Anthony ficou encarando Anne com olhos de falcão, enquanto ela conversava ao telefone. Mas, quando a porta do elevador se abriu ele saiu. Os outros dois o seguiram de perto, como se nenhum deles conhecesse Anne. Antes de descer do elevador, Anne olhou para fora e percebeu que estava de volta no bar da cobertura e murmurou:― Huh? Por que subiu? ― Ela apertou o botão do andar térreo mais uma vez e informou Lucas de sua localização, antes de esperar na escada, em frente ao saguão. Como não conseguiu ficar em pé por muito tempo por causa da tontura, sentou-se na escada com uma mão sob a cabeça, enquanto olhava para as luzes de néon ao longe. Aquele momento pertencia a ela. Não havia necessidade de pensar e parecia que ela estava em um mundo onde Cheyenne não havia morrido e Anthony não estava lá para ameaçá-la. Onde ela não precisava se preocupar com alguém descobrindo sobre as crianças e Tommy não tentava controlá-la. Enquanto isso, na cobertura, dentro de uma sala privada d
― Umf! O quê? ― A cabeça de Anne girava e a tontura simplesmente piorou com o movimento brusco. Ela sentiu uma pressão no queixo e foi forçada a olhar para cima, atordoada, enquanto ouvia uma voz rouca perguntar: ― Me diga. Quem sou eu? ― Ela se contorceu de medo, com o tom congelante. Instantaneamente, sua visão ficou mais clara e ela olhou atordoada para o rosto diabólico diante dela:― Você? ― ― Está desapontada por não ser o seu senhor Diretor, não é? ― Ele a forçou a levantar o queixo ainda mais, enquanto estreitava os olhos perigosamente. O pescoço de Anne ficou tenso, dando-lhe uma aparência bonita, mas frágil.― Por que... você está aqui? Não sou da sua conta... ― ― Você não é da minha conta, mas cruzou meu caminho ― o demônio disse, antes de arrastá-la para dentro do prédio. ― Ah! ― ela exclamou. Quando chegaram ao apartamento, Anne já estava quase sóbria pela adrenalina e embora se sentisse tonta, finalmente começou a entender a situação perigosa em
― Sim. Já resolvi tudo por aqui. E você? Ainda está no hotel? ― perguntou Bianca, cínica. ― Não. Já sai. ― ― Pensei que talvez pudéssemos pegar um pouco de comida, se você ainda não estiver satisfeito. Desculpe por esta noite. ― Disse ela. Anne ficou atordoada no início, quando sua boca foi coberta, mas, como a conversa demorava, começou a ficar sem ar e a situação, pouco a pouco, começou a ficar desesperadora. Entretanto, por mais que lutasse para escapar, a mão do demônio continuava firme.― Onde você está agora? Ainda não vai descansar? ― perguntou Bianca. ― Estou no escritório. Para mim, ainda é cedo. ― Disse Anthony. ― Eu sabia. Fique tranquilo por aí. Então, tudo bem, jantaremos juntos outro dia, volte para o seu negócio! ― ― Certo. Boa noite. ―— Boa noite, bom trabalho. — Após a ligação, o demônio afastou a mão do rosto de Anne. Ela tossiu quando o ar fresco entrou em seus pulmões.― Ugh! O que você está fazendo... Quer me matar? ― Eventualmente, a t
― Como você ousa me ameaçar? ― O demônio urrou. Seus olhos estavam cheios de raiva maliciosa enquanto ele questionava. ― Para! Isso machuca! ― O rosto de Anne se contorcia de dor, enquanto ela lutava para falar. ― Sim, eu... só tenho uma vida, então... mesmo que você consiga fazer o que quiser agora, eu... vou cortar minha própria garganta, assim que você se for. Por que não você paga para ver? ― Sua voz bêbada era fraca, mas cada palavra estava misturada com determinação. O magnata a agarrou pelo queixo e, como o rosto dela era pequeno, ele quase podia segurá-la inteira, com apenas uma das mãos. ― Vamos bancar a mulher virtuosa agora, não é? Para quem, hein? ― ele questionou cruelmente. ― Parece que você realmente se apaixonou pelo diretor do jardim de infância! ― ― Não é isso... eu só... acho que não deveríamos mais fazer isso se você já decidiu me deixar de lado... ― O demônio a empurrou para o lado, com uma expressão sombria e vingativa.― Estou ansioso para ver o q
Os trigêmeos se amontoaram, com os bracinhos erguidos, querendo o colo da mãe e Anne riu, colocando as malas que carregava no chão para, com habilidade, pegar um por vez, até que tivesse as três crianças em seu colo. Por mais que soubesse que estava bem, sempre que ficava longe, a jovem sentia muita falta deles.Os trigêmeos notaram imediatamente o curativo em sua testa. ― Mamãe, o que foi isso na sua cabeça? ― ― Você caiu, mamãe? ― ― Tá doendo, mamãe? ― Chloe pergunto, com lágrimas nos olhos. Não querendo preocupá-los, a jovem respondeu, com velocidade:― Não dói nada, foi uma batidinha, só. Parece pior do que é! ― ― Como você bateu? Vou me vingar! ― Charlie disse, fazendo cara de mal. Mas, quando Anne abria a boca, notou Lucas se aproximando. ― Se tem algo perigoso assim na sua casa, você tem que mudar de lugar. ― Disse o diretor com um tom maduro que fazia as pessoas o respeitarem naturalmente. Anne colocou as crianças no chão e estendeu uma mão:― Olá, Se
Conformada, a jovem baixou o olhar e inclinou levemente a cabeça, quando Lucas se aproximou. O rapaz retirou o curativo e Anne sentiu o vento frio da noite, mas, logo em seguida, sentiu na pele o calor da respiração do diretor. A jovem ergueu os olhos para cima e encontrou o olhar de Lucas. Sem entender o motivo, sentiu seu coração bater um pouco mais forte.― Anthony fez isso? ― Ele perguntou e a jovem abaixou o olhar, no mesmo instante. ― Não, fiz isso sozinha. Eu bebi demais ontem à noite e caí. É verdade... me desculpe por não estar lá depois de ter feito você sair de casa para ir me buscar. Eu não esperava que Anthony estivesse jantando lá também. Ele simplesmente me forçou a entrar no carro dele... ― ― Qual é, exatamente, o problema dele com você? ― Lucas perguntou calmamente. ― Eu... Então... Minha tia se casou com um membro da família Marwood, o pai dele, e ele se ressente de mim por causa disso. Ele me trata assim a minha vida toda, então eu me acostumei com isso. ―
Talvez seus filhos tenham notado uma estranheza em seu comportamento recente, mas contar a verdade para as crianças parecia ser a coisa errada a se fazer. Os trigêmeos não precisavam saber dos abusos cometidos pelo pai biológico. Imersa em seus pensamentos, assim que as crianças dormiram, Anne se despediu de Lucas e voltou para seu apartamento. Ela sentia como se mal pudesse respirar, com toda a pressão da vida e era só quando estava com seus filhos que conseguia esquecer os problemas, mesmo que por um curto espaço de tempo. No fim das contas, toda a pressão que sentia vinha de Anthony. No dia seguinte, no trabalho, ela foi ao banheiro para se servir de um copo d'água e encontrou seus colegas fofoqueiros caindo em silêncio, assim que voltou para sua estação. A atmosfera estranha era dolorosamente óbvia e Anne se perguntou como ela havia se tornado o assunto das fofocas até que a colega que se sentava à sua frente perguntou:― Anne, você presta atenção em escândalos ou coisas assi
Anne reconheceu a voz e soube que era a assistente de Lucas. Percebendo que ele deveria estar ocupado, a jovem não insistiu na conversa, se despediu e encerrou a ligação. Por um longo tempo, ela não conseguiu recuperar a compostura, porque sentiu que havia algo mais naquela estranha situação. A atenção sobre o incidente só tinha aumentado nos últimos dois dias, com a ideia fixa de que a escola tivesse escondido a verdade sobre a morte da aluna. Anne chegou pouco antes de a babá ir embora, mas soube, pelos trigêmeos que Lucas não retornava para casa, há dois dias. Mas, as crianças mal tinham terminado de fazer festinha para a mãe quando ouviram a maçaneta girando e viram Lucas entrar.Anne levantou-se abruptamente. ― Papai! ― As três crianças comemoraram e Anne corou, com a maneira como se dirigiram a ele. Lucas casualmente se aproximou e recebeu beijos na bochecha, das três crianças. Só então, ergueu o corpo e voltou sua atenção para Anne.― Olá! Que bom que está aqui. ―