Anne reconheceu a voz e soube que era a assistente de Lucas. Percebendo que ele deveria estar ocupado, a jovem não insistiu na conversa, se despediu e encerrou a ligação. Por um longo tempo, ela não conseguiu recuperar a compostura, porque sentiu que havia algo mais naquela estranha situação. A atenção sobre o incidente só tinha aumentado nos últimos dois dias, com a ideia fixa de que a escola tivesse escondido a verdade sobre a morte da aluna. Anne chegou pouco antes de a babá ir embora, mas soube, pelos trigêmeos que Lucas não retornava para casa, há dois dias. Mas, as crianças mal tinham terminado de fazer festinha para a mãe quando ouviram a maçaneta girando e viram Lucas entrar.Anne levantou-se abruptamente. ― Papai! ― As três crianças comemoraram e Anne corou, com a maneira como se dirigiram a ele. Lucas casualmente se aproximou e recebeu beijos na bochecha, das três crianças. Só então, ergueu o corpo e voltou sua atenção para Anne.― Olá! Que bom que está aqui. ―
Anne esperou por um bom tempo, mas como não recebeu resposta entrou em um táxi para ir em direção a Mansão Real. Anthony era um empresário, então não era possível que ele perdesse uma ligação, mesmo, que estivesse no chuveiro, ela havia esperado o suficiente para descartar essa possibilidade. Se Anthony não tivesse respondido, significava que Bianca não estava na Mansão Real, caso contrário ele faria de tudo para evitar que ela estragasse seu tempo com a mulher que amava. Meia hora depois, ela chegou à enorme casa na Curva. A Mansão Real não era tão brilhante quanto as típicas mansões luxuosas e ficava escondida na escuridão de uma floresta de maneira aterrorizante, que afastaria qualquer visitante. Vendo o Rolls Royce estacionado do lado de fora do portão, ela mordeu o lábio e reuniu coragem para subir as escadas, sentindo o peso de seu medo a cada passo que dava. Ela sabia que não haveria fim para o que estava acontecendo com a Escola Infantil Apogeu se ela não fosse f
Quando saiu do torpor, Anne não sabia quando Anthony havia saído e como as janelas do escritório estavam todas fechadas, ainda sentiu o cheiro do magnata pairando no ar. Cada vez que eles transavam, a jovem sentia como se tivesse sobrevivido ao inferno. Ela se perguntou se isso significava que Anthony pouparia a Apogeu depois daquilo e estava desesperada, ao mesmo tempo, porque tinha quebrado a promessa feita a si mesma de não se envolver mais fisicamente com Anthony. Ainda estava absorta em seus pensamentos, quando ouviu batidas na porta e, pensando que era Anthony, rapidamente pegou as almofadas no chão e se cobriu, escondendo sua nudez de forma precária. Quando Bianca entrou, viu as costas nuas de Anne, com marcas por toda a pele e sua expressão se converteu em uma máscara de contrariedade quando olhou para as roupas espalhadas pelo chão. Então, ergueu mais uma vez o olhar para Anne, com ressentimento. A última pessoa que Anne imaginou que entraria ali, era Bianca e, com
‘Mas, se fosse esse o caso, por que Anthony iria ter transado comigo, na Mansão Real?’ Ela pensou: ‘Acho que ele só está doente da cabeça, ou algo assim!’ Anne lutou para mover seus pés pesados em direção ao escritório do Grupo Marwood para trabalhar, sentindo-se feliz por ter tirado a roupa antes do tempo, ou suas roupas já estariam todas arruinadas. Ao longo do dia, prestou muita atenção às notícias e à tarde foi divulgada uma nova atualização sobre o incidente ocorrido na Escola Apogeu. Após uma investigação mais aprofundada, parecia que os pais da aluna que se suicidou haviam feito falsas acusações porque eles sentiam muita falta da filha. Os pais receberam uma advertência e a situação foi considerada resolvida, sem nenhuma grande consequência, como se tudo não passasse de uma brincadeira de mau gosto. O fardo no peito de Anne foi aliviado, mas, ao mesmo tempo, ela estava apavorada com o quão poderoso Anthony era em Luton. Anne também prestou atenção a qualquer notícia s
Tommy se esquivou da lata de lixo que foi jogada nele, endireitou o corpo, com dificuldade, e correu em direção ao elevador, apenas para ver a porta se fechar bem diante de seus olhos. Anne suspirou aliviada dentro do elevador, pensando:‘Essa foi por pouco. Ele quase alcançou. Esse cara é definitivamente um psicopata!'’ O rosto de Tommy se contorceu enquanto ele ofegava. Depois de um tempo, ele olhou para a câmera de vigilância acima dele, como se estivesse olhando para alguém do outro lado da câmera. Naquele mesmo instante, Anthony estava atrás de sua mesa de escritório e à sua esquerda o monitor de seu computador exibia o mosaico de vigilância do Grupo Marwood, mas uma das câmeras estava maximizada. Ele havia testemunhado o que havia acontecido ao lado do elevador. E agora via a expressão sombria de Tommy, que, finalmente virava o rosto e andava para o final do corredor.Anthony desviou o olhar da tela, com uma expressão misteriosa em seu rosto. Depois de sair do trabal
Anne queria ficar em seu apartamento mesmo quando Sarah conseguisse comprar uma casa maior. Mas, no fim das contas, cortar os laços com a Família Marwood, não tinha sido o pior, pois Anne sabia que não seria capaz de ficar de braços cruzados se algo acontecesse com Sarah. ― A propósito, como vão as coisas entre você e Lucas? ― Sarah perguntou: ― Eu achei que ele tinha realmente gostado de você... ― Anne sabia que Sarah tinha ouvido a mãe de Lucas falar sobre o relacionamento deles.― Nós não somos certos um para o outro, então não estamos mais em contato. ― ― Ah! Por que não? Ele é o diretor da Escola Apogeu, mas também herdeiro da família Newman. Ele é confiável e gentil, definitivamente o melhor candidato para marido. ― ― Ele está sempre muito ocupado e não gosto disso. ― Disse Anne, pensando que essa deveria ser uma desculpa convincente. ― Sua bobinha. ― Sarah disse, com desaprovação. ― Você não encontrará um homem focado na carreira que não esteja sempre ocupado. Qu
Anne ficou quieta porque sabia que não tinha outra escolha a não ser tentar escapar. ― Anthony nos odeia tanto assim? ― Sarah havia perdido o apetite e uma ideia surgiu quando olhou para Anne. ― Anne, da próxima vez que ele colocar as mãos em você, peça alguma coisa. Se você não pode tê-lo, pelo menos deveria receber algo de volta. ― Anne foi mais uma vez lembrada de como ela era diferente de Sarah. ― Eu sei que você é orgulhosa e não consegue fazer isso, mas se você não tiver dinheiro, você não vai chegar a lugar nenhum... ― Sarah queria continuar dando conselhos desse tipo, mas Anne se levantou e disse:― Com licença, preciso ir trabalhar. ― Sarah olhou para a porta se fechando diante dela com uma expressão sombria, pensando consigo mesma: ‘Que garota teimosa ela é!’ Anne entrou no metrô, sentindo-se esgotada física e mentalmente. ‘Como ela pode ter sugerido que eu pedisse algo em troca?’ Ela pensou. ‘Eu me consideraria sortuda se Anthony não me matasse na hora s
Charlie sorriu de orelha a orelha. ― Mamãe, venha nos ver ganhar do papai! ― Chris gritou. ― Mamãe, venha! ― O rosto de Chloe estava vermelho de excitação. Nenhum dos três se atrevia a tirar os olhos da tela, então Anne percebeu o quanto eles estavam lutando. Até mesmo, Lucas que se sentava no sofá com as pernas cruzadas, disse, sem olhar para Anne.― Já estamos parando. ― Anne riu.― Não! Continuem. Vou assistir. ― Ela então se sentou no sofá e assistiu à intensa competição de boxe na televisão, enquanto Charlie dava as frutas para seus irmãos e Lucas. A criança os alimentou um por um, antes de oferecer outro pedaço para sua mãe novamente. No final, Chris e Chloe venceram, e Lucas conseguiu fazer parecer que não perdeu intencionalmente. Quando a partida acabou, Anne tinha feito café para ele e ele se levantou.― Vamos para a sacada. Continuem, crianças. ― Havia cadeiras e uma mesa na varanda, então eles se sentaram e admiraram a vista noturna da cidade. ―