― Vocês querem deixar Luton? Por quê? ― Nigel acabara de encontrar a filha e esperava que ela pudesse ficar mais um pouco ao seu lado. ― Nós não queremos atrapalhar sua família. Apesar de Anthony estar noivo ele continua incomodando e perseguindo minha filha. Coitadinha! ― Sarah falou rispidamente, sem dar a mínima para os sentimentos de seu ex-namorado. Nigel olhou para Anne e a expressão no rosto da jovem confirmava o que a mulher tinha acabado de falar. ― Tem certeza de que não querem ficar? Da próxima vez que Anthony importunar você de novo, é só me ligar que estarei lá ― disse Nigel. Anne franziu o lábio inferior. Aquilo seria uma ótima ideia. Afinal, não importa o que acontecesse, Anthony nunca ousaria ser desleal com Bianca na frente de seu sogro. No entanto, mesmo assim, a jovem preferia simplesmente mudar de cidade. Ao mesmo tempo, porém, ela entendia que, se Anthony não permitisse que ela fosse, Nigel também não teria ambição de resolver o problema. Sarah pensava
A senhora deu de ombros e disse:― Não posso fazer nada. Este protocolo não está registrado no banco de dados. ―― Você está insinuando que minha filha apresentou um documento ilegal? Como ousa! Deve haver algo errado com seu banco de dados! ―― Já atualizei várias vezes. ― A senhora ficava impaciente. Afinal, ainda havia pessoas na fila.― Tente de novo... ― Sarah queria entregar o protocolo para a senhora, mais uma vez, mas Anne a impediu.― Vamos embora, mãe. ―Assim que as duas saíram, a senhora telefonou para os seus superiores, avisando-os da sua situação.― O que está acontecendo? Como isso é possível? ― Sarah esbravejava, indignada.Mas, por outro lado, Anne não ficou nem um pouco surpresa e continuava tão calma quanto antes.― Mãe... Você sabe exatamente o que está acontecendo. Eu só não esperava que Anthony agiria tão rapidamente. ― Ou o magnata tinha conseguido impedir o cadastramento do protocolo ou a identidade de Anne tinha sido deletada do banco de dados.Com m
Algum tempo depois, quando anoitecia, Anthony deixou o apartamento de Anne, desceu as escadarias e, revigorado, entrou no agourento Rolls Royce preto. Quando Bianca, que estava escondida por detrás dos arbustos, viu aquela cena, seus dentes bateram de raiva. Se alguém passasse, ficaria assustado com sua expressão distorcida, pensando que tinha visto um demônio. A pianista estava em seu próprio apartamento quando recebeu um telefonema de Sarah, dizendo que Anthony tinha ido à casa de sua filha. O primeiro impulso de Bianca foi duvidar, mas a curiosidade e o ciúme falaram mais alto e ela acabou indo confirmar, com os próprios olhos. Chegando quase imediatamente após o telefonema de Sarah, viu o carro preto e sentiu o peito afundar com a constatação de que Anthony não respeitava o noivado. Afinal, a visita ao apartamento de Anne foi bem longa.Algum tempo depois, o celular tocou novamente e a assim que a pianista atendeu, a voz de Sarah ecoou:― Espero que minha dica não a tenha d
Frustrada, por ter errado o golpe, Bianca disse com raiva:― Estamos no nosso direito aqui! Anne seduziu meu noivo. Basta olhar para o corpo dela. Há marcas dele por toda parte! Prostituta sem vergonha! ― ― Bem, isso significa apenas que Anne é mais atraente do que você! Você não consegue nem segurar Anthony com firmeza e culpa Anne por isso? Por que não vai brigar com seu noivo? ― Sarah soltou o cabelo de Dorothy. Dorothy estava prestes a desmaiar e estava toda desalinhada. ― Mãe! ― Bianca rapidamente apoiou Dorothy. Sarah olhou para as duas, parecendo muito zangada.― Eu nunca tive medo de brigar! Eu nunca permiti que ninguém que eu amo fosse agredido na minha frente e não vou começar agora! ― Anne sabia daquilo. Mesmo que Sarah fosse uma socialite e mesmo que agisse apenas como tia de Anne, já tinha comprado briga por ela, mais de uma vez. ― Você acha que é a única mãe aqui? Você protege sua filha, e eu protejo a minha! ― Dorothy arregaçou as mangas enquanto falava e d
― Aconteceu algo sério? ― Anne perguntou, preocupada. ― Bianca saiu daí dirigindo em alta velocidade. O carro bateu no guard-rail e ela teve um corte na testa e uma leve concussão. Mas, está tudo bem agora. ― Nigel estava ao telefone no corredor fora do quarto do hospital. Bianca estava meio encostada na cama com gaze enrolada na testa e de péssimo humor. Enquanto Dorothy estava sentada ao seu lado, segurando sua mão.― Como você se sente? Ainda dói? ― Bianca não disse nada. ― Vou ligar para Anthony e falar para que ele venha te fazer companhia. ― Dorothy saiu, com o aparelho na mão. ― Não ― respondeu Bianca. ― Por que não? ― Dorothy não entendia. Embora ter os pais lá fosse bom, se o noivo fosse acompanhá-la, seu humor ficaria bem melhor. ― Deixe-o saber o que aconteceu hoje, conte como Anne e Sarah trataram você. ― ― Como sua noiva, se eu o incomodar com alguma coisa, ele pode achar que sou incompetente. ― Os olhos de Bianca eram implacáveis e calculistas. ― Eu quero l
Anne sabia que a intenção de Nigel era a de encontrar Anthony para lidar com os assuntos dela e de Bianca. Mas, mesmo assim, com as notícias que circulavam pela internet, sabia que ficaria em apuros. Como ela já tinha vivenciado antes, os paparazzi e fãs apareceriam como bestas sentindo o cheiro de sangue, assim que ouvissem aquele áudio. ― Você quer que eu passe aí para te pegar? Caso contrário, você não vai mais conseguir sair ― disse Tommy. Anne, que estava no apartamento de cima, olhou para as três crianças inocentes que brincavam na sala e se sentiu nervosa. Por isso, depois de desligar o telefone, se despediu dos trigêmeos: ― Mamãe tem algo para fazer, então durmam bem à noite e não se preocupem comigo, está bem? ― ― Por que você vai sair tão tarde? Onde você precisa ir? ― Chloe perguntou. ― É algo importante do trabalho. ― Anne passou as desnecessárias recomendações para a babá e saiu rapidamente. Mas, assim que chegou ao primeiro andar, percebeu que era tarde demais
Anne pensou sobre os motivos de ter recebido aquelas ligações. Ou Nigel tinha visto as notícias e estava preocupado, querendo saber como ela estava, ou queria tirar satisfações, acreditando ter sido enganado por ela. Por outro lado, ele tinha se disposto a ir falar com Anthony por ela... A jovem respirou fundo e decidiu atender. ― Alô? ― ― Anne? Como você está? Onde você está? Você está segura? ― ― Sim, estou com uns amigos ― disse Anne. Com as perguntas, a jovem constatou que o áudio se tornara viral e, dessa vez, duvidava que conseguiria provar sua inocência. ― Isso é bom. ― Nigel ficou aliviado e perguntou, depois de um tempo: ― Você já pensou em deixar Anthony? ― ― Eu não entendi... ― ― Fiquei sabendo que Anthony lhe pediu para deixar Luton antes, mas você se recusou a partir... ― ― Isso foi por causa da minha mãe... da minha tia... Ela foi assassinada e eu estava querendo descobrir quem era o assassino, por isso perdi aquela oportunidade ― explicou Anne. ― Bian
A jovem finalmente desligou o chuveiro e, apressadamente, secou o rosto e vestiu um roupão de banho. Então saiu do banheiro, enrolando uma toalha nos cabelos e olhou para Tommy, que aguardava em pé, no meio do quarto, com os braços cruzados e uma expressão calma. ― Eu pensei que você ia ficar no banho a noite toda. ― O rosto de Anne não estava mais pálido como antes por causa do banho quente, e ela parecia tão delicada quanto uma flor. Sem responder, a jovem foi até a cama, se sentou e começou a secar o cabelo. ― Aquele áudio não vai desaparecer por um tempo ― disse Tommy. ― Tanto faz. De qualquer forma, isso é o que Anthony queria, então deixe-o se vangloriar o quanto quiser ― disse Anne. ― Anthony não bate bem da cabeça ― disse Tommy, deixando os ombros caírem. Mas, Anne pensou consigo mesma: 'Você não é muito melhor'. Eles eram primos, afinal. ― Está muito difícil encontrar uma solução. Você só pode esperar que alguns outros virais substituam esse. No entanto, Bia