― Sim. Já resolvi tudo por aqui. E você? Ainda está no hotel? ― perguntou Bianca, cínica. ― Não. Já sai. ― ― Pensei que talvez pudéssemos pegar um pouco de comida, se você ainda não estiver satisfeito. Desculpe por esta noite. ― Disse ela. Anne ficou atordoada no início, quando sua boca foi coberta, mas, como a conversa demorava, começou a ficar sem ar e a situação, pouco a pouco, começou a ficar desesperadora. Entretanto, por mais que lutasse para escapar, a mão do demônio continuava firme.― Onde você está agora? Ainda não vai descansar? ― perguntou Bianca. ― Estou no escritório. Para mim, ainda é cedo. ― Disse Anthony. ― Eu sabia. Fique tranquilo por aí. Então, tudo bem, jantaremos juntos outro dia, volte para o seu negócio! ― ― Certo. Boa noite. ―— Boa noite, bom trabalho. — Após a ligação, o demônio afastou a mão do rosto de Anne. Ela tossiu quando o ar fresco entrou em seus pulmões.― Ugh! O que você está fazendo... Quer me matar? ― Eventualmente, a t
― Como você ousa me ameaçar? ― O demônio urrou. Seus olhos estavam cheios de raiva maliciosa enquanto ele questionava. ― Para! Isso machuca! ― O rosto de Anne se contorcia de dor, enquanto ela lutava para falar. ― Sim, eu... só tenho uma vida, então... mesmo que você consiga fazer o que quiser agora, eu... vou cortar minha própria garganta, assim que você se for. Por que não você paga para ver? ― Sua voz bêbada era fraca, mas cada palavra estava misturada com determinação. O magnata a agarrou pelo queixo e, como o rosto dela era pequeno, ele quase podia segurá-la inteira, com apenas uma das mãos. ― Vamos bancar a mulher virtuosa agora, não é? Para quem, hein? ― ele questionou cruelmente. ― Parece que você realmente se apaixonou pelo diretor do jardim de infância! ― ― Não é isso... eu só... acho que não deveríamos mais fazer isso se você já decidiu me deixar de lado... ― O demônio a empurrou para o lado, com uma expressão sombria e vingativa.― Estou ansioso para ver o q
Os trigêmeos se amontoaram, com os bracinhos erguidos, querendo o colo da mãe e Anne riu, colocando as malas que carregava no chão para, com habilidade, pegar um por vez, até que tivesse as três crianças em seu colo. Por mais que soubesse que estava bem, sempre que ficava longe, a jovem sentia muita falta deles.Os trigêmeos notaram imediatamente o curativo em sua testa. ― Mamãe, o que foi isso na sua cabeça? ― ― Você caiu, mamãe? ― ― Tá doendo, mamãe? ― Chloe pergunto, com lágrimas nos olhos. Não querendo preocupá-los, a jovem respondeu, com velocidade:― Não dói nada, foi uma batidinha, só. Parece pior do que é! ― ― Como você bateu? Vou me vingar! ― Charlie disse, fazendo cara de mal. Mas, quando Anne abria a boca, notou Lucas se aproximando. ― Se tem algo perigoso assim na sua casa, você tem que mudar de lugar. ― Disse o diretor com um tom maduro que fazia as pessoas o respeitarem naturalmente. Anne colocou as crianças no chão e estendeu uma mão:― Olá, Se
Conformada, a jovem baixou o olhar e inclinou levemente a cabeça, quando Lucas se aproximou. O rapaz retirou o curativo e Anne sentiu o vento frio da noite, mas, logo em seguida, sentiu na pele o calor da respiração do diretor. A jovem ergueu os olhos para cima e encontrou o olhar de Lucas. Sem entender o motivo, sentiu seu coração bater um pouco mais forte.― Anthony fez isso? ― Ele perguntou e a jovem abaixou o olhar, no mesmo instante. ― Não, fiz isso sozinha. Eu bebi demais ontem à noite e caí. É verdade... me desculpe por não estar lá depois de ter feito você sair de casa para ir me buscar. Eu não esperava que Anthony estivesse jantando lá também. Ele simplesmente me forçou a entrar no carro dele... ― ― Qual é, exatamente, o problema dele com você? ― Lucas perguntou calmamente. ― Eu... Então... Minha tia se casou com um membro da família Marwood, o pai dele, e ele se ressente de mim por causa disso. Ele me trata assim a minha vida toda, então eu me acostumei com isso. ―
Talvez seus filhos tenham notado uma estranheza em seu comportamento recente, mas contar a verdade para as crianças parecia ser a coisa errada a se fazer. Os trigêmeos não precisavam saber dos abusos cometidos pelo pai biológico. Imersa em seus pensamentos, assim que as crianças dormiram, Anne se despediu de Lucas e voltou para seu apartamento. Ela sentia como se mal pudesse respirar, com toda a pressão da vida e era só quando estava com seus filhos que conseguia esquecer os problemas, mesmo que por um curto espaço de tempo. No fim das contas, toda a pressão que sentia vinha de Anthony. No dia seguinte, no trabalho, ela foi ao banheiro para se servir de um copo d'água e encontrou seus colegas fofoqueiros caindo em silêncio, assim que voltou para sua estação. A atmosfera estranha era dolorosamente óbvia e Anne se perguntou como ela havia se tornado o assunto das fofocas até que a colega que se sentava à sua frente perguntou:― Anne, você presta atenção em escândalos ou coisas assi
Anne reconheceu a voz e soube que era a assistente de Lucas. Percebendo que ele deveria estar ocupado, a jovem não insistiu na conversa, se despediu e encerrou a ligação. Por um longo tempo, ela não conseguiu recuperar a compostura, porque sentiu que havia algo mais naquela estranha situação. A atenção sobre o incidente só tinha aumentado nos últimos dois dias, com a ideia fixa de que a escola tivesse escondido a verdade sobre a morte da aluna. Anne chegou pouco antes de a babá ir embora, mas soube, pelos trigêmeos que Lucas não retornava para casa, há dois dias. Mas, as crianças mal tinham terminado de fazer festinha para a mãe quando ouviram a maçaneta girando e viram Lucas entrar.Anne levantou-se abruptamente. ― Papai! ― As três crianças comemoraram e Anne corou, com a maneira como se dirigiram a ele. Lucas casualmente se aproximou e recebeu beijos na bochecha, das três crianças. Só então, ergueu o corpo e voltou sua atenção para Anne.― Olá! Que bom que está aqui. ―
Anne esperou por um bom tempo, mas como não recebeu resposta entrou em um táxi para ir em direção a Mansão Real. Anthony era um empresário, então não era possível que ele perdesse uma ligação, mesmo, que estivesse no chuveiro, ela havia esperado o suficiente para descartar essa possibilidade. Se Anthony não tivesse respondido, significava que Bianca não estava na Mansão Real, caso contrário ele faria de tudo para evitar que ela estragasse seu tempo com a mulher que amava. Meia hora depois, ela chegou à enorme casa na Curva. A Mansão Real não era tão brilhante quanto as típicas mansões luxuosas e ficava escondida na escuridão de uma floresta de maneira aterrorizante, que afastaria qualquer visitante. Vendo o Rolls Royce estacionado do lado de fora do portão, ela mordeu o lábio e reuniu coragem para subir as escadas, sentindo o peso de seu medo a cada passo que dava. Ela sabia que não haveria fim para o que estava acontecendo com a Escola Infantil Apogeu se ela não fosse f
Quando saiu do torpor, Anne não sabia quando Anthony havia saído e como as janelas do escritório estavam todas fechadas, ainda sentiu o cheiro do magnata pairando no ar. Cada vez que eles transavam, a jovem sentia como se tivesse sobrevivido ao inferno. Ela se perguntou se isso significava que Anthony pouparia a Apogeu depois daquilo e estava desesperada, ao mesmo tempo, porque tinha quebrado a promessa feita a si mesma de não se envolver mais fisicamente com Anthony. Ainda estava absorta em seus pensamentos, quando ouviu batidas na porta e, pensando que era Anthony, rapidamente pegou as almofadas no chão e se cobriu, escondendo sua nudez de forma precária. Quando Bianca entrou, viu as costas nuas de Anne, com marcas por toda a pele e sua expressão se converteu em uma máscara de contrariedade quando olhou para as roupas espalhadas pelo chão. Então, ergueu mais uma vez o olhar para Anne, com ressentimento. A última pessoa que Anne imaginou que entraria ali, era Bianca e, com