― Ah! ― Anne caiu no chão, mas o perigo a fez levantar instintivamente. Então, ela enfrentou o violento Anthony e murmurou: ― Você não pode fazer isso comigo... você não pode... ― Anthony zombou, parecendo ter gelo correndo nas veias. Em seguida, pegou o celular e ordenou:― Pode espancar a mulher até a morte! ― Depois disso, Anthony colocou a chamada em viva-voz. Anne ouviu o pânico de Sarah enquanto ela era espancada, a mordaça tinha sido retirada, para que ela pudesse urrar de dor e Anne imaginou que desmaiaria de pavor. Embora Sarah a tivesse abandonado, elas ainda eram mãe e filha. Anne se lançou de joelhos e abraçou as longas pernas de Anthony, chorando e implorando:― Por favor, não faça isso! Peça para que parem! Eles vão bater nela até a morte! Por favor, pare! ― Anthony olhou para baixo e sua expressão cruel indicava que não tinha intenção de parar. Os gritos de Sarah no viva-voz ficaram mais altos e Anne gritou:― Não! Isso é o suficiente! Anthony, por
Bianca queria que Anne desaparecesse de uma vez por todas! Anne acordou apenas no meio do dia seguinte e seu corpo estava frágil e machucado. Depois que abriu os olhos, levou muito tempo para se lembrar de todas as brutalidades que tinha sofrido e parecia que ela tinha acabado de voltar do inferno para a realidade. Anne não podia acreditar que tinha sido violentada por Anthony, mais uma vez. Afinal, ele tinha Bianca e ela deveria ser mais do que suficiente! O que ela pensava que nunca mais aconteceria, aconteceu. Anne sentiu como se fosse o animal de estimação de Anthony, estando sob seu controle sem autonomia. Com grande dificuldade, se levantou e tomou um banho, mais dolorido do que revigorante, então se vestiu e saiu do quarto. O telefone celular estava tocando em sua bolsa, no chão da sala. Mas, na hora que a jovem se curvou para pegar o aparelho, seus joelhos fracos cederam e a jovem caiu. Praguejando, olhou para a tela do celular e, sem reconhecer o número, atendeu,
Anne ligou para a escola e avisou que as crianças deveriam pegar o ônibus escolar para o seu apartamento. Então, alguns minutos depois, Lucas ligou. Ele não pôde deixar de ligar para ela e perguntar:― O que aconteceu? ― Anne sabia que precisava de um motivo para trazer as crianças de volta, e Lucas certamente suspeitaria, então ela respondeu:― Anthony descobriu que eu fui ao seu apartamento e a frequência disso. Ele estava me investigando e receio que encontre as crianças. ― ― Anne... ele fez alguma coisa contra você? ― ― Não diretamente, mas para minha mãe... ele puniu minha mãe pelas coisas que fiz. Mas, felizmente, ela está bem, então não se preocupe. ― ― Desgraçado, psicopata! ― Mesmo os bem-educados como Lucas não conseguem evitar e acabam amaldiçoando, quando a situação é muito ruim. Mas, Anne concordava completamente. Anthony era de fato, um lunático. ― Vou deixar Nancy ir com as crianças. É mais fácil confundi-lo se ela ficar no mesmo prédio ― disse Lucas.
Pela forma como Anthony agia, parecia que, exceto Bianca, a vida de todos os outros seres humanos eram apenas um empecilho. ― Você está sozinha? ― Anne perguntou. ― Quando se tem dinheiro, as pessoas nunca vão te deixar sozinha. Se você não sugerisse ir à mansão, eu nem teria contado sobre a internação. ― Sarah sempre tinha pensado que o dinheiro significava tudo, então acreditava que o dinheiro era a maneira mais fácil de conquistar qualquer coisa. A enfermeira apareceu e perguntou a Sarah o que ela queria jantar. Sarah ordenou duas porções de um caldo de carne e queria que Anne comesse com ela. A jovem não recusou. ― Anne, me desculpe. Eu não esperava que as consequências seriam tão sérias. Eu só disse algumas palavras e os seguranças começaram uma confusão. Eles não deveriam ter deixado Anthony saber sobre isso. Mas, Bianca é um hipócrita! ― Sarah disse, com desdém. ― Mas, agora você já sabe, tia... mãe. Ela mal pode esperar para encontrar nossas falhas e soltar
―Então você vai usar isso contra mim? Quão desprezível você é! ― o rosto de Anne estava contorcido pelo desprezo. ― Eu sou desprezível? Mas, foi você quem me empurrou contra a parede! ― Bianca se virou e saiu, com um olhar assassino nos olhos. Mas, Anne não podia deixá-la ir assim, pois seria torturada até a morte por Anthony. Então, vendo Bianca abrir a porta, Anne correu para tentar impedir a pianista de sair.― Não vá... ― Uma sombra preta na porta chegou e suas palavras pararam abruptamente. Anthony olhou para o que acontecia com uma expressão insondável, fazendo o coração de Anne quase parar.Vendo seu Salvador, Bianca se jogou apressadamente nos braços de Anthony.― Que bom que você está aqui, eu fui quase ... quase morta por ela... olhe para a minha cabeça, está machucada? Anne agarrou meu cabelo e bateu minha cabeça contra a parede... ― Bianca disse, com lágrimas nos olhos. Anne estava com raiva das mentiras. Vendo Anthony olhando ansiosamente para a contusã
― Se for só para mim, não precisa. Estou cheio de raiva, não vou conseguir comer. ― ― Eu também não quero. Não tenho fome nenhuma. ― Anne tinha sentido ânsia de vômito, quando tentou comer, mais cedo. Sarah olhou para o céu do lado de fora e disse:― Acho que você precisa ir... Você está cansada e isso tudo foi muito estressante. Você ainda parece doente, de qualquer maneira. Como já está em um hospital, deixe o médico verificar para você. Você pode ter tido uma lesão ou algo do tipo. ― ― Não sinto nenhum desconforto no meu corpo. Vou para casa. Ligue para mim se precisar de alguma coisa. ― Depois que Anne saiu do hospital, chamou um táxi. Assim que entrou em casa, foi para o banheiro e se olhou no espelho. Realmente, sua aparência não estava nada bem, era como se não tivesse se recuperado bem de alguma doença.Anne tocou seu abdômen plano e o pressionou suavemente, mas não houve dor. Devia ter sido a pressão de Anthony que a assustou e a fez sentir tão mal. A
Anne abaixou os olhos, pois não se sentia digna das gentilezas do diretor, então aceitou, com uma voz fraca:― Desculpa... ― Lucas estendeu a mão, pegou a de Anne e apertou, com força:― Não se desculpe. Sempre haverá uma solução, confie em mim. ― Anne não sabia o que fazer. Embora os olhos de Lucas não pudessem ser vistos com nitidez, por atrás dos óculos, ela apenas assentiu e, enquanto se recuperava do momento intenso, Lucas terminou de descer as escadas, sozinho. De volta ao sexto andar, logo depois que Anne abriu a porta, as pequenas cabeças das três crianças apareceram uma a uma.― Mamãe, papai Lucas foi embora? ― ― Ah! Mas, eu queria que papai ficasse! ― ― Papai é tímido! ― Anne sorriu e deu um tapinha na cabeça de Chloe. Depois que Anne conseguiu fazer as três crianças pararem de reclamar, saiu da sala e viu a babá arrumando os brinquedos na sala de estar. Ela começou a ajudar a mulher.― Nancy, é difícil cuidar de três crianças? ― ― Para ser sinc
As opiniões que Anne tinha sobre seu chefe mudaram um pouco. Xander era definitivamente versado na política de escritórios. Se não fosse pelo fato de ela mencionar o nome de Anthony no último telefonema, ela nunca teria uma promoção tão grande. Pensando nisso, ela disse humildemente:― Graças à confiança do diretor, definitivamente trabalharei duro. Espero que um dia substitua a posição do diretor. ― A expressão de Xander congelou. Os olhos escuros de Anthony se moveram um pouco e ele recuperou seu olhar agudo sem expressão.― Você ouviu isso? ― Xander limpou a garganta e disse generosamente:― Sim, senhor Marwood, eu a ouvi claramente, e a empresa precisa de funcionários como ela. Obrigado, senhorita Vallois, pode voltar para o departamento. ― Anne fez um aceno de cabeça e saiu sem relutância. Depois de deixar a sala, caminhou pelos corredores pisando com força, liberando a adrenalina. Ela não estava preocupada em ser demitida, mas não via a hora de sair daquela