela, jamais teria voltado com a ex-mulher, por quem não tinha mais nenhum sentimento Desde que se separaram, ele gastou todo o seu tempo com a filha e a carreira. Passou rápido, e seu coração foi temporariamente curado durante o processo. Por isso, ver Sarah novamente o deixava deprimido. Ela não fazia ideia de como ficou feliz quando descobriu que tinham uma filha juntos, também. Mesmo assim, não tinha intenção de contar a ela sobre seus sentimentos. Agora, se Anne gostasse de Lucas, ap
Anne estava no sexto andar, então, não estava em casa. — Você está em casa? Estou chegando, espera um minuto, saí para dar uma volta no condomínio! — A jovem desligou o telefone. Depois de se despedir das crianças, Anne foi ver o pai. Quando a porta se fechou, Charlie segurou um copo de água na mão, suspirou como um adulto e tomou um gole d’água em silêncio. Anne descia a escada com calma, enquanto Nigel estava parado no meio do caminho. Os dois se olharam por um tempo, antes dele perguntar, surpreso: — Você não tia saído para dar uma volta? Por que você veio lá de cima? — Anne nunca teria dito isso se soubesse que seu pai a esperava na escada! Ela ajustou seus pensamentos e disse: — No começo, sim, mas depois encontrei uma criança e tive que devolvê-la para casa, no sexto andar. Recebi sua ligação depois disso. — Nigel não teve nenhuma suspeita e a palavra 'criança' tocou seu coração. Pensou na criança perdida de Anne e no corpo ferido. — Por que você está aqui a esta