Frustrada, por ter errado o golpe, Bianca disse com raiva:― Estamos no nosso direito aqui! Anne seduziu meu noivo. Basta olhar para o corpo dela. Há marcas dele por toda parte! Prostituta sem vergonha! ― ― Bem, isso significa apenas que Anne é mais atraente do que você! Você não consegue nem segurar Anthony com firmeza e culpa Anne por isso? Por que não vai brigar com seu noivo? ― Sarah soltou o cabelo de Dorothy. Dorothy estava prestes a desmaiar e estava toda desalinhada. ― Mãe! ― Bianca rapidamente apoiou Dorothy. Sarah olhou para as duas, parecendo muito zangada.― Eu nunca tive medo de brigar! Eu nunca permiti que ninguém que eu amo fosse agredido na minha frente e não vou começar agora! ― Anne sabia daquilo. Mesmo que Sarah fosse uma socialite e mesmo que agisse apenas como tia de Anne, já tinha comprado briga por ela, mais de uma vez. ― Você acha que é a única mãe aqui? Você protege sua filha, e eu protejo a minha! ― Dorothy arregaçou as mangas enquanto falava e d
― Aconteceu algo sério? ― Anne perguntou, preocupada. ― Bianca saiu daí dirigindo em alta velocidade. O carro bateu no guard-rail e ela teve um corte na testa e uma leve concussão. Mas, está tudo bem agora. ― Nigel estava ao telefone no corredor fora do quarto do hospital. Bianca estava meio encostada na cama com gaze enrolada na testa e de péssimo humor. Enquanto Dorothy estava sentada ao seu lado, segurando sua mão.― Como você se sente? Ainda dói? ― Bianca não disse nada. ― Vou ligar para Anthony e falar para que ele venha te fazer companhia. ― Dorothy saiu, com o aparelho na mão. ― Não ― respondeu Bianca. ― Por que não? ― Dorothy não entendia. Embora ter os pais lá fosse bom, se o noivo fosse acompanhá-la, seu humor ficaria bem melhor. ― Deixe-o saber o que aconteceu hoje, conte como Anne e Sarah trataram você. ― ― Como sua noiva, se eu o incomodar com alguma coisa, ele pode achar que sou incompetente. ― Os olhos de Bianca eram implacáveis e calculistas. ― Eu quero l
Anne sabia que a intenção de Nigel era a de encontrar Anthony para lidar com os assuntos dela e de Bianca. Mas, mesmo assim, com as notícias que circulavam pela internet, sabia que ficaria em apuros. Como ela já tinha vivenciado antes, os paparazzi e fãs apareceriam como bestas sentindo o cheiro de sangue, assim que ouvissem aquele áudio. ― Você quer que eu passe aí para te pegar? Caso contrário, você não vai mais conseguir sair ― disse Tommy. Anne, que estava no apartamento de cima, olhou para as três crianças inocentes que brincavam na sala e se sentiu nervosa. Por isso, depois de desligar o telefone, se despediu dos trigêmeos: ― Mamãe tem algo para fazer, então durmam bem à noite e não se preocupem comigo, está bem? ― ― Por que você vai sair tão tarde? Onde você precisa ir? ― Chloe perguntou. ― É algo importante do trabalho. ― Anne passou as desnecessárias recomendações para a babá e saiu rapidamente. Mas, assim que chegou ao primeiro andar, percebeu que era tarde demais
Anne pensou sobre os motivos de ter recebido aquelas ligações. Ou Nigel tinha visto as notícias e estava preocupado, querendo saber como ela estava, ou queria tirar satisfações, acreditando ter sido enganado por ela. Por outro lado, ele tinha se disposto a ir falar com Anthony por ela... A jovem respirou fundo e decidiu atender. ― Alô? ― ― Anne? Como você está? Onde você está? Você está segura? ― ― Sim, estou com uns amigos ― disse Anne. Com as perguntas, a jovem constatou que o áudio se tornara viral e, dessa vez, duvidava que conseguiria provar sua inocência. ― Isso é bom. ― Nigel ficou aliviado e perguntou, depois de um tempo: ― Você já pensou em deixar Anthony? ― ― Eu não entendi... ― ― Fiquei sabendo que Anthony lhe pediu para deixar Luton antes, mas você se recusou a partir... ― ― Isso foi por causa da minha mãe... da minha tia... Ela foi assassinada e eu estava querendo descobrir quem era o assassino, por isso perdi aquela oportunidade ― explicou Anne. ― Bian
A jovem finalmente desligou o chuveiro e, apressadamente, secou o rosto e vestiu um roupão de banho. Então saiu do banheiro, enrolando uma toalha nos cabelos e olhou para Tommy, que aguardava em pé, no meio do quarto, com os braços cruzados e uma expressão calma. ― Eu pensei que você ia ficar no banho a noite toda. ― O rosto de Anne não estava mais pálido como antes por causa do banho quente, e ela parecia tão delicada quanto uma flor. Sem responder, a jovem foi até a cama, se sentou e começou a secar o cabelo. ― Aquele áudio não vai desaparecer por um tempo ― disse Tommy. ― Tanto faz. De qualquer forma, isso é o que Anthony queria, então deixe-o se vangloriar o quanto quiser ― disse Anne. ― Anthony não bate bem da cabeça ― disse Tommy, deixando os ombros caírem. Mas, Anne pensou consigo mesma: 'Você não é muito melhor'. Eles eram primos, afinal. ― Está muito difícil encontrar uma solução. Você só pode esperar que alguns outros virais substituam esse. No entanto, Bia
O telefone de Sarah estava ocupado quando Anne ligou porque ela estava em outra chamada, com Dorothy, e elas brigavam. Dorothy gritava irracionalmente:― Sarah, há algo errado com sua cabeça? Você acha que alguém vai acreditar na história que você inventou? O quanto você está disposta a se humilhar para se aproximar de Nigel? ― ― Já que você não acredita nisso, por que você está com tanta raiva? ― Sarah era mais racional do que Dorothy. Afinal, só ela sabia, em seu coração, que tipo de tormento tinha passado. ― Você vai e diz a Nigel que ele pode fazer um teste de paternidade se não acreditar. Ou vou enviar o meu para você, quando terminar? ― Sarah desligou o telefone, sem esperar que Dorothy respondesse. Sarah pensava em uma forma de ajudar Anne a fugir de Luton quando tudo começou a acontecer rapidamente. Uma das amigas do poker ligou e falou sobre o áudio vasado de Bianca, que Sarah ouviu, indignada. Então, não dormiu a noite toda, pensando no assunto e tomou aquela decisão.
Se fosse esse o caso, ela se sentiria muito desapontada. Especialmente se pensasse em como Nigel a tinha questionado ao telefone, na noite anterior. Afinal, mesmo sabendo que ela também era sua filha, tinha suspeitado dela. Ela entendia as preocupações do homem, mas, como ela poderia ser comparada a Bianca? Se o homem preferia fazer aquilo, Anne preferia continuar sem falar com ele. Por isso, a jovem apenas ficou segurando o aparelho, até que parasse de tocar. Tommy, que em algum ponto tinha voltado e estava parado no batente da porta, revirou o próprio telefone em sua mão e disse:― Em um curto período, todas as pesquisas sobre você foram removidas. Meu primo é muito bom nisso. Devíamos ter feito isso antes, se soubéssemos que nos salvaria. ― ― Então vou voltar para casa. Obrigada por ter me ajudado e me recebido, ontem à noite. ― Anne pegou as roupas na mesa de cabeceira e foi ao banheiro. Quando saiu, vestia as mesmas roupas que usara na noite anterior. Mas, estavam lavadas
Enfim voltando ao conforto do lar, Anne deixou o corpo cair no sofá e escondeu o rosto por entre as mãos, pensando em seu passado. O primeiro homem a quem chamou de pai, o marido de Cheyenne, espancava a mãe e chegou até mesmo a agredi-la. O segundo homem que apareceu em sua vida, dizendo ser seu pai, tentou trocá-la para pagar uma dívida de jogo.A jovem não sabia o que era receber o amor de um pai e não queria mais pensar no assunto. No entanto, isso não significava que ela não invejava os pais de outras pessoas. Certa vez, inclusive, chegou a se comparar com Bianca. Entretanto, não fosse pela disputa envolvendo Dorothy e Bianca, Sarah e Nigel estariam casados e se tornariam uma família normal. Ela seria feliz e Anthony nunca teria cruzado seu caminho. Mesmo que o pensamento tivesse cruzado sua mente, Anne não responsabilizaria Bianca por não ter tido família. Afinal, não havia nada de errado em um pai amar sua filha. Além disso, Nigel não sabia da gravidez de Sarah. Anne tinha